Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 34
Cap. 32


Notas iniciais do capítulo

Heeey, como estão?
Sentiram minha falta?
Agora tentarei postar todo sabado... Enfim, boa leitura.



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Mesmo quando Eric fora levado para a enfermaria eu continuo buscando minha irmã. Demoro muito tempo para encontra-la, no banheiro se encarando na pia.

– Tudo bem?... – eu pergunto me aproximando devagar, sie como ela pode ser temperamental. – O que aconteceu lá embaixo?

– Eles chegaram atirando. Vi que todos estavam meio que dormindo então fingi também... Mas Tris começou a pisar nos pés de todos e percebeu que eu estava acordada e me ajudou a sair dali. – ela diz tudo de forma automática e ainda não olha para mim, apenar encarando seu reflexo no espelho. Seus cabelos estavam um pouco maiores desde meu ultimo dia na Audácia e apenas agora percebi que ela possuía alguns arranhões.

– Você está estranha... Não foi só isso que aconteceu. – Percebo seus olhos marejados.

– Eles disseram o nome dele... Eles estavam se comunicando com nosso pai. – ela se vira para mim. – Ele está vivo! – ela sorri.

De imediato passa milhares de coisas na minha cabeça; perguntas. Se ele está realmente vivo por que não veio nos procurar? Por que ele está do lado da Erudição? Talvez essa coisa azul que foi injetada em minha irmã seja um tipo de alucinógeno por que... Meu pai deixou a Erudição... Por que ele voltaria justo agora, sendo que a Erudição quer controlar tudo... Ele que sempre nos foi sábio o que ele estaria fazendo no lado dos vilões?! Meu pai é o mocinho... ou era...Pelo o que eu o conheço ele nunca faria algo desses.

– Pare de brincar. Estamos todos sensibilizados pelos acontecimentos recentes e se você ficar imaginando coisas que não existem vai acabar ficando louca. - Digo apenas para receber um olhar enfurecido dela.

– Não acredita em mim? – ela pergunta e seu tom ai desafiador, mas com uma pontada de magoa. Consigo ver nós duas no espelho. Ela está quase da minha altura... Ela não é mais criança, não deveria agir como uma, imaginando que nosso pai está vivo apenas para ter algum tipo de esperança.

– Não somos mais crianças, nossos pais morreram, supere isso e vá ajudar os feridos. – digo antes de sair do banheiro, mas antes vejo sua cabeça abaixar e lagrimas caírem de seus olhos.

Tento não me sentir mal com o que disse, mas minha mãe sempre dizia, o que não te mata te faz mais forte. B. precisava sentir um pouco de dor, por que até agora não acho que ela tenha tratado isso como uma guerra. Você precisa de dor para se tornar real.

Voltei para o térreo, ajudando a retirar os corpos mortos dos traidores da Audácia. Muitos estavam com tiros apenas em partes do corpo, mas continuavam vivos; estes fugiram. Encontrei Noah ajudando a retirar as agulhas das centenas de pessoas da Franqueza.

Caleb também tinha chegado, junto com o líder da Abnegação. Depois de ter nos ajudado e de termos comido, fomos para o apartamento de Neelie, que tinha conseguido colchoes.

– Temos que voltar á Erudição. – diz Caleb quando estamos todos sentados. Estou encostada na parede ao lado de Noah.

– Para que?! – ele indaga e reparo em sua mão que está com uma grande marca de mordida, de um menino que o mordeu quando Noah tentou tirar a agulha dele. – Não viu o que eles fizeram aqui hoje? Mataram uma criança pelo simples fato dela ser diferente. – ele não gostava de usar a palavra divergente.

– Pensem comigo, os divergentes são perigosos. – ele diz com convicção. Nem Caleb, nem Noah sabem a verdade sobre mim e Neelie e não será agora que pretendo contar. – Em nossas facções, encontramos sentido, encontramos propósito, encontramos vida. Longe delas, não sobreviveríamos. Nós estivemos com os sem-facções antes. Vocês viram como eles vivem... Vocês viram como eles são perdidos, como não tem uma razão na vida, como não tem virtudes. Eles são egoísta, não são inteligentes, são covardes, são mentirosos e não querem a paz.

– Pois bem, o ser divergente tem mais virtudes. Não entendo o que os sem-facções e os divergentes tem haver. – digo e ele me encara como se fosse obvio.

– Seja direto. – diz Neelie.

