Reckless - Divergente escrita por Morgana Le Faye, Andiie


Capítulo 11
Orgulho


Notas iniciais do capítulo

FEEELIZ SEXA FEIRA TREZEEEEE ^^
ahushausa heey ^^ mais um cap ^^ e a ação esta começando... vejo vcs lá nas notas finais ^^
Respondam nos reviews quais são seus shippers da fic ahsua Hey Andiie, esse cap é pra ocê ^^ mais nova leitora.



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Saudade. Minha mente se resumia nisto. Não sei se foi bom meu pai vir ontem. Foi bom... Mas ele veio sozinho. Preciso ver, falar com a minha irmã.

Estava a caminho da biblioteca, mas vi Max aqui no complexo. Max é o líder da Audácia que eu mais gosto. Eric é um velho amigo, mas o conheço bem demais para confiar nele. O vi entrando no elevador. Provavelmente uma reunião com Jeanine.

Minha parte curiosa me fez sentir vontade de segui-lo e escutar a conversa dele com Jeanine, mas sei que seria meio difícil. Não poderia aparecer assim lá. Talvez uma escuta.

Escuta. Olho pra frente e justamente a pessoa que eu queria ver vira o corredor.

– D. – chamo-o. Talvez ele não tenha escutado. Corro até ele. Ele este parado no corredor com sua usual postura prepotente. Às vezes tenho vontade de dar um soco na cara desses Eruditos metidos, mas me lembro de que sou um deles.

– Me chamou? – ele pergunta. Tenho que conversar com ele em particular, oque não é possível com as câmeras em todos os corredores.

– Podemos conversar em... Particular? – pergunto. Ele entende. Um brilho de compreensão passou pelos seus olhos castanhos. Ele acena que sim e juntos eu e ele saímos da sede em direção aos apartamentos.

Durante o caminho penso em como direi á ele. Como pedirei que escute uma conversa entre a líder de sua facção e o líder da minha. Meio impossível de conseguir que ele faça isso por mim... Por mim. Tenho certeza que por mim não, mas quem sabe se eu usar... As pessoas certas. Um brilho de claridade passa pela minha mente. Sei quem usar.

Ao chegarmos ele abre. Surpreendo-me com oque eu encontro lá dentro. O apartamento é somente dele. Esta cheio de livros e anotações para todos os lados. Drezza esta aqui. E esta parte é a que mais me intriga. O que ela esta fazendo aqui? Ela senta-se na cadeira com um livro na mão e escreve enquanto lê. Á dois dias ela foi ao salão de belezas da Erudição. Ela esta usando apliques e pinto seu cabelo de uma forma que agora as cores parecem naturais. Como uma Erudita.

Olho para ela. Eu não quero cortar meu cabelo. Ele é uma das minhas lembranças da Audácia. Não estou pronta para deixa-la.

– Drezza? – pergunto. Ela murmura um “sim?” em tirar a atenção dos livros. Olho para D.

– Oque queria me falar? – ele pergunta.

– Não sei por onde começar... - ele aponta para o chão e se senta. Sento-me a sua frente. Drezza larga o livro e se inclina para frente a fim de prestar atenção. – Meu pai veio ontem no dia da visita e disse que a Audácia em parceria com a Erudição ejetou um tipo se soro para localizar os membros. Nós da Erudição não o recebemos, oque eu achei estranho. – observo suas reações. Drezza mantem-se imparcial, mas D. pede para que eu continue. – Então hoje de manha na biblioteca descobri que Jeanine, junto com Cara, estavam pesquisando uma maneira de tornar o soro de simulação mais longo á dois anos.

– Creio que descobriram... - murmura D. mais para ele do que para nós duas. – Mas, aonde você quer chegar com isso?

– Quero chegar á tem algo errado com a Audácia e a Erudição participa disso. Era apenas uma teoria, mas acho que esta se confirmando... Hoje, após sair da biblioteca, encontrei-me com Max, um dos lideres da Audácia. Ele esta em reunião neste exato momento com Jeanine... - Drezza me compreende. Ela me olha com um brilho de entusiasmo nos olhos que não sabia ser possível existir dentro dela. Um brilho audacioso.

– E você quer que eu, ele e você deem uma de membros da Audácia e escutemos a conversa? Como espiões? – ela esta entusiasmada, mas não posso dizer o mesmo de D.

– Não podemos ir fisicamente até lá... Mas, olhe isto é segredo, ouvirão? – ele se levanta e vai até um quarto. Olho para Drezza. Seus cabelos estão arrumados e ela esta maquiada.

– O que você estava fazendo aqui? – pergunto. Ela me olha e se faz de ofendida.

– O que sua mente poluída da Audácia acha que eu estava fazendo? – não consigo deixar de rir com a cara dramática que ela faz.

– Você e ele... Hm... Estão... éer...coisando? – é meio complicado falar disso sendo que você conhece a pessoa a menos de um mês.

