Com Amor, John. escrita por Lea
Guardei a pequena carta na gaveta e me deitei, fiquei a noite inteira pensando como seria se eu encontrasse John outra vez.
Acordei com as cortinas da janela abertas, a luz incomodava meus olhos, então me levantei para fecha-las, quando me virei levei um susto, Joseph estava sentado na beira da cama.
— Bom dia meu amor.
Ele se levantou da cama e veio em minha direção.
— Bom dia Joseph, o que está fazendo aqui?
— Não gostou da surpresa? Eu estava olhando você dormir e esperando você acordar para tomarmos café juntos, então aproveitei para saber mais coisas sobre minha noiva.
Eu olhei ao redor do quarto, estava tudo no lugar, exceto a mesinha ao lado da minha cama, a gaveta estava meio aberta, então olhei para a mão de Joseph, ele estava segurando a carta que tinha escrito para John, ele estava com um sorriso estranho no rosto, então ele se aproximou mais de mim:
— Sophia, minha querida Sophia, o que é isto?
— N-nada.
Gaguejei e dei um passo para trás me afastando dele.
— Nada...
Ele puxou meu cabelo me virando de costas para ele, enquanto me empurrava contra a parede.
— Joseph o que está fazendo? Me solta!
— Só vou dizer uma vez, você nunca mais verá esse morto de fome, você se casará comigo.
— Você não pode me obrigar a casar com você.
— Você não tem escolha minha querida, ou se casa comigo ou nunca mais casará com alguém.
— O que quer dizer com isso?
—Acho que não dá para casar morta, não é mesmo?
Ele me jogou no chão e ajeitou a roupa e o cabelo.
— Espero que tenha entendido o recado e coma bastantes frutas para ficar em boa forma para o nosso casamento querida.
Ele segurou o meu rosto e me beijou, depois foi embora, me levantei do chão arrumando o meu cabelo, desci e tomei café. Minha mãe tinha chegado com uma caixa enorme, me levantei da mesa e fui ver o que era, ela tinha comprado o vestido de noiva e me fez experimentar, a costureira fez alguns ajustes, depois vimos alguns penteados, eu queria contar a ela o que Joseph me fez, mas eu tinha medo que ele fizesse coisas piores, então fiquei quieta. Depois de ver todos os preparativos para o casamento liguei para Vic, a garota que trabalhava comigo na outra cidade, eu queria perguntar a ela se sabia algo sobre John, então tive que sair escondido da minha mãe para que ela não me fizesse perguntas, fui ate um café que tinha ali perto e fiquei esperando ela, olhei ao redor para ver se Joseph não estava por perto, então Vic chegou, ela se sentou ao meu lado e conversamos por algum tempo, entreguei a ela a carta que tinha feito para John e pedi que entregasse a ele.
— Sophia, está tudo bem com você?
— Nem tanto Vic, sinto falta de lá, de você, de John, mas não posso voltar...
— Por que não pode?
— Vou lhe contar uma coisa, mas me promete que não irá falar isso para John.
— Está bem, eu prometo.
— Está bem, estou sendo forçada a casar com um cara, porque ele é rico e para a minha mãe ele é o melhor para mim, mas ela mal sabe que ele é perigoso, hoje de manha ele encontrou a carta que fiz para John, ele ficou furioso e me ameaçou, ele disse que se eu não casasse com ele, eu estaria morta, ele não estava brincando, eu estou com muito medo.
— Sophia, você precisar dizer isso para a sua mãe...
— Não, tenho medo que ele faça coisa pior, tenho medo que ele machuque ela, apenas quero que dê esta carta a John, deixa que o resto eu resolvo, agora vá antes que alguém me veja aqui.
Fiz Vic se levantar rapidamente e ir embora, eu fiz o mesmo, voltei para a casa correndo para que ninguém me visse na rua e contasse para Joseph, olhei mais uma vez ao redor e nem sinal dele, entrei em casa e minha mãe já tinha saído, subi correndo as escadas e fui para o quarto.
— Posso saber onde estava?
Joseph estava apoiado na parede ao lado da janela, a luz que entrava pela janela fazia com que iluminasse apenas os olhos dele, o que me causava arrepios.
— Eu fui caminhar um pouco.
— Caminhar sentada em uma mesa?
— Eu encontrei uma amiga no caminho e resovemos tomar um café juntas.
Ele me puxou e segurou meu rosto apertando-o com força.
— Não minta para mim Sophia, é a pior coisa que você pode fazer. Você acha que não pesquisei sobre sua vida lá, eu não sou idiota, eu sei que aquela garota trabalhava com você e sei bem porque chamou ela aqui.
— Primeiro me solta! —O empurrei. — E segundo, quem você pensa que é para se meter na minha vida?
— Eu sou seu noivo e vamos casar daqui a um mês, e já que está sendo uma noiva muita má, você ficará trancada aqui ate o dia do nosso casamento.
— Você não pode fazer isso!
— Eu posso sim e vou fazer.
— Minha mãe nunca vai me deixar trancada aqui.
— É o que vamos ver, ela quer tanto este casamento que faria qualquer coisa para que dê certo, imagina se eu falar para ela que esse sol não está fazendo bem a você, que você anda meio indisposta e precisa de repouso... Ela está tão cega pela dinheiro que nem perceberia se você está mal ou não, será tão fácil e sei que você vai colaborar, você não quer que sua mãe e seu pai se machuquem, quer?
— Você é um monstro!
— Não minha querida, eu sou seu noivo e em breve estaremos casados, mas ate lá você fará tudo o que eu quiser ou terá serias consequências, agora vou falar com sua mãe, enquanto isso você ficara trancada, ate o dia do nosso casamento, meu amor.
Ele saiu e trancou a porta, eu estava com tanta raiva que não conseguia pensar direito, horas depois recebi uma ligação, era Vic, ela me contou tudo o que tinha feito. Vic foi ate a loja de John, ele não parecia estar lá, então ela entrou e o chamou.
— John, está aí?
— Vic? O que está fazendo aqui?
— Eu trouxe uma carta da Sophia.
— Uma carta da Sophia? Me dê aqui.
Ele leu a carta e ficou em silencio por alguns minutos.
— Está tudo bem John?
— Onde ela está?
— Ela não quer que eu diga.
— Por que não?
— Escuta John, vou lhe contar uma coisa, mas, por favor, promete que vai ficar calmo.
— O que houve?
— Sophia disse que está sendo ameaçada de morte por esse cara com quem ela vai casar...
— O que? Como assim?
— Calma, ela disse que não quer que ninguém saiba, porque talvez ele machuque os pais dela, eles vão casar daqui a um mês e ela me contou que irá ficar trancada no quarto ate o dia do casamento por ordens dele.
— Você precisa me dizer agora onde ela está. Ela está correndo perigo, preciso ajudar ela, por favor, me diz!
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