Capítulo 4

- Senhorita America! – Anne, Mary e Lucy chamaram em uníssono. Reprimi uma risada.

- Como foi a sessão de fotos? – Lucy perguntou.

- Foi ótima – Disse retirando o véu. Elas pareceram um pouco desapontadas.

- Vamos nos encontrar mais tarde – Cedi. Elas sorriram satisfeitas e eu revirei os olhos.

Do nada, ouvimos leve batidas na porta. Olhei desconfiada. Não tinha como ser Maxon, não assim tão rápido. Fui até a porta ignorando a ansiedade palpável das minhas criadas.

- Soldado Leger?

- Senhorita America – Aspen saudou parecendo meio hipnotizado.

- O que está fazendo aqui? – Perguntei corando um pouco graças ao seu olhar fixo em mim.

- Eu gostaria de falar coma senhorita sobre minha vigilância à sua porta, já que desde que a senhorita voltou a competição não pudemos fazê-lo – Assenti. Sabia o que aquilo significava, finalmente teríamos nossa conversa. Meu coração bateu dolorosamente.

- Meninas, poderiam me deixar à sós com o Soldado Leger? – Perguntei e elas assentiram com uma desnecessária reverência. Logo, eu e Aspen estávamos sozinhos.

- Meri – Sua voz tremeu um pouco – Você está simplesmente linda!

- Obrigada – Disse encarando o chão.

- Imagino se seria assim que você pareceria no nosso casamento – Suas palavras soando um pouco embargadas. Meu coração afundou em peito, e lágrimas começaram a se formar em meus olhos.

- Aspen o que você quer falar? – Olhei-o diretamente, ele havia se aproximado mais.

- Meri, eu te amo tanto! – Ele pegou minhas mãos parecendo desesperado – Eu tenho tanto medo que você não me ame mais, e se encante por tudo isso. Se apaixone por ele e nunca mais pense em mim – Nossos dedos estavam entrelaçados, e já estávamos próximos o suficiente para que eu sentisse seu hálito em meu rosto – Eu vejo você com ele, sorrindo, parecendo tão feliz e a maneira que você o olha, America – Seu olhar era torturado – A maneira que você costumava olhar pra mim! E tudo é minha culpa, Meri! Tudo porque eu fui um idiota orgulhoso e deixei você ir – Meu coração batia violentamente me ragando de dentro pra fora, eu podia ver que Aspen acreditava que eu não o amava mais.

- Mas eu te amo também, Aspen – Eu fechei os olhos ao dizer, tentando não derramar lágrimas e falhando miseravelmente.

- Também? – Senti seu nariz roçar no meu – Eu costumava ser o único que você amava – Seus lábios encontraram os meus, mal me fazendo perceber que era a primeira vez que eu dizia que também amava Maxon. Porque a única coisa que eu pensava naquele momento era em Aspen, e em como seus lábios macios sobre os meus eram como pólvora incendiando meu corpo inteiro em Aspen. Suas mãos encontraram minhas costas nuas e me puxaram para mais perto, eu arfei um pouco e joguei meus braços em volta de seu pescoço, seus dedos em minha pele nua me fazendo querer mais, mais de sua pele contra a minha. Aspen desceu seus beijos para a base do meu pescoço, e foi continuando, e chegou em minha clavicula, onde eu senti a alça do meu vestido cair. Naquele momento, eu era apenas a America de Aspen, e eu só queria seus lábios macios por toda a extensão da minha pele, me queimando. Maxon era apenas uma lembrança distante.Maxon. pensei me lembrando de que havia mexido minha orelha há alguns minutos antes. Me separei de Aspen com os olhos arregalados. Ele me olhou confuso.

- Maxon vêm aqui a qualquer momento – Olhei para o nada, sem poder encará-lo. Aspen nada falou e então saiu do meu quarto.

Sentei em minha cama, de coração partido e confusa. Eu havia acabado de beijar Aspen, e ainda sentia seu toque em minha pele, havia dito que o amava e que também amava Maxon. Mas como eu poderia amar tanto ambos? Deveria haver alguém que eu amasse menos. Mas como eu saberia quem era, se cada vez que eu estava com um deles a única coisa que eu pensava de ambos era que eu os amava e pronto.

Quando minhas criadas romperam pela porta do quarto eu já havia me recuperado do pior e não parecia mais abatida. Elas entraram alegremente murmurando sobre como elas deveriam caprichar em minha aparência, e como fariam tudo. Eu apenas sorri enquanto ia pro banheiro com elas e escutava seus comentários durante o banho. Ás vezes até respondia, porém ainda me sentia ausente e presa no meu momento anterior com Aspen.

Não muito tempo depois de eu já estar pronta, usando um vestido branco de manga comprida na altura dos joelhos, e detalhes negros na barra, ouvi batidas na porta seguidas de uma voz:

- Todo mundo decente? – Me levantei da cadeira onde as meninas insitiam em retocar minha maquiagem já perfeita.

- Maxon! – O abracei afastando as memórias amargas do que havia acontecido alguns momentos antes, ele me envolveu com seus braços e afundou o rosto nos meus cabelos, plantando um beijo na lateral da minha cabeça. Afastei minha cabeça de seu ombro e sorri – Vamos? – Ele devolveu meu sorriso e ofereceu o braço.

- Vamos.