Heart By Heart escrita por Izzy Bane


Capítulo 38
Tell me that you've had enough Of our love


Notas iniciais do capítulo

Hey manas, vim postar mais um capítulo para vocês.
Eu sei, tá cedinho, mas é que madruguei para ver a luta do Anderson Silva.
Boa leitura, amores.



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POV Aline

O tique-taque do relógio estava me deixando maluca, olhei para as outras pessoas que estavam ali na sala de espera do hospital, junto comigo. Danielle estava chorando ali, andando de um para o outro, a avó de Fernanda estava tentando fazer ela se acalmar, mas ela dizia que só iria se acalmar depois de ter noticias do seu marido e da sua filha. Anna estava dormindo no colo do Marcos, ela não tinha se machucado tanto, apenas algumas escoriações no rosto e no braço.
Me lembro do momento em que recebi a noticia. Eu estava no restaurante, vendo minha mae exibir o anel de noivado que o Victor deu para ela, eu estava feliz por isso, mas estava preocupada com a Fernanda. Ela tinha me mandando uma mensagem avisando que já estava indo para a minha casa, só que não tinha aparecido pela próxima hora, minha mãe falou que alguma coisa deve ter acontecido, mas que a gente devia ir naquele momento, senão perderíamos a reserva. Tentei ligar milhares de vezes para o celular dela, mas só dava caixa postal. Meu humor ficou péssimo durante todo o jantar e tive que fingir um sorriso ao ouvir minha anunciando que iria casar novamente. Fiquei aliviada ao ver o nome da minha namorada quando meu celular chamou só que meu mundo caiu junto com o celular, assim que ouvi a voz de Anna. Era algo a ver com hospital, Carlos, Fernanda e grave.
Agora estou aqui, há quase 2 horas esperando qualquer noticia que seja. Minha mae estava ao meu lado tentando me fazer falar algo, mas era em vão. Eu só falaria algo se fosse com a Fernanda, ou com algum médico. Vitor volta com um café para mim, que eu aceito sem hesitação. Apesar de o café ser horrível, precisava de toda a energia que encontrasse, e estava difícil de arranjar.
A sala toda ficou alerta quando o doutor entrou ali mexendo em uma prancheta.
_ Os familiares da paciente Fernanda Betcher...
_ Aqui doutor. - Eu falo ao mesmo tempo em que Danielle.
_ Bom, você deve ser a mãe, e você... Talvez a irmã?
_ Não, sou a namorada. Alguma noticia dela?
No estado em que eu estava não dava a mínima para a expressão de surpresa do doutor, só Quércia saber da minha pequena.
_ Sim, ela esta melhor. Ela teve uma lesão no braço, mas já a medicamos e cuidamos de cada ferimento. Ela terá alta pela manha.
