Neko Café - Interativa escrita por Lady Blue


Capítulo 8
Manhã


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas, desculpem por não ter postado esse capítulo antes, eu queria portar ele a dois dias ou três, mas não deu. Desculpas especiais à Lonely Traveler, descuuulpa, não deu para colocar seu personagem nesse cap, e descuulpa por não ter postado antes. Nesse capítulo não vai ser apresentado ninguém, eu queira muito colocar alguém, mas não encaixa, então ficou desse jeito, super sorry T^T



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Segundo dia de trabalho (por que já passou de 00:00hr) - 01:26hr AM - Casa da Reiko.

POV Reiko-chan

Eu e Maya continuamos fazendo as roupas. Maya estava comendo muito chocolate, fiquei com medo dela ter uma overdose de chocolate na minha casa, seria como se eu tivesse drogado ela. Eu pensei em pedir para ela parar, mas ela quase pirou quando eu pedi um pedacinho, acho que se eu pedisse para ela parar ela iria me bater. Eu estava fazendo o meu segundo vestido, não era tão difícil quando parecia, afinal os vestidos já estavam quase prontos quando eu comprei, só queria dar uma incrementada nível Reiko-chan.

- Pra que servem esses vestidos? - perguntou Maya, com um pedaço de chocolate na mão.

- São para as meninas do café - sorri, estava ansiosa para mostrar para elas tudo o que eu tinha planejado.

- Por que não mandou alguém fazer? Tipo, por encomenda?

- Ah, eu queria fazer logo.

- Acabei esse - ela disse, mostrando o vestido rosa e branco para mim. Ela costurara melhor que eu.

- Está lindo! - falei, acho que deve ter saído muito falso, mas eu estava falando de verdade. Olhei para Maya, o vestido estava na frente dela, ela estava em pé, como se estivesse provando o vestido, ele ficou muito bom nela. Comecei a ter relances dela no café, ela ficaria linda. E seria bom ter uma amiga lá, ela poderia me ajudar com as meninas. - Maya...

- Diz.

- O que você acha de trabalhar no café? - meus olhos brilhavam, depois de ouvir isso ela me olhou como se eu fosse um ET.

- Acha que eu tenho cara de empregada? - ela disse.

- Quer que eu diga sinceramente? - eu ri.

- Idiota - resmungou ela, rindo comigo. - Ah, não sei, você está me oferecendo dinheiro?

- Eu estou te oferecendo trabalho, e para alguém que não arruma um emprego a alguns messes está muito bom.

- Ah, agora vai jogar na minha cara que eu estou desempregada?

Eu ri. Fechei meus olhos por um segundo durante a risada e eles me pediram para ficar do jeito que estavam, fechados. Eu estava morrendo de sono, poderia cair desmaiada a qualquer instante.

- Não, só estou te pedindo para me ajudar no café enquanto você não tem mais nada de bom para fazer além de ficar com seu sobrinho.

- Vai jogar na minha cara que eu tenho que cuidar do filho da minha irmã? Ah! Aquele moleque chato, nem me lembre dele...

- Você não gosta de ficar com ele, trabalhar seria uma boa desculpa para ficar longe dele. E é um emprego bem fácil, você só precisa servir as pessoas.

- Mas eu teria que aparecer...

- Vai que você encontra um namorado - eu sorri maliciosamente.

Maya me olhou, sorrindo, e me jogou um rolo de linha. Eu fui rápida e desviei do rolo, por pouco ele pegava na minha cabeça. Coloquei o vestido no meu colo e olhei para os meus pés, que estavam encima da mesa de costura, eu estava jogada na cadeira com os pés para cima, que bonito, Reiko. Eles estavam doendo, talvez se eu não tivesse rodado a cidade inteira em busca desses tecidos...

- Ok! - disse Maya. - Eu trabalho com você, vai ser uma boa para fugir do moleque por algumas horas, e assim eu deixo de ser tímida, mas prometa que não vai me fazer falar com as pessoas.

- Não tem como! - falei, encarando meu pé, que dançava de um lado para o outro na mesa. - Você tem que aparecer.

- Eu posso ficar no balcão, pegando as coisas para vocês.

Eu pensei um pouco, era melhor que nada, e ela iria mudar de ideia, ela sempre mudava de ideia.

- Tudo bem, você vai ficar no balcão.

Ela soltou um gritinho de felicidade e tapou a boca depois que percebeu que tinha gritado alto demais e todos estavam dormindo. Eu ri.

