Esme

Estava me preparando para mais um dia de aula, tinha tomado um banho e hidratado a pele com meu creme favorito que possuía um cheiro doce e suave de frutas. Coloquei uma calça jeans e uma blusa simples, me olhei no espelho mais aquela não tinha ficado boa, eu emagreci muito nos últimos meses e todas as minhas roupas estavam estranhas em mim, mas como minhas opções eram poucas resolvi ir com aquela mesmo.

Preparei meu café rapidamente que era composto por frutas e cerais e me senti agradecida por ter aquilo pra comer, afinal eu já havia dormido pra esquecer a fome.

Apresei-me em ir para a escola era um bom caminho até lá e eu não possuía carro e nem tinha dinheiro para pegar um ônibus ou qualquer coisa assim. Todo meu dinheiro estava contado e qualquer gasto a mais me traria graves consequências.

...

Cheguei à escola por volta das 7:45 e na entrada já haviam vários alunos que conversavam alto e riam sem parar, alguns vinham a pé outros de bicicleta e até tinha outros que vinham de carro e eu me perguntava quais pais em sã consciência daria um carro para um adolescente. Entrei rapidamente na escola e me dirigi a sala dos professores.

- Bom dia a todos! – disse tentando ser educada.

- Bom dia! – alguns me responderam.

Felix um dos professores se aproximou de mim.

Felix

Desde que Esme tinha chegado na escola eu não tirava os olhos dela, ainda mais depois de descobrir que ela era solteira, uma mulher linda como ela não ficaria solteira por muito tempo ainda mais numa cidade como Forks.

- Esme não quer ir dar uma volta com agente hoje a noite? Estamos pensando em comemorar a volta às aulas. – disse simpático, eu mesmo tinha inventado essa história e chamado os outros professores com a esperança que ela fosse.

- Hoje a noite eu vou estar ocupada quem sabe outro dia.

- Mas vai ser legal. Vamos com agente.

- Realmente não dá, mas obrigada por lembrar de mim Felix.

Ela pegou seu material e saiu da sala, recebi um fora logo de cara mais não iria desistir Felix Volturi nunca desiste.

Esme

Será que eu fui mal educada? Nem ligo também, eu estou aqui pra trabalhar e não posso me envolver com ninguém, e se eu me envolver vão me fazer perguntas que eu não posso responder, pelo menos não agora.

...

O intervalo já havia acabado e eu estava dando aula de literatura inglesa para o terceiro ano. Mandei a turma se sentar em duplas e ler um poema e depois teriam que fazer a analise dele.

Todos pareciam bem interessados exceto Emmett  Cullen (como sempre) que dessa vez estava mexendo no celular enquanto seu irmão Edward fazia todo o trabalho sozinho.

- Emmett! – o chamei e ele nem percebeu.

- Emmett!

- Emmett Cullen! – Edward deu um soco no braço dele que me olhou assustado.

- Você sabe que aqui não é permitido celular dentro da sala de aula.

- É eu sei. – ele respondeu debochado.

- Se sabe por que esta mexendo nisso?

- Porque isso não é bem um celular e um iphone.

A sala inteira não se aguentou e todos caíram na risada, eu já tinha suportado muitas das gracinhas desse garoto mais essa era demais até pra mim.

- Como a aula não esta interessante pra você eu sugiro que você vá fazer uma visitinha a diretora Carmem.

- Com todo prazer querida professora a dona Carmem deve estar sentindo minha falta, desde que começou as aulas eu não fui à sala dela ainda. – ele disse isso todo sorridente, juntou seu material e saiu.

O resto da aula seguiu sem interrupções.

Emmett

Estava cansado daquela aula literatura não é meu forte, só estava mexendo um pouquinho no meu face e como o trabalho era em dupla o Ed fazia o trabalho por mim, nessas horas era bom ter seu irmão inteligente na mesma sala que você, mas a professora nova ficou irritada pela primeira vez comigo e eu tenho uma reputação a zelar não podia simplesmente obedece-la e pronto. Ela me mandou pra direção e eu fui de bom grado era a ultima aula mesmo.

Carlisle

Estava no meu escritório estudando algumas coisas, afinal um médico que se prese nunca pode parar de estudar. Amo minha profissão e é tudo que eu sei fazer, apesar da minha pouca idade sou tido como referência para médicos mais velhos e isso só me incentiva a estudar cada vez mais.

 Cheguei do meu plantão noturno e dormi a manhã inteira, pois com as “crianças” em casa dificilmente eu tenho essa chance. As horas haviam passado e só me dei conta que estava atrasado pra buscar meus filhos na escola quando o telefone tocou.

- Alô!

- Sr. Cullen é da Forks school.

- Oi, aconteceu alguma coisa?

- Sim o Emmett andou aprontando.

- Tudo bem já estou indo pra ai agora.

Peguei a chave do meu carro que era uma suburban com 7 lugares, esse era o carro da família pois dava pra todo mundo ir junto. Chegando à escola me dirigiu para a diretoria fazendo o caminho que já fizera inúmeras vezes, pois meus filhos não eram fáceis.

Emmett era o pior não prestava atenção nas aulas e vivia arrumando brigas pelos corredores da escola. Edward era o mais quieto dos cinco, mas mesmo assim era chamado na escola por causa dele, afinal não era normal um adolescente ser tão quieto e fechado. Jasper era normal às vezes matava aula na biblioteca ou então fingia uma dor de cabeça pra ficar na enfermaria no horário da educação física já que ele odiava esporte. Alice e Rosalie eram sempre os mesmos motivos não paravam de falar, atrapalhavam o bom andamento da aula ou causavam algum tumulto tentando tirar alguém da cafonice como elas assim diziam.

