A Mãe Perfeita escrita por Williane Silva


Capítulo 11
NO ESCURINHO DO PORÃO!


Notas iniciais do capítulo

gente desculpa a demora mais to postando dois capitulos pra compensar ta bjus.



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- Todos entenderam o que falei?- eu coloquei o filme de aventuras no DVD e comtemplei os meninos.

O trio estava espalhado na frente da TV: Erik estendido no sofá, Ben sentado de lado em uma poltrona e Mike deitado no chão, usando uma almofada como travesseiro. Ben revirou os olhos.

- Sim, papai.

- Então repitam para eu ter certeza de que entenderam.

Os dois mais velhos torceram o nariz, mas recitaram antes que eu pudesse tomar outra providencia:

- Temos que ficar aqui, assistindo ao filme. Não podemos tocar em nada mais exceto no controle remoto. Não podemos sair da sala, exceto para ir ao banheiro. Não podemos tocar no Mike, nem fazer nada com ele. Dentro de um hora, você vai interromper seu trabalho para trazer um lanche.

Eu meneei a cabeça confirmando:

- Estou vendo que entenderam.

Ben suspirou, com a expressão amuada.

- Eu não quero assistir a essa droga de filme velho. É muito chato. Quero ir lá para fora.

- É isso aí – choramingou Erik.- Por que não podemos ir lá pra fora?

Eu olhei pela janela. A tarde estava cinzenta e úmida.

- Porque está chovendo.

- Mas nós gostamos de brincar na chuva.- teimou Ben.

- É mesmo. Nós nunca temos nada o que fazer.- reclamou Erik.

Eu cheguei ao meu limite no dia anterior aquela história de café da manhã na cama. Fiquei furioso e frustrado ainda mais ao perceber que , na verdade, o que eu desejei foi enxotar a criançada para fora do meu quarto e agarrar Bella em minha cama. Fiquei tão perturbado pelo meu desejo frustrado, além da suspeita constante de que ela não estava usando nada sob a camisola curta, que comi uma torrada inteira com pasta de amendoim sem perceber que os garotos haviam passado manteiga em ambos os lados do pão. Conclusão. Lambuzei os dedos.

Aquilo foi o que bastou. Saltei da cama como um tigre, mandei Bella embora de minha casa e passei um sermão exemplar nos meninos. Depois, para evitar o perigo de que os garotos trouxessem sua amiguinha de volta, eu os coloquei dentro do carro e parti para Seattle, onde passamos o dia no porto.

Passeamos de bonde, alimentamos gaivotas, observamos os barcos atracar e partir, visitamos o aquário e assistimos a um show de raio laser.

Deveria ter sido divertido ou educativo. Deveria ter sido um dia inesquecível. Porém, eu estive tenso o tempo todo, e os garotos, desanimados. Não conseguiam dizer nada sem incluir Bella.

- Aposto como Bella gostaria disto...

- Bella uma vez me contou um história...

- Se Bella estivesse aqui...

- Bella disse que...

O pior era que eu próprio senti falta dela. Bem, não que eu não conseguisse cuidar de tudo sem a sua ajuda, mas é que sei que ela teria gostado muito do passeio. Teria rido muito no show das focas e apreciado alimentar as gaivotas. Aqueles olhos escuros ficariam arregalados no espetáculo de raio laser, e ela teria que se segurar para não rir do banho que Ben levou quando o leão marinho deu uma rabada na água.

De alguma forma, quando Bella estava se divertindo, o dia parecia mais bonito, e o mundo, um pouco melhor.

- Mas, papai.- Ben não conseguia ficar parado na poltrona.- Ainda não entendo por que não podemos ir lá para fora.

- Porque eu não quero e pronto.- eu respondi rispidamente.- Tenho que examinar os relatórios mensais de meus gerentes e preciso de um pouco de paz. Vocês vão ter que cooperar.

Com isso, liguei o aparelho, sai e caminhei pelo corredor até meu escritório. Tomando a precaução de deixar a porta aberta, sentei na escrivaninha, liguei o computador e me pus a trabalhar.

Ao ligar a impressora, quarenta e cinco minutos mais tarde, a campainha tocou. Esperei um momento para ver se os relatórios estavam sendo impressos corretamente e depois sai pra abrir a porta da frente.

- Oi!

