As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 52
Capitulo 52 – Avancem!


Notas iniciais do capítulo

Com o final deste capítulo, chegamos na fase final, acredito que a partir deste ponto os capítulos serão mais sucintos e mais objetivos, espero que aproveitem a estória.



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Santuário   

O dia chegara, os primeiros raios de sol se esgueiravam pelas frestas de cada uma das construções que ainda estavam sendo arrumadas, os soldados mudavam de turnos, os construtores e alguns aspirantes à cavaleiros ajudavam na reconstrução e restauração de todo o Santuário e os arredores que haviam sido envolvidos nas batalhas já se mobilizavam, apesar do sol forte, a temperatura continuava a esfriar cada vez mais, o clima começava a ficar instável, o ar gélido piorava durante as noites que pareciam se estender progressivamente. Com a chegada do inverno se aproximando e o dia da profecia com ele, a grande batalha dos deuses estava prestes a chegar, os cavaleiros não falavam sobre isso, Athena não era vista há alguns dias, assim como alguns dos cavaleiros de ouro, os treinamentos daqueles que iriam a guerra se intensificava, o silêncio daqueles que foram envolvidos pela escuridão do dia que marcou com a destruição, era amedrontador.

O comunicado era para que todos os guerreiros se reunissem no coliseu para o último anuncio antes da luta, a tensão era quase palpável, e assim o dia passava mais rápido do que nunca.

Nordeste da Alemanha

Durante o dia, nuvens negras tomavam os céus impedindo que a luz do sol transpasse e aquecesse o solo, por isso a temperatura era extremamente baixa, o dia parecia noite, e as noites se alongavam cada vez mais, frequentemente nevava, não só naquela região, mas por grande parte da Europa e já começava a atingir os países mais orientais. Uma escuridão quase interminável, um ar gélido e pestilento em forma de uma neblina densa que se instalava e se espalhava por todos os lados, pessoas caiam doentes, outras fugiam para o mais longe possível deixando tudo para trás, os que ficavam contraiam diversas doenças, alguns simplesmente caiam desacordados e nada os faziam acordar novamente, os cemitérios enchiam-se, lobos, ratos, aranhas, raposas, sapos, morcegos, escorpiões e todas as criaturas da noite se espalhavam por entre a escuridão que cobria tudo e todos, a loucura animalesca atingia aqueles que conseguia se livrar das doenças e do estado de coma inexplicável, a terra endurece e torna-se infértil, as arvores perdem sua folhagem e se contorcem, as plantações que sobreviviam ás pragas, logo eram destruídas pelo tempo e pela infertilidade do solo.

Em uma região que aparentemente havia sido devastada por uma guerra, um grupo de pessoas repousavam, as vestes claramente não eram daquele local, armaduras em cores opacas vistas através da densa neblina, capas de grandes peles animais, assim como em seus braços e pernas, por dentro de suas armaduras, sem fogo e sem iluminação próxima, isso era o que os aquecia, apenas o som do vento atravessando o que havia sobrado das casas era ouvido, até este som ser substituído pelo que parecia ser o som de diversos cavalos se aproximando ao longe, do topo de uma colina próxima, um dos guerreiros do norte anuncia que eles tinham companhia, então todo ali presentes se levantavam e se uniam no topo da colina no que parecia ser uma formação de combate, suas feições eram sérias e determinadas. Um brilho azulado corta os céus e atinge a colina como uma estrela cadente em uma explosão controlada de luz a neblina se dissipa revelando o brilho azul que era emitido pela armadura que cobria o corpo de um rapaz alto, olhos verdes e de cabelos dourados, a armadura parecia ter a forma de espinhos de gelo, o elmo se assemelhava à uma coroa e presa em suas ombreiras, uma capa negra de um lado e vermelha de outro, feita claramente de tecidos nobres, ele brandia uma espada que reluzia no mesmo tom de sua armadura em um tom divino. Logo um pequeno exército se aproxima, alguns a cavalo e outros atrás carregavam armas e tinham armaduras azuladas, a bandeira no estandarte sugeria que vieram do Norte.

— Quem vem lá? – Um dos guerreiros sob a colina gritou questionando seus possíveis inimigos.

Os cavalos pararam, aquele que parecia guiar a cavalaria desmonta do animal e caminha se aproximando um pouco, diferente dos demais soldados atrás deles, o rapaz trajava uma armadura prateada, ele levantou a cabeça, analisou bem os guerreiros que estavam em um terreno mais elevado.

— Estão em nosso caminho, temos algo importante a fazer, deixe-nos passar ou abriremos caminho! – O cavaleiro tinha uma postura firme e logo o ar ficou ainda mais gélido, neve caía, mas não naturalmente, era diferente da neve suja e infestada com a peste, era branca e silenciosa.

