P.O.V Freddie

Acordei com barulhos vindos da cozinha ou da sala, são conversas? Mas quem estaria ai embaixo há essa hora? Olhei para o relógio do celular são 10h17min me levantei meio empregado pelo sono.

Não consegui pregar o olho tão cedo ontem. Acho que ontem foi um dos meus melhores dias depois de anos, pensei que nunca mais sentiria o gosto dos lábios de minha Puckett, e ela me retribuiu sem questionar ou me bater depois, como se ela quisesse tanto quanto eu queria, pude sentir o nosso desejo queimando... Isso dá tudo para ser perfeito, mas não é!

Eu digo que a amo, mas ela foge. Pergunto se me odeia, e nega. Por que tem que ser tão complicado? O amor não tinha que ser fácil?

Mas não posso me esquecer de suas palavras. ... Se for aquelas somos amigos ou Tenho chance de te reconquistar? e blah blah blah, poupe seu tempo. Só estou com a bandeira branca estendida, não significada nada, nem sim nem não. Eu simplesmente não sei a resposta.

Aquilo de um jeito ou de outro me deu esperanças, não foi um Sim nem ou Não. Então há um talvez...

Sai do banheiro já trocado, ouvindo batidas na porta.

– Entra Falei ainda arrumando meu cabelo.

– Papai Disse Elly entrando.

– Pequena

– Você não vai descer? Perguntou colocando as mãos na cintura me fazendo rir.

– Claro. Algum problema?

– Não.

– Então vamos Falei, ela me olhou risonha e saiu correndo, eu sei que ela quer que eu corra trás e foi o que eu fiz Elly, cuidado com as escadas Avisei.

– Eu sei.

Ela sempre respondia a mesma coisa, mas eu sei que ela nunca me ouvia.

Cheguei à sala onde estava Abigail nos armários, Elly já sentada na mesa com um pacotinho de biscoitos, me surpreendo com sua rapidez. E uma moça perto de minha filha, de cabelos escuros com mechas azuladas lisos e um pouco volumoso do jeito certo e longo, sua pele era clara seus olhos azuis como o oceano, alta e magra, suas roupas escuras, acho que ela é roqueira, mas nada radical, não parecia ter uma idade em particular, ela poderia ter vinte ou quarenta. Suponho que haveria aqueles que a achariam atraente, sinceramente é muito.
Seu olhar se encontrava em minha filha, mas logo veio até mim quando entrei à cozinha.

– Freddward Benson, quanto tempo! Me saudou. Sua voz aveludada com o sotaque inglês não me era estranho, e nem ela por inteira era, seus olhos claros tinha algo familiar, aquele brilho...

– Eu não sabia que tínhamos visitas.

– Não queria incomodá-lo a presença da pequena Elly é extremamente agradável Falou acariciando os cabelos de minha filha que sorria para ela.

– Está aqui há muito tempo?

– Não muito.

– Elly por que não me disse que tínhamos visitas? Perguntei me virando para Elly.

– Me esqueci Respondeu simplesmente, sem tirar os olhos dos biscoitos.
Revirei os olhos, Elly sabe ser tão informativa... a moça riu de minha cara, ela parece me conhecer tão bem, por que eu não me lembro dela?
Percebi que Abigail não estava mais na cozinha, por que Elly não foi junto?

– Elly não quer brincar nos jardins? Sugeri

– Ah, Freddie deixa a adorável Benson aqui.

– Desculpe, mas não me lembro de você.
Ela riu e sorriu divertida.

– Presumi isso. Bom, eu não mudei muito só minhas belas madeixas Falou jogando o cabelo Ok, quantos anos não nos vemos?

– Não faço a mínima idéia.

– Acho que você nunca teve uma das melhores memórias.

– Sempre me falaram o contrário.

– Bem, no colégio até tudo bem. Como diziam um verdadeiro nerd.
Ela estudou comigo, é isso?

Tentei abrir a boca para falar, mas ela me cortou.

– Mas você esquece as pessoas muito fácil né? Sua ironia áspera e seu sorriso amigável me fez lembrar a mais legitima Puckett.

– Annye?

