W.O.M.E.N escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 4
W.O.M.E.N 01x03 - The one with the vampire cat


Notas iniciais do capítulo

The one with the vampire cat - "Aquele com o gato vampiro"

Oieee gente :3 O que estão achando dessas duas doidas? xD



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Alguns minutos se passaram, e vimos uma menina que parecia bem novinha segurando uma placa:

Duas Alines do Brasil

Eu olhei pra cara da Aline, ela olhou pra minha e caímos na gargalhada.

O ataque de riso passou e fomos conversar com a menina que olhava para os lados procurando por nós.

– Oi nós somos “As Alines do Brasil” – eu disse me contorcendo pra não rir, e eu sabia que se olhasse para Aline ia rir na certa.

– Oi meu nome é Enny. Serei a monitora de vocês. Estão com todas as suas malas?

– Sim. – respondemos em uníssono.

– Então vamos rápido. O carro está estacionado em lugar proibido.

Nós vimos onde o carro estava estacionado e um guardinha estava lá com uma multa em mãos.

Foi Enny ver ele e saiu correndo na nossa frente. Quando a alcançamos, ela estava discutindo brava com o guarda. Você pensa que ela é uma menina inocente? Que nada! Eita menina raivosa. Ela discutia com fervor, gritando muito alto. Mesmo assim o guarda deu a multa pra ela.

Ela entrou no carro, bateu a porta e deu a partida.

– Vocês não vêm? – ela gritou ainda brava.

Nós nem pensamos. Pulamos dentro do carro e fomos levadas até nossa nova casa pela baixinha raivosa.

Quatro sinais furados e uma velhinha quase atropelada depois...

– Chegamos!

Era um prédio de três andares, com cara de muito, mas muito velho mesmo! Não aqueles antigos que você para pra olhar e fica babando. Nananinaão! Tinha cara de velho e usado por muitas gerações.

Mas ele não era feio. Só mal cuidado. Tinha aquelas janelas de madeira legais e sacadas bem grandes.

Enny nos guiou para dentro do prédio e explicou que todos os moradores do prédio são estudantes de faculdade. E que as meninas que vão morar no nosso apartamento são quase todas brasileiras.

– O prédio é perfeito para repúblicas. São dois apartamentos por andar, com seis quartos cada. O apartamento é todo mobiliado. Vocês só vão precisar comprar lençóis e etc. As outras meninas vão chegar mais tarde, então vou deixar pra levar todas vocês de uma só vez pra as compras. – Enny parecia cansada agora. Como se quisesse se livrar de nós. – Tem um mercado na esquina pra comprar o que vocês precisarem.

Ela parou em frente a porta 302, com relutância, e as chaves balançavam muito em sua mão, como se ela estivesse tremendo. Ela deu um suspiro breve e abriu a porta.

– Vocês tem acesso ao terraço, mas ele não é muito limpo então... Recomendo que não vão lá. Essa é a sala com sofá etc. Essa é a cozinha, geladeira, fogão e micro-ondas. E a lavanderia usada pelos alunos daqui é na outra quadra, passando o mercado. É bem barato lá. Enfim, vou deixar vocês se acomodarem e descansarem. Liguem pra mim se precisarem de alguma coisa. – Disse ela entregando o cartão e as chaves. – Tchau!

E assim ela escapuliu, abandonando a gente naquele big apartamento.

– Suspeita... – Aline estava desconfiada com a atitude de Enny. Ela estava irritada durante todo o percurso. E quando chegou no apartamento ficou apreensiva e distraída. Como se não quisesse ficar ali.

Mais tarde descobrimos o motivo. Mas pode ficar um pouco curioso caro leitor, pois você não vai descobrir agora. Ai como eu to bandida.

Nós dormimos mais um pouco e acordamos de noite. Começamos a arrumar nossas coisas enquanto comíamos salgadinhos e refrigerantes que sobraram da viagem. Optamos por ir ao mercado na manhã seguinte.

***

No dia seguinte eu acordei lá pelas cinco da manhã, cansada de tanto dormir. Estava com preguiça de arrumar minhas coisas então tive a ideia de escrever sobre a nossa aventura em New York. Escrever um diário quem sabe. Mas nunca fui boa em escrever diários. Não consigo contar algo para um caderno. Mas se for para um leitor a história muda. Eu escrevi até as oito, quando Aline levantou.

Nós não tínhamos o que comer, mas estávamos com preguiça de ir ao mercado. Aguentamos até uma hora da tarde. Como não tinha nenhum sinal de Enny (com comida), abandonamos nossa mudança bagunçada pelo apartamento e nos vestimos para ir ao mercado. O governo nos deu um cartão para gastos com comida e coisas para faculdade, então não precisávamos nos preocupar com o dinheiro da comida pelo menos...

E adivinhe só. Encontramos uma conhecida no mercado. Mas é muita sorte, ou azar. Dona Simpática... De novo. Eu tentei ao máximo fazer Aline não notar a presença dela, mas o mercado era pequeno e não teve jeito. Mas, Dona Simpática veio até nós para pedir desculpas novamente. Talvez ela tivesse pegado a bolsa por engano mesmo... Ou não.

– Sinto muito novamente pela confusão das bolsas... Eu fico louca criando tantos filhos... – Ela estava descabelada, com a camiseta ao contrário e com olheiras. Acho que ela dormiu naquela noite. Seus filhos estavam correndo pelo mercado e o marido estava olhando os jornais. Uma menininha estava no carrinho com ela.

– Tudo bem. Já passou. – Aline não estava com uma cara muito simpática, mas estava cansada de confusões com aquela ali.

