Blue Sky! escrita por Caio V


Capítulo 17
Medusa ataca - Último Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, acreditam que chegamos até aqui? Obrigado por lerem até o final!



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Quando os deuses esquecem sua verdadeira identidade, o mundo mergulha em um mar de escuridão e sangue. O Fim se aproxima.

Fiquei com minha irmã até ela dormir. Assim que ela pegou no sono, minha mãe entrou no quarto silenciosamente.

– Mãe – eu disse. Ela me olhou. – Bia precisa de ajuda.

– Eu sei – ela disse.

– Desde quando ela está... quebrando coisas?

– Desde que soube da morte de Jonathan. Poseidon veio vê-la, disse que vai pedir ajuda ao Dionísio.

– Ótimo – eu disse acariciando o cabelo de Beatriz.

– Eu não preciso de nenhum tratamento – ela protestou sonolenta.

– Não será um tratamento – minha mãe disse. Afastei-me e ela sentou ao lado de Bia. – O Sr. Dionísio só vai te ajudar a superar a...

Minha mãe interrompeu-se. Tinha medo que as próximas palavras dela estragassem o momento de paz em família. Ou quase isso.

– Morte do John? – Bia completou. Minha mãe me olhou. – Deuses! Vocês acham que eu vou pirar só porque aquele idiota morreu?

Deuses? Eu ouvi direito? Minha irmã sempre foi meio estranha, mas nossa mãe sempre nos levou para a igreja, talvez uma forma de disfarçar a existência dos gregos, ou talvez para não cairmos em algo que ela chama de “mau caminho”. Por isso, eu nunca ouvi Beatriz dizer “deuses”, sempre foi “Deus”, “Maria”, “Jesus”, coisas assim.

Eu estava prestes a chamar Beatriz, quando ouvi um grito.

– CAIO! PRECISO DE AJUDA! – o grito vinha do meu quarto. Corri e vi Clivia segurando Afrodite nos braços, ela colocou a deusa na minha cama. – Ela apagou. Do nada.

Foi involuntário, mas nesse momento toda a profecia voltou a minha mente. Atena. Saí do quarto correndo, ao chegar à sala encontrei Atena caída no chão. Peguei-a no colo e a levei até meu quarto. Coloquei a deusa ao lado de Afrodite e suspirei.

– Deuses, o que é isso? – Clivia parecia desesperada.

– Eu não...

Antes que eu terminasse minha frase, a janela foi quebrada por uma pedra.

– FILHOS DE POSEIDON, ENTREGUEM-ME AS DEUSAS E EU DEIXO-OS VIVER – a voz que entrava pela janela era de causar arrepios. Lembrava uma cobra prestes a matar alguém, o pior é que eu sabia de onde surgia a voz.

Peguei um espelho na minha cabeceira e apontei-o estrategicamente para baixo. Lá estava ela, sorrindo para mim. Seus olhos verdes, brilhantes e fatais olhavam para meu espelho. Sua pele pálida e escamosa movia junto com seu corpo de um lado para outro, inquieta. Seus cabelos não existiam, no lugar deles, tinham serpentes vivas, que ficavam se movendo de forma aterrorizante. Ela sibilou e sorriu.

– Se você não descer eu subirei – disse calmamente. – Aposto que sua irmãzinha vai adorar minha presença.

– Eu vou – disse.

Clivia me segurou.

– Ela vai mata-lo.

– Se eu não for ela vai matar todas vocês – eu disse.

– Eu vou com você – ela disse. Eu queria dizer não, mas notei que não ia adiantar.

– Trouxe sua arma? – perguntei.

Clivia tirou uma faca da manga da camisa cumprida e sorriu.

– Nenhum semideus anda sem sua arma, não é mesmo?

– É claro – sorri.

Saquei minha espada de bronze celestial e ambos saltamos pela janela. Não era tão alto, mas tivemos que rolar na queda para não nos machucarmos.