Era Bella, com gotas de chuva nos cabelos negros e o rosto levemente corado. Estava de tênis, short e uma camiseta sem mangas sob o agasalho de zíper. Será que ela nunca usava roupas normais? Eu pensei.

- Oi.

- Estou interrompendo?- ela sorriu timidamente.

- Não, é claro que não.- eu responde, imaginando por que aqueles dentes precisavam ser tão brancos, e aquela boca, tão exótica.- Posso ajuda-la.

- Você tem um minuto? Gostaria conversar.

- Claro, entre.

- Obrigada.

Ouvimos um som nos fundos da casa. Eu franzi o rosto.

- Quer me dar um momento?

Eu sai na direção do corredor, com Bella no meu encalço. Eu abri a porta da cozinha, falando por sobre o ombro.

- Os garotos estão na sala da TV...

Só que eles não estavam lá, e sim na cozinha, movando-se como pequenos tornados.

- Já passou uma hora!- Erik apressou-se em explicar ao me ver.

- É isso aí.- concordou Ben.

Ele abriu o freezer e jogou uma embalagem de sorvete para Mike, para depois vasculhar o refrigerador à procura de leite e soda. Deixando a porta aberta, correu para o balcão, trouxe o liquidificador para perto de si e misturou os ingredientes com ímpeto de um cientista maluco.

- Queremos milk-shake, mas você não precisava se preocupar, pois podemos fazer tudo sozinhos.

- Alto lá mocinhos...

- Também queremos pipoca, está bem?- No lado oposto da cozinha, Erik colocava um pacote de pipocas no micro-ondas.

- Ei! Bella está aqui!- gritou Mike alegremente ao vê-la por detrás do meu ombro.

O rosto de Erik se iluminou.

- Oi! Bella você não sabe da ultima. Estou com uma erupção na pele. Quer ver?

- É nojenta.- Ben alertou.- Mas aposto como você vai gostar do filme que estamos vendo. É o maior barato! Quer assistir conosco?

- Acho que não rapazes. Vim conversar com o pai de vocês.

- Por favor...

Ela riu e balançou a cabeça me distraindo por um preciso segundo.

Nesse momento, Erik acionou o micro-ondas, Ben ligou o liquidificador na potência mais forte e o refrigerador aberto retomou o ciclo. Todos ao mesmo tempo. Em seguida as luzes piscaram e os aparelhos pararam de funcionar.

- Só me faltava essa.- resmunguei. Para piorar a situação, agora eu tinha um problema elétrico.

- Está muito escuro aqui embaixo.- disse Bella. Em quanto eu e ela descíamos a escada que levava ao porão.

- O que esperava? Eu não disse que o porão e a cozinha estavam no mesmo circuito? É para isso que trouxe a lanterna.

- Foi só um comentário Edward.- ela disse humildemente.- Não precisa me crucificar por causa disso. Não foi ideia minha descer até aqui. Estaria muito feliz lá em cima com os garotos...

- Ah, sim, para você limpar toda a bagunça que eles fizeram? Sem chance. Eles precisam entender as consequências de suas atitudes.

- Sim, é claro que sim, mas ainda são garotinhos. Qualquer um pode esquecer de colocar a tampa no liquidificador. Eu mesma já fiz isso. Não acha que está sendo duro demais com eles?

- Não.

Depois de ficar calada por alguns segundos Bella falou.

- Edward?

- Sim?

- Você ainda está chateado porque lhe emprestei aquele dinheiro no mercado?

- Eu não fiquei chateado.

- Está irritado porque interferi no caso dos peixinhos de Mike, então?

- Não seja ridícula.

- E então? Não vai dizer qual é o problema?

Eu retesei meu maxilar. O problema era que ela estava próxima demais e estava escuro demais. Um homem pode ter ideias perigosas, nessas condições. Eu poderia começar a pensar nas coisas que eu tinha vontade de fazer. Com ela. Para ela. E em coisas que ela poderia fazer por mim se estivesse disposta a...

- Bem?

- Ouça.- eu vociferei.- Você disse que queria falar comigo, então por que não vai direto ao assunto?

- Sabe, não é a primeira vez que tento falar com você a respeito. Vim aqui ontem, mas vocês não estavam.

Ótimo. Agora ela é que estava parecendo emburrada. Pior: parecia estar controlando a minha vida.

- Levei os garotos até Seattle, para ver o porto.