 - Dr. Carlisle eles estão te esperando na sala.

- Tudo bem, obrigada Sophia. - já conheço até os funcionários da escola de tanto que sou chamado aqui.

- Por nada.

Fui até a sala e dei uma leve batida na porta e entrei.

- Boa tarde!

- Sente senhor Cullen.

- Obrigada.

- Então senhor Cullen...

- Sem o senhor, por favor, apenas Carlisle.

-  Carlisle o Emmett andou aprontando mais uma vez não é Emmett?

- Sim.

- O que você fez filho?

- Eu só estava checando minhas mensagens.

- Conta pro seu pai Emmett onde você estava checando seu e-mail. – Carmem disse.

- Na sala, onde mais seria.

- Emmett, por favor, quantas vezes eu vou ter de pedir pra você se comportar e seguir as normas da escola?

- A pai, eu to cansado não estava nem a fim de vir aqui hoje.

- E eu? Você acha que eu estava a fim de vir aqui falar com a diretora sobre meu filho que não consegue obedecer ninguém?

- Desculpa pai.

- Você tem de pedir desculpas para a sua professora.

- Tudo bem eu vou pedir, mas agora eu já posso ir diretora?

- Pode sim, só espero não te ver por aqui por esse motivo novamente.

- Tudo bem não vai mais se repetir e obrigada pelo café estava muito bom.

Nos andamos lado a lado pelo corredor da escola e eu me perguntava se Irina estivesse viva as coisas seriam diferentes.

Emmett

Meu pai ficou bravo comigo só pra variar, mas o que eu poderia fazer? Obedecer? Claro que não.

Mas não gostava dele distante de mim, então resolvi quebrar o silêncio.

- Pai você ta com muita raiva de mim?

- Claro que não eu sei que você não fez por mal e sei também que isso não vai mais se repetir.

- Eu te amo sabia?

- Sabia sim filho. Mas agora me mostre a sala da sua professora.

- Pra que?

- Você vai pedir desculpas pra ela horas, ta achando que eu esqueci?

- Mas na sua frente?

- Lógico.

- Ta bom, ta bom é por ali. – Droga.

Esme

Estava na minha sala corrigindo algumas atividades, não gostava de acumular trabalho e também não sabia o que poderia acontecer comigo amanhã, minha vida era inconstante demais e por conta de alguns problemas do passado talvez tivesse que me mudar novamente.

- Com licença senhorita Platt.

- Toda pode entrar Emmett. – o que ele queria agora?

- Gostaria de te apresentar uma pessoa.

- Quem?

- Meu pai, a diretora o chamou pra falar de mim. – pelo menos isso.

- O manda entrar, por favor.

- Pai! – Ele chamou e entrou um homem loiro muito bonito e jovem demais pra ter 5 filhos. - Bom senhorita Platt esse aqui é meu pai Carlisle Cullen.

- Prazer em conhecê-lo senhor Cullen.

- O prazer é todo meu, mas sem o senhor, por favor. – ele disse simpático.

- Ok, me chame só de Esme. Posso ajuda-los em alguma coisa?

- Emmett?

- Hummm, bom eu só vim pedir desculpas pelo que eu fiz na aula e prometo que não vou mais fazer isso.

- Ta desculpado, mas você não precisava ter vindo aqui pra isso querido. – eu conhecia bem esse tipo que fingia ser rebelde, mas no fundo era uma ótima pessoa.

- Precisava sim Esme, não é isso que eu ensino pros meus filhos, mas sabe como são os adolescentes.

- Sei sim e não se preocupe senhor quer dizer Carlisle eu entendo.

- Então acho que já vamos né filho?

- É vamos sim to morrendo de fome.

- Me diz quando você não esta com fome.

- Tchau!

- Tchau!

...

Carlisle

Sai da escola e resolvi levar meus filhos pra almoçar fora, desde que Irina morreu eu só comprava comida pronta, pois se dependesse de mim meus filhos morreriam de fome. Fomos a um restaurante simples e almoçamos felizes, apesar de eu estar distraído na maior parte do tempo pensando em como era linda a professora dos meus filhos, desde que fiquei viúvo nunca tinha olhado pra uma mulher e sentido o que senti ao ver Esme.

Esme

Depois de uma longa caminhada da escola até minha casa me senti aliviada apesar de ter vindo desde lá olhando para os lados com medo de que certa pessoa estivesse atrás de mim, mas agora eu estava segura, atravessei o país e não seria tão fácil me achar.

Fui direto pro meu quarto me desmontar, afinal não é esse o tipo de roupa que eu costumava usar e essa peruca me esquentava a cabeça, mas eu precisava agir assim, pois não podia ser encontrada. Tomei um banho demorado e vesti um short e uma camiseta simples.

...

Depois preparei meu jantar e resolvi me sentar na varanda para ler, minha casa não tinha luxo nenhum e eu não possuía nem uma televisão ou até mesmo um telefone.

...

Na hora em que me deitei veio a imagem do pai do meu aluno na cabeça e eu tentei afasta-lo dos meus pensamentos o que foi uma missão impossível, mas consegui e  pela primeira vez em muito tempo dormi e não tive pesadelos.