– Semideuses... – Medusa bufou. – Por que vocês nunca se entregam? Seria tão mais fácil.

– Vai ver é de família – eu disse.

– Garoto insolente – murmurou Medusa.

Posicionei o espelho e agora eu conseguia ver a expressão de ódio dela. Clivia puxou um espelho de bolso – algo que deve ter muito no templo de Afrodite –, e observou a Medusa.

Ela avançou em nossa direção. Tentou uma investida com as garras em mim, saltei para o lado e a mão dela passou direto, mas não antes da cauda me atingir e eu cair de costas. Fechei os olhos antes que ela me olhasse. Ouvi Clivia gritar, girei no chão e levantei. Olhei pelo espelho e vi Medusa segurando minha irmã mais velha pela gola da camisa, ela jogou a garota no chão. Clivia ainda era humana, o que indicava que ela não tinha aberto os olhos. Notei que ela estava sem o espelho e sem a faca, problemas.

– Clivia, você está bem? – perguntei. Antes que eu pudesse receber a resposta, Medusa vinha em minha direção.

Ergui a espada a tempo de combater a faca de Clivia, que agora estava nas mãos da criatura. Ergui o espelho e tentei lutar. Ela me cortou na parte de trás da perna, caí de joelhos, mas logo me levantei. Notei a oportunidade perfeita e saltei em um giro, de olhos fechados, enquanto minha espada ia de encontro a algo. Assim que ela se chocou com esse algo, senti que ele estava cedendo à espada. Logo não restara nada. Abri os olhos e vi o pó dourado no chão. Consegui.

– Clivia? – corri até ela. Senti sua respiração leve saindo pelo nariz. Ela está viva. Abracei-a. – Que bom que você não morreu. Afrodite ia ter um trabalhão para substituí-la.

– FILHO – minha mãe gritou desesperadamente. Virei-me, e entrei em estado de choque.

Minha mãe estava parada na minha frente. Em posição de batalha, com uma faca de bronze-celestial erguida na direção da Medusa. Seu corpo e roupas estavam brancos e pareciam feitos de cera. Ela... não, não é possível. Ela virou uma estátua.

– MÃE – gritei. Caí de joelhos. Eu devo agradecer por ter chorado tanto, que não consegui manter meus olhos abertos.

Ouvi um grito agudo, e o barulho de uma espada atingindo algo. Virei-me, peguei meu espelho e olhei. Medusa estava... sem cabeça? Joguei o espelho no chão e virei lentamente. Beatriz estava com uma espada nas mãos. Um tridente azul estava desenhado em sua mão direita. Ela me encarava assustada e ofegante. A espada desapareceu e ela correu para me abraçar.

Depois de alguns minutos de abraço, nós deitamos nossa mãe, ainda uma estátua, no jardim. As lágrimas escorriam descontroladas pelo meu rosto, Beatriz estava deitada sobre a estátua e gritando de angústia.

Ouvi um barulho de algo quebrando no meu quarto. Clivia, já acordada, me encarou assustada.

– Bia, nós já voltamos – eu disse. Minha irmã não se manifestou.

Eu e Clivia corremos até meu quarto. Afrodite e Atena estavam sentadas em minha cama, em volta delas estava tudo horrivelmente bagunçado e quebrado.

– Deuses, o que está acontecendo aqui? – perguntei.

Atena riu.

– Onde estamos?

Olhei sugestivamente para Clivia, que deu de ombros. Então a voz de Afrodite me fez voltar a realidade, e mais um choque.

– E quem são vocês? – ela perguntou. Olhou para o próprio pulso. – Ou melhor, quem somos nós?


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Notas finais do capítulo

Acharam que ia acabar? NADA DISSO!
(Não Caio, eles não acharam que ia acabar)
Calado!
Enfim... obrigado por acompanharem até aqui, e espero ver vocês na segunda temporada! ^-^ (Vou avisar apenas quem comentar aqui...)



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