Nós estávamos começando a conversas civilizadamente quando a menininha, Joana, falou:

– Mamãe o Roberto tá com piolho! Agh!

Para você que não lembra: Tem o João, a Joana, a Janete, o Jeremias e o Roberto. O último mencionado é o vomitador. O do chiclete. Enfim, a peste bubônica das nossas vidas.

O Roberto estava puxando o cabelo de Joana para provoca-la com os piolhos.

Eu e Aline corremos dali para o caixa.

– Que tipo de mãe leva o filho piolhento para um lugar público fechado com comida? É muita irresponsabilidade! Absurdo! – Aline falou tão alto que o mercado inteiro ouviu. Dona Simpática se encolheu de vergonha e a moça do caixa concordou com Aline. Nós pegamos nossas compras improvisadas – não deu tempo de pegar tudo o que a gente queria – e fomos pra casa.

Passamos por algumas moradoras, que nem olharam para nossa cara, e seguimos para o apartamento 302. Quando a gente se aproximou da porta, pudemos ouvir os cochichos das meninas. O que eu consegui entender foi: Elas não duram um mês aqui. E isso me fez ficar mais receosa ainda com aquele apartamento. Ele emanava um ar muito sinistro. Como se alguém tivesse morrido ali dentro ou sei lá...

Nós terminamos de arrumar nossa mudança e a Enny não apareceu naquele dia. Nós tivemos um pequeno problema com falta de fósforo e Aline não queria voltar ao mercado. Então eu fui pedir no vizinho, o 301. Não era o lar das patricinhas que fizeram apostas sobre nós.

Quem me atendeu foi uma menina chamada Julia. Ela também é brasileira e morava ali há dois anos. Eu não conversei muito com ela porque ela parecia estar com uma TPM dos infernos. Estava muito irritada, como se tivesse acabado de acordar. Então eu peguei os fósforos e corri para suposta segurança do meu apartamento. Fiz um macarrão e nós fomos comer enquanto tentávamos assistir TV.

– Essa imagem está meio chuviscada... – Aline reclamou.

– Melhor que nada. – eu disse lá da cozinha enquanto me servia de macarrão.

A gente estava de boa, comendo macarrão alho e óleo e assistindo nossa série favorita, The Vampire Diaries.

– Eu ainda não acredito que a Red beijou o Ian! Se eu pelo menos pudesse lembrar... – Aline disse fazendo biquinho.

– Tenho certeza que você vai ter outra oportunidade. – falei tentando não rir.

Nós continuamos conversando sobre a Red e o Ian quando, de repente, um gato preto apareceu e tentou roubar nosso macarrão.

Ele entrou pela janela e pulou em cima do meu prato, que estava sobre a mesa, tentando comer o macarrão. E quando tentei enxotar ele, ele fez aquele barulho de gato bravo. Aquele barulho que parece um fósforo riscando a caixinha...

– Ai! – eu tentei puxar o prato rápido, mas ele arranhou meu braço!

Aline correu para o quarto e pegou uma vassoura velha, pra tentar expulsar o gato, mas também não deu certo.

– O que a gente faz Aline? Eu não vou conseguir dormir sabendo que tem um gato assassino solto pelo apartamento! Olha o jeito que ele olha pra gente! Como se fossemos comida!

– Calma, Batalha! Isso é coisa da sua cabeça. É só um gatinho esfomeado... Deixa ele comer. Pega outro prato pra você.

– Gato ridículo! – murmurei.

Eu gosto de gatos, mas aquele gato é muito mau. Ele me arranhou de sair sangue! E ele me olha que nem o Garfield olha pra lasanha!

Eu peguei outro prato e sentei no sofá da sala. Eu até esqueci do gato quando ele pulou do meu lado. Pulei de susto.

– Aliada, não se mexe, pois ele pode pensar que você está querendo atacar ele. Fica quieta que eu vou atrair ele com macarrão.

Eu não me mexi.

– Pspspsps gatinho... Olha o macarrão, que gostoso! Pssss psss pspss...

O gato olhou para Aline, mas não se moveu. Ele olhou nos meus olhos e... Lambeu meu braço! Onde estava sangrando!

Eu queria gritar para minha amiga “É um gato vampiro!”, mas eu não conseguia falar nada. Nem me mexer.

Então o gato deu mais uma lambida, pulou na janela e foi embora. Aline correu e fechou a janela antes que ele voltasse.

– Amiga! Você viu isso? Um gato vampiro!!! – eu exclamei apavorada e curiosa, o que a fez gargalhar.

–Só você mesmo.

Eu nem terminei de comer. A adrenalina baixou e eu fui dormir. Aline ficou assistindo a série.

***

Na manhã seguinte eu levantei nove horas e fui até a cozinha para comer um cereal. Mas, parei no meio do caminho.

Em frente a nossa porta tinha uma foto, preta e branca, que parecia muito antiga. Estava amarelada e desbotada. Eu peguei a foto e examinei. Era uma menina com aparência de uns 16 ou 17 anos, com um vestido cheio de babados - tipo aqueles vestidos de novela de época, sabe? - e segurava um gato preto. Por que um gato? Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!

Atrás da foto, em letras pequenas e caligrafia impecável, só tinha um nome escrito...

Violet.


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Notas finais do capítulo

IN THE NEXT EPISODE OF W.O.M.E.N

O retorno do gato vampiro, a aparição de Red e Violet... Quem diabos é Violet? Você só descobre no próximo capítulo de W.O.M.E.N!!! Até lá o/

"I'll be there for you!"