Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 9
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=QbwEbQRLGss pras partes de climinha romântico do capítulo ;) O que melhor que a música da primeira vez em que se viram pra primeira vez em que o Ben realmente a vê?

Agradeço o apoio, principalmente das benfias do wapp



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– A gente tem que parar com isso. - Ben anunciou ofegante.

Estava deitado em sua cama, ainda recuperando o ar perdido ao chegar ao ápice com Sofia mais uma vez. O desejo por Sofia ainda não havia sido apagado. Talvez por ainda ser o começo do plano, porém, quantas vezes mais acabaria não resistindo e transando com a loira até deixar de querê-la? Não poderia ser a melhor estratégia levá-la para a cama até que o ato enjoasse. Pelo contrário, a segunda vez revelava o quanto ainda queria estar com Sofia, e sua vontade apenas aumentava.

– Ben, com você também... - Hesitou, não tendo tanta certeza se queria se abrir daquela forma com o garoto. E se com ele estivesse dando certo? - Você também... Funcionou? - Perguntou com o olhar inocente.

Temia a resposta, o que Benjamin percebeu.

– Funcionou com você? - O garoto retrucou, também hesitante.

Trocaram olhares por segundos que pareciam durar horas. Alguém tinha que ceder. Com os corpos colados, e os lábios tão próximos, no entanto, nem Sofia, com sua facilidade para esnobar, conseguiu mentir.

– Eu... Eu acho que... Benjamin arrumou uma mecha dos cabelos da patricinha, deixando-a ainda mais nervosa.

Percebendo a insegurança da loira, o garoto eliminou a distância, beijando-a tenramente. Surpresa, Sofia retribuiu o beijo. Um beijo lento, romântico, sem a passionalidade furiosa à qual estavam acostumados. Era a primeira vez que a patricinha era beijada daquela forma, e a primeira vez que se beijavam não por um desejo ardente, mas por... Não sabiam definir. Não conheciam aquele sentimento.

Beijavam-se como se fosse a primeira vez, como se enfim se conhecessem. Não entendiam de onde havia surgido aquele sentimento. Talvez do momento de fraqueza de Sofia. Ben a beijara de tal forma ao vê-la indefesa e doce pela primeira vez. Não havia fachada, ou um discurso esnobe prestes a surgir. Vira em seus olhos que a patricinha estava tão perdida quanto ele. Talvez aquela fosse a verdadeira Sofia: uma menina frágil, insegura, doce, que precisava pisar nos outros para não se sentir tão rejeitada. Enfim a compreendia. O olhar que vira, minutos antes, havia sido o de uma adolescente sensível cujo maior medo seria a rejeição. Sofia não era um monstro, era uma vítima.

– Por que você tem medo? - Ben perguntou com a voz doce, sem julgar.

Sofia se surpreendeu com a pergunta, levando um tempo para digeri-la.

– Medo?

– Você sabe. Sofia, você é linda, a sua família te ama, por que você insiste em afastar os outros? - Ben questionou com sinceridade.

– A minha família me odeia, Ben. Só o Pedro gosta de mim. Eu só me defendo.

– Só se defende? Então por que você implica tanto com a Anita? Por que você armou contra a sua mãe?

– Em primeiro lugar, não pense que a minha irmã é a coitadinha nessa história, que ela não é. Depois, você sabe muito bem que eu não tive meu espaço respeitado com esse casamento. - Protestou a loira.

– E posso saber o que a Anita te fez? E a sua mãe não merece ter a própria felicidade respeitada? - Ben interrogou.

– Olha como e onde a gente tá. - Referiu-se a seus corpos nus abraçados sob um lençol. - Você realmente quer falar sobre a chata da minha irmã?

Benjamin riu. Sofia tinha razão, não dava para conversar seriamente sobre Anita e o casamento de Vera na situação em que estavam. O garoto a beijou novamente, sorrindo em seguida.

– Tudo bem, a gente encerra o assunto. Por agora.

Satisfeita, Sofia retribuiu o beijo, sendo beijada novamente por Ben. Trocaram vários beijos rápidos, rindo entre um e outro.

– Se a gente pudesse ficar assim o dia todo... - Suspirou Benjamin. Absorta nas palavras do garoto, Sofia acariciou o peito do "irmão".

– E se você quebrar a minha cama? Vão achar que é birra e eu me mudo pro seu quarto. - Sofia propôs divertida.

– Você não presta, mesmo! - Ben riu.

– Pensei que você soubesse. - A loira respondeu ironicamente, sendo respondida com mais um beijo.

– Mas agora, infelizmente, a gente precisa sair dessa cama. Alguém pode nos ver, ou desconfiar...

– Por que você é tão certinho? - Sofia protestou, vestindo suas roupas íntimas.