– A mesma. Bem, a mesma facilidade que você tem para esquecer tem para lembrar. Irônico, não?
Annye Puckett é a única prima de Sam que tem alguma cosa na cabeça e não tem nenhum envolvimento com a criminalidade, acho que é a única Puckett que nunca foi presa e nem apoia a família nisso, não que a família Puckett seja altamente perigosa, mas não tem como negar que não são agressivas.

– Então Freddinho, vai ficar aí calado? Perguntou divertida
Annye não tinha como negar ser uma Puckett e isso não era só por sua aparência familiar olhos azuis e cabelos loiros porque isso é mudável, a sua diversão era sempre estar mudando seus fios de cabelo, longos ou compridos, claros ou escuros, ela mudava sempre e nunca repetia. A única coisa que ela não mudava era seu visual, suas roupas nunca eram alegres como verde ou amarelo só a via com roupas escuras como preto e cinza, mas ela conseguia manter a harmonia entre elas, nada tão dark.

Anny é astuta como uma Puckett, ela nunca descobriu nenhuma lei, mas isso não a impede de saber abrir uma porta somente com um grampo, a ironia é como um veneno em sua boca. Mas não significa que ela seja uma pessoa ruim, a morena em minha frente tem um extinto protetor com quem ama e sempre quer ajudar, o que pode chegar ser muito ruim ou muito bom.

– Então, essa é a tia Puck Elly? Perguntei me virando para a pequena morena.

– Sim.

– Uma linda menina Disse Annye sorrindo para Elly amigavelmente Sorte de ter puxado você.

– Você conheceu minha mãe? Perguntou esperançosa.

– Felizmente não. Respondeu sem tirar o sorriso do rosto.

– Elly, por que não vai procurar Abigail para brincar? Sugeri

– Eu...

– Por favor Pedi, mas soou como uma ordem.

– Claro Respondeu a pequena saindo na cozinha emburrada.

– Tão pequena, mas com ironia de adultos. Por isso que eu gostei dessa menina.

– Então é você que se mudou esses dias? Perguntei ignorando seu ultimo comentário. Minha filha não tinha ironia de adulto!

– Exatamente.

– Você sabia que eu morava aqui?

– Eu não acredito Disse rindo Vocês está achando que eu vim te perseguir e fazer sua vida um inferno? Sabe, quando eu te ameacei eu não estava realmente dizendo a verdade, só estava com muita raiva, bom... Eu ainda tenho muita raiva de você, pelo que fez com a minha prima. Mas isso só é uma infeliz coincidência.

Nosso último encontro não foi assim de grande agrado, Annye sempre se mostrou extrovertida e amigável, claro sem deixar sua ironia irritante só não pisar em seu calo, mas acabei pisando quando deixei a Sam partir de Seattle com Pam por minha culpa, ela nunca ligou para família é brigada com todos, só com a Sam ela tem algo muito forte é como se a Sam fosse a sua única verdadeira família.

Elas não eram mais próximas por culpa do emprego de Anny que é modelo e morava em Londres, então a distancia as a trabalhavam muito, mas a Puckett mais velha sempre que tinha alguma folga ela vinha para Seatlle, ela sempre me apoiou com a Sam, nos achava o casal mais perfeito do mundo.

Mas depois de uma semana que Sam tinha ido embora, Annye bateu em minha porta completamente furiosa.

#Flesh Back

Estava em meu apartamento, minha mãe continuava com aquele discurso "O lado bom da Puckett ter ido embora", mas eu sabia que não tinha lado bom. Eu e Carly ainda não tínhamos coragem de ser encarar de tanta vergonha.

Ouvi batidas na porta, por estar sozinho em casa, minha mãe tinha acabado de sair para ir ao mercado fui atender.

Atendi e uma onda de felicidade me invadiu, era Annye com seus jeans descastos, suas típicas botas de combate, e jaqueta de coouro. Seu cabelo estava sendo a metade rosa até os ombros e meio ondulado ela parecia furiosa e isso me deu medo.

Annye simplesmente me empurrou e invadiu meu apartamento.

– Hey ! Cumprimentei meio assustado.

– Hey? Como assim hey? Chego de Londres e descubro que minha prima não mora mais em Seattle por culpa de um moreno lindo idiota! Falou com seu tom sarcástico pesadamente irritado.