_ Ela pode receber visitas? - pergunto rapidamente, só acreditaria que ela estava bem quando a visse.
_ Sim, mas corre risco de ela estar dormindo, sedamos ela há algum tempo.
_ E meu marido, doutor? Alguma novidade.
_ Sim, é o mesmo caso. Ele teve um corte na cabeça e teve que levar alguns pontos, não é nada de muito grave. Só temos que observa-lo mais algumas horas para o caso de algum imprevisto. E sim, você pode visita-lo por alguns minutos.
_ Aline, sei que você esta tão doida quanto eu para ver ela. Vai na frente, eu vou atrás do meu marido, depois eu vou lá, ok?
Ela não precisava pedir duas vezes, sigo o doutor ate um quarto bem parecido com o que ela tinha ficado da ultima vez. Bom, as semelhanças acabavam ai. Quando ele abriu a porta, senti minhas pernas fraquejarem ao ver a imagem de Fernanda ali. Ela tinha curativos e roxos por todo o rosto. Seu olho direito estava coberto por gazes, e o braço esquerdo repousado em uma tipoia. Meu coração acelerava enquanto eu analisava a cena e ouvia os bipes do coração dela.
_ Sabe, eu tenho saudades do tempo em que eu vinha para o hospital só para consultas de rotina. - ouço a voz rouca dela, ela continuava de olhos fechados, mas estava com um leve sorriso no rosto. Lagrimas caiam pelo meu rosto, e não tinha condições de falar qualquer coisa. – Qual é, eu sei que parece que um ônibus sambou em cima de mim, mas não posso estar tão ruim assim.
Continuo chorando, parada na porta do quarto, olhando para seus ferimentos.
_ Fernanda...
_ Você me chamou de Fernanda, já sei que estou fudida. Eu acho que você não esta tão feliz me vendo assim...
Eu começo a dar passos lentos em direção a cama, assim de perto seus ferimentos pareciam ainda piores. Me sento na cadeira ali perto, mas sem tocar nela.
_ Você esta muito mal. Você prometeu, Nanda. Você disse que não faria nada de tão idiota novamente.
_ Eu sei, mas era importante, Aline. Ele estava ameaçando ela e o bebê. - ela falava cada palavra tentando se sentar, mas desiste quando a dor e mais forte.
_ Você podia ter esperado a policia, eles já estavam chegando.
_ Eu não podia o deixar fazer algo com ela, eu não me perdoaria.
_ E quanto a mim, Nanda? E se alguma coisa tivesse acontecido com você? E se ele tivesse uma faca?
_ Eu nem pensei nisso na hora, eu só segui minha razão.
_ Pois é, e agora você esta aqui. Grande razão essa sua, já te disse que você não é uma super heroína, você não é de ferro, é apenas uma mera mortal. - Não queria estar com raiva dela, eu queria abraçar e beijar ela, só isso.
_ Por favor, não faz isso. Não faça eu me sentir ainda mais como uma merda, eu sei que o que eu fiz foi imprudente, mas já aconteceu.