– Porque por mais que você esteja louca pra ir morar na Barra, eu não pretendo me separar de você. Enquanto não tiver te esquecido, é claro. - Ben corrigiu no último minuto, vestindo

– Aham, sei... Pois pode desistir, que você não vai me esquecer tão fácil.

– Convencida.

– Sincera. - Sofia sorriu. O sorriso, no entanto, logo sumiu. - Cadê as minhas roupas?

– Que? - Ben perguntou surpreso.

– As minhas roupas, Ben!

– Calma, Sofia, calma! A gente vai achar. Já olhou embaixo da cama?

– Já! - A loira se desesperou. - Ai, meu deus, o que a gente faz?

– Isso não faz sentido, Sofia! As roupas não podem ter sumido assim!

– Não? Então me mostra onde elas estão! Ai, meu deus...

A patricinha levou as mãos à cabeça, a cada segundo mais preocupada.

– E se alguém entrou aqui? E se alguém me viu na sua cama? O colégio inteiro vai saber que eu tô pegando o idiota do meu irmão postiço!

– Sofia! - Protestou Ben. - Ai, meu deus! Ai, meu deus! - Exclamava a patricinha agoniada.

– Toma, veste essa camiseta que você tá me desconcentrando não-vestida assim. - Ben sugeriu, entregando-lhe algo para vestir.

A camiseta do garoto na loira tinha comprimento de vestido, o que acalmou Sofia. Parou por um momento para sentir o aroma do perfume de Benjamin no tecido, ficando mais serena. Sem deixar de observá-la, Ben a beijou novamente, encantado.

– Você tá linda.

Sofia sorriu travessa.

– Quem nasce bonita, arrasa até nesses seus trapos. - A loira zombou.

Ben a imitou, murmurando, arrancando gargalhadas da patricinha. Sofia o empurrou de leve, fingindo puni-lo.

– Você acha que tem alguém na sala? - A loira perguntou preocupada. - Ben, eles não podem me ver vestindo isso.

– Por que? Vai acabar com a sua reputação aparecer vestindo a minha camiseta cafona?

A loira deu um pequeno soco no peito já vestido de Ben e riu.

– Eu vou na frente, fica menos óbvio.

–x-

Giovana se dirigiu ao quarto do irmão. Precisavam conversar seriamente. O motivo urgente sobre o qual queria falar, no entanto, surpreendeu-a. Ao abrir a porta silenciosamente, deparou-se com Benjamin e Sofia se beijando, aparentemente nus, na cama do garoto. Não podia acreditar. Seu irmão não era tão burro a ponto de estar com a patricinha, muito menos a ponto de estar não só beijando a garota e conversando sorrateiramente com Sofia pela casa, como também dormindo com a patricinha. Havia caído no canto da sereia. Como irmã, Giovana precisava salvá-lo. Não iria, contudo, constranger-se a chamar a atenção dos amantes naquele estado, não nus em uma cama. Nada a impedia, porém, de armar uma pequena vingança enquanto não pudesse dar sermão em Benjamin sobre o que estava acontecendo.

Travessa, Giovana pegou as roupas de Sofia com o cuidado necessário para que não a ouvissem. Por sorte, o casal estava muito envolvido para notar o que acontecia à sua volta. Com a mesma discrição com a qual havia entrado no quarto, a ruiva partiu, levando as roupas de sua irmã postiça consigo.

–x-

– Sofia? Que traje é esse? - Vera perguntou surpresa, levantando-se do sofá.

Ben, preocupado com a loira, apareceu na sala em seguida.

– Ben? Você tava com ela? - Vera não entendia nada.

– É... - Sofia titubeou.

– Sim, ela tava comigo.

"O que?" Sofia se perguntou boquiaberta. Benjamin só podia ter enlouquecido.

– Tinha uma barata no banheiro delas, e eu deixei a Sofia tomar banho no meu. Você sabe como ela é exagerada, eu matei a barata e nem assim essa escandalosa teve coragem de tomar banho lá.

Apesar de irritada com o falso motivo, Sofia respirou aliviada.

– Isso não explica o porquê de a Sofia estar vestindo a sua camiseta. - Ronaldo lembrou, de braços cruzados encarando o filho.

– Eu tava só de toalha quando o Ben matou a barata, e esse tapado esqueceu de levar as minhas roupas. Como eu não queria ficar mais nem um minuto com esse mala me julgando, roubei uma camiseta.

A história tinha furos, claro. Ninguém havia escutado os tais gritos, muito menos visto ambos correndo em direção ao outro banheiro. Ou não estavam em casa até poucos minutos antes do casal sair da garagem, ou eram tapados. Sofia acreditava piamente na segunda opção.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Críticas, sugestões e "aimeudeusquefofo" aqui embaixo / Obrigada :)



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