— Não podemos fazer isso. – Outro guerreiro que estava sob o monte respondeu queimando uma quantidade grande de energia, o frio aumentava ainda mais, o chão congelou sob seus pés e avançou rapidamente em direção ao exército que se posicionava, o gelo estourou quando estava próximo de seu alvo, levantando uma poeira de neve e pequenas partículas de gelo fino, como se chocasse contra o próprio gelo, mas que corria em direção oposta.

Aquele que parecia ser o segundo em comando dentre a tropa dos que possuíam armaduras azuis desceu de seu cavalo rapidamente sacando sua espada. - Não subestimem o poder dos...

—Parem!!! – Uma voz firme e levemente rouca fez com que todos voltassem a atenção para o rapaz em vestes nobres e armadura azulada que estava embainhando sua espada, ele tinha um sorriso no rosto. – Vocês, Guerreiros Azuis, e nós Guerreiros Deuses somos aliados e acredito que estejamos a caminho do mesmo lugar. – O rapaz chegou mais para frente e desceu a colina em uma velocidade impressionante, alguns dos soldados azuis nem conseguiriam acompanhar com os olhos até o jovem se aproximar de seu líder. – Sascha me falou que isso poderia acontecer, sou Kazys, o atual representante de Odin, protegido por Polaris, líder de Asgard e dos guerreiros deuses.

— Artur de Boieiro, cavaleiro de Athena, guardião da ânfora de Poseidon e atual Rei de Blue Graad... – Houve uma pequena hesitação em sua fala, como seu não soubesse o que dizer a seguir.

— Acredito que houveram muitas mudanças relativamente recentes em Asgard e Blue Graad, e com todos os eventos que vêm acontecendo, a atual liderança de ambos os lados não puderam se conhecer antes. – O sorriso se esvai de seu rosto para uma feição mais séria. – Gostaria de ter conhecido vocês em diferentes circunstâncias. – Ele então olha para o céu, a neve havia parado de cair, as nuvens negras ainda impediam a passagem do sol tornando o dia uma penumbra eterna. – A hora se aproxima, deveríamos nos encontrar com Sascha, mas as estrelas não mentem.

— O quê? O cavaleiro de ouro de Virgem? – Artur questionava.

— Exatamente, ele não está mais entre os vivos, e se não nos apressarmos, logo ninguém mais estará também. – O Rei cavaleiro acena com a cabeça e volta para seu cavalo enquanto em um piscar de olhos, o líder de Asgard retorna para seu grupo seleto de guerreiros e começam a descer a colina para o lado oposto em que estava o exército do cavaleiro de prata. – É chegada a hora, temos um elo pelo qual precisamos zelar, um pacto selado por sangue e um mundo para salvar, estão comigo, guerreiros?! – Um grito de guerra em confirmação é ouvido quase que em uníssono pelos guerreiros deuses, cavalos negros e com uma pelugem grossa se aproximam deles, já correndo, todos montam e se unem ao exército azul que cavalgavam em cavalos brancos como a neve do Norte e seguiam em direção a sudoeste.

Castelo Heinstein

O cheiro podre da morte que assolava aquelas terras impregnava tudo ali, os soldados que faziam a guarnição das entradas do castelo no topo do monte pontiagudo pareciam não se importar com o odor, nem mesmo a neblina densa e pestilenta os incomodava, estranhamente, ao se aproximar da residência dos falecidos Heinsteins, o odor fétido se dissipava, e apenas a melodia de um piano ficava constantemente lembrando que sem ela, apenas o absoluto silêncio da morte existiria ali, era como uma sinfonia perpétua.

Damas em vestes negras semelhantes a burcas, eram as únicas a passar pelos corredores brancos do castelo, nenhum soldado entrava lá há dias e isso começou a preocupar a jovem de longos cabelos negros que caminhava vagarosamente pelo corredor, os olhos apontavam para o chão, ela parou diante de uma grande porta e tocou a maçaneta e por alguns instantes ficou estática até ser despertada por uma voz aguda e juvenil.

— Irmã... Você está bem? – As duas se pareciam muito, exceto por algumas madeixas avermelhadas que Pandora havia adquirido recentemente, notando a surpresa e a falta de resposta de sua irmã, ela continua falando. – Vai cuidar de nosso irmão, de novo né?

— Ah... Sim, vou sim. – Requim tenta esboçar um sorriso e falha.

— Está tão preocupada assim? Mas não se preocupe, tenho certeza que ele logo vai se recuperar. – A garota sorri e continua andando pelo corredor, Requim suspira e vira a maçaneta abrindo a grande porta e entrando no quarto em que o corpo adormecido de seu irmão descansava.