– Ao longo disso tudo podemos perder o rumo, mas nunca o foco. Qual o foco? – ele faz uma pergunta retorica, mas ao que parece Neelie não entende por que responde.

– Manter as facções unidas. Manter a sociedade como conhecemos. “A Abnegação supriu nossa demanda por líderes altruístas no governo; a Franqueza providenciou líderes confiáveis e seguros no setor judiciário; a Erudição nos forneceu professores e pesquisadores inteligentes; a Amizade nos deu conselheiros e zeladores compreensivos; e a Audácia se encarrega de nossa proteção contra ameaças tanto internas quanto externas.”

– Conhecemos o discurso Neelie... – reviro os olhos quando ela termina de falar.

– Eu sei, estava apenas respondendo. – ela me da a língua.

– Continuando... – diz Caleb. – Obrigado Neelie por responder. O nosso foco é esse. Manter as facções unidas para que cada uma contribua com o que lhe foi designado e que prosperamos sempre. Os divergentes são como uma falha no sistema. Você, Noah. – ele aponta. – Imagine, você é da Amizade. Digamos que tenha nascido e crescido na Amizade; mas no dia do seu teste, ele dá Amizade e... – ele coloca a mão no queixo, pensando. – Audácia. Duas facções completamente diferentes. Uma incentiva a briga e a outra a paz. Agora digamos que você escolha a Audácia. E chegando lá, age como um membro da Amizade... Isso causará danos em você.

– Tenho quase certeza de que o propósito de Jeanine não era “não causar danos aos Divergentes”. – diz Noah.

– Jeanine quer nos proteger de perigos entre nós mesmos. – defende Caleb.

– Desde quando Divergente são perigosos? – pergunto mordendo o interior da minha bochecha para não falar demais.

– Eles não pertencem a nenhuma facção. Eles são eternos sem-facções. – ele diz e olho para baixo não demonstrando o quanto suas palavras me afetaram. Olho para Neelie que está encostada na parede oposta. – E não precisamos de mais sem-fações.

– Mas são Divergentes, não podem ser controlados. – diz Neelie. – Como Jeanine planeja manter as facções unidas?

– Matando todos? – pergunto com sarcasmo mas no fundo sei que provavelmente esta é a resposta.

– Não... Matar não...- diz Caleb lentamente, então sorri. – Controlar é a palavra certa.

– Mas não se controla o que é incontrolável. – diz Noah.

– Por isso que os membros da Audácia que apoiam a Erudição vieram aqui hoje. – ele diz, não usando a palavra que todos usam. “Traidores da Audácia”, mas sim, “Membros da Audácia que apoiam a Erudição.” Que coisa mais patética. – Precisamos de apenas dois divergentes para fazermos as pesquisas necessárias. Para encontrar as respostas que precisamos para tornar nossa sociedade sempre melhor.

– Caleb... Sua irmã é uma divergente. – digo. – Estaria disposto a trair sua própria irmã?

Ele arruma seus óculos e levanta a cabeça com orgulho.

– Facção antes do sangue, Ruthless.

Todos ficamos em silencio, sentindo o peso que estas palavras tem. Apesar de apoiar os sem-facções na vingança contra a carnificina que a Erudição fez, não sei se gostaria de viver ao modo deles.

Gosto de saber que tenho uma virtude (ou mais). Gosto de termos objetivos... E apesar de muitas vezes no passado ter reclamado, gosto de vestir uma cor.

– Certo... Quando você vai para a Erudição? – pergunta Neelie.

– O mais rápido possível e esperava que vocês viessem comigo...conversei com James. – Caleb olha para mim enquanto diz seu nome que me faz mexer inquieta e Noah percebe, erguendo uma sobrancelha ele não pergunta nada. – Ele irá voltar para a Erudição comigo...

Mordo o lábio inferior antes de responder. Depois de usarem o soro da verdade em mim, não vi mais o James e depois tanta coisa aconteceu que me esqueci que ele estava aqui na sede. Tento não me sentir culpada.

– Não tenho interesse nas coisas que James faz. Estou cansada. – digo me deitando no colchão, fecho os olhos mas ainda consigo sentir o olhar de Noah queimar sob mim. – Se não se importarem em apagar as luzes... – resmungo.

– Acho que devemos seguir o exemplo dela. – diz Neelie e finalmente a luz é apagada.

“Facção antes do Sangue”...Mas afinal, qual é a minha facção?


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