Segundo dia de trabalho - 07:00hr AM - Casa da Reiko.

POV Reiko

Maya dormiu aqui, eu fiquei com medo que ela batesse o caro do jeito que ela estava. Tenho que me lembrar de não dar tanto chocolate para ela. Nós devíamos ter ido dormir umas 2 ou 3 horas da manhã, só costurando, admito que era mais fácil ter mandado para encomenda.

Eu acordei com meu celular despertando, ele já estava tocando fazia algum tempo, já estava na quarta chamada. Estava morrendo de sono. Maya e eu estávamos na minha cama, dividindo ela, embora Maya estivesse com a cama inteira. Ela colocou o travesseiro na cabeça ao ouvir o som do despertador. Eu não queria acordar, mas eu tinha que ir trabalhar, não podia deixar as meninas na mão, e além disso tinha o Lee-chan, ele não gosta de atrasos.

- Acorda, Maya - chamei. Coloquei os pés para fora da cama e olhei ela, estava totalmente jogada, ela tirara a parte de baixo do pijama de noite, estava de calcinha. Ela não tem vergonha?, pensei. Mas também, somos amigas, não tem problema, bem, não pra mim. Levantei-me e me espreguicei. Meu cabelo castanho estava todo desarrumado, mas era tão liso que ainda assim caía aos meus ombros como se eu tivesse penteado. - Acorda, Maya!

- Não quero! - ela resmungou, se revirando. Colocou toda a coberta sobre a cabeça.

- Anda, Maya, já estamos atrasadas!

- Não quero, eu nem queria trabalhar mesmo.

- Vou pedir para sua irmã vir aqui te buscar, aposto que ela vai gostar muito de ver você do jeito que está.

Ela jogou todo o bolo de cobertas para cima e levantou num pulo.

- Não faça isso! Já levantei!

- Então, vamos, pegue uma roupa minha, não dá tempo pra nada.

Ela se jogou na cama de novo.

- Arg! Que chato, vamos ter que acordar cedo assim todo dia?

- É, Maya.

Peguei meu celular enquanto ela resmungava que não queria acordar de manhã. Eu tinha que ligar para o Lee-chan, era com ele que eu estava mais preocupada. Disquei o número e fui em direção ao armário. Peguei uma roupa para mim e uma para Maya, ela era um pouco maior que eu, então tive que pegar uma roupa que a deixasse bem a vontade, uma das maiores minha. Joguei as roupas nela e coloquei o celular para discar.

Maya começou a vestir as roupas ainda deitada, ela parecia um sonâmbula. Não me admira que não tenha arrumado um emprego ainda.

- Reiko? - chamou Lee-chan ao telefone.

- Ah, sim, oi Lee-chan! - falei, colocando minha blusa.

- Não me diga que acabou de acordar.

- Bom, então eu não acabei de acordar - sorri.

- Reiko! Tem como acordar um pouco mais cedo sem ficar atrasada?!

- Eu vou acordar, mas a Maya dormiu aqui e nós ficamos fazendo as roupas...

- Vocês vão chegar quando?

- Não sei, eu acho que oito horas, do jeito que a Maya está - olhei para ela, estava vestindo o short, ou dormindo, não sabia dizer.

- Anda logo, eu já estou indo.

- Vem aqui em casa antes.

- Por que?

- Se você vier aqui não vai precisar ficar esperando o tempo todo e nós podemos ir juntos, como nos "velhos tempos".

- "Velhos tempos"? Foi a alguns meses - ele riu. Ouvir ele rindo me fazia feliz. - Ok, mas se arrumem rápido, as outras meninas já podem ter chegado lá.

- Tchau, Lee-chan! - eu disse, animada.

- Te vejo depois - ele falou, pela voz dele eu diria que estava sorrindo.

Terminei de colocar minha calça e coloquei o celular no bolso. Fui ao banheiro e passei rapidamente o pente no cabelo. Tinha que sar rápida. Voltei ao quarto para ver se Maya já tinha se vestido. Ela tinha voltado a dormir.

Fui até a cama e puxei todas as cobertas, ela veio junto e caiu no chão.

- Acorda! O Lee-chan está vindo para cá!

- Ai, chata! Lysander? O que ele vai fazer aqui? - ela perguntou, depois de se recuperar.

- Vai vir buscar a gente. Anda, Maya, termina de se vestir.

- Já terminei, só falta pentear o cabelo - ela resmungou, se levatando.

