Neko Café - Interativa escrita por Lady Blue


Capítulo 7
Chocolates por Alta Costura


Notas iniciais do capítulo

Pronto, aqui mais outro capítulo. Espero que gostem, eu achei muito curto, não sei, queria colocar todo mundo, mas eu estou com sono e passei o dia todo deste 7:30 da manhã correndo no campo de futebol, isso é crueldade comigo ;-;
Mas voltando, hoje temos a Junko, a Mushi-chan e a Reiko das que vocês já conhecem e a Maya, que é a personagem nova desse capítulo, feita pela "Maya", é, não é um engano meu, são duas Maya's ^-^'



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Primeiro dia de trabalho - 23:19hr - Casa da Yahna/Mushi-chan.

POV Junko

Mushi-chan pegou meu braço e começou a limpar meu machucado. É claro, doía, mas eu não tinha o que reclamar, eu já estava para dormir na casa dela, sem nem pedir permissão, eu não poderia reclamar de nada. Ela deve ter usado o rolo de algodão inteiro e depois usou gaze para enrolar meu braço, pude sentir minha circulação parar, mas eu não disse nada.

- Por que você brigou com ele? - ela perguntou, ainda enrolando a gaze.

- Ah, minha mãe, sabe? Coisa de família. Ele quer que eu vá lá sempre - respondi, revirando os olhos.

- E por que não vai?

- Eu não gosto da atmosfera de lá - admiti.

- Junko, isso é crueldade, eu iria se fosse você naquela maca!

- Quem não iria? - eu sorri, mesmo que não fosse um momento para brincar. Tirei o sorriso do rosto ao ver a cara furiosa da Mushi-chan me olhando. Suspirei. - Eu não gosto de ir lá, é chato e eu não tenho nada pra fazer.

- Ver sua mãe não é alguma coisa?

- Eu posso ver por fotos.

- Quando ela morrer você vai vê-la por fotos! - ela apertou com força meu braço ao dar um nó.

- Ai! Que raiva é essa? - reclamei.

- Você devia ver ela, é uma boa pessoa, e você não liga - ela disse, séria, parecia com raiva.

- Você está me dando medo...

Ela sorriu e parou de encarar a gaze no meu braço, se virando para mim.

-Desculpe - ela disse sorridente. - Já arrumou um emprego?

Ela se levantou do chão e foi até uma escrivaninha, só ali eu percebi que ela estava de camisola, me senti estranha por ter entrado no quarto dela sem pedir e vê-la assim, eu não gostaria que me vissem de camisola, mas ela não parecia ligar.

- Já, sou uma empregada - respondi. Coloquei minha cabeça para trás, como se fosse olhar as estrelas, e observei o teto, tinham adesivos brilhantes em forma de comida no teto em cima da cama. Imaginei que eles brilhassem no escuro. Quantos anos ela tem mesmo?, pensei.

- Empregada? - ela remexia alguma coisa na escrivaninha.

Eu ri.

- Acredita que eu tenho que vestir esse tipo de roupa? - olhei para ela. Ela estava com uma canetinha na mão, da cor azul. - O que vai fazer com isso?

- Vou assinar seu braço - ela disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Mas é gase e não gesso.

- Mas eu posso escrever do mesmo jeito, né?

Eu achei que seria inútil discutir com ela e parei de contrariar. Ela veio até mim e se agachou do meu lado. Me apoiei no meu outro braço, erguendo o outro para ela. Ela começou a escrever.

- Não acha que eu vou ficar estranha? - perguntei.

- Não, eu vou escrever direito - ela disse, concentrada na escrita.

- Não, eu vestida de empregada - sorri quando ela confundiu as coisas - , vai ficar idiota em mim.

- Eu acho que vai ficar legal, é quase igual ao que você está vestindo.

Eu olhei para mim. É, é quase igual, mas um pouco mais limpo e chamativo.

- Não acho - menti, não sei por que. - Eu vou ficar com vergonha.

- Ah, para! Você? Com vergonha? Não dá pra imaginar.

- Ih! Eu também sou gente, sabia? Tenho sentimentos!

Ela riu, uma risadinha tão fofa.

- E o que eu posso fazer? - ela sorria.

Olhei mais fundo para ela, a imaginei vestida de empregada, ela seria uma das mais fofas do mundo desse jeito! Ela iria me fazer ficar mais a vontade por ter alguém que eu conheço perto de mim, e ainda poderia me fazer companhia. Parabéns, Junko, alguém vai trabalhar com você!

