Vida De Casado! escrita por JL Yújó


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Aqui está!! =>

Boa leitura Pessoas!! ^_^

Xerim!!



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A semana passou rapidamente, Naruto mal falou com seus conjugues. Na sexta, estava saindo da cozinha, havia dito ao cozinheiro, no dia anterior, para fazer algo especial para o jantar desta noite então fora apenas conferir.

– Ei, tou-san, os rapazes e eu iremos sair, mas, voltamos antes das dez!

– Mas, Ryou, vocês sabem que hoje um grande amigo meu virá para o jantar e eu gostaria de apresentá-los a ele!

– Ah, tou-san! Outro dia nós conhecemos o cara! – disse com um bico muito parecido com o do pai loiro.

– Certo, então! Para onde vão? – disse se dando por vencido.

– A casa do Missuki!

– Tomem cuidado!

– O Missuki mora a quatro quarteirões daqui! Mas, se te faz sentir melhor, se formos demorar pedimos ao motorista dele para nos trazer! – disse dando de ombros.

– Prefiro que voltem cedo, para não precisarem incomodar ninguém!

– É o trabalho dele! – disse e saiu sem esperar pela resposta do pai.


Gaara chegou na hora marcada. Quando o loiro abriu a porta, percebeu logo um ruivinho, quase todo, escondido atrás do ruivo maior. Dobrou-se um pouco para ficar na altura do rapazinho e lhe sorriu.

– Olá, eu sou Naruto Uchiha e você deve ser Kurama no Sabaku. É um prazer conhecê-lo, Sabaku-san! – disse sendo formal, embora seu sorriso fosse caloroso. Se o garoto fosse só um pouco parecido com o pai, Naruto já imaginava a sua resposta.

– Oh, pode me chamar só de Kurama, eu deixo a parte do “san” para o meu papai que já é velho! – disse com seus olhinhos azuis escuros arregalados e logo devolveu o sorrido do loiro. Definitivamente, era filho do Gaara.

– Eu não sou velho, garoto! Sou mais maduro! – Gaara disse cruzando os braços em falsa indignação.

– Maduro igual a um tomate! – Naruto disse e soltou uma gargalhada, sendo acompanhado do ruivinho, enquanto o mais velho apenas revirava os olhos e dava um sorriso de lado.



Tsuki desceu as escadas, curioso para saber quem tinha feito o milagre de trazer aquela gargalhada melodiosa de volta aos lábios de seu amado pai. Quando estava de frente para o hall de entrada percebeu dois ruivos conversando com seu pai. O mais velho ele nunca tinha visto, mas, o menor era o novato de sua turma.



– Papai?

– Oh, querido, venha aqui! Quero que você conheça duas pessoas muito especiais. – seu pai o chamou com o sorriso mais brilhante que já tinha visto. Ao se aproximar o ruivinho arregalou os olhos.

– Você é da mesma turma que a minha!

– Sim! – disse simplesmente, oferecendo um pequeno sorriso.

– Você não anda com duas garotas penduradas em você? – perguntou, inclinando um pouco a cabeça com uma expressão curiosa.

– Penduradas uma ova! – disse uma rosada num tom birrento.

– Cê ta’ louco, moleque?! – disse a loirinha batendo um pé no chão com impaciência. O moreninho apenas revirou os olhos, enquanto o ruivinho corava.



Os dois adultos riram das expressões dos filhos.



– Tudo bem, já chega disso! – disse o loiro, repreendendo todos os pequenos, carinhosamente. – Vamos indo que o jantar logo será servido!

– E onde está seu esposo e suas esposas? – Gaara perguntou olhando de um lado a outro, como se eles fossem sair de alguma sala do corredor.

– Tiveram de trabalhar! – o loiro disse sem emoção alguma na voz. Continuando a andar sem encarar o amigo.


Gaara percebeu que os filhos do loiro ficaram com uma expressão tristonha ao olhar a pose rígida do pai, enquanto andavam.




O jantar teve um inicio um pouco tenso, mas, isso não durou. Gaara começou a falar de quando ele e Naruto eram crianças e moravam em Suna, tudo o que aprontavam e logo depois, como foi à adolescência, antes do loiro se mudar para Konoha.



