The Snape's Daughter. escrita por Anne Black


Capítulo 12
Capítulo 11. - Here comes your very own lullaby.


Notas iniciais do capítulo

Conversamos lá embaixo!



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POV Anne

Minha conversa com Harry no sábado havia sido produtiva e eu ficaria mais tempo com ele se não estivesse com tanto sono, afinal meu dia havia sido cansativo. Subi para meu dormitório após a conversa, tomei um longo banho e me deitei, dormi quase imediatamente.

No dia seguinte, uma manhã sem sol, Gina me acordava dizendo que eu perderia o café da manhã. Dormi muito, mas estava mais cansada do que quando me deitei. Parecia impossível manter os olhos abertos; por isso, como um verdadeiro robô, penteei os cabelos e escovei os dentes e desci para o Salão Principal. Não me importava que estava de pijamas: blusa de manga comprida branca, calça de fundo rosa com vários ursinhos e no pé minha pantufa. Não me importei com os olhares e risadas.

- Bom dia. – Focalizei Harry com meus olhos embaçados pelo sono, ele sorria pra mim de forma terna e eu juro que tentei retribuir, mas não deu muito certo então me limitei a assentir.
 

- Olá. – Por incrível que pareça Ronald me cumprimentou, ele estava muito animado e todo sorridente ao me ver. Assenti para ele também, meu humor estava realmente ruim. Argh, se eu durmo pouco fico assim, se eu durmo muito também. Que droga!

Aos poucos, as muitas vozes no Salão Principal pareciam uma canção de ninar e então eu adormeci em cima dos meus braços. Não sei quanto tempo durou meu sono, se foi longo ou apenas um cochilo, mas eu sonhei e ela estava lá.

- Anne! – Dizia a mulher de cabelos fogo, ela vinha acompanhada de um homem com óculos redondos. Ele era idêntico a Harry, a única diferença que tinham era a cicatriz. – Minha pequena An, como está linda! – Mas ela não me abraçou. Não chegou perto de mim. Apenas estava lá e falava comigo.

- Olá, pequena An. Você está linda e extremamente parecida com sua mãe. – James. Ele falava com ternura, amor e um pouco de admiração. Não chegou perto de mim, assim como mamãe ele apenas estava lá.

- Mamãe? – A pergunta infantil escapou da minha boca. Era um misto de surpresa, curiosidade, felicidade e medo.

- Sim, meu anjo. – Lily sorria. Não havia tempo para lágrimas. – É a mamãe. – Mas ela queria chorar, porque ela havia aguentado muito. Ela havia passado pela morte como uma guerreira! – Estou aqui meu amor para te avisar que tempos difíceis estão chegando. Seu irmão e seu pai não serão os únicos que precisarão de você, meu bebê.

- Não entendo, mamãe... – E então ela caminhou até mim, James a seguia. Ainda sim, não me tocaram.

- Meu anjo, há algo mais forte que a confiança, a verdade e a lealdade. Há o amor e há pessoas que precisam desse amor que carregamos – Ela apontou para si mesma e depois para mim – para saírem do lugar escuro onde foram colocadas forçadamente. Há pessoas que desconhecem o amor. – Ela sorriu maternalmente pra mim enquanto eu me aproximei dela.

- Quero te abraçar. – Minha voz não saiu envergonhada e nem em um sussurro, simplesmente saiu desesperada. Lily abriu os braços e me acolheu ali, no lugar onde eu estaria para sempre protegida.

- Esteja pronta, minha doce menina. Não será fácil, mas o amor... Ah, meu bem, o amor vence tudo e na hora certo você entenderá. – Ela beijou meus cabelos. James acariciava minha mão. – Apenas não desista, aconteça o que acontecer, não desista. Aposte tudo, perca tudo, mas não desista. Será difícil, e muito! Mas se fosse fácil, não evoluiríamos. – E com um último leve beijo, sua voz foi sumindo. – Te amo hoje e sempre. – O lugar branco e calmo se desfez como fumaça até sumir.

Acordei sozinha, mas ainda estava no Salão Principal e as pessoas ainda conversavam. Ninguém parecia ter percebido que cai no sono, ou então perceberam e não quiseram me incomodar, o fato é que eu estava totalmente acordada e a sombra do sono anterior não existia mais.

Mamãe.

Contar ou não para Harry? Após longos segundos pensando, decidi que contaria ao homem que havia me aceitado no mesmo dia que meu irmão.

Virei minha cabeça para a mesa dos professores e ele estava lá me olhando, havia percebido que eu dormi. Os olhos estavam pouco mais expressivos, mas a face continuava rígida. A expressão séria me lembrou de uma águia; porém era o que ele havia virado: uma águia cuidando de seu filhote, ou de sua presa. Papai, por um breve e único momento crispou os lábios quase sorrindo. Quase.