Respiro fundo e tento me acalmar, não era nem lugar de brigas.
_ Me desculpa, é que eu ainda estava preocupada com você. Não conseguia pensar em mais nada.
_ Vem cá. - ela abre um espaço na cama e me sento ali com ela. Com a mão boa, ela seca uma lágrima que estava descendo no meu rosto.
_ Como esta meu pai?
_ Eu não sei direito, acho que esta bem. Sua mae esta lá com ele agora.
_ Eu creio que vou ouvir demais dela. Quem mais esta ai? - ela se ajeita na cama, segurando minha mão.
_ Anna e Marcos, minha mae e o Victor. Os dois vão casar acredita? Esse era o grande mistério da noite.
_ O que? Como assim casar?
_ Tipo na igreja, com direito a daminhas, véu e grinalda.
_ Eles não podem casar. Isso não pode acontecer.
Sua expressão fica séria, seus olhos se arregalam e ela solta minha mão, seu olhar estava distante.
_ Por que não? Os dois são adultos.
_ Eles só não podem, ta.
_ Nanda, você sabe de alguma coisa? - eu pergunto e ela desvia o olhar, e suspira. - Me conta, por favor.
_ Eu não tenho certeza de nada. Mas eu acho que o Victor esta no meio de um esquema de lavagem de dinheiro. Ele e suspeito em um dos casos que minha mae esta trabalhando.
_ Você esta falando sério? - Me levanto e começo a andar de um lado para o outro, minha cabeça estava estourando e, para facilitar minha vida, ela ainda me solta uma dessas. - Por que você não me contou isso?
_ Tem pouco tempo que descobri, cerca de 2 semanas. Eu não podia contar, era um dos casos da minha mãe, ela nem faz ideia que eu sabia sobre isso. E se eu te contasse, tinha certeza que...
_ Que eu contaria para a minha mae que ela estava se envolvendo com ladrão? Com um criminoso? Pois você esta certa.
_ Tenta me entender, isso é maior que a gente. Tem algo a ver com verba pública, o caso é muito importante e minha mae esta muito empenhada nele.
_ Porra, Fernanda. É a minha mãe que esta no meio disso tudo, ela ta noiva do cara. E por isso que a sua mae estava tão interessada no relacionamento dos dois, ela queria saber se minha mãe estava no meio disso tudo.
_ Eu nem sei se e verdade, pode ser tudo um engano. - ela tenta reverter à situação, mas já tinha saído do controle. Eu estava nervosa, muito. E ficar olhando para a Nanda machucada só aumentava ainda mais minha irritação.
Antes que pudesse falar algo, a porta se abre e mãe dela entra com um sorriso enorme. Logo ele se fecha, se igualando ao clima que estava ali.
_ O que esta acontecendo?
_ Só você pode falar, Danielle. Que historia e essa de o namorado da minha mae estar em um dos seus casos?
Ela me olha surpresa, sem acreditar no que eu estava falando.
_ Como assim? Co-como você sabe disso?
_ Eu contei para ela, mae. Eu li em um dos seus papeis.
_ Você o que? Quando você fez isso... E por quê?
_ Foi sem querer, os papeis caíram no chão e não pude deixar de ler uma parte.
_ Eu só preciso saber se e verdade. - falo tentando me acalmar, eu estava tremendo. Danielle suspira, e então acena.
_ E verdade. Ele e podem ser o mandante para a ação de uma quadrilha de lavagem de dinheiro.
_ Ai meu deus, só pode ser um sonho. Não posso acreditar nisso.
Coloco a mão na cabeça, querendo que isso acabasse logo. Uma enfermeira entra no quarto nos pedindo para sair, o olhar no rosto da Fernanda foi de cortar meu coração, mas saio sem retribuir o pequeno sorriso de despedida que ela abriu.
_ Aline, eu...
_ Não se preocupe, eu não vou falar nada sobre a investigação para o Victor, mas eu não posso deixar minha mae ficar no meio disso.
_ Eu entendo, eu quero explicar essa situação direito para a sua mae. Mas não hoje, eu preciso descansar primeiro, mas amanhã eu converso com ela.
Ela realmente parecia cansada, não estava igual à mulher elegante que conheci.
_ Esta bem.
Não falo mais nada e vou para a sala de visitas. Dou um breve resumo de como a Fernanda estava, e então vou embora com minha mãe. Eu desabo na cama, mas não consigo dormir, só chorar... Chorar... Chorar... E chorar um pouco mais. Não sei o porquê de tanto choro, mas eu só sabia que queria tirar aquela dor que estava alojada no meu peito.