- Oh...

PV Bella

Eu sabia que era ridículo. Mas me senti ferida por ter sido excluída do passeio.

- Vocês se divertiram?

- Muito. Foi fantástico. Bem, mas você veio aqui para me contar algo...

- Ben está dando uma de casamenteiro.

Pronto. Eu consegui falar. Mas como ele vai reagir? Vai ficar chocado? Ofendido? Será que vai acreditar em mim?

- Eu sei.

- Sabe?

Era a única possibilidade com a qual eu não contava.

- Sei.

- Ah... quando descobriu?

- Percebi que havia algum tipo de armação naquele dia no mercado. Depois, foi só juntar dois mais dois.

- Mas... por que você não falou nada?

- Não vi nenhum motivo. Nós dois somos adultos e maduros o suficiente para sabermos que porque Ben quer uma coisa, não significa que vá necessariamente consegui-la.

- Bem... está certo.

- Agora, poderia ficar quieta enquanto tento me equilibrar.

Eu fiquei furiosa. Se eu já não estivesse ao pé da escada eu teria feito Edward rolar degraus abaixo.

Finalmente paramos perto de um amontoado de caixas e moveis, que incluía uma cama antiga.

- O que são todas essas coisas?- eu quis saber.

Ele apontou o facho da lanterna na parede, emitindo um som de aprovação ao localizar a caixa dos disjuntores.

- Esta é a velha mobília de quarto da cabana.- ele explicou distraidamente enquanto tentava abrir a caixa.- Por favor, segure a lanterna. O fecho parece estar emperrado.

Eu me aproximei para pega-la e apoiei minha mão em um velha cômoda para manter meu equilíbrio. Algo pequeno e peludo passou rapidamente pelas costa da minha mão. Com um grito sufocado, afastei a mão e me precipitei na direção de Edward. Nossas pernas se entrelaçaram, nos forçando a cair sobre a cama. A lanterna voou para o alto e caiu com um som de vidro estilhaçado. O salão ficou em total escuridão, seguida por um silencio pesado.

- Mas que inferno!.- Edward disse por fim, com a respiração quente aquecendo meu peito.- O que aconteceu?

O calor subiu pelo meu corpo. Edward havia caído sobre mim, entre as minhas pernas, com o rosto aninhado intimamente entre meus seios. Eu mal podia respirar.

- F...foi Brutus, eu acho. Ele correu pelo meu braço.

Edward respirou fundo.

- Eu já devia ter adivinhado... devo estar no meio de alguma conjunção de planetas. Todo dia tenho que enfrentar alguma catástrofe doméstica.

Parecia cansado. Não só isso, mas desanimado, sem esperanças. Eu me enternece.

- Mas você tem estado o tempo todo ao lado dos garotos.- como se minha mão tivesse vida própria, eu acariciei a cabeça de Edward.- Isso é o que importa.

Ele estremeceu ao meu toque.

- Mas tenho feito tudo errado. Lembra o que eu falei a respeito do passeio à Seattle? Eu disse que foi tudo bem, mas menti. Foi um desastre. Perdi Mike no aquário. Tive que pedir auxílio à segurança, e os trinta minutos que levamos para encontra-lo foram os piores da minha vida. Depois deixei Erik tomar sorvete de morango e só então fui me lembrar de que ele é alérgico à fruta. Em um hora já estava coberto de vergões. Fomos ao posto medico e ficamos lá tanto tempo que meu carro foi guinchado. O que paguei para liberar o automóvel dava para pagar a faculdade de Benjamin.

Eu não sabia se ria ou se chorava.

- Oh, Edward...

- Eu ainda não terminei. Demoramos o dobro para voltar para casa por causa de um congestionamento gigantesco na estrada. Quando finalmente chegamos aqui, os garotos insistiram em dormir comigo por causa da tempestade. Quando acordei, estava dormindo no chão. Então pensei em relaxar da tensão correndo um pouco. Foi quando descobri que o maldito furão havia estraçalhado os meus tênis.

- Pobre Edward.- eu disse, tentando sufocar o riso.- Sinto muito.

- Sente? Bem, mas esta não é a pior parte.

- Qual é, então?

- Você continua sendo gentil e tenho sido um idiota, eu deveria estar é me desculpando.

- Oh, Edward...

