The Snape's Daughter. escrita por Anne Black


Capítulo 6
Capítulo 5. - No trem.


Notas iniciais do capítulo

Eaiiiiiiii galerinha, aqui tá mais um cap. grandinho pra vocês.
Espero que gostem!
Obrigada por todos os reviews, amo vocês.



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POV Anne.

Talvez fosse pela ansiedade já acalmada e até um pouco de tristeza, mas as semanas passaram rápido e finalmente o dia de embarcar para Hogwarts havia chego. Naquela manhã Mary estava bastante triste, mas fingia felicidade por mim e Harold... Bom, continuava do mesmo jeito de sempre, a não ser pela ponta de tristeza que brotava em seus olhos negros.

- Vá tomar banho! Vou descer com suas malas, não demore ou nos atrasaremos. – Harold mandou, enquanto me empurrava escada acima e eu ria. Sim, sentiria falta desses momentos, mas eu realmente queria saber toda minha história. Queria me descobrir, por assim dizer.

Como Harold mandou, tomei meu banho, aproveitei que estava no banheiro e escovei os dentes, arrumei meu cabelo e voltei para o quarto para me trocar. Assim que fiz tudo, desci. Mary e Harold me esperavam um pouco impacientes na escada.

- Vamos! – Falei assim que cheguei ao pé da escada. Corri para abrir a porta e corri para chegar ao carro. Acomodei-me no banco de trás, coloquei o cinto e esperei os dois entrarem. Logo meu “pai” deu a partida e estávamos indo para Londres, para a estação King’s Cross.
A viagem fora silenciosa, algumas vezes cantávamos músicas que tocavam nas rádios, porém só. Quando chegamos à estação, um clima realmente chato se instalou sobre nós.

Enquanto caminhávamos pela estação, vez ou outra eu capturava alguns bruxos que acompanhavam seus filhos. Era foto que estávamos indo mais devagar do que todos por ali, talvez porque eles queriam aproveitar cada momento comigo. E bom, eu com eles.

Assim que chegamos entre as plataformas nove e dez, eu suspirei e me virei para abraça-los. Mary já chorava, parecia o fim do mundo para ela e Harold fazia um grande esforço para não derramar suas lágrimas. – Eu amo vocês, independente disso tudo. – Disse e os abracei apertado. Aquela havia sido minha família por muito tempo e continuaria sendo até o fim de minha vida. Ficamos abraçados por algum tempo, mas os soltei, precisava ir ou não conseguiria pegar o trem.

- Não deixe de pensar em nós um só dia. – Mary pediu suplicante e beijou meus cabelos. – Te amo. Independente de qualquer coisa minha filha, serei para sempre sua mãe. – Essa despedida estava se tornando pior e pior a cada minuto que passava. Harold beijou minha bochecha carinhosamente.

- Te amo. – Abraçou-me pelos ombros. – Como disse Mary, independente de qualquer coisa, mesmo que o bruxão seja melhor que eu como pai... – Rimos levemente. – Serei seu pai para sempre. – E beijei os dois. Após isso, posicionei o carrinho com as malas e corri até o pilar, fechei os olhos e esperei o inevitável choque que... Não veio. Apenas atravessei, adentrei em uma atmosfera um pouco mais quente e abri os olhos vendo a plataforma apinhada de gente, bichos e a enorme locomotiva preta e vermelha. Abri um sorriso e me dirigi até o maleiro, que guardaria as coisas para mim.

- Obrigada. – Agradeci o maleiro e segui um pessoal que aparentava ser mais velho que eu. Usavam as vestes de Hogwarts, porém o brasão e a gravata eram das cores dourada e vermelha. Uma combinação muito bonita, por sinal. Enfim, segui-os até o interior do trem, onde percebi que havia poucas cabines vazias. Estas eram pequenas, cabiam duas ou três pessoas. Entrei em uma bem no meio do vagão, arrumei a gaiola de Ginger, minha bela corujinha meio ruiva, que dormia confortavelmente em seu poleiro. Acariciei de leve suas penas da cabeça, porém Ginger nem se mexeu.