– Coisando?

– èer... Ficando.

Ela coça a nuca. Depois olha para o quarto. Aproxima-se de mim e fala bem baixinho.

– Não, mas, não sei acho que gosto dele.

– Acha?! – digo rindo. – eu tenho uma quase certeza.

Ela revira os olhos. Escuto barulhos de objetos sendo mexidos dentro de caixas e me pergunto oque D. esta fazendo lá dentro?

– E você e o James? Vi vocês dois ontem... Eram da mesma facção... - ela começa a insinuar. Rio. Eu e James? Bizarro. Ele é apenas um amigo.

Eu realmente não consigo idealizar alguém apaixonado por mim. Eu não consigo imaginar alguém pensando em mim antes de dormir, ou contando para os seus amigos sobre mim com um sorriso bobo. Eu não consigo imaginar ninguém nas nuvens porque eu disse um "oi" ou qualquer coisa assim. Sei lá, só não consigo.

– James? Ele é só um amigo. – digo. D. aparece de volta na sala com uma caixa em mãos. Ele se senta no chão, entre Drezza que esta no sofá e eu. A caixa é simples e de papelão.

– Aqui, senhoritas, esta o meu melhor e maior projeto. – ele abre a tampa da caixa e não consigo segurar um riso. Começo a rir e ele me fulmina com os olhos.

– Isso é o seu maior projeto? – pergunto apontando para dentro da caixa. Um grão de arroz. Exatamente. Um grão de arroz pequeno e insignificante. –Um grão de arroz? Olha amigo, não querendo te desiludir, mas a Amizade já produz desses...

Ele me empurra.

– Não é um grão de arroz qualquer. Na verdade nem é comestível. É um micro escuta. Ela emite ondas de rádio para cá. - ele tira de seu bolso um celular. – Se conseguimos colocar isso de baixo da porta da sala de Jeanine escutaremos tudo que ela esta falando.

Inteligente. Pergunto-me quando e por que ele criou isto, mas olho para o relógio. Pelos meus cálculos a reunião já deve estar acabando. Deixo para perguntar isto mais tarde.

– Acho melhor irmos agora. – digo me levantando. D. pega o seu grão-de-arroz-escuta-super-poderosa na palma da mão e corre até a porta. Eu e Drezza o seguimos. Ele sabe mais da Erudição do que nós.

Corro como jamais havia feito na Erudição. Passando e esbarando por membros e tropeçando em crianças e livros. Drezza esta atrás de mim e D. á minha frente corre particularmente lento. Eles não devem estar tão acostumados quanto eu.

Paramos em frente a porta de Jeanine. Ele se abaixa com cuidado e joga o grão pelo vão da porta. Silencio. Não ousamos nem respirar. Ele sai de perto da porta caminhando o mais silenciosamente possível quando começo a escutar chiados.

Como ondas frenéticas. Seu bolso começa a emitir uma luz neon verde e sei que é seu celular. O grão deu certo. Agora só temos que rezar para que ele não seja pisado.

Corremos para o lugar mais próximo. O Millenium. Agachamo-nos para dentro do feijão e a situação fica complicada. Ficamos os três espremidos. Nossos reflexos são turvos. D. tem de se apertar para conseguir tirar seu celular do bolso.

Escutamos ruídos que logo vão clareando. Max esta falando com Jeanine sobre a Audácia.

– Não temos Divergentes. – ele fala e meu coração gela. Divergentes. Essa palavra ainda me faz sentir calafrios.

– Claro que tem. Não pense que não tem. Eles estão em todos os lugares. Mas a simulação será forte o suficiente para controlar eles também. – a voz de Jeanine é mais fria que o ar ao nosso redor. Estamos em silencio quando gotas começam a ecoar. Chuva. Batendo contra a placa de metal. Drezza me olha preocupada. A simulação... Eles estão sob controle. Para que Jeanine e Max iriam querer controlar toda a Audácia? Nada disso é mais importante do que o fato que meu pai e minha família também foram injetados com isso. Eles também serão controlados. – Apenas me assegure que toda a Audácia recebeu o soro. – a voz de Jeanine é cansada.

– Todos. Desde os membros mais velhos até a ultima iniciada.

– Quem foi a ultima? – Jeanine parece curiosa.

– Tris.

Não quero mais ouvir. Não quero. Gostaria de acordar mas esta não é uma simulação. Saio correndo do feijão. D. e Drezza não tentam me parar.

Corro ao longo da rua. As gotas frias congelando até minha alma. Estou encharcada quando vejo o trem.

Ele passa rapidamente por mim e tenho que correr ao lado dos últimos vagões. Com toda a minha força pulo de lado. Agarro-me á uma das barras e me impulsiono para dentro.

A sensação é maravilhosa. Sinto medo. Mas ao mesmo tempo sinto que estou livre. Poderia viver dentro desse trem pelo resto da minha vida, mas tenho um objetivo.