– Eu imaginei que ela teria ido para Londres, ficar com você Falei tristonha me jogando no sofá; mas ela não se abalou continuou com sua postura irritada.

– Você acha mesmo que Sam iria ser tão previsível assim? Agora eu tenho uma duvida, será que você realmente conheceu a Sam? E se você achava que ela estava em Londres por que não foi atrás?

Fiquei calado, Annye estava prestes a atacar algo em mim. Claro que eu conhecia a minha Sam, mas então por que essa pergunta mexeu comigo? Por que eu não fui atrás? Por que não sei o que dizer? Não tenho coragem? São tantos os motivos.

– Vamos Benson, olhe para mim e me dê alguma resposta!

– O que eu posso fazer? Ela foi embora! Exclamei me levantando irritado.

Annye me encarava estupefata, seu olhar me matava, Ela parecia ter nojo de mim, ela nunca me olhou desse jeito.

– Então é isso? Ela foi embora e acabou nisso? Você livre e feliz. Ela me olhou de cima a baixo Eu gostava de você, sério Benson eu amava você como amo a minha prima, achei que você era o cara ideal para ela que vocês eram perfeitos, mas agora eu vejo o quanto você é repugnante.

As palavras de Annye me pisotearam, eu sei que sou um idiota, estúpido, covarde e... Repugnante.

Vi Annye indo até a porta.

– Annye Chamei meio envergonhado.

– O que é?

– Você não sabe nada da Sam mesmo?

Annye me encarou sorrindo sarcástica e depois gargalhou, fiquei sem entender nada.

– Se eu sei? Falou se acalmando das gargalhadas - Claro que sim, falei com ela ontem.

– Como ela está? Perguntei, mas sei que é inútil já que nunca teria coragem de vê-la novamente ou Annye nunca me falaria.

– Você acha mesmo que eu vou falar? O que foi? Bateu remorso?

– você sabe que não é isso, eu a amo!

– Ama? Please Freddward! Você não acredita nela.

– Não é isso, você não pode entender.

– Quem sabe eu não entendo burra eu não sou. Explique.

–... - Não consegui dizer nada.

– Viu, você é um idiota.

Nisso que ela foi abrir a porta, minha mãe estava do lado de fora, com um saco de compras na mão que deixou cair ao ver Annye.

– O que essa maluca está fazendo aqui? Minha mãe perguntou, eu não sei direito, mas minha mãe odeia a Annye.

– Senhora B a quanto tempo! Exclamou Annye forçando felicidade Que pena que não senti sua falta.

– Puckett! Exclamou rangendo os dentes nervosa , sei que isso não vai prestar.

– Bye Marissa Falou passando pela porta - E Freddie?

– Sim? Falei esperançoso.

– Mexeu com a Puckett errada, vou te perseguir e fazer sua vida pior que o inferno, pode não ser hoje, nem depois, ou daqui à dez anos, mas uma hora vou te encontrar e você sofrerá pelos punhos de Annye Puckett.

Nisso ela foi embora batendo a porta, deixando minha mãe desesperada e eu desanimado.
Fim, Flesh Back

Lembro-me de minha mãe voltar a contratar seguranças para mim por um bom tempo, mas depois daquilo nunca mais vi a Annye ou qualquer outro Puckett.

– Você veio aqui por causa de Sam então?

– Meu mundo não gira em torno dela meu lindo Benson... Não falo com ela à uns três ou quatro anos.
Ela já não parecia ter tanto ódio de mim, seu sarcasmo já não era tão amargurado e ela até já começou com o seu Lindo, Belo ou Gatinho Benson como eu era chamado por ela.

– Então você não sabe que ela também está em Manhattan?

– Soube ontem, quando meu primo teve que voltar para casa por eu ter quebrado a mangueira e fazer encenação de desespero.

– Você é a prima do Dejan?

– Dylan? Sim, sou.

– E a Sam não sabe que você estar aqui tão próxima?

– Não. Mas eu sei que você teve ciúmes do meu priminho.

– Hã? Claro que não! Pera ai como você sabe? Perguntei nervoso pulando da cadeira, Annye ria divertida esparramada na cadeira da cozinha.