E eu havia achado que me atrasaria, porém o trem demorou muito a dar algum sinal de partida, mas é claro que quando ele começou a andar (olhei em meu relógio para constatar) eram exatas 11:00h. Nem todos os passageiros estavam em suas cabines e, pelo que pude perceber, agora procuravam freneticamente cabines vazias ou com pouca pessoa. Engoli em seco, alguém entraria a qualquer momento.
Dito e feito.

- Olá. – Disse um garoto com rosto levemente redondo e olhos azuis bonitos, ele havia gaguejado um pouco. – Será que poderia me sentar aqui? O resto das cabines estão realmente cheias. – Seu rosto havia se pintado de vermelho escarlate enquanto falava, apenas sorri de jeito simpático e apontei o banco a minha frente.

- Claro, fique a vontade. Sente-se. – O menino deu um leve sorriso e se sentou, acomodando um estranho cacto que se mexia dentro do vaso, em seu colo. Olhei para janela, tentando dar algum tempo para o garoto que parecia estar muitíssimo envergonhado.

- Meu nome é Neville... Neville Longbottom. – E se calou de repente, do mesmo modo que começou a falar. Sorri novamente, queria deixa-lo confortável, pois ele parecia ser mais tímido do que se mostrava. Neville, por um breve momento, sorriu de volta com o rosto mais uma vez todo escarlate.

- Eu sou Anne. Anne Evans. – E então me lembrei de meu sobrenome e me chutei internamente. E se Neville me reconhecesse? Estava perdida, é claro, afinal ele poderia sair pelo corredor e simplesmente espalhar com quem ele estava sentado no trem. Porém, sua expressão de indiferença me fez aliviar um pouco.

Ficamos sem nos falar, porém em um silencio confortável e aconchegante, nenhum de nós dois estávamos mais constrangidos. Pulei no banco quando bateram na porta de vidro da cabine uma garoto loira, com a expressão meio alucinada porém doce, seus grandes olhos azuis contribuíram para isso.

- Ah, olá gente. – Falou sorridente, sem nenhum sinal de vergonha como Neville estava anteriormente. – Vejo que fez uma nova amiga, Neville. – E mais uma vez seus olhos esbugalhados azuis se viraram para mim que sorri, tentando mais uma vez ser simpática. – Meu nome é Luna Lovegood, gostaria de saber quem é você. – E, displicentemente sentou-se ao lado de Neville. Luna sorria abertamente.

- Ahn, prazer em conhecê-la Luna. Meu nome é Anne Evans. – Continuei sorrindo simpaticamente, Luna fazia o mesmo, porém me olhava totalmente intrigada e foi nesse momento que eu percebi: Luna havia reconhecido o sobrenome de minha mãe.

- Ah... Já ouvi seu sobrenome antes, Anne! Papai comentara sobre alguém com esse sobrenome há algum tempo. – Luna agora parecia menos intrigada, talvez não conseguia se lembrar quem possuía o mesmo sobrenome que eu, o que eu internamente agradeci. – Não havia te visto em Hogwarts antes... De que casa é? – Droga, Dumbledore não havia me alertado sobre isso e nem sobre o que poderia responder.

- Ahn, hm... Bem, longa história, na realidade estou vindo transferida por hm... Alguns motivos, nada em especial. – Os olhos de Luna demonstraram seus sentimentos, ela não acreditara, porém sorriu, Neville se limitou a franzir a testa e assentir. A companhia dos dois era agradável, mesmo Luna sendo um pouco estranha e Neville super calado, era bom estar ali com eles. Meus primeiros colegas em Hogwarts.

- Bom, espero que vá para a Lufa-Lufa, mas continuaremos conversando se for para qualquer casa. – Luna mais uma vez disse e apontou o brasão da casa com o texugo em suas vestes. Sua gravata era nas cores amarelo e preto. A garota parecia orgulhosa em mostrar sua casa.

- Será bem-vinda na Grifinória vai ser... Bom te ter lá. – Neville disse timidamente e baixo, mesmo assim sorri para os dois. Não, não eram meus colegas e sim meus primeiros amigos em Hogwarts. Meus olhos recaíram em seu brasão vermelho e dourado, com um lindo leão centralizado. Repentinamente senti uma enorme vontade de pertencer a Grifinória.