- Pode trabalhar comigo - falei esperançosa.

- Hã? - o expressão dela mudou de super cute para super confusa.

- Não entendeu? Trabalha comigo!

Ela pensou um pouco.

- Não sei, Junko, não quero vestir uma roupa de empregada também, e a minha mãe não iria gostar nada de me ver assim.

- Você nem sabe o que é!

- Babá?

- Não, acha que eu tenho cara de quem cuida de crianças? - falei.

Ela demorou um pouco para responder, me observou com seu rostinho fofo por um tempo.

- Acho que não, coitada das crianças.

Eu ri.

- Nem tanto, eu gosto de crianças, quando estão dormindo, de preferência.

- Sabia! - Mushi-chan riu, ela era tão fofa, me lembrava minha irmã, eu gostava de fazer ela rir, me sentia feliz como eu era com a minha irmã, e eu não me sentia assim com mais ninguém. Acho que nunca contei à Mushi-chan sobre a minha irmã e como eu acho que elas se parecem, e também acho que ela me acharia estranha se eu contasse, vendo que ela morreu a sete anos e eu ainda não superei.

- É um café, Mushi-chan! Isso não é legal? - meus olhos brilhavam.

- Café? - ela me olhou duvidosa, minha esperança acabou. - Eu não vou trabalhar num café.

- Como assim não vai? Por que?

- Minha mãe não aceitaria nunca!

- Anda! Por favor! - implorei de joelhos e de mãos juntas, o que era dolorido já que eu estava toda acabada.

- Para de gritar! A minha mãe vai acordar! E se ela te ver aqui vai parar de me dar dinheiro...

Pensei um momento no que ela disse. "Ela vai parar de me dar dinheiro"...

- Olha! - exclamei. - Se você arrumar um emprego não vai precisar de tanto dinheiro da sua mãe!

Sorri orgulhosa por ter chegado a essa conclusão sozinha.

Ela se sentou de pernas cruzadas. Colocou a camisola para frente, como uma princesa. Ela parecia uma boneca de porcelana, só que no tamanho de uma menina de 13 anos, mesmo que na verdade tivesse 16. Desde que eu me lembro ela sempre foi tamanho mini, mas isso nunca a impediu de fazer as maiores coisas. Eu senti um pouco de inveja dela por esse lado, ela era sempre tão boa com todos, isso me deixava meio constrangida vendo que eu sempre escolhia as pessoas com quem andar e nunca falava direito com elas nos meus momentos de estresse, sendo que ela falava com todos e era fofa com o povo todo mesmo que estivesse prestes a ter um ataque, isso sempre me chamou atenção nela. O fato dela gostar tanto de mim... isso também me chamava atenção. Não é todo dia que se encontra alguém em que você pode confiar de verdade a ponto de poder entrar na casa da pessoa pela janela e ainda arrumar a maior bagunça. E eu ainda queria saber por que ela era tão preocupada com as coisas, tinha tudo tão perfeito...

- Dinheiro... - ela murmurou, pensativa. - Eu estou precisando...

- Sim, é claro que está - sussurrei, esfregando as mãos. Meu plano está funcionando!, eu pensava.

- Seria uma boa ideia - disse ela. Ainda estava séria. Achei que se ela pensasse demais iria ser prejudicial para o senso de humor dela, por isso ela ficava séria depois de pensar, mas descartei a ideia por ser idiota demais até para mim.

- É claro que seria, afinal eu dei a ideia! - eu me senti orgulhosa de novo.

- Mas, eu dispenso.

- Dispensa?! - gritei, acho que alto demais.

- Cala a boca! - ela ordenou, acho que era para ser um "fale mais baixo", mas saiu uma coisa mais rude do que eu esperava para ela.

- Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu! - falei, de brincadeira, caindo de rir depois. Quantos anos EU tinha?, penso eu. Me recuperei do ataque de risos junto com a Mushi-chan. Respirei fundo e um pequeno "ai, ai" saiu, indicando que eu ainda estava viva depois de todos aqueles risos. - Então - comecei em uma voz amigável, que depois passou a ser uma voz autoritária de total rejeição -, como assim dispensa? Sabe quantas pessoas querem isso?

- Minha mãe não iria gostar de me ver como garçonete - ela explicou, de cabeça baixa.

- Como não? Ela iria parar de te dar dinheiro! Isso não é bom? Ela quer te dar dinheiro pra sempre?

- Ela não gosta de ver a família desse jeito. Já disse isso uma vez.

