O dia seguinte para mim foi mais alegre. Ainda não havia superado a dor de amar Edward incondicionalmente.

- Bom dia, filha – falou papai – Está melhor?

- Bom dia papai – falei – Sim, estou bem.

- Isso é bom – disse mamãe – Já estávamos pensando que você entrou em depressão.

- Calma mamãe, pode ter certeza que esse amor continua vivo, só que agora a dor foi embora – disse.

- Tudo bem, querida – disse mamãe e dei-lhe um sorriso – Agora, vamos tomar café e partir para o dia.

Na verdade eu fico em casa cuidando da minha irmãzinha. Terminei a escola tem 2 anos, mas não quis fazer faculdade para ajudar a minha mãe com a Sophie. Que por falar nela, acabo de ouvir seu chorinho da manhã. Sempre era assim quando ela acordava.

- Vou pegar a Sophie – disse mamãe – A mamadeira dela já está pronta.

Continuamos a tomar café, enquanto mamãe foi ver a pequena. Por incrível que pareça Sophie mamava no peito e na mamadeira. Não sei se ainda mamãe tinha leite, pois tem dia que demora em descer com ela.

Terminei o meu café e vi mamãe descendo com uma Sophie manhosa no colo.

- Hoje ela não quis o peito – disse mamãe

- Ah sim – disse – Quer que eu dê a mamadeira, mamãe?

- Não precisa , meu bem – disse ela – Hoje ela acordou manhosa.

- Tudo bem – disse. Dei um beijinho na bochechinha da Sophie – Bom dia, lindinha.

- Loi Imãzinha – disse manhosa e sorri.

- Bom, vou me arrumar. – disse e subi.

Cheguei ao meu quarto, tirei meu pijama e coloquei outra roupa. Escovei os dentes e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e desci.

Vi Sophie tomando ainda a sua mamadeira, deitada no sofá e mamãe ao seu lado.

- Bem, família hora de pegar no batente – disse papai

- Já vai querido? – perguntou mamãe arrumando a gola de seu uniforme de polícia.

- Já sim, querida – disse papai dando um selinho na mamãe – Tchau amo você. Tchau filhas – deu um beijo na minha testa e na da Sophie

- Tchau papai. Bom trabalho – disse

- Xau papi – disse Sophie.

E papai saiu para trabalhar. Mas logo depois foi a vez de mamãe ir para o hospital, pois trabalhava de enfermeira lá, ficando só eu e Sophie em casa. Ela terminou a mamadeira e colocou em cima da mesinha do abajur ao lado do sofá.

- Imãzinha, vamu ver desenho? – perguntou ela

- Vamos sim – disse e ela sorriu.

Peguei o controle, ligando a TV e coloquei no canal Cartoon Network. Já estava passando “Três Espiãs Demais” e nós duas adorávamos esse desenho.

- Adolu exi desenho – falou Sophie deitando a cabeça em meu colo.

- Eu também, amorzinho – disse. Fazia carinho em seus cabelos e prestando a atenção na TV.

Escutei alguém bater na porta, mas quem será a essa hora da manhã?

- Amorzinho, levanta para eu que possa ir atender a porta – Sophie levantou e logo em seguida fui atender a porta.

Ao abrir, eu não podia acreditar na figura humana que estava parada ali. Seus cabelos balançavam com o pouco vento que passava por nós, seus traços desenhavam o perfeito contraste do rosto delicado e masculino. Aqueles lábios, que tanto desejo beijá-los.

- Edward? – perguntei, sentindo as lágrimas molharem meu rosto mais uma vez, os sentimentos se misturavam: medo e paixão – O que fazes aqui?

- Eu precisava te ver, Bella – disse ele com a voz embargada.

- Céus! Você está aqui – disse sorrindo.

Encostei-me ao batente da porta. Toda aquela dor de amar poderia ter se acalmado um pouco, mas o vendo aqui em minha casa minha paixão aumentava mais e mais.

- Eu preciso olhar em seus olhos e quero falar com você – disse ele.

- Então fale, Edward. Estou aqui – disse.

- Seu coração não é o único que está apaixonado intensamente, Bella – disse ele – Eu simplesmente não consigo tirar você de minha cabeça e todas às vezes que olho para céu, vejo seu rosto desenhado nas estrelas.

- E eu? – falei – Não consigo parar de pensar em você.

Edward tocou meu rosto tão delicadamente, fazendo leves carinhos em minha bochecha. Deixei-me levar pelos seus toques, ficando totalmente inerte do que acontecia a minha volta.

- Eu pareço estar em um daqueles sonhos incríveis, mas quando acordo sinto meu coração pulsar cada vez mais forte – Disse ele.

- E o que seu coração diz, Edward? – toquei seu peito e pude sentir o feroz coração latejando lá dentro.

Ele estava aqui de frente comigo, e a vontade é de pular em seus braços, dizer o quanto eu o amo, inebriar seu cheiro e tocá-lo da forma mais viva que existia.

Senti Edward se aproximar, sua respiração batia em meu rosto e suas mãos agarraram meus braço, olhando profundamente em seu mar de esmeraldas.

- Olhe dentro dos meus olhos e me responda Bella – dizia ele – Você me ama?

- Edward, é complicado – disse

- Por favor, Bella. Só me responda – falou ele – Você me ama?

Minha garganta parecia estar fechada, entupida pelas dúvidas. Não conseguir distinguir o que estava sentindo naquela hora, exata hora em que Edward me perguntava sobre o sentimento, que mesmo sendo puro era tão dolorido.

- Sim – respondi temerosa pelo que poderia vir naquele momento – Eu amo você, Edward. Mais que tudo nessa vida.

Edward só escutava minhas palavras. Ele olhava para mim de uma forma intensa, jurava que via sua alma pura através daquela imensidão cor verde-esmeralda. Me aproximei mais um pouco, preenchendo um mínimo espaço que havia entre nós naquele momento.

- Você me deixa completamente perdido. Não sei mais que mundo posso estar – disse ele colando nossas testas.

Eu podia sentir sua respiração bater em meu rosto, era um hálito doce, com cheirinho de menta e seu perfume me hipnotizava profundamente, inundando minhas narinas.

- Edward, você tem algum medo? – disse ao sussurro – Me diz.

O silêncio aflorou entre nós. Cada um estava apreciando aquele momento intenso, forte e o mesmo tempo tinha essência de desejo. Nossos lábios tão próximos me fez perder a noção de onde estava.

- Meu medo é de que você desapareça e estou inseguro de não conseguir corresponder seu amor, Bella – dizia ele. De repente tocou meus lábios com seu dedão, fazendo-me ficar calada – Mas meu desejo é sentir o sabor desses lábios.

-Então, o que lhe impede de fazer? – perguntei tocando o contorno de seu rosto.

- Minha insegurança – disse ele se afastando levemente.

-Vamos então, dar um tempo para pensarmos em nós dois. Saiba que sempre vou estar aqui te esperando – disse – Como te disse, amo você.

- Prometo que vou pensar em nós com todo meu amor. Agora eu vou indo, pois vim para te ver. Tchau Bella – ele disse e beijou ternamente minha testa e depois o canto de minha boca – Fique bem, pequena.

E então o vi partindo. Seu gesto me fez chorar, mas não de tristeza e sim uma felicidade de poder senti-lo pertinho de mim e me chamando de pequena da forma mais doce do mundo.

- Edward eu te amo – sussurrei para mim mesmo. Meu coração parecia que iria saltar do peito a qualquer momento, olhar naquela imensidão de esmeraldas pude ver o reflexo de sua mais pura alma e do brilho que transmitia.