Conversamos animadamente sobre as casas. Eles me contaram que a Sonserina tinha uma grande rivalidade com Grifinória, mas que ambas tinham ótimos alunos. Depois me contaram que Grifinória ganhava disparado no Quadribol por causa de Harry, meu irmão, e me explicaram o que era Quadribol. Por fim, me contaram sobre todos os professores e mais algumas coisas das casa, como por exemplo as cores e o animal da Corvinal (azul e bronze e o animal era um corvo) e da Sonserina (verde e prata e o animal era uma cobra). Ainda me explicaram sobre os fundadores de cada casa e eu me fascinava cada vez mais.

Neville pediu licença e saiu para se encontrar com Harry e os outros, suspirei. Gostaria de conhecer meu irmão, mas não sabia se ele me aceitaria ou não e isso me intrigava muito. Olhei para Luna e ela lia uma revista de cabeça para baixo, dei de ombros e voltei a olhar a linda paisagem repleta de pastos, pequenos lagos e um céu bem azul. Não sei em qual momento adormeci, as acordei com Luna me balançando.

- Você dormiu bastante tempo. – Informou-me enquanto eu me levantava. – É melhor colocar as vestes de Hogwarts, já estamos chegando. – E aquela estranha sensação de ansiedade voltou, meu estômago virou em 360º e não se aquietava. Luna se virou e fechou as cortinas da porta da cabine para que eu pudesse me trocar e assim o fiz. Sentei-me novamente e em menos de quinze minutos o trem parava na estação de Hogwarts. Minhas entranhas reviraram mais forte e minhas mãos suavam frio.

Sai para o ar frio que pairava por ali e logo vi Hagrid que me chamou coma mão, tentando pelo que pude perceber, ser discreto. Enfim, ele conseguira. Logo em seguida começou a chamar os alunos do primeiro ano. Segui Hagrid até um enorme lago onde vários barquinhos de madeira flutuavam na margem.

- Três por barco! Iremos assim para Hogwarts, apreciaremos a vista. – Ele gritou por cima do ombro enquanto entrava em um barco levemente maior. – Venha comigo. – Sentei-me ao seu lado. Quando todos os alunos entraram nos barquinhos, a pequena frota começou a flutuar sobre aquele véu negro. Resolvi quebrar minha insegurança com o gigante.

- Hagrid, e se Harry não gostar de mim? Tenho medo de que ele não me aceite. – Hagrid pareceu me entender perfeitamente e por isso não me encarou, apenas suspirou e antes de me responder mandou que todos abaixassem as cabeças.

- Harry é uma ótima pessoa, realmente ótima, mas é teimoso e um pouco cabeça dura quando quer. – Continuou e logo pude ver os primeiros sinais de Hogwarts. O castelo estava iluminado e ficava lindo assim, o enorme lago o refletia. Era enorme. – Dê algum tempo a ele. Na hora certa, vocês serão a família um do outro. – Assenti porque realmente Hagrid estava certo.

Atracamos em um pequeno píer e Hagrid ajudou todos a saírem dos barcos. Subimos uma eternidade de escadas e chegamos dentro do castelo. Não conseguia olhar para frente, apenas para os lados, chão, teto, decorações etc. Era tudo magnífico.

Paramos defronte a uma enorme porta de carvalho onde uma senhora de expressão firme nos esperava. Pela descrição de Luna e Neville, aquela deveria ser Miner McGonagall, professor de Transfiguração e diretora da Grifinória.

- Em instantes a seleção das casas e o banquete começarão. Peço que fiquem em silêncio até eu voltar. – Pediu enquanto nos guiava até uma sala lateral a enorme porta. Claro que não houve silêncio.

Minerva demorou um pouco para voltar e, quando ela voltou, desejei que ela tivesse esquecido de nos buscar. Suspirei pesadamente e abaixei a cabeça, deixando minha cascata de enorme cabelos negros cobrir meu rosto, chegando até abaixo da cintura.

Eu não estava preparada.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar a opinião de vocês.
Beijos.