- Ela deve gostar de gastar o dinheiro todo dela com você, né?

Ela parou de falar. Achei que ela fosse chorar. Meu sorriso convencido saiu do rosto, eu fiquei preocupada, seria muito ruim se ela chorasse, eu me culparia para sempre por isso. Eu estaria fazendo a Mushi-chan, a minha irmã emprestada, chorar, e ela sempre foi tão boa comigo. Nossa, que nojo de mim.

POV Yahna/Mushi-chan

Eu sempre precisei da ajuda da minha mãe, desde que eu me mudei para cá. Era algo para mostrar para a minha mãe que eu fico bem sozinha, mas só serviu para mostrar que eu preciso dela, ou do dinheiro dela. Ela vem me visitar de vez em quando, mora longe. Vim para cá para arrumar uma bolsa em alguma escola da região, é mais fácil que na capital, e consegui, mas isso não me ajudou com as contas que eu recebo.

Minha mãe disse que iria me ajudar. Eu fiquei tão grata! Não poderia me imaginar sem ela, agora eu sei disso. E, se eu tivesse condição, pagaria uma escola na capital para ficar com ela, mas é difícil. Eu não posso. E eu me sinto excluída, me sinto deixada de lado, como se ela não me quisesse, o que é meio estranho já que eu sempre quis isso.

Acho que as coisas não são bem do jeito que imaginamos, mas eu gostava de morar lá, na minha casinha, de qualquer jeito. Eu gostava de me sentir livre e independente, mesmo que fosse até as contas chegarem. Minha mãe me ajudou muito nesse processo. "Eu só pago suas contas", ela disse uma vez. Eu chorei como um bebê, ela devia ser menos direta. Eu não quero que ela pare de gostar de mim, ela não serve só para pagar minhas contas (embora isso seja muito bom), ela é minha mãe, serve para fazer coisas de mãe.

"Ela deve gostar de gastar o dinheiro todo dela com você, né?", a Junko também não devia ser tão direta, às vezes ela diz coisas que machucam, mas eu não trocaria ela por ninguém nesse mundo. Aquilo me fez pensar. Às vezes as coisas te fazem pensar quando são jogadas na sua cara, é uma das vantagens de se ter uma amiga como a Junko, ela sempre te faz olhar para a vida. Minha mãe deve se sentir péssima por ter que ficar me dando dinheiro. Entrar no café seria bom para que ela não tivesse que me dar dinheiro sempre. Às vezes um pouco de dinheiro doado não é ruim, né?

- Aceito sua proposta! - falei.

- Hã? - murmurou Junko, ela parecia preocupada.

- Vou trabalhar no café com você - sorri.

- Sério? - Junko demorou uns 2 segundos para deixar os neurônios agirem e me abraçou, dando pequenos gritos de alegria, falando "que bom, que bom" o tempo todo. Eu retribuí o abraço depois de ver que ela era o meu maior presente, a coisa que eu mais queria no mundo, e a que eu mais gostava também, ela era a minha melhor amiga.

Primeiro dia de trabalho - 22:27hr - Casa da Reiko.

POV Reiko-chan

Fui para casa depois de arrumar tudo no café e comprar uns tecidos. Cheguei em casa quase morrendo, tive que passar por 1353254 lojas para achar uma que estivesse aberta aquela hora. Trabalhar cansa, pensei. Eu não estava com a menor vontade de fazer as roupas, mas eu precisava, não poderia deixar minha equipe na mão.

Aquele era o pensamento inicial, na minha cabeça eu iria chegar em casa e fazer todas as roupas rápido e perfeitamente, mas eu não fiz bem isso. Minha mãe acabou me oferecendo bolo, e você não ganha bolo de presente todo dia, né? Eu aceitei comer só alguns pedaços, para terminar de costurar todas os vestidos bem rápido, mas acabei comendo ele inteiro. E depois meu pai me chamou para ver um filme, um com um nome muito legal, mas que no meio do filme eu já tinha me esquecido o tal nome, o que não me deixou muito ansiosa para a continuação dele. Bem, no final o filme era chato, acabou com um dos principais morrendo, e eu chorei infinitas lágrimas, mesmo que não estivesse gostando. Depois minha amiga me ligou. Fiquei no telefone com ela por muito tempo, tanto tempo que ela dormiu no telefone. Ah, se eu tão tivesse falado tanto talvez ela não tivesse que pagar a imensa conta de telefone que viria depois daquela noite.