O dia seguinte passou como um borrão, eu passei o dia todo deitada, recebi uma mensagem de Fernanda dizendo que tinha voltado para casa e queria conversar comigo pessoalmente. Recebo algumas mais algumas mensagens dela durante o dia, e para não ler, desligo o celular. Para me distrair coloco alguns filmes de terror para eu assistir, eu estava perdendo o medo desses filmes, a Fernanda estava a algum tempo me ajudando a superar.
A mae de Fernanda tinha cumprido o que falou e chamou minha mae para um café, queria ser uma mosca para poder saber o que elas estavam conversando.
Minha mae chega em casa tarde naquela noite, ela vem ate meu quarto e se senta ao meu lado.
_ A Danielle me contou tudo. - seu olho e a ponta do seu nariz estavam vermelhos. Ela fungava antes de cada frase. - Eu não sei como me sentir depois disso tudo. Mas eu andei um pouco, pensei bem e tomei uma decisão.
_ Qual?
_ Vamos nos mudar.
_ Para onde mãe? Nossa vida esta aqui, nós sempre moramos aqui. Não da para simplesmente largar tudo para trás.
_ Iremos passar um tempo na casa da sua vó ate eu decidir para onde ir.
_ Mas mae...
_ Esta decidido, Aline. Eu não posso mais continuar aqui, esse ano foi complicado para nós, precisamos de um novo ar, um novo lugar para recomeçar. O ano letivo praticamente acabou você já passou e vai formar. Não temos mais nada nessa cidade. Eu vou terminar tudo com o Victor antes de irmos.
Ela começa a ir para a porta, ainda de cabeça baixa.
_ E a Fernanda? - pergunto baixinho, minha voz carregada.
Ela olha bem nos fundo dos meus olhos, uma lágrima caindo pelo seu rosto.
_ Eu lamento querida. Não ha nada que eu possa fazer. - ela se vira e para com a mão na maçaneta. - Partimos na sexta.
Ela sai bem no momento em que eu solto um soluço. Não controlo meu choro, só de tentar pensar ficar sem ela já sinto uma dor insuportável. Pego meu celular e ligo para a Gabe, pedindo para ela vir ate aqui, que eu estava precisando dela.
Ela chega trazendo chocolates, sorvete e seu WII, isso me lembrava tanto a Nanda. Choro no seu colo, ela não me pede para me acalmar, ou que tudo vai dar certo no final. Ela só fica me abraçando e me pedindo para chorar mais e mais. No final da noite, ficamos dançando Just Dance, e comendo sorvete enquanto ouvíamos Sorriso Maroto e Red Hot Chili Peppers no volume Maximo.
Isso quase me ajudou a distrair... Quase...
Por mais que tentasse, eu não conseguia conter a tristeza que tomava conta de mim. Apesar de eu ter ficado com raiva por causa da atitude idiota dela e por ela não ter me contado sobre o Victor, eu não queria ficar longe da Fernanda. Eu a amava, e só de tentar imaginar ficar longe das brincadeiras... Das conversas... Dos toques... Dos beijos dela, já me dava vontade de chorar.
Gabe dorme comigo naquela noite, eu nunca precisei tanto de um abraço quanto naquele momento, e apesar de não ser da baixinha que tinha aprendido a amar, era de uma pessoa tão especial quanto.
Os dias seguintes foram complicados, o clima lá em casa não estava dos melhores. Henrique se recusou a se mudar com a gente, ele estava indo para o segundo período da faculdade e não queria ir embora, ele iria morar um tempo com os amigos dele. Minha mae não apoiava essa decisão, mas ele era maior de idade e já estava decido. Tentei convencer minha mae a me deixar ficar também, Gabe se ofereceu para cuidar de mim, mas minha mae nem ouviu meus apelos. Ela iria me levar para longe, e eu não poderia fazer nada para impedir. Eu não fui para a escola naquela semana, o ano estava acabando e estava tendo provas de recuperação paralela, Natalia me passava os poucos comunicados sobre a festa dos formandos... - que a propósito eu não vou, dinheiro gasto atôa já que não tem devolução - E as sobre o que estava acontecendo na escola, como por exemplo, a insistência da Fernanda para saber qualquer notícia minhas.