Fui até o banheiro e escovei os dentes. Depois de uns 2 minutos Maya entrou no banheiro. Ela começou a pentear o cabelo. Ela era muito bonita, mas também era muito preguiçosa. Imaginei que aquele fosse o motivo para sempre ter muitos namorados na adolescência, mas estar solteira agora, e ainda cuidando do sobrinho.

Peguei uma escova nova que eu deixava de reserva para o caso de alguém precisar e dei para ela. Disse para ela escovar os dentes e ir se arrumando. Enquanto isso eu fui até a costureira da minha mãe, ou a garagem. Peguei todas as roupas e coloquei em uma sacola daquelas que as vendedoras colocam as roupas quando você compra alguma coisa em uma loja cara.

Subi as escadas correndo, estava descalça ainda, tive que desviar das partes escorregadias da casa (que eu conhecia por experiencia), e cheguei no banheiro. Maya estava linda, bem, ela estava sempre linda, mas sempre que eu a via ela estava desarrumada, já que nós são saíamos muito, só íamos uma para a casa da outra, aí ela não se arrumava muito, então agora, com o cabelo penteado, maquiagem, uma roupa decente, ela estava muito bonita.

- Que foi? - ela perguntou com cara de confusa.

- Nunca tinha te visto assim - falei.

- Eu não vou dar as caras ao mundo parecendo um bode - ela falou, sorrindo, notei que estava de batom também. Ela passou por mim e me deixou sozinha no banheiro. O espelho estava na minha frente, onde a Maya estava antes, quando ela saiu eu pude me ver no espelho. Eu estava um traste comparada à ela. Pensei se eu ficaria melhor usando todas aquelas maquiagens que eu tinha mas mantinha intocadas. Por um segundo eu quis colocar um pouquinho, mas desisti, eu não precisava daquilo.

Dei uma última olhada no quarto, estava um desastre, como todas as vezes quando a Maya ia dormir lá. Fiz uma nota na minha mente: arrumar o quarto. Peguei a sacola no chão, e a minha bolsa e fechei a porta do quarto. Desci as escadas correndo e coloquei minha sapatinha preta, uma das que eu mais gosto. Maya estava me esperando na porta, já estava toda arrumada, usando uma das minhas sapatilhas.

A campainha tocou e Maya foi abrir. Era Lee-chan. Ela deu um "oi" seco ao menino e saiu de perto da porta, para deixar ele entrar. Ele também estava lindo, mas ele estava sempre lindo, devia chamar muita atenção na escola...

- Pronta? - ele me perguntou, sorrindo.

- Sim - falei, meio desanimada, tentando colocar a última sapatilha enquanto ia me juntar à Lee-chan e Maya.

Maya saiu primeiro, dei a sacola com as roupas para Lee-chan levar, embora ele tenha ficado com uma cara bem feia. Eu levei minha bolsa e mais uma sacola com as coisas que eu sempre levava para o café, coisas que estavam faltando lá. Minha mãe brigava comigo por isso: "Compre suas próprias tralhas!".

Nós fomos andando, ou melhor, correndo até o ponto de ônibus, mas ele foi mais rápido que nós e saiu antes que o alcançássemos. Xinguei o motorista, mas acho que ele não ouviu. As pessoas me olhavam. Lee-chan e Maya chegaram logo depois do mar de ofensas que eu lancei ao motorista.

Devíamos ter chegado no Café meia hora atrasados.

Segundo dia de trabalho - 06:30hr AM - Casa da Yahna.

POV Yahna

Acordei a Junko às 6:30, eu mesma já estava acordada um pouco antes. Estava pensando na minha mãe, no trabalho novo, ela poderia não aceitar, mas eu acho que era melhor do que ela achar que só serve para me dar dinheiro, não quero que ela pense que estou me aproveitando dela. E Junko foi muito legal em me oferecer a vaga, embora eu esteja apreensiva para falar com a chefe. Se ela não me aceitar vai ser horrível.

Junko se arrumou quieta. Ela já veio dormir na minha casa outras vezes, então eu já sabia que ela não gostava de acordar de manhã, mas ela parecia muito feliz dessa vez, deve ser por ter um emprego, imagino. Eu fiquei impressionada por ela finalmente ter conseguido alguma coisa, ela deve estar muito feliz, me pareceu bem animada dessa vez. Ela colocou uma das minhas roupas, já que as dela não estava mais... digamos... usáveis, em outras palavras eu diria "viraram lixo".

