Paralelo T. escrita por Tom


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Início


Notas iniciais do capítulo

Os sonhos verdadeiros ficam para sempre.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/417577/chapter/1

Torie novamente estava com a cara pregada em seu computador. Seus dedos batiam no teclado com velocidade enquanto seus olhos seguiam cada palavra que ela escrevia. Na verdade, a garota praticamente já não estava mais ali. Havia se entregado totalmente a emoções diferentes que ela mesma havia criado.

Novamente, a menina de corpo magro prendeu a respiração e não acreditou naquilo que sua criatividade lhe proporcionava. Começou com...

"Era noite quando Amerie saiu de casa. Seu corpo esguio se mexia com agilidade pela viela enquanto seus cabelos eram sacudidos pelo vento. Uma adaga simples de bronze havia sido prendida em seu cinto marrom que para nada servia a não ser isso. Um mero enfeite. Até porque a calça preta justa e o casaco longo da mesma cor lhe cobriam da visão dos outros. Tinha sido com essa finalidade, claro.

Naquela época era difícil se tornar um matador de aluguel. Mais difícil ainda era uma MULHER conseguir tal feito. Amerie Piktrius Virtanen era a única e, talvez, a melhor de ambos os sexos. Seu alvo agora era o filho do prefeito da cidade. Motivo? Ela realmente não tinha. Simplesmente lhe aparecera uma carta por debaixo da porta de sua casa com a mensagem de assassinato. Um sorriso escapou de seus lábios. Só Deus sabe o ódio, ou quase isso, que ela sentia pelo prefeito.

Na verdade, não era bem um ódio. Eles já se conheciam de antes, bem antes. Antes de ele se tornar um mesquinho prefeito festeiro e ela se tornar uma assassina de elite. Histórias vão e histórias vêm, as quais não serão necessárias serem mencionadas agora, a mulher nutriu-se de ódio por ele. Esse tinha quase sido o completo motivo de ela ter se tornado o que era atualmente.

Aos seus quase 37 anos de idade, Ame nunca tinha estado tão bem quanto agora. Apesar de ter ficado a infância inteira naquela cidade, todos pensavam que ela tinha ido embora para se livrar de seu passado sombrio. Isso era irônico, porque o que ela mais queria era retornar e mostrar a todos os imbecis que lhe descriminavam que ela era a pessoa mais temida do local.

"Idiotas". Pensou repentinamente enquanto ela se lembrava da última imagem que tentaram reproduzir de seu rosto. Parecia mais com um homem e um nariz de porco. Ridículo. Ninguém nunca conseguiria identifica-la. Nunca. Mas agora ela estava indo encarar um desafio que poderia ser um pouco complicado... E se o prefeito estivesse lá? E se ele percebesse a sua forma de andar, de... Não. Ela não poderia pensar nisso.

Desvencilhando a adaga de seu cinto, ela parou perto do alçapão que dava passagem para qualquer canto da cidade. Os seus “amigos” – os que lhes mandavam quem era a próxima vítima – que construíram aquilo com a finalidade de tornar os seus negócios mais rápidos e eficientes. Decididamente, depois de ter conhecido o seu chefe idiota, não entendia como eles haviam pensado em uma ideia tão genial. Mas fazer o que? Ela necessitava da ajuda deles.

[...]

O túnel estreito e escuro era tomado por várias direções diferentes. Ora para a esquerda, ora para a direita e muitas vezes eles desciam mais ainda. Repassou na mente qual seria o plano e como executaria o menino de apenas cinco anos. Ela quase sentiu remorso quando descobriu isso, mas se lembrou do prefeito e da nojenta de sua mulher e na mesma hora se aprontou para sair. Se dependesse dela, mataria todos, mas como é o contrário... Limitou-se a apenas um suspiro.

O prefeito, como sempre, estava dando uma festa. Na sua língua natal, ela gostava de chamá-lo de Suuri Dionysios. Em outras palavras, O Grande Dionísio. Ela nunca havia conhecido alguém que gostava tanto de beber e dar festas como ele. Afinal, a população pobre não precisa de comida e moradia. Ela era apenas uma parcela insignificante da sua festa de uma vida inteira. Como ele conseguia se recanditar todas às vezes Amerie ainda não entendia. Grande idiota, isso.

A mulher foi tirada de seus devaneios quando um galho se quebrou aos seus pés. É comum em túneis ter galhos? Com certeza não. Mas então ela se lembrou de que aquilo significava e porque ELA tinha colocado ali.

'Foi há muito tempo atrás. Amerie, naquela época, ainda se entregava aos prazeres da sua adolescência. Ao seu lado, de baixo de sua típica árvore, estava Antti Charlisle. Nessa época, o poder ainda não lhe subia a cabeça...'"

– TORIE! – Gritou a mãe da garota enquanto ela tentava sair de dentro de sua história. Nem parecia que ela estava escrevendo tudo aquilo. Era tão real e... A mãe lhe gritou novamente. Só que a garota de cabelos louros não parecia estar escutando. Só queria terminar aquilo de uma vez por todas. – VOCÊ VAI SE ATRASAR DE NOVO! – Dessa vez, Torie se moveu da cadeira.

– ESTOU INDO! – Gritou de volta. – Merda... – Suspirou enquanto fechava todas as páginas abertas e digitava uma mensagem rápida em seu celular. Guardou-o dentro da mochila que estava aos seus pés e se dirigiu para a saída do quarto. O sol já tinha se posto rapidamente e eram as estrelas que tomava conta da paisagem. Os carros buzinavam, as pessoas conversavam em alto e bom som. Mas nada disso fazia com que a vontade da garota de voltar para o seu quarto e se trancar lá, para escrever a história, diminuísse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É... Foi isso aí por agora. Comentem o que acharam e espero que tenham gostado da leitura. :3