-Ludwig, venha cá, meu amigo. Deixe-me ver sua perna.  – Disse um homem louco o suficiente para falar com cavalos. – Sabe... Minha mulher não queria que eu trabalhasse hoje à noite, pois amanhã é o aniversário de oito anos da minha filinha, você se lembra dela? A Evelyn, um doce de menina, esperta e brincalhona, se lembra? Ela gosta muito de cavalos... Eu sei que sou apenas um homem com quilos a mais e cabelo a menos, mas eu ainda tenho o que é preciso para fazer minha princesinha feliz, não é?

A garoa se transformou em uma chuva forte ameaçando derrubar o telhado do celeiro.

- É, meu amigo...  A coisa não está muito feia para o seu lado, você vai ficar bem logo, mas da próxima vez vê se você consegue ficar longe das serpentes. Vou ficar aqui mais um pouco e depois vou voltar para minha casa e para minha família, amanhã será uma festa! Vamos todos para a casa da minha irmã, minha filha mais velha vai vir e trazer sua família, meu filho, o Ralph, aquele que trabalha aqui, também vai, ele tem dezessete anos e gosta muito de você, diz que você é rápido e forte, mas também é bastante teimoso, mas você esta se comportando bem.

Da chuva vieram os trovões e o Clayton terminou de enfaixar e tratar a ferida do animal e em seguida encostou-se a uma pilha de feno para vigiar o cavalo durante algum tempo, onde cochilou. Minutos depois ele foi acordado por um barulho brusco do lado de fora do celeiro, um rangido de algo como unhas contra a parede externa do armazém.

Clayton estava trêmulo com o rosto paralisado e não era efeito do vento frio do inverno. O cavalo ia á loucura, ambos estavam aterrorizados.

 A porta foi arrombada e parada atrás dela havia uma silhueta negra com asas enormes que se destacava contrastando com os delicados flocos de neve que caiam ao chão e correu em direção ao cavalo, arrancando sua cabeça e devorando uma parte dele ferozmente, em seguida lançou um olhar demoníaco e lunático para Clayton e correu em sua direção, então, em um único golpe tirou sua vida liberando um grito agonizante que lutava para sair de sua garganta rasgada.