Eu me arrumei antes e fui tomar café. Senti um frio na barriga ao ver que eu poderia finalmente conseguir um emprego e impressionar a minha mãe, seria muito bom fazer ela feliz.

Junko se arrumou e desceu para tomar café, ela deve ter comido a geladeira inteira, espero que a minha mãe não desconfie dela. Espero que ela não tenha ouvido nossa conversa durante o café. Ainda bem que ela também não gosta de acordar cedo. Antes de sair eu escrevi um bilhete dizendo: "Mãe, sai para estudar um pouco, tem comida na geladeira, eu espero". Eu mal terminei de escrever e Junko já estava me puxando para ir para o Café.

Segundo dia de trabalho - 07:00hr AM - Casa da Tohka.

POV Tohka

Acordei com o som do despertador. Eu gostava de acordar de manhã, sempre me achei diferente por isso, o ar da manhã me fazia bem. Eu fui ao banheiro e me arrumei. Eu estava com os olhos vermelhos, devia ser por que passei a noite relembrando do meu passado. Obrigada, Mey, pensei. Penteei meu cabelo liso e coloquei uma fita vermelha para deixar a franja no lugar. Coloquei uma roupa simples e fui para a cozinha tomar café. Meu pai me deixou um bilhete, como sempre: "Comida na geladeira e no forno, pizza se quiser". Decidi só esquentar a pizza e comi quieta. A casa ficava muito silenciosa de manhã, eu não gostava de comer sozinha e quieta, eu me sentia uma retardada comendo sozinha. Meu gato se esfregou nos meus pés descalços debaixo da mesa. Eu dei um sorrisinho para ele e desejei bom dia. Quando terminei minha pizza o peguei no colo e comecei a falar com o bichinho.

- Eu tenho que trabalhar, acredita? - falei, com o gatinho no colo. - Tohka Kawashima trabalhando... Que estranho, né?

O gato ia de um lado para o outro nos meus braços, acho que estava tentando arrumar um jeito de sair dali. Ele deu um miado fofo e me olhou.

- Acho que tenho que ir agora, vai que eu me atraso, e é o meu primeiro dia... Espero que eu consiga fazer as coisas direito - eu disse ao gato. Ele me olhou como se dissesse: "Eu não preciso saber disso". - Ok! Tchau, Dennis!

Eu coloquei o gato no chão e fui escovar os dentes. Depois coloquei uma sapatilha e fui para o café.

Segundo dia de trabalho - 07:00hr AM - Casa da Mey.

POV Mey

Acordei e logo fui me arrumar. Eu estava bem feliz naquele dia, para falar a verdade. Era o meu primeiro emprego, eu não podia negar estar altamente feliz para finalmente ganhar meu próprio dinheiro, eu não iria precisar dividir com ninguém. E no final, eu poderia convidar o Lee-kun para sair. Seria ótimo para eu começar a conversar com ele de uma vez. Me pergunto se ele sabe se eu existo.

Fui para a cozinha, eu estava cintilante. Minha mãe me deu bom dia, ela iria trabalhar também. Que engraçado, eu trabalhando na mesma hora que a minha mãe. Decidi não contar para ela agora, eu só iria contar quando eu ganhasse o meu dinheiro, para fazer uma surpresa para ela, aposto que ela iria ficar muito feliz.

Ela me serviu alguns biscoitos e eu comi rapidamente, não queria me atrasar. Eu só pensava em finalmente poder conversar com Lee-kun, será que ele iria aceitar sair comigo? Fui escovar os dentes quando terminei de comer, estava muito feliz. Sai dando pulinhos de casa, dei tchau para a minha mãe, acho que ela achou estranho toda a minha felicidade, e eu ter acordado de manhã para "nada".

Peguei o ônibus e desci alguns pontos antes do Café, perto da casa da Tohka, disse que esperaria ela no ponto, para irmos juntas até o Café, que não era muito longe dali. Sempre íamos juntas para todo canto, eu confiava nela como confiava em mim mesma, ela era uma ótima amiga. Tohka chegou um pouco depois que eu me sentei em um banquinho. Ela me deu bom dia, parecia animada. Eu retribui com um sorriso, estava muito mais animada do que ela poderia estar. Fomos andando juntas até o Café.