Sem eu me dar exatamente conta do que eu estava fazendo, comecei a acariciar o rosto dele, na linda do queixo.

Ele enrijeceu. Em seguida, com um gemido torturado, virou o rosto e abocanhou o meu mamilo túrgido.

Foi a coisa mais sensual e provocante que eu já senti e era exatamente aquilo que eu estava querendo.

- Ah, Edward.- eu ofeguei, arqueando o meu corpo.

Ele só estava esperando esse meu encorajamento. As mãos grandes subiram. Uma amoldou firmemente o meu seio que não estava sendo mordiscado. A outra amoldou o que estava entre seus lábios, firmando-o para seus carinhos exigentes.

Era mais do que eu podia aguentar, mas ainda não era o suficiente. O agarrei pelos cabelos e interrompe o carinho torturante.

- O que houve?- ele perguntou ofegante.- Você quer que eu pare?

- Nem ouse parar! Quero que você me beije.

Com um som estrangulado na garganta, ele deslizou entre as minhas pernas como um enorme réptil sinuoso, deixando um rastro de chamas na sua passagem.

Levantei a cabeça, louca para que os lábios de Edward alcançasse os meus.

Nunca tinha me sentido assim: ardendo de desejo, completamente fora de controle, como se seu fosse morrer se ele não me possuísse.

Nos dois gememos quando os dedos dele ergueram-se sobre meu sutiã, tocando diretamente a pele dos meus seios.

- Você está me enlouquecendo... você é tão...

Em som indefinido quebrou o silêncio, seguido de vozes agitadas.

- Ooooi! Papai? Bella? Já terminamos de limpar a cozinha. Vocês estão aí embaixo.

- Ai, meu Deus! Os garotos!- eu me agarrei em Edward.- O que vamos fazer?

- Não se mexa.- ele ordenou sussurrando.- Talvez... talvez eles desistam.

Eu senti uma compulsão histérica de rir. Ele não estava falando sério, estava?

Durante os segundos seguintes, os garotos pareceram cochichar. A sombra de suas silhuetas alongava-se pela escada. Eu contive minha respiração ao ouvir Ben exclamar.

- Achei!

Em seguida um facho de luz entrou pela escada e circulou por todos os cantos.

- Droga, onde eles conseguiram a lanterna?

Edward saltou da cama como um gato escaldado, me puxando com ele. Não mais do que cinco segundos depois, o facho iluminou a cama e, no segundo seguinte, incidiu sobre nos dois.

- Aí estão vocês!- exclamou Ben, triunfante. Ele e os dois irmãos vieram pela escada até onde nos dois nos encontrávamos.- Pensei que estivessem perdidos. Não estão felizes porque viemos?

Edward ergueu uma das mãos para proteger os olhos da luz ofuscante.

- Ah, sim... muito felizes.

- Sabem?- observou Erik atentamente.- Vocês estão com uma aparência estranha. Seus cabelos estão especados.

- É, ele tem razão.- concordou Ben, satisfeito.- Suas roupas também estão amarrotadas.

Eu olhei para baixo. Minha blusa de malha deixou o meu ombro exposto. Uma meia estava quase fora do meu pé e, para falar a verdade, só Deus sabe onde esta meu par de tênis.

- O quê vocês estavam fazendo?- inquiriu Ben com um tom sugestivo.

Erik balançou a cabeça.

- Ih Ben, será que você não percebeu? Eles estavam fazendo aquela coisa que se faz nas novelas.

- Nós não estávamos fazendo isso.- Edward protestou.- Estávamos procurando a lanterna, que caiu.

Eu ergue meu queixo.

- É isso aí.

- Eu não acho.- disse Ben com um olhar endiabrado.- Acho que...

- Uau. Olhem!- era Erik, brandindo o dedo indicador, entusiasmado.- É o Brutus!

- Onde?- gritou Mike.

- Bem ali!- disse Erik.

- Estou vendo!- Exclamou Ben.

- Onde?

- Ali! Vamos pega-lo!

Os garotos saíram correndo atrás do bichinho que escolheu a fuga pelas escadas. No pé dos degraus, os garotos se atrapalharam. De repente, a lanterna também voou para o alto e em seguida se ouviu um som parecido com o de uma bola de boliche fazendo um strike. No momento seguinte, não se ouviu mas nada.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem ta bjus. e ah recomendem ta.



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