Zettai Kareshi No Sandman. escrita por Oribu san


Capítulo 5
Capítulo 5: Me ensine sobre o amor.


Notas iniciais do capítulo

cap como de costume, cheio de coisas diferente e novos pontos de vista dos sentimentos. dá pra aprender lendo? CLARO QUE DÁ!!



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– Ren?!

Disse surpreso, sem querer chamando a atenção de todos para mim e depois para ele que se aproximou sorrindo.

– Então é aqui que o Lenny trabalha?

– O que está fazendo aqui?!

– Eu senti a sua falta.

E então voltaram os sussurros.

– O que está acontecendo aqui? Ele é amigo de um modelo?

– Não sei, mais ele é lindo.

– Qual será o nome dele? É tão... Perfeito.

– Não sejam ridículas. Deve ser um mau entendido.– "É ainda mais bonito que Seiga"

Disse Miia cruzando os braços até Ren se virar parar todos, acenando com além de chame, a educação que lhe dei, e elas todas se derretem como eu nunca fiz. Com exceção dos homens que ficaram enciumados por um único desconhecido chamar tanta atenção.

Ainda exceção aos homens era o senhor fotografo que se aproximou de Ren em silêncio e agarrou seu rosto com uma das mão o analisando em seriedade.

– Esse rosto, esses olhos. Eu não te conheço de algum lugar? Qual é o seu nome?

– Ren.– Ele respondeu ainda com bochechas apertadas.

– Ren, de quê?

– Só Ren. Estou vivo há menos de uma semana.

– O quê?

– Brincadeira! Brincadeira dele, senhor Hanrie.– Disse eu rindo sem graça ao puxa-lo e os fuxicos voltarem, dessa vez entre os homens.

– Então eles se conhecem mesmo.

– Como um cara daquele anda com um cara daqueles?

Sentia todos os olhos crescerem sobre a situação. Assim como a curiosidade de Hanrie, que como estava acostumado com modelos, na minha opinião estava era reconhecendo as partes que formavam Ren. E em uma medida desesperada de acabar com tudo de uma vez eu falei para ele e subliminarmente para todos.

– Seu nome é Sunahama Ren. Meu... Namorado.

O silêncio se tornou cortante. Quase tanto quanto os olhos de Seiga que se foi com algo de ruim neles.

O silêncio ainda marcava o local, provavelmente estavam chocados. Foi o que pensei até eles caírem em gargalhadas.

– Tá de brincadeira comigo?

– O moleque tá se achando mesmo!

– Cala a boca o modelo parece que vai dizer alguma coisa.

– Eu o processaria se fosse ele.

Ren se aproximou mais um vez do fotografo e após uma reverencia disse.

– Eu sou Sunahama Ren e serei o seu modelo hoje. Se é que meu Lenny quer.

Aquilo foi de mais um golpe certeiro, tanto nos outros quanto em mim. Que só fiquei mais aliviado cinco horas depois ao contar tudo para Anny, como se as fofocas de que eu estava namorando um modelo bishie* (homem naturalmente bonito e sexy) já não tivesse lhe chegado aos ouvidos.

– Sunahama Ren? Lenny, de onde você tirou esse nome?– "Sunahama é praia."

– Foi a primeira coisa que me veio na cabeça. Porquê você tinha de vir aqui?– Disse mais uma vez soltando fogo contra Ren que me abraçava por trás, ainda feliz pelo que eu disse. "Namorado".

– Porque eu amo o Lenny.– Como se ele não tivesse passado a tarde toda dizendo isso, mandando beijos enquanto batia as fotos, só para me constranger com os olhares ainda todos sobre mim.– E eu também tinha que vir, porquê aquele homem trabalha aqui.– Falou sumindo o sorriso.

– É? Mas o fotografo ainda saiu jurando que conhecia o seu nariz de algum lugar, seu prego.– Belisquei seu braço para que me soltasse.– Além do que Seiga não é mais um problema.

– Porque eu seria?