– Eu me lembro que no último ano do pai de vocês em Suna, nós fomos a um acampamento. Infelizmente, aquele ano o inverno estava muito rigoroso, mas, como era o nosso último ano escolar e Naruto estava para se mudar resolvemos ir. O acampamento era ótimo, tinha um lago, que estava congelado pelo frio. Os professores alertaram para não nos aproximarmos dele, pois o gelo ainda era muito fino. – fez uma pausa dramática. – Quando os adultos se afastaram um garoto lançou o desafio para alguém ir até o meio do lago e voltar, quando ninguém se ofereceu ele mesmo foi, dizendo que éramos todos frouxos! – outra pausa. Agora ele tinha total atenção das quatro crianças presentes, que mal piscavam, com medo de perderem qualquer parte da história. Naruto só revirou os olhos, lembrava-se muito bem desse episódio, apesar de ter ficado orgulhoso de si mesmo, também se achou um tolo, depois do caso passado. – Ele foi andando cuidadosamente, mesmo conosco falando para ele não ir. Tentamos de tudo para demovê-lo dessa idéia louca. Ele chegou até um terço do caminho, só que o que mais temíamos aconteceu, o gelo começou a se partir. – os pequenos prenderam a respiração. – O cara estava pronto para correr, mas, então, Naruto gritou para ele ficar parado, por incrível que pareça o idiota obedeceu. Então, o loiro ali. – disse apontando o amigo que lhe mostrou a língua de modo infantil, fazendo os filhos de ambos rirem. – Começou a dar ordens a torto e a direito. Quando um dos professores chegou com uma corda, amarrou uma das pontas numa árvore e tentamos lançar a outra ao Kohako, mas, ele estava com muito medo de se mexer para pegá-la. Então, Naruto pegou a ponta da corda, amarrou na própria cintura e, ignorando todos, foi até o idiota no gelo. Desamarrou a corda da cintura e a amarrou na cintura do Kohako, mas, bem na hora o gelo se partiu e os dois caíram na água, à sorte foi que o loirinho estava segurando na corda, ainda. Todo mundo começou a puxá-los pelo gelo o mais rápido possível. Em seguida foram levados à cabana médica e foram cobertos com cobertores térmicos.

– Puxa! O papai é um herói! – Yui exclamou com uma animação reverente.

– Com certeza! Todos no acampamento só queriam andar com ele! E na escola então? Ele era mais famoso do que uma estrela do rock! – Gaara disse orgulhoso do amigo.



O jantar continuou com muito mais histórias, ora contadas por Gaara, ora por Naruto. Eles já haviam terminado de comer a um tempo, mas, continuaram sentados à mesa jogando conversa fora.




Harumi pensava que nunca havia se divertido tanto num jantar em família, ou visto seus irmãos e pai tão felizes. Sua felicidade diminuiu um pouco ao se lembrar dos outros pais e dos irmãos mais velhos. Mas, os varreu para debaixo do tapete mental, por enquanto, tudo o que queria agora era curtir esse momento.

Tsuki estava feliz. O amigo de seu pai era ótimo e fazia bem a todos. Só queria que essa felicidade durasse para sempre.

Yui não podia acreditar no quão engraçado seu papai era. Esse amigo dele definitivamente o fazia se soltar. Mas, então duas perguntas estavam começando a martelar na mente da loirinha: Será que seu papai irá deixar seus pais para ficar com o ruivo? E se isso acontecer ele irá preferir se tornar pai apenas do Kurama?




Os pensamentos de todos foram interrompidos quando a porta da frente foi batida com certa violência.



Naruto e Gaara se levantaram para verem o que estava acontecendo, sendo seguidos pelos filhos, que pararam á porta entre a sala de jantar e a sala de estar onde estavam Sasuke, Sakura, Ino e os rapazes Uchiha.



– Posso saber o motivo de tanto alvoroço? – Naruto perguntou suavemente, a ninguém em especial.

– O motivo é que você não tem controle sobre seus filhos! – Sasuke disse ríspido.

– Como? – disse entre dentes.

– Eu acabo de chegar do trabalho, só para ver meus filhos chegando de não sei onde à uma hora dessas!

– São nove e meia! E eles estavam na casa dos Hataki! Eles estão chegando no horário que combinamos e foram aonde disseram que iriam, pois os pais do amigo deles ligaram-me assim que chegaram lá. – virou-se para os filhos mais velhos que estavam transtornados, pois realmente, nunca tinham presenciado uma briga entre os pais, como os pequenos tinham, e estavam prontos para chorar sem saber o que fazer. – Subam e se troquem para dormir. Vocês três também! – disse sem se virar e ouviu o passo dos sete filhos subindo os degraus da escada.

– Naruto?

– Por favor, Gaara, conversaremos em outro momento, sim? – pediu quase suplicante ao amigo. Mas, continuou de costas para ele, encarando os olhos ônix frio do marido que continuou calado, assim como fizeram as esposas.

– Certo. Se precisar de mim, é só me ligar! – o loiro concordou com um movimento de cabeça. – Vamos Kurama! – o ruivinho correu até o pai e segurou a sua mão.