Eu não retornei as ligações dela. Eu não poderia contar tudo por telefone, tinha que ser pessoalmente. Uma despedida de verdade... E eu odeio despedidas.
Na quinta feira minhas malas já estavam prontas, nosso voo iria sair pela manha, então eu decido ir resolver meu problema com Fernanda hoje à noite.
Chego ate o prédio com fachada vermelha, lugar que eu tinha aprendido a amar. Cumprimento o porteiro, que me reconhece e me deixa subir direto. Respiro fundo antes de apertar a campanhia, não sabia o que esperar desse encontro com Fernanda.
_ Aline, oi. - Danielle abre a porta, e me recebe com um grande sorriso.
_ Ei, a Fernanda esta em casa?
_ Ela esta no quarto junto com o Guilherme, pode entrar querida.
_ Obrigada. Como vai o...? Esta melhor?
_ Esta sim, o ferimento dele já esta praticamente cicatrizado. - ela fala e então o silencio se instala. Ela parecia querer me perguntar sobre algo, mas eu peco licença e vou para o quarto de Fernanda. Não queria ficar sendo leva e traz sobre a situação com Victor.
Vou andando pela ultima vez pelo corredor que dava de frente para a porta semi fechada do quarto da minha futura ex-namorada. Só de me lembrar disso me da um aperto no coração.
La dentro observo Fernanda deitada apertando loucamente os botões do XBOX com uma Mao só, Guilherme estava sentado perto da cama jogando normalmente.
_ Assim ta fácil demais. - ele brinca e Nanda tenta bater nele com o braço que esta na tipoia, mas não adianta muito. Guilherme ri da cara dela, mas faz cara de bunda quando ela o nocauteia no jogo.
_ Toma trouxa.
Guilherme vai para cima dela e começa a fazer cosquinha nela, ela gritava e balançava as pernas tentando sair de lá.
Eu iria sentir falta dessas brincadeiras dos dois. Porra, eu iria sentir falta daquele sorriso.
Suspiro e bato na porta, anunciando minha presença. Nanda fica em choque quando me ver, só que se recupera logo e abre um sorriso vindo ao meu encontro.
_ Oi.
_ Ei, a gente pode conversar?
Ela percebe meu tom de voz e se afasta um pouco, seu sorriso tinha desaparecido.
_ Claro, podemos sim.
_ Vou deixar vocês a sós, depois venho buscar o Alfredo. Ate mais, Aline. - Guilherme da um beijo em cada uma e sai.
Sento na cama, pela primeira vez me senti sem jeito na presença dela.
_ Fico feliz que tenha vindo... Eu senti sua falta.
_ Eu-Eu também. - Falo de cabeça baixa. Ela se ajoelha na minha frente e levanta meu rosto. Algumas lágrimas escapavam e só aumentaram quando olhei para ela. Como e que eu poderia falar que estava indo embora?
_ O que esta acontecendo, pequena? Por que você esta chorando? - Ela se senta ao meu lado e me puxa para perto me abraçando. - Olha, sei que o que eu fiz foi burrada, mas eu estou bem. Te prometo que nunca mais vou fazer algo para te deixar triste.
_ Eu acredito, mas e que... Eu não sei se vou poder ver você fazer qualquer outra coisa.
_ Como assim? Aline, por favor, me diz o que esta rolando.
Me solto dela e levanto, começo a andar de um lado para o ou
_ Nan... Fernanda, eu vou me mudar.
_ Pra onde?
_ Para a Curitiba, na casa dos meus avós. Nós vamos ficar lá ate minha mãe decidir para onde ir.
_ Você não pode ir, não pode fazer isso. Não pode entrar na vida de alguém, fazer ela se importar e ir embora assim. Dá um jeito e conversa com ela, tem que ter um jeito.