– O Dylan, ele é loiro, mas não burro ele percebeu o seu jeito ciumento e comentou comigo.

– Então ele sabe sobre a Sam e.... Eu?

– Não. Bem, eu não falei nada, ele só se tocou que Sam é minha prima pelo sobrenome Puckett, e sobre você eu apenas deduzi que o moreno idiota que apareceu com o dono do restaurante fosse você e achei o momento apropriado para fazer uma visitinha ao meu caro vizinho.

Qualquer um poderia ficar acanhado com o jeito que da morena falar, se fosse qualquer outra mulher eu afirmaria que o que ela acabou de falar tivesse segundas intenções e que só era mais uma cantada ridícula, mas não Annye, ela podia me chamar de qualquer coisa, mas ela só tem um amor por mim, o maternal e todos que são próximos à ela, mesmo só sendo sete anos mais velha do que eu.

– Não entendo...

– Estou com uma leve impressão que estou falando mandarim. Só pode!

– Falou suspirando cansada.

– Você sabia que eu morava aqui?

– Sim, no mesmo dia que me mudei vim aqui pedi uma informação e a dona Abigail que é uma fofa de senhora, dá uma ótima avó em falar nisso Falou pensativa Eu gostaria de ter tido uma avó dessas, a vovó Puckett preferia ser vigilante de assalto de quitanda do que fazer bolinho de chuva e a minha vovó Willians não conheci.
É impressionante o jeito que Annye perdia a foco.

– Annye.... Desculpe corta sua conversa sobre avós, mas...

– Ok entendi. Onde eu estava?

– Como você descobriu que eu morava aqui?

– É mesmo. Vim aqui pedi uma informação já que não conheço o bairro, foi quando eu bati aqui e a Dona Abigail atendeu dizendo Casa dos Bensons Falou imitando a voz de uma senhoria nada a ver com Abigail Depois eu vi a pequena Elly que lembra muito você, então tive certeza aquele Moreno idiota que eu gostaria muito de odiar mora aqui.
Fico feliz por ela querer me odiar, isso quer dizer que ela não me odeia.

– E o que faz aqui?

– Assim eu não me sinto bem- vinda Disse fingindo estar ofendida, talvez estivesse ...

– Por que você sempre dificulta as coisas?

– Eu gosto Disse rindo Que tal me oferecer um cafezinho e mostrar a casa?

– Você aceitaria? Perguntei debochado já sabendo a resposta.

– Não, mas custa oferecer?

RI. E essa é Annye Willians Puckett mais complicada só sendo duas.

– Mas agora vamos ser sérios.

– Estou esperando.

Annye odiava que usassem a ironia amarga com ela, ou que ficassem sem paciência.

Logo a morena com mechas coloridas se sentou em minha frente rígida, com seus olhos azuis penetrantes em mim, com uma expressão séria que não vejo em alguém à anos.

– Bem, eu acho que você pode imaginar o porquê de eu estar aqui. Você não é burro, meio lesadinho... Sussurrou a ultima parte, mas ainda assim audível.

– A Sam? Tentei e pelo visto acertei, pelo o sorriso dela.

– Isso, eu sei que você e a Sam já se encontraram, como foi isso para você?

– Você não acreditaria se eu falasse que ainda a amo?

–Não. Bem, eu acho que não, mas não tenho essa certeza na verdade não tenho a certeza de mais nada em relação a Seddie, mas não confio em você.

– Eu amo ela, mas sei que não o nosso momento certo.

– Hoje eu vou fazer diferente, não vou opinar nem nada. Você me decepcionou muito e nem sei o que minha prima pensa sobre isto, se passou tantos anos. Eu só quero que isso se resolva.

– Eu também quero que se resolva.

– Eu tenho certeza que sim Falou se levantando Prazer em revê-lo, diz a Elly que mandei um beijo e outro dia levo ela para tomar sorvete.
Nisso Annye se levantou e saiu da cozinha.

– Eu ti levo até a porta.

– Não é necessário usar seus modos agora, eu já sei onde é a saída.

Suspirei cansado, Annye era uma pessoa difícil, mas muito sabia, sabe o que faz muito bem e não tira a razão dela não confiar em mim.