Dama De Copas escrita por Andhromeda


Capítulo 20
A linha na areia


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo é dedicado a Juh!
Mil desculpas pela demora...
Espero que goste!

Sinonimos:
não - non
você - vous
sim - oui
obrigado - merci
dame – dama



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Gambit estava com raiva.

Mas que isso, também estava preocupado e apreensivo, sentimentos tão incomuns para ele, que não sabia ao certo como reagir.

Vampira estava numa sala presa com o Wolverine há quase 1 hora e se ela fosse tão influenciável pelo outro mutante quanto imaginava, o Canjun definitivamente teria problemas.

Uma nuvem de fumaça se fez presente a sua frente, trazendo com ela um cheiro de enxofre e um Noturno sorridente.

– O Professor quer falar com você. Disse o garoto.

Kurt era o único X-Men que o tratava com naturalidade – sem olhares furtivos, ou cautela – na verdade, o tratava como se Gambit fizesse parte dos bonzinhos desde sempre. No inicio o Canjun tratou o garoto com desconfiança, mas quando resolveu perguntar o motivo de ser tratado tão...bem, Noturno apenas deu de ombros e respondeu.

– Você a salvou. E tudo estava explicado, salvando a Vampira ele havia ganhado também a lealdade do teleportador.

Gambit era um soldado em território inimigo, não iria ser exigente com a escolha de seus aliados.

– Sabe o que ele quer? Perguntou o francês, feliz por ter outra coisa para pensar alem da conversa que estava acontecendo em um quarto a poucos metros dele.

– Não tenho idéia. Respondeu Noturno, dando de ombros. – Vamos.

Antes que pudesse recusar educadamente, o Canjun teve as células do seu corpo se separando e reagrupando em milissegundos, seu estomago embrulhou – o que acontecia sempre que era teletransportado – e em um piscar de olhos estava encarando a grande porta de madeira polida da Biblioteca.

– Sabe, non precisa fazer isso sempre, algumas pessoas gostam de simplesmente... andar.

– E perder o passeio? Kurt fez uma careta, como se a sugestão do francês fosse uma coisa arcaica e obsoleta.

Ele realmente gostava daquele garoto.

– Bem, meu trabalho está feito. Disse Noturno, deu um aceno de mão e sumiu da mesma forma abrupta que havia aparecido, deixando o outro completamente sozinho no corredor.

Assim que entrou na sala, Gambit teve sua atenção totalmente atraída para o Professor.

Charles Francis Xavier não era um homem imponente, sentado em sua cadeira de rodas, mas existia algo em sua postura calma e serena que simplesmente chamava a atenção das pessoas onde quer que fosse.

– Gambit. Cumprimento Xavier, atrás dele a grande janela da Biblioteca mostrava os alunos na aula de treinamento.

Embora fossem as férias de verão na escola regular, o Instituto estava sempre em funcionamento, pois alguns dos alunos tinham habilidades tão voláteis que exigia treinamento constante.

– Noturno me disse que queria falar comigo. Disse Gambit sem jeito.

De todos os mutantes que conhecia o Professor X. era o único que conseguia deixá-lo desconfortável – ganhando ate mesmo do Wolverine com todas as suas garras e ameaças – acontece que por trás de toda aquela aparência inocente, Charles era o homem mais perigoso que já existiu, com o poder mutante capaz de invadir a sua mente e descobrir seus segredos mais inconfessáveis.

E na opinião do Canjun, o fato de todo mundo instantaneamente confiar nele, não contava muito a favor do Professor.

– Sim, sente-se. Ofereceu o Professor X. aproximando-se dele.

Non, merci. Recusou Gambit, aquele não seria um encontro social comum, na verdade ele esperava por aquela conversa desde o primeiro momento que colocou seus pés no Instituto.

– Como esta a Vampira?

– Viva. A palavra saiu um pouco mais acida do que gostaria, mas não conseguia ser cortes depois do mutante ter traído sua Dame.

– Fico feliz com essa noticia.

– Duvido muito.

– Diferente do que você pensa meu rapaz, eu não sou um vilão, me preocupo com cada jovem mutante que vive no Instituto.

Non tenho tanta certeza assim, afinal a Vampira é uma X-Men, no entanto vous iria deixá-la presa com o Apocalipse.