– Tchau, tio Naru!

– Tchau, querido! Tenha uma boa noite!

– Obrigado! O senhor também!



Assim que os dois saíram, Naruto passou o olhar vagarosamente sobre cada conjugue.



– E então? – Ino exigiu.

– E então, o quê?

– Quer nos explicar essa cena de agora? Será que é por causa desse cara que você não quer mais transar conosco? – Sasuke questionou friamente.


Naruto não podia acreditar naquilo e começou a rir, mas, não era uma risada feliz e sim de escárnio.



– Você seria um excelente comediante, Sasuke! Quando se cansar da carreira de empresário deveria investir na de palhaço! – disse com um sorriso de lado.

– Então, porque, Naruto? Se não é por causa dele, então porque você não quer mais dormir conosco? – Sakura indagou quase suplicante.

– Porque eu não conheço mais vocês! – disse cansado e passou uma mão pelo rosto.

– Nós estamos casados há 15 anos! Como você pode não nos conhecer? – Ino exigiu quase em choque.

– Porque, Ino, vocês nunca estão por perto para que isso aconteça!

– Temos de trabalhar! – Sasuke disse simplesmente.

– E eu não? – Naruto disse incrédulo.

– É diferente! Nossos empregos exigem mais de nós...

– Poupem-me dessa desculpa esfarrapada, por favor! Ser professor é um trabalho tão digno quanto ser um empresário ou médica de sucesso!

– Nunca dissemos o contrário, Naruto!

– Não! Fazem pior, Sakura, insinuam! Eu sonhei em ser professor de educação física desde que era criança, corri atrás do meu sonho e o realizei! Não me envergonho disso, mas, vocês agem como se o meu trabalho fosse indigno dos seus padrões perfeitos e eu estou cansado disso! EU NUNCA QUIS SER RICO, NUNCA QUIS VIVER EM UM BAIRRO DE ALTO NÍVEL! – concluiu aos gritos e chorando, deixando os outros três em choque. O moreno foi o primeiro a se recuperar.

– O que você quer, Naruto? – perguntou temendo a resposta do marido.



O loiro suspirou e sentou-se em uma poltrona sem encarar ninguém.

– Até o inicio desta semana, se você tivesse me feito esta pergunta eu não iria saber respondê-la, mas, então eu reencontrei o Gaara! – o moreno, a rosada e a loira ficaram rígidos. – Eu marquei este jantar hoje, eu disse a vocês que queria que conhecessem o Gaara, mas, então, recebo ligações de suas secretárias dizendo que não viriam jantar em casa. – disse com um sorriso de lado.

– Naruto... – Ino tentou argumentar.

– Eu sei, vocês tinham trabalho a fazer! Mas, Gaara também tinha, e nem por isso ele deu um segundo pensamento quando eu o convidei para vir jantar aqui. E querem saber? Eu nunca vi Tsuki, Yui e Harumi tão felizes. Foi nesse momento que eu me dei conta que se não fizesse nada, acabaria estragando a vida dos meus filhos, se eles continuarem a conviver com pais infelizes, eles serão infelizes. Os mais velhos nem jantaram conosco, já que vocês não estavam não viram motivo para fazê-lo!


Levantou-se, encarando cada conjugue pausadamente. Não queria ter de tomar essa decisão, mas, se não fizesse sabia que sua sanidade não resistiria. Tomou uma respiração profunda.


– Irei hoje mesmo para o apartamento que tenho no centro! – agradeceu a Kami-sama por tê-lo comprado há cinco anos. Como não gastava o dinheiro que recebia do trabalho, e o dinheiro estava parado na poupança, achou melhor investir em um imóvel. Nunca esteve mais agradecido por isso.

– Você não vai! – disse o moreno, de modo categórico.

– É isso ou nos separamos em definitivo agora mesmo e eu não quero isso realmente, mas, se for para continuar da forma como está, não tenho outra escolha! – disse determinado.

– Podemos tentar...

– Eu venho tentando manter este casamento há cinco anos SOZINHO! ESTOU CANSADO! SERÁ QUE NÃO PODEM SE QUER ME DAR UM POUCO DE ESPAÇO? ISSO É PEDIR DEMAIS?

– N-não! – disse uma Ino transtornada com a explosão do, sempre tão calmo, esposo.

– Mas, você não receberá aquele cara, o tal Gaara, enquanto estiver sozinho no apartamento! – Sasuke disse frio. Palavras erradas.