Uma menina já estava na porta, estava esperando com mais um menina, elas pareciam ser amigas, conversavam e riam o tempo todo. Eu e Tohka estávamos andando conversando, mas eu não poderia rir tão alto quanto elas, afinal Tohka não gostava de aparecer demais, e estava cedo demais para gritar daquele jeito. E além disso tinham várias pessoas na rua, todas olhando para as garotas, eu não queria ser o centro das atenções como elas. Quando cheguei mais perto percebi que era a menina que estava presente no café, trabalhando, no dia anterior quando eu visitei o café, não sabia o nome dela, mas ela parecia mais animada ali do que no dia anterior.

- Oi! - ela acenou para mim, animada. - Vocês vão trabalhar aqui, né? Eu vi vocês ontem.

- Sim, sou Mey, e essa é a Tohka - eu disse, mostrando a Tohka.

- Oi - ela falou, sorrindo.

- Eu sou Junko e essa é Yahna - disse a menina, rindo. Eu não via nada para rir, mas a Yahna também começou a rir.

- Me chame de Yah, ou de Mushi, é mais bonitinho - ela falou, sorrindo.

- Cade a Rei-san? - perguntou Tohka.

- Ela ainda não apreceu, ela é bem atrapalhada, já deve estar chegando - disse Junko.

Nós nos sentamos em uma mesa que estava lo lado de fora do café, era de madeira, parecia estar lá antes mesmo daquilo ser um café. Nós ficamos conversando. Mushi e Junko pareciam ser mais amigas que eu e a Tohka, elas se divertiam demais. Elas pareciam estar conectadas.

Ficamos esperando até 8:30hr alguém aparecer. Junko e Mushi começaram um jogo, eu estava ganhando.

- Eu vejo com os meus olhinhos... - Mushi deu uma pausa para pensar. - Uma coisa verde e com algumas partes amarelas.

Eu olhei envolta procurando a tal coisa.

- É aquela planta? - perguntei, falando rápido, bem a frente de Junko, que também estava bem animada com o jogo. Nós éramos as coisas que mais faziam barulho naquela rua na hora. Todas nós estávamos jogando, tirando a Tohka, que estava mexendo no celular, ela parecia estar estressada. Ela já me contou que odeia esperar, e que se eu não chegasse na hora na casa dela era não iria ficar me aguardando, ela iria embora. Eu achei que ela estava daquele jeito por que já estávamos esperando a muito tempo, e a Reiko ainda não tinha aparecido. Junko me contou que ela se atrasava, mas eu não achei que fosse tanto assim, afinal era era a chefe.

- Sim! - disse Mushi, rindo, ela era muito legal, acho que nós vamos nos dar bem, ela sempre encontra um jeito de se divertir mesmo quando está tudo chato, como estava antes do nosso joguinho começar. - Ponto para a Mey, de novo.

- Não vale, só a Mey que ganha, eu também quero ganhar - disse Junko, Mushi começou a dar força para ela continuar, falando coisas bonitinhas para ela. Eu ri da cena. Tohka também ria de vez em quando, ela até acertava as coisas às vezes.

Eu me vangloriei sobre meus altos pontos. Eu gostava de ganhar. Estava falando sobre alguma coisa que eu estava vendo, para continuar com o jogo, quando a Tohka me cutucou. Tentei afastar ela um pouco com o braço, mas ela continuou me cutucando.

- Para, Tohka! - exclamei. Foi quando eu vi, Reiko estava vindo na nossa direção, ela parecia cansada, mas estava acenando e gritando para nós. Mas isso não era a pior parte, vindo um pouco mais atrás estava uma menina mais velha que eu, e um pouco mais alta que a Reiko, com cabelos vermelhos e olhos maquiados perfeitamente, e um garoto loiro. Eu não tinha como deixar passar, eu conheço ele até de costas, de qualquer jeito, era o Lee-kun. Eu não sabia que ele passava ali de manhã. Ele devia estar indo para o clube de natação. Mas ele não nadava aquela hora... A não ser que ele tenha começado uma nova dieta... Ou... não!

- Esperando a muito tempo? - perguntou Reiko, sorrindo.

- Já sabia que você ia se atrasar - disse Junko, com os braços cruzados e um sorriso no rosto.

- Olha, Mey, é o Lee - falou Tohka, baixinho, me cutucando.

- Eu vi - sussurrei. Não ousei tirar os olhos dele por um segundo, era mesmo ele?