- Não vai comer? – A pergunta veio de Hermione, que agora estava sentada ao meu lado, pois Gina havia ido a algum lugar. Neguei.

- Ahn, não estou com muita fome hoje. – Os Weasleys ali presentes me lembraram de meu breve sonho, de como os cabelos de Lily eram ruivos e de como, realmente, eu parecia com ela. Desde a cor dos olhos ao formato do corpo. Suspirei.

- Hoje a tarde vou estudar um pouco de Runas Antigas, quer estudar comigo? – Assenti. Aleluia uma boa alma para me ajudar com isso! – Nos vemos na biblioteca depois do almoço, então? – Assenti e vi Hermione se levantar sendo seguida por mais três meninas, todas riam e estavam com livros nos braços.

- Acho que vou tomar um banho. – Falei sozinha e olhei para minhas pernas. Adorava esse pijama, além de quente era uma gracinha, porém era realmente ridículo eu estar com ele em pleno Salão Principal.

- Vou subir daqui a pouco. Se importa em me esperar no Salão Comunal? – Harry pediu e ao olhar para ele lembrei de James. Deus, como eram parecidos! A única diferença eram os olhos. Os meus olhos. Os olhos da mamãe.

Sai do Salão Principal sentindo os olhares e ouvindo as risadas, mas como sempre ignorei. Assim que virei o corredor lá estava o garoto de cabelos platinados e expressão prepotente. Ele levantou a cabeça e esbarrou propositalmente em mim, me fazendo cambalear um pouco e me virar para ele com a cara fechada.

- Ah, se não é a sangue-ruim irmã do Santo Potter. Vai se juntar ao seu querido irmãozinho no hall da fama? – Ele dizia com deboche e sua voz estava carregada de raiva. Eu podia ter sido criada por trouxas, mas não era burra. Podia não saber do mundo bruxo, mas continuava não sendo burra e por isso entendi muito bem o que ele quis dizer ao me chamar de “sangue-ruim”.

- Um bom dia seria mais educado, mas você não parece ter muita educação. – Olhei para ele atentamente. Era rico, com certeza, e muito esnobe. Trajava roupas caras e usava um pesado anel de ouro e esmeralda com o símbolo da Sonserina. – Olha, não te conheço, mas sei que é um mal amado sem precedentes. Minha mãe era sim uma sangue-ruim, pelo jeito você adora essa palavra, não é? Pois bem, no breve tempo em que ela me segurou em seus braços eu fui muito mais amada que você em todo seu tempo de vida. – Ele parecia chocado, porém não perdeu a pose um segundo. – Sinto muito por você não ser sangue-ruim e não ter amor. – E mal notei que a maioria dos alunos assistia nosso show.

- Sua maldita sangue-ruim! É tão idiota quanto irmão... É de família? Mamãezinha não te ensinou a não ser idiota? Ah é, ela não teve tempo nem de trocar suas fraldas! – Rolei os olhos. Esse garoto além de ser ridículo e totalmente medito, era previsível. Depois de ser humilhado por mim em um corredor apinhado de gente, ele me xingou e faria isso quantas vezes eu acabasse com ele na forma mais calma possível. Com certeza iria até me atacar fisicamente.

- Queridinho, pelo jeito você sabe muito de mim e eu mal sei seu nome, que tal se apresentar? – O choque no seu rosto dessa vez foi maior porque, com certeza, ele não esperava que eu fosse tão calma.

- Draco Malfoy. – E disse o nome com a boca cheia de orgulho, como se fosse um título de nobreza. E eu me toquei que realmente era.

- Pois bem Malfoy, por que não vai tomar banho com o seu dinheiro e se orgulhar de como é puro ao invés de encher o saco dos outros? – Como eu previa, ele pegou a varinha e apontou para mim.

- Ora, sua... – Mas a voz conhecida, a voz das minhas canções de ninar interrompeu todo aquele teatro.

- O que está acontecendo aqui, sr. Malfoy? – Draco Malfoy foi pego de guarda baixa, digo, eu não reagia, estava sem varinha e ele fazia tudo que estava fazendo. Conseguiu cair na própria armadilha, se sujou sozinho. – Eu perguntei: o que está acontecendo aqui? – Seu olhar repousou em mim, estava totalmente irritado e impaciente.

- Professor, Anne não fez nada, Malfoy que... – Grande erro de Harry foi se meter no que não era de sua conta.

- Calado, sr. Potter, menos dez pontos para a Grifinória por ser um enxerido! – E então sua atenção estava em nós, novamente. – Terei de perguntar mais uma vez? – Rolei os olhos e bufei, bom, finalmente descobri de quem puxei a falta de paciência.