– Como é? Eu ouvi direito? – Naruto perguntou docemente. O moreno engoliu em seco, mas, assentiu. – QUEM VOCÊ PENSA QUE É, PORRA? EU NÃO DIGO O QUE NENHUM DE VOCÊS DEVEM FAZER COM SUAS VIDAS, DIGO? NÃO RECLAMO QUANDO A VÁDIA DA SUA SECRETÁRIA SE ESFREGA EM VOCÊ NA MINHA FRENTE, OU QUANDO A DA INO SE EXPÕE PARA ELA! ENTÃO NÃO ME VENHA DIZER QUEM ENTRA OU DEIXA DE ENTRAR NO “MEU” APARTAMENTO! – concluiu sentindo sua garganta seca depois de tanto gritar. E dando ênfase no “meu”.

– Naruto...

– Vou arrumar algumas coisas minhas para levar, amanhã venho buscar mais quando vocês estiverem no “trabalho”! – disse interrompendo a rosada e soltando a palavra trabalho meio debochado. Saiu da sala e foi até o quarto de casal.



Arrumou uma mala rapidamente e desceu, os três estavam sentados na sala. A rosada estava na poltrona que o loiro desocupara anteriormente e os outros dois estavam em extremidades opostas do sofá de três lugares. Naruto fez um gesto negativo com a cabeça. “Nem mesmo entre eles havia mais intimidade.” Suspirou com o pensamento, o que chamou a atenção dos presentes. Sakura fez menção de se aproximar, mas, parou quando o loiro deu um passo atrás.

Ele se sentiu mal ao notar as lágrimas que surgiram nos olhos esmeraldas, mas, se fraquejasse agora ele temia por sua sanidade mais tarde.



– Já estou indo! – deu a volta para sair.

– O que diremos as crianças? – a pergunta do Sasuke o fez parar, mas, não se virar.

– Amanhã quando vier buscar o resto de minhas coisas, falarei com eles! – disse simplesmente e saiu.



Sasuke ficou olhando por onde o esposo sairá, como se ele fosse mudar de idéia de repente e voltar, mas, depois de alguns instantes, ouviram a porta da frente ser fechada e o som do motor do carro do loiro se afastar, seu coração se apertou com o conhecimento que o estava perdendo. Não! Isso não iria acontecer, não permitiria! Ele amava Naruto! Ele, Sakura e Ino eram tudo para si. Tudo bem que não vinha demonstrando, mas, eles deveriam saber disso!


Pensamento igual se passava na cabeça da loira e da rosada.



– Porque ele está agindo assim? – Sakura perguntou abatida. Havia voltado a se sentar na poltrona. Sasuke agora olhava o jardim pela janela. E Ino ainda estava em seu lugar no sofá. Ninguém respondeu. Não sabiam como.

– Ele não é como vocês! – os adultos se sobressaltaram ao ouvirem a voz do filho caçula.

– O que faz aqui, Tsuki? Vá para a cama! – Sakura disse tentando ser suave, mas, sabia que sairá mais como uma ordem quando o filho ergueu uma sobrancelha. Como o Naruto conseguia falar calmamente e eles ainda obedecer?

– O que você quis dizer com ele ser diferente de nós, Tsuki? – Sasuke perguntou ao filho. Este deu um suspiro e segurou a ponta do nariz entre os dedos como se juntasse paciência. Não conseguia chorar, pois estava com muita raiva dos três pais para que isso acontecesse.

– Hoje no jantar, Gaara-sama nos contou como nosso pai era quando criança. – ao ouvirem o nome do ruivo a expressão dos três se fechou. - Ele não cresceu no luxo como vocês ou como nós, seus filhos. Mas, ele teve muito amor e segurança dos pais, antes deles morrerem, pouco depois dele entrar para a faculdade. E ele tentou passar esse amor e segurança para nós. O problema é que os quatro retardados que vocês chamam de filhos e que são mais velhos que eu, não entendem isso e só vêem o jeito que vocês cuidam de nós, ou seja, com ausência, frieza e descaso. Felizmente, Yui, Harumi e eu percebemos o que é realmente importante e absorvemos o amor que o papai nos oferece como se fossemos esponjas. E quanto a vocês, só esperam que todos estejam à sua disposição! – se virou para sair, mas, parou e voltou a olhar aos pais, que estavam boquiabertos. – Ah, só mais uma coisa, se vocês não fizerem algo e mudarem suas formas de agirem em relação ao meu pai, acho que acabaram perdendo-o para outra pessoa! Eu o vi rir mais esta noite do que nos últimos anos de casado com vocês, particularmente não me incomodaria vê-lo assim para sempre!


O moreninho saiu, deixando três adultos perplexos e pensativos para trás.


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Notas finais do capítulo

Agora o "bicho-vai-pegar"!

Espero que tenham gostado!!! ^_^


Xerim!!