– Entendo seu ponto de vista, mas entenda que tomei minhas decisões baseado no que seria melhor pra todos. Suspirou pesadamente. Quando estive com o Apocalipse, tive uma visão sobre o futuro...

Non me importa sobre o que vous viu, ela non era apenas um cordeiro de sacrifício, Vampira era uma de vous. Seu sotaque mais carregado por causa da raiva. – E vous a traiu?

– Não foi uma decisão fácil de tomar, da mesma forma que não foi fácil ouvir os lamentos de centenas de milhares de pessoas enquanto elas morriam. Pela primeira vez desde que o conheceu, o olhar de Charles parecia tão perturbado, que por alguns segundos Gambit realmente acreditou nele – O mundo não esta preparado pro poder da Vampira.

Apenas por alguns segundos.

– Preparado, ou non. Seus olhos escarlates brilhavam como o interior de um vulcão prestes a entrar em erupção. – Ela non vai a lugar algum.

O Professor colocou as mãos em baixo do queixo com os dedos entrelaçados, em uma posição meditativa.

– Onde esta a sua lealdade, Gambit?

– Com a Vampira. Respondeu instantaneamente, a mudança repentina de assunto desequilibrando um pouco seu ritmo.

– Mesmo se ela for responsável pela destruição do mundo? Perguntou Xavier, apesar do tema da conversa, seu tom de voz permanecia sereno.

A manipulação era tão sutil que Gambit não teria percebido se não tivesse uma vasta experiência no assunto, diferente do Magneto que como um ditador adorava impor a sua vontade sobre a de qualquer outro, o Professor X. induzia as pessoas a darem as respostas que ele queria.

– Mesmo que ela destrua o mundo todo. Gambit disse com uma veemência que mesmo ele se surpreendeu. – Ainda assim estarei ao lado dela.

Mas não existia a menor possibilidade disso acontecer, sua Vampira não destruiria o mundo, diferente do Professor, ele sabia que ela não seria capaz disso.

Charles o encarou por um longo tempo – como se estivesse o analisando e medindo – com olhos tão intensos, que o Canjun tinha certeza, poderia ver a sua alma.

Uma pequena parte sua perguntou-se se o Professor X. estaria lendo sua mente, mas seus instintos recusaram a idéia, e como eles foram responsáveis por mantê-lo vivo mais vezes do que poderia contar, Gambit aceitou o julgamento.

– Durante toda a sua vida, Vampira teve que fazer escolhas difíceis, principalmente para alguém com tão pouca idade.

Gambit pensou no dia em que ela havia lhe contado sobre seus pais, e seu coração se apertou com tamanha tristeza, que fez ele se perguntar como ela havia conseguido.

– Ela é mais forte do que pensa.

– Eu sei o quanto forte ela pode ser, meu rapaz. Os olhos de Charles refletiram algo muito parecido com melancolia. – É a força dela que me preocupa.

– A Vampira non é um mostro que precisa ser controlado.

– Realmente espero que esteja certo. Xavier disse com tal agouro que fez os pelos da nuca do francês de arrepiarem.

– Estou. Disse em um sussuro.

Ambos ficaram quietos por alguns minutos, deixando a calam de assentar, como a poeira que é levantada do solo depois da passagem de uma manada de elefantes.

– Seja bem vindo aos X-Men, Gambit.

De todas as coisas que ele pensou que o outro mutante fosse dizer, definitivamente essas palavras não estavam entre as opções.

– Fico feliz que a Vampira tenha alguém que se importe tanto com ela ao seu lado.

Oui. O Canjun disse confuso.

O Professor tinha um olhar enigmático, como se ele soubesse coisas, que os pobres mortas não poderíamos nem ao menos imaginar.

– Espero que quando chegar o momento você faça a escolha certa.

O que diabos isso quer dizer?

Ele não sabia e uma grande parte sua tinha medo de perguntar.


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Notas finais do capítulo

Sei que é uma droga quando a autora demora séculos pra postar e quando acontece o cap. é só embromação.
Mas como já disse algumas vezes: É um capitulo necessário.

Por você, estabeleci uma regra que vou tentar ao máximo seguir.
Agora postarei uma vez por semana.
Próxima postagem: dia 28/09!
Ate!