Ele precisava seriamente andar com um sino nas pernas ou eu com um sessor, pois nunca sabia quando Seiga poderia aparecer. Sem medo de correr o risco de trocar as personalidades, já que foi só ele nos aparecer sorrindo agora e Ren se impossibilitar de fazer o mesmo.

– Sou Tomoiko Seiga, mas pode me chamar só de Seiga se quiser, amigo.– Ele estendeu a mão à Ren que só apertou a mim.

– Não sou seu amigo.

– Tudo bem. Não esperava que me perdoasse tão facilmente como, Lenny. Por conta de nosso incidente de ontem a noite.

– Mas um!– Anny não pôde se conter entrando sem querer na conversa. "Caramba. Quantos incidente uma pessoa só pode cometer?"

Eramos quatro pessoas diferentes e de quatro personalidades diferentes, ligados por uma conversa desagradável. Sendo assim, Seiga arrumou os óculos em proposta.

– Já é tarde para um almoço. Mas quem sabe um jantar?

– Eu também vou.

– De acordo, você é o namorado, não é?– Seiga sorria gentilmente.

– Então vocês dois vão sozinhos.– Eu disse.

– Lenny?

De certo que era uma boa oportunidade de acertar algumas pontas soltas. Mas pelo menos por hoje, eu só queria ir pra casa, como de fato estava indo ao passar pelas portas.

– Você vem Ren? Amanhã você ainda tem que tirar fotos extras com outra pessoa.

Minha voz morta e sem intenção de exibi-lo, ainda assim conseguiu lhe dar um sorriso pela satisfação de imaginar que estava fazendo isso por ele. Ou será que eu estava?

Caminhávamos na rua, quando notei que seu sorriso fora embora novamente e apenas a seriedade lhe guiava a andar olhando friamente para frente. Olhos dirigidos apenas pra o caminho, até dizer algo do nada.

– Não gosto dele.

– Dele quem? Seiga?

– Mas Lenny gosta.– Sua conclusão me chocou a ponto de parar o andar.

A quanto tempo ou como ele sabia, eu não sei. Só o que sei, é como isso o incomodava e de certa forma feria. Foi o que li em seu rosto que se virou para fitar o meu agora. Sobrancelhas pintadas de tristeza, num semblante penoso de dar dó. Um semblante que dizia "Porquê ele, não eu?"

Mais uma vez me encontrava calado sem saber o que dizer, nem o que estava sentindo quanto a tudo. Tão logo que nem percebi voltar ao meu impeto de lhe tratar mal.

– Não gosto. Pelo menos não como antes, mas isso não é da sua conta! Você nem existe de verdade.

E como eu tratava mal quando queria. Mesmo que covardemente, pois só levantei o rosto depois de lhe dizer tudo isso. Só agora voltando a realidade para perceber que uma gota lhe escorria do lado direito da face.

– "O que é isso? Ele está mesmo chorando?"

Então outra gota, esta vinda do céu, cruzou a minha frente acertando o chão. E mais outra e outra até desaguar na chuva noturna que era a única certa, mascarando a gota de Ren entra tantas outras. Que a essas alturas eu já rezava para que fosse de chuva.

Agora estava com raiva de mim mesmo e dele por me fazer sentir essa raiva. Tanto que também chorei espremendo os olhos ao passar por ele e dobrar a esquina a nossa frente. Nem sei porque estava seguindo aquele caminho. E não falo só geograficamente, já que o metrô era na direção oposta. Falo do modo com que o tratava. Porque eu fazia isso?

Mais uma vez repito. Eu não sabia. Mas pelo menos estava disposto a descobrir. Então mesmo depois de percorrer duas quadras, voltei. Voltei unicamente para busca-lo, se ele ainda estivesse lá. E o faria em silêncio, do contraio acabaria por dizer algo ruim.

Mas quieto não pude ficar ao ver que ele ainda estava lá sim, mas acocorado as paredes de um beco, abraçando as pernas ao lado de uma lata de lixo.