- O sr. Malfoy esbarrou em mim no corredor, mas não o culpo, estava distraído. – Usei todo sarcasmo que consegui e a carranca do garoto aumentou, como se fosse possível. – Acho que ele se sentiu incomodado e então me insultou, me chamando de sangue-ruim. – Contar aquilo foi um erro. A expressão do meu pai era demoníaca quando ele olhou para Draco, achei que fosse mata-lo ali mesmo. – E eu apenas lhe disse umas verdades, porém não “baixei o nível” e o xinguei como ele fez comigo. – Severo Snape fez uma coisa que seria lembrada por Hogwarts para sempre.

- Menos vinte pontos para a Sonserina, sr. Malfoy! Mais uma de suas gracinhas e terá detenção, estamos entendidos? – O corredor inteiro estava em choque, mas ninguém se atrevia em falar nada, não queriam perder cada palavra. Malfoy parecia que ia morrer.

- Professor, não precisa disso, não castigue sua Casa por um idiota. Não me importo que ele me chame de sangue-ruim, pode morrer me chamando de sangue-ruim, jamais vou me importar. – Papai não acreditava no que ouvia, apenas dei de ombros. – Isso só mostra a falta de amor e a necessidade de atenção que ele precisa. – Dei de ombros mais uma vez e olhei significativamente para Severo que logo entendeu.

- Sr. Malfoy, hoje é seu dia de sorte. Deixe de ser idiota. A Sonseria não irá perder vinte pontos por causa do senhor, não hoje. – Deixando um pai estressado, um Malfoy desacreditado e um corredor apinhado, fui rapidamente para o Salão Comunal. Precisava de paz e de um banho.

Tomei meu banho e me banhei de paz. Ok, esse pensamento foi ridículo e digno de uns tapas. Enfim, quando voltei para a sala do Salão Comunal, Harry estava sentado no chão perto da lareira junto com Ron, eles jogavam xadrez de bruxo. Sentei-me em uma das poltronas.

- Posso dizer o quão brilhante você é? Garota, sou seu fã, acabou com o idiota do Malfoy! – Eu dei uma breve gargalhada e vi Harry abrir um sorriso enorme. De repente me lembrei do sonho e que contaria ele ao meu pai.

- Ahn, já volto... – Porém foi um erro avisar que estava saindo. Harry levantou sua cabeça e me olhou intrigado.

- Onde vai? Vai se encontrar com McLaggen? – Soltei um risinho e meu irmão fechou a cara. Deus, que menino teimoso. Neguei e dei de ombros.

- Vou no escritório do meu pai. – E ele ficou tão chocado que não disse nada, por isso sai rapidamente e refiz o caminho do dia anterior, indo para o escritório nas masmorras. Bati a na porta e o “Entre” me recebeu.

Assim que eu entrei ele sorriu. Sim, ele sorriu.

- Bom dia. – E parecia estar animado, o que me deixou com uma sensação estranha, acho que eu era a única pessoa que o havia visto daquele jeito.

- Bom dia, papai. – Andei até sua mesa e me sentei na cadeira da frente. Papai pegou uma das minhas mãos que descansavam em cima da mesa e a beijou. – Preciso te contar um sonho que tive. – E lhe contei do sonho com mamãe e James, repeti todas as suas palavras e eu juro, juro que vi Severo Snape soltar uma ou duas lágrimas.

- Lindo sonho, pequena Na. – Quando me toquei, eu chorava e por isso Severo Snape me ninava em seu colo. Sem avisos, sem precedentes ou sinais, ele começou a cantar algo conhecido: minha canção de ninar.

So, just give me one more try
Então, só tente mais uma vez
With a lullaby
Com uma canção de ninar
And turn this up on the radio
E aumente o rádio
If you can hear me now
Se você pode me ouvir agora
I'm reaching out
Eu estou chegando
To let you know that you're not alone
Para que você saiba que não está sozinha
And if you can't tell
E se não sabe disso
I'm scared as hell
Eu estou muito assustado
'Cause I can't get you on the telephone
Porque eu não consigo falar com você pelo telefone
So just close your eyes
Então apenas feche os olhos
Oh, honey here comes a lullaby
Querida, aqui vai uma canção de ninar
Your very own lullaby
Sua própria canção de ninar


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Notas finais do capítulo

Eaiiiiiiiiiiiii pessoal! Amanhã respondo todos os reviews que não respondi.
Logo menos as coisas começam a ficar tensas em todos os sentidos, mas ainda vamos ter partes boas! Já escrevi boa parte do 6º ano e estou a-p-a-i-x-o-n-a-d-a, pois é, pois é.
Já adianto que muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas coisas serão reveladas e vocês ficaram, óh: surpresas até demais, porque até eu to.
Enfim, estão gostando?
Esse Snape ainda me mata de amores, oh homi ♥
Beijão.