Tohka começou a rir como uma idiota. Junko não entendeu o que estava acontecendo e começou a fazer mil perguntas. Reiko chegava mais perto. Virei para frente, ficando de costas para eles, e esperei que Lee-kun não percebesse que eu estava ali, parada, e que ia trabalhar no café, esperava que ele passasse direto. Tohka continuou rindo.

- Acho que tem um problema com sua amiga - relatou Mushi, rindo.

- Ela é assim mesmo, defeito de fábrica - falei, tentando agir naturalmente até o Lee-kun passar, o que não estava dando nada certo.

- Ele está olhando para cá - disse Tohka.

- Claro! Você está rindo igual uma retardada, acha que ele vai olhar para onde? - retruquei. Tohka começou a rir novamente.

- O Lee? Ah! Então é ele, você gosta dele? - falou Junko, sorrindo.

- NÃO! - exclamei, como ela percebeu? - Nossa, nada a ver, quem é Lee?

Sorri do jeito mais forçado que consegui e tentei fingir que não havia problema nenhum, bom, isso também não deu certo, pelo o que eu vi todo mundo já tinha percebido. Está vendo o que você fez, Tohka!

- Abre logo essa porta, Reiko -mandou a menina que vinha com a Reiko.

- Tem como esperar um pouquinho? - pediu Reiko-san. Arrisquei uma olhada para trás, Reiko-san tentava abrir a porta (só tentava mesmo), a menina que vinha com ela estava parada ao lado da porta enquanto a Reiko-san mexia nas chaves com uma enorme sacola na mão. E Lee-kun... Ah, Lee-kun estava perfeito... Ele estava rindo da Reiko, que não conseguia achar a chave certa... Espera, ele conhece a Reiko? Por que ele não foi embora?!

- Opa, eu acho que essa ideia de trabalhar aqui foi perfeita, Mey - disse Tohka, entre seus risinhos.

- Cala a boca, ele não está trabalhando aqui, só vai ajudar ela a abrir a porta - falei, ariscando outra olhadinha. Meus olhos se encontraram com os olhos de Lee-kun. Ele estava sorrindo da forma mais perfeita de todas. Eu corei e virei rapidamente para frente, tentando tapar meu rosto.

- Lee! - gritou Junko, ela se levantou e foi até ele. Mushi foi junto. Pelo canto do olho eu vi eles se abraçando, ou melhor, ela abraçando ele. Eu fiquei com ciúme, ela conhecia ele? Eles namoravam?...

- Pode se desesperar - falou Tohka.

- O que está acontecendo? - falei, virada para frente, onde Lee-kun não podia me olhar. Senti uma pontinha de tristeza na minha voz.

- Junko está apresentando a Mushi para o Lee-kun - respondeu Tohka. - Ah! Rei-san conseguiu abrir a porta! Já estava na hora, vamos, Mey.

Ela puxou meu braço, mas eu não sai do lugar. Eu senti que iria virar estátua e ficar sentada ali lembrando daquela cena para sempre. Como aquilo foi acontecer? Ele realmente trabalhava ali?

- Mey? - chamou Tohka.

- Eu não quero entrar - falei.

- Vamos, vai ver ele nem vai trabalha aqui...

- Ele vai saber que eu trabalho aqui de qualquer jeito, Tohka...

- E dai? Ele vai ver que você é independente e pode trabalhar.

- Trabalhar como garçonete, Tohka, garçonete - sibilei.

- É, garçonete, é um emprego digno de qualquer um! Aquele cara da Disney foi trabalhar de garçom! Não tem problema!

- Tem sim! Eu gosto dele, Tohka... Ele não vai gostar. Eu tenho que impressionar.

- Não tem, não! Anda logo!

- Não quero! E se ele trabalhar lá?

- Aí, vai ser bom, assim vocês conversam pelo menos uma vez na vida!

- Engraçado - eu ironizei. - Não quero mais trabalhar.

- Se você não for agora eu juro que chamo ele! - ela disse, em menos de um segundo eu já estava na porta perguntando se ela iria entrar. Droga, pensei.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vai entrar as meninas novas, com certeza! E mais uma coisinha, pessoas, comentem, por favor, é que eu não sei se estou fazendo seu personagem certo, e isso me deixa nervosa, não sei explicar. E, não querendo ser chata, mas eu não sei quem está realmente acompanhando ou não, e muitas pessoas querem a vaguinha para o café, então se você não estiver acompanhando, eu irei te tirar, por que é mais legal você escrever para alguém que com certeza vai acompanhar do que para um fantasma. E, como sempre, qualquer coisa é só falar.