Sento-me perto da porta com as pernas balançando no lado de fora. Sinto-me pequena. Sinto-me uma criança. Sinto-me em casa.

Casa. Tenho que ir para a sede da Audácia, mas não será muito fácil. Olho no relógio. Há esta hora minha irmã deve estar tendo as ultimas aulas. Poderia ir até a escola e ve-la. Ela é o mais próximo que eu tenho de casa no momento.

Fecho os olhos e sinto o vento contra minhas pernas.

Quando os abro novamente passei dos prédios da escola. Droga. Pulo com força e sinto meus pés arderem com o impacto. Perco o equilíbrio caindo no chão.

Ajoelhada nas pedras. Isso não é comum de um membro da Erudição. Levanto-me e olho para os meus joelhos que estão ralados e ardendo um pouco, mas a chuva fria faz com que eles não sejam tão perceptíveis. Ajeito minha saia xadrez azul que vai até o joelho e tento subir mais as meias, mas elas não são grandes o suficiente.

O sinal toca. Meus sapatos são de salto. Nunca poderei correr com eles. Tiro-os e vou descalça. O joelho ardendo a cada novo passo, mas o ignoro. Os pés magoados de tanto pisar em pedras. Mas chego a tempo de ver a massa negra da Audácia saindo. Eles gritam e sorriem.

São livres e felizes.

Vejo minha irmã. Ela esta parando perto da escultura. Corro mais rápido.

Quando a alcanço estou respirando com dificuldade. Ela me olha da cabeça aos pés e sinto raiva desse olhar que ela me da. Como se não me conhecesse.

– Ora, quem esta aqui! – ela diz debochada. Alguns de seus amigos param para me olhar. Hector, irmão de Lynn olha para meus joelhos. – A traidorasinha erudita. Oque foi maninha? Com saudades de casa?

Minhas mãos se fecham em punhos. Oque ela tem? Ela sempre foi assim, mas nunca comigo.

– Temos que conversar Bianca. – ao som de seu nome ela fica vermelha. Dou as costas á ela, indo para um canto mais afastado. Ela me segue.

– Como pode vir aqui depois de nos largar? – ela gritou. A raiva nublou meus pensamentos. Foi automático. Não conseguia pensar apenas senti minha mão contra seu rosto.

Ela estava chocada. Eu também, mas não poderia regredir agora.

– Como ousa falar assim comigo?! – também grito. Ela segura seu rosto e lagrimas rolam pela sua face. – Você esta ai, dando uma de orgulhosa quando não sabe nem um terço do que esta acontecendo. Eu não larguei vocês. Eu escolhi. Fui embora, você não foi atrás de mim no dia da visita. Não era orgulho, eu realmente não fazia falta. Me... Me de uma segunda chance.

Meu rosto estava quente e eu sabia que iria chorar, mas não vou chorar na frente dela.

– Não existem segundas chances, porque nada volta a ser como era antes. Depois que algo é quebrado sempre vai existir marcas que vão provar que algo esteve errado. Não existem outras oportunidades para algo que se deixou passar. Éramos para ter sido felizes! Mas tudo isso foi quebrado quando você foi covarde. Então poupe seu folego por que eu não escutarei. Acho que deixei isso bem claro. – ela soluçava e chorava, mas estava claro. Em casa eles sentiam minha falta. Realmente penso na possibilidade de ter escolhido a Audácia.

Nós duas ficamos em silencio. Uma de frente á outra. A chuva molhando ambas. Olho em seus olhos e vejo a escuridão do Fosso. Mas também vejo os sorrisos de Drezza. O modo irritadinho de D. quando alguém discorda com ele. De Caleb. De Josh. De James. De Cara. Todos eles são importantes para mim também. Eu não vivo uma vida ruim. Hoje vivo bem sem as pessoas que nunca imaginei viver sem.

Mas ela é minha irmã. Dói pensar que ela guarda ressentimentos de mim.

– B. Entenda. Guardar ressentimentos é tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. – ela me olha e se aproxima. Nós nos abraçamos. Não foi um abraço qualquer. Aquele abraço de pausar dois corações. Isso sim é amor. – Vim aqui para te pedir uma coisa. Não sinta raiva de mim. – digo contra seus cabelos. Ela cresceu – Não me julgue por decidir. Daqui á três anos é você que deverá escolher. Ou viva por você, ou viva por alguém. Só não se arrependa depois. Não sei se estarei lá para ver sua escolha, momentos difíceis estão por vir.

Olho ao redor. Ao que parece os nascidos da Audácia já pegaram o trem. Os prédios decadentes na chuva ficam piores. Parece que é só uma questão de tempo até tudo desmoronar.


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Notas finais do capítulo

Um dos mais longos que eu já escrevi, espero que tenham gostado ^^



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