Depois, eu finalmente lembrei dos vestidos ao me olhar no espelho. Reclamei por ter que fazer isso e fui comer alguma coisa. É bom para acalmar. E depois eu me sentei para fazer os vestidos na costureira da minha mãe, local também conhecido como: garagem.

Eu sentei na mesa e olhei para todos os tecidos, e, acredite, aquilo foi o suficiente para me fazer quase dormir. Reclamei mais uma vez. Fiquei um tempo encarando os tecidos, eu fazia roupas para minhas bonecas desde criança, e sabia exatamente como se fazia um vestido de empregada, mas eu definitivamente não iria fazer aquilo sozinha.

Devia ser meia noite mais ou menos quando eu liguei para a minha melhor amiga, Maya, ela estava dormindo, como as pessoas normais geralmente fazem essa hora.

- Alô? - falei. - Maya? Maya? Você está ai?

- Eu estou dormindo, Rei - ela respondeu.

- Mentira, por que se estivesse dormindo não estaria falando comigo.

- O que você quer?

- Ajuda - fiz uma cara de cachorro quando cai do caminhão de mudança, mesmo que ela não estivesse me vendo, eu tenho dessas coisas.

- Ajuda? - ela pareceu estar se mexendo na cama. - Quer ajuda às 00:34hr?

- Se quiser pode ser daqui a quinze minutos também.

- Rei! Eu não vou ir ai! - ela disse, estressada. Bem, foi isso que ela disse, mas o que ela diz dizer é: "chego ai em dez minutos". Eu nem precisem implorar tanto e ela já estava na minha casa. Ela estava usando um pijama de ursinhos e uma pantufa de porquinho rosa, estava ridícula, eu ri dela.

- Algum problema? - ela perguntou.

- Nenhum - respondi, rindo. Não sabia que ela ainda ficava de mau humor nas noites de segunda.

- Anda, vamos acabar com isso logo - ela me empurrou para dentro e fechou a porta. - O que você quer?

- Eu preciso que me ajude a costurar, por favor!

- Costurar? Já viu que horas são? Acha que isso é hora de costurar?

Eu olhei para o relógio pendurado na janela da cozinha; 00:45 não era tão tarde assim, era?

- Acho - respondi.

- Você não muda? - ela perguntou, hoje sei que estava me chamando de idiota indiretamente.

- Mudar? - fiquei confusa.

- Estou vendo que não - ela deu um sorriso forçado. - Rei, desculpa, mas eu não posso fazer isso.

- O que custa? - perguntei.

- Sono.

Ela tinha razão, mas eu tinha um jeito infalível de convencer ela a fazer até as piores coisas para mim.

- Eu tenho chocolate aqui em casa, você pode ficar com ele se me ajudar - sorri maliciosamente.

- Chocolate? - ela pensou na proposta.

- Sim, do melhor!

- Amargo, meio-amargo, ao leite ou com pedaços? - ela disse tão rápido que eu quase nem consegui acompanhar.

- De tudo que você quiser!

- Tem de amêndoas? - ela estava quase babando. - Eu quero de amêndoas.

- Já disse que tem de tudo, pode ficar com o de amêndoas, eu não gosto, prefiro o de amendoim.

- Ok, ok! - ela suspirou. - Vamos fazer logo isso.

E foi assim, que, sem pedir muito, convenci Maya a fazer a roupa para mim.


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Notas finais do capítulo

Desculpas àqueles que ainda não tiveram os personagens encaixados na fic, é que eu estou esperando o momento certo para colocar os que faltam, não me matem u.u'

Já foram 4 das novas nekos apresentadas, não contando com a Reiko, e agora com a Maya são 5, me mandaram uma ficha perfeita e eu aceitei (aceitei todas as fichas, mas td bem -q), então agora faltam 2, e ai vão formar as 7 nekos do café. E olha que era para ser só 4 u.u'
As apresentadas são: Junko, Mey, Tohka, Yahna e Maya. E tem os meninos, os apresentados criados por vocês são: Lee-chan e só. Dos meninos faltam apenas 2. Lembrando que se quiser um par diga. Queria falar as meninas que já tem par confirmado, mas vai ser spoiler, então não vou dizer, apenas peçam.

Desculpem se eu acrescentei alguma coisa idiota (tipo o irmão da Junko) no seu personagem, mas era preciso para o resto da história, de alguma forma.

As personagens vão ser apresentadas conforme a história for passando, não quero ser chata, mas também não quero fazer capítulos horríveis juntando todo mundo de qualquer jeito. Acho isso muito feio. Sorry.