_ Não adianta, eu já tentei convencer ela, mas ela quer ir embora. E eu não a culpo, esse ano não foi o que esperávamos. Teve a morte do meu pai e agora esse caso com Victor... Ela quer deixar tudo para trás.
_ E quanto a nós? Como a gente fica? Eu não quero te perder... Eu te amo.
Ela não esta olhando para mim, sua cabeça esta entre suas mãos, e seus olhos estão fechados. Eu queria ser forte por ela e dizer que iria ficar tudo bem, mas como eu poderia dizer tudo isso sendo que eu não conseguia nem me convencer de que tudo daria certo.
_ Quando? - foi a primeira palavra dela em 5 minutos. Ela levanta a cabeça e me olha nos olhos.
_ Daqui a alguns dias.
Agora é oficial, sou uma completa covarde. Vim aqui para me despedir e nem isso eu consigo fazer direito.
_ Vamos fugir. Vamos ir embora.
_ O que? Não, Nanda... A gente não pode.
_ E claro que podemos. - ela levanta animada e vem ate para segurar a minha mão, seus olhos estavam brilhantes. Aquele gesto me fez acreditar que poderíamos sim sair por ai sem rumo. - Pensa bem, antes, você já disse que toparia ir comigo. Então vamos, deixamos tudo para trás e vivemos juntas. Ou você mudou de ideia quanto isso?
_ Não e isso Nanda. E que eu sinto que se eu for com você agora, vou trair minha mae. Olha, sair daqui sempre foi o seu sonho, eu nunca vi você falar de algo com tanta paixão quanto a isso. Então vá, Nanda. Não espere ninguém.
_ Mas eu quero você comigo, você não é qualquer pessoa.
_ Nanda...
_ Não, pode parar. Eu não posso deixar você ir embora, eu não aguento ficar sem você. Não vai, pequena... Não vai.
Ela estava me abraçando forte, minhas costas estavam molhadas com suas lagrimas. Eu nunca tinha visto ela tão vulnerável e desesperada. Apesar de todos "eu te amo", eu ainda não tinha noção do estrago que eu faria ao ir embora, do quanto de mim estava nela.
Eu a afasto um pouco para pode olhar nos seus olhos. Todas as palavras me sumiram quando olhei para a intensidade do seu olhar. Antes que pudesse parar, me inclinei para frente e a beijei.
O beijo era intenso e feroz, nenhuma das duas queria uma despedida.
O toque da sua língua na minha, o jeito como ela mordia meu lábio inferior... Eu quase me esqueci do motivo de eu estar ali.
Ela da alguns passos para trás me fazendo cair em cima dela na cama.
_ Me promete que pelo menos vai pensar no assunto... Eu preciso saber que você pelo menos considerou a ideia.
Ela pede baixinho, eu não sei como me sentir. Se eu disser que sim, vou esta dando esperança para ela, mas sei que ela não vai deixar quieta se eu disser que não.
_ Eu prometo. - minto passando a mão em seu rosto, fazendo carinho.
_ Espera um momento...
Ela se levanta e abre uma gaveta na escrivaninha, pegando uma gargantilha.
_ Eu comprei isso há algum tempo, eu iria te dar no Natal. Posso?
Me viro e tiro meu cabelo do pescoço, ela coloca a gargantilha e da um beijo na minha nuca.
_ Eu mandei fazer, parece um pingente normal, mas quando abre... - ela abre mostrando nossas fotos lá dentro.
_ É lindo, obrigada.
_ E tem a nossa frase. - passo a mão na escrita dourada: Ad Aeternum. Seco as lagrimas e a puxo para um abraço. - Dorme comigo? Sem ousadia ou outra coisa. - ela abre um sorriso antes de continuar dando beijos na minha nuca. - Só quero passar a noite junto com você.
Eu aceno e ela me beija novamente.
Ficamos deitadas de lado, uma olhando para a outra, com apenas com a mão se tocando. Nenhuma palavra era dita, nenhum movimento era feito. Eu queria que o tempo tivesse parado naquele momento, ou que pelo menos demorasse mais para passar.
Nanda caiu no sono primeiro, olho para ela e para a tranquilidade que tinha durante o sono.
Uma lagrima escapa do meu rosto quando eu levanto, algumas horas mais tarde. Eu dou um beijo leve nos seus lábios e vou embora, deixando para trás parte do meu coração.
Meu celular tremia no banco do taxi, na tela aparecia MÃE. Eu não conseguiria falar com ela agora, eu só ficava fitando a chuva batendo no para brisa.
_ Não fica assim meu bem. Você ainda vai me agradecer por isso. Vamos começar uma nova parte da nossa vida. - Minha mae fala enquanto ajeitava o cinto dentro do avião.
_ Quem sabe. - falo e me viro para a janela, observando o avião taxiando na pista. Era impossível, só que não queria falar o óbvio.


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Notas finais do capítulo

Ate mais, gatas.
Beijo.



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