– Me... Me desculpe, tá bem. Eu... Ora, é que você me irrita. E as vezes eu nem sei o porquê.

E ele me respondeu ainda com o rosto escondido entre as coxas.

– Podemos ir pra casa agora?

Pelos céus como aquilo me apertou o peito. E então eu não fui rude.

– Você mora lá, não mora?

– Não falo só de mim.

Não entendi de fato, até se erguerem as cabeças. Sim, no plural. Primeiro a de Ren e depois mais uma entre seus braços.

– Um gato?

– Uma gata.– Ele constatou.

A coitada estava ferida muito próximo ao olho, magra e com os pelos molhados pela chuva insistente. Mesmo assim ela era linda. Sua beleza era estranha. Estranhamente linda, por conta de sua cor singular.

– Ela me lembra você.

– Eu, Ren? Vai acabar assustando ela.– "Está tentando me envergonhar?"

Porém, por mais que eu achasse lindo o animal, não tinha dinheiro suficiente para manter um filhote de gato, o que dirá uma gata que dá o dobro de problemas.

– Ren, ela vai dar trabalho. Os gatos vão vir atrás dela a noite.– "Quando foi que minha voz ficou tão meiga?"

– Não. Ela ainda é pequena. Eu cuido, por favor, podemos ficar com ela?!

"Porque fui escrever aquela maldita ficha?", "Afinal o que é você? Um homem, um bicho de estimação ou um cão de guarda que quer ter uma gata?"

– Eu e meu amor pelos animais.– Resmunguei indo pra casa com os dois. O meu cão e a gata do meu cão.

– Uma gata?

Anny me perguntava pelo telefone que incrivelmente funcionou dentro do metrô cujo barulho do correr nos trilhos estava me pondo nervoso.

– É. Eu não pude resistir. Foram dois contra um e seus olhinhos ficavam me encarando.

– O Ren-chan?

– Não. A gata.

– E em que estado está? Está bem?

– Sim, parece com fome e bastante sem forças, mas vou lhe cuidar.

– Do Ren, certo?

– Da gata!– Gritei dentro do vagão, acordando uma senhora que dormia.– Se faz tanta questão assim, porque não fica pra você?

– Não posso. Golias estranharia a gata.

– Falo de Ren.– Ele virou-se pra mim e eu puxei sua orelha para que inclinasse a ponto de poder afaga-lo.– Não precisa fazer essa cara, é brincadeira.

Me distraio conversando com ela que ainda comemorava os queixos caídos que deixei hoje e nem percebo o corpo maior de Ren dormindo, quase cair sobre mim.

– É mesmo. Você quase não deve ter comido direito hoje, além do cansaço.– Digo mesmo sabendo que ele não pode me escutar. "Você modela bem sabia?" continuo a afaga-lo até perceber que estou sendo observado.– Tá olhando o quê?

Não esperava seriamente que a filhote me respondesse além de seu miado. Só que parasse de me encarar nos olhos.

– Já chegamos em casa?

– Quase.– "Ele estava me ouvindo?"

E se estivesse? Que mal teria isso? Pra mim, sem entender o que entendo hoje. Todo.

"O que vamos te dar pra comer?" Penso tocando o nariz gelado da felina.

– Meu salario só sai daqui uma semana, Ren. O que ainda tem na geladeira?– Abro a porta e o animal pula de seu colo escorregando com as patas molhadas e quebrando um vaso.– Eu não vou... me estressar. Eu não vou me estressar...

Repito o mantra, abrindo a geladeira e dou de cara com um assalto. Ela estava cheia. Corro e abro os armários, também transbordando.

– Ren. Ren!– Grito para que ele venha.– Vamos sair de fininho, entramos no apartamento errado.

– Não, eu fui um bom garoto e comprei tudo com dinheiro do bilhete de raspar.– Sim, eu mesmo havia me esquecido disso. Mesmo assim, ele não tinha de fazer aquilo, era dinheiro dele, assim como o que ganharia pelas fotos de hoje e amanhã.– Você está chorando?

– Não. Não estou!

Cubro o rosto e me jogo na cama. Já havia sido homem de mais por aquele dia. Agora só queria ser o adolescente que ainda era.

Sinto o peito doer de novo sem motivo, sinto os olhos molharem, e sinto um par de mãos me despir a camisa.

– Não chore, anjinho.

– Ren! O que está fazendo?!

– Lenny disse hoje que somos namorados.

Outras duas coisas das quais havia me esquecido. Primeiro, ele me escuta mais do que penso e segundo, Ren, mais cama, mais eu, menos roupa, era igual a má ideia.

Meu coração estava acelerado, a mente vazia onde nada corria, apenas sua boca em meu pescoço. Pelo tempo que durou. Minha salvação veio do lugar mais inesperado. Sua gata que pulou sobre a batata da perna mordendo o tendão.

– Tudo bem, Kokoro*-chan. Eu cuido de você primeiro.

Desgrudou as mãos da minha pele que estava estranhamente aquecida, para sumir na cozinha com o animal abençoado.

(Kokoro = coração)

Desse dia em diante, passei a dormir antes, ou depois de Sunahama Ren. O que não era difícil já que como agora fazia o meu trabalho na empresa e o trabalho de Yamada em casa, ele geralmente pegava no sono com Kokoro dormindo sobre ele.

E assim foi por quase uma semana. Confesso que foi um período agradável. A cada dia Seiga parecia mais arrependido e reaproximado, eu podia mesmo que em segredo fazer o que gostava respondendo as cartas da coluna amor perfeito, e todas as vezes que Ren tentava algo, mesmo que fosse tentar pegar a minha mão, eu tinha Kokoro por perto para me defender e lhe tomar a atenção.

– Estou em casa.

Afrouxava a gravata estranguladora entrando em casa depois de mais um dia. Não havia ninguém para responder. Não havia uma gata em crescimento rápido demais roçando entre minhas pernas, a falta de um sorridente "bem vindo de volta" de Ren era quem estava lá, me dizendo o que eu disse.

– Me acostumei a tê-lo por perto.

Rodeei o apartamento de quietude gritante, que agora me parecia estranho e vazio. O que eu não estranharia a um tempo atrás. Só então dando de cara com a pista de um velho inimigo que esquecera debaixo da cama. O livro sandman.

Vi apenas a ponta de sua capa, mas foi o suficiente para me fazer lembrar de uma cobrança antiga. Eu ainda não o tinha lido todo, logo não sabia o que acontecia com o sandman no final.

Meu coração tomou-se de uma angustia repentina a qual me assustou. "Por quê isso agora? O que significa?" Afastei esses pensamentos na esperança de esquecer o problema e assim acabei por não descobrir também o que se passava comigo. Só descobri ao olhar pra cozinha, um bilhete escrito a mão.

"Anjinho. Fui passear com Kokoro. Me espere, vamos jantar juntos. Com amor Ren."

O bilhete tinha letra miúda e bem redigida, com o desenho de um gato e um berrante coração. Questionava se ele sabia que gatos passeiam sozinhos quando meu telefone toca.

– Alô? Olivy falando.

– Lenny? é a Anny.

– Pode falar.– Largo o papel e a mim mesmo sobre a cama, tirando os sapatos.

– Vocês estão brigados?

– Quem?

– Ele acabou de me ligar dizendo que você não foi busca-lo no aeroporto.

– De quem você..?

Antes de concluir a frase eu me lembro, e antes de agir, minha porta é posta abaixo com um chute e um berro furioso dirigido a minha pessoa pelo homem com duas sacolas de viagem pretas sob os braços.

– Olivy, seu tampinha bastardo! Como pôde esquecer de seu próprio irmão!

– Droga... Jack está em casa.


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Notas finais do capítulo

o proximo cap é demasiadamente um que adorei. JACK está em casa.



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