Do outro lado do castelo, em uma das torres mais altas, um salão de observação, coberto por mobília prateada e tapeçarias douradas, um homem sentado em uma espécie de divã lendo um livro, o abaixa e diz:

— Por favor irmão, já faz algum tempo que está andando inquieto por aqui, estes “humanos insignificantes” lhe incomodam tanto assim?

— Não seja tolo, irmão. – Respondeu o homem de cabelos e olhos em tons prateados. – Aquela deusa que me incomoda, há muito tempo que não conseguimos informações sobre seus movimentos, nossos olhos já não alcançam mais aquele Santuário dela e sabes que sem sua completa destruição, jamais conseguiremos governar esta terra podre e criarmos nosso mundo perfeito de morte...

— E sonhos... – Continuou o homem de cabelos dourados. – Logo o dia da ascensão de Hades chegará e ela não poderá nos parar, e isso será muito em breve... – Hypnos deixa seu livro cair no chão e rapidamente se levanta e com uma feição de raiva se manifesta com seu cosmos maligno. – Maldita... Maldita, aquela deusa manchou minha adorável coleção... como ousa?!

— Sua torre? Mas como?! – Thanatos questiona incrédulo. – Não tem como ela saber sobre a prisão na torre dos sonhos eternos, ainda mais mandar alguns daqueles ratos, que ela chama de cavaleiros, se infiltrarem de forma efetiva.

— Não importa, mas a subestimamos, eu mesmo vou me certificar que tudo volte ao normal. – E antes que seu irmão gêmeo pudesse falar algo, ele simplesmente desaparece, então Thanatos se aproxima, pega o livro do chão, coloca o marcado na página em que seu irmão lia, o fecha e coloca sobre uma pequena mesa de madeira.

— Então me certificarei que mais nada dê errado. – E sai daquela sala com um olhar sério e determinado.

Sete Círculos Infernais

Seguindo o fluxo do rio de sangue fervente e escalando a grande cachoeira de sangue, encontrava-se os dois cavaleiros e uma horda de soldados em armaduras negras, seus corpos estavam no chão, as armaduras completamente destruídas e queimadas, assim como seus corpos, a luz prateada se dissipa.

— Finalmente. – Exclamou o cavaleiro de prata. – Não imaginei que eles voltassem a vida tão rapidamente aqui, certamente é por causa da Mokurenji. - Os dois se voltam para a árvore e se aproximam dela.

— O que deve ser feito aqui, exatamente?

— Com seu poder e sua técnica, retiramos a essência da árvore e então eu posso selá-la adequadamente, assim os espectros não mais poderão voltar á vida. – Ao terminar sua explicação, o cavaleiro de prata grava no chão um desenho como um selo e corta um de seus dedos com os dentes, e apertando o punho o sangramento se intensifica e o sangue cai sobre o desenho encravado no chão. – Por favor, Higor, faça. – O jovem cavaleiro de ouro consente com um movimento da cabeça e se posiciona.

— Sekishiki Mekai Há! – O desenho no chão absorve o sangue e brilha em prata e dourado, a técnica única dos cavaleiros de Câncer atinge a árvore, e se intensifica de forma anormal, uma imagem distorcida da árvore se projeta para fora de sua forma física então o cavaleiro de prata rapidamente coloca um selo de sangue com a inscrição em grego do nome de Athena e novamente, a imagem prateada de dois triângulos dentro de um círculo aparece no chão envolvendo a árvore e o cavaleiro, a cosmo energia era realmente muito poderosa, por um momento, o cavaleiro de Câncer sentiu um poder como o seu e pensou em se aproximar, mas logo percebeu o que seu colega de armas pretendia fazer e se conteve, os frutos da árvore murcharam e caíram no chão, rolaram até o rio de sangue fervente e desapareceram, assim com a projeção astral da Mokurenji. – Então... você realmente fará isso? – Havia um tom de pesar na voz de Higor.

— Com certeza. – Respondeu o cavaleiro virando o rosto com um sorriso. – Afinal esse é o dever de um cavaleiro, se tiver que dar minha vida por essa causa, assim o farei quantas vezes forem necessárias. – Ao terminar sua frase, seu cosmos começou a queimar ainda mais intensamente, o brilho do círculo prateado aumentava gradativamente e a força do selo também, com isso, novos soldados se aproximavam, Higor se posicionava para defender seu colega.

— Não se preocupe, estamos nessa, juntos! – O cosmos dourado se misturava ao prateado dando força ao cavaleiro de Triângulo, então uma presença quase sufocante tomou conta do lugar.

— Como ousam, meros cavaleiros, interferirem aqui, no domínio da morte, em meu domínio! – A voz grave rasgava pelo vento do submundo. – Sua existência efêmera, logo terá fim! – Então a presença desapareceu, no instante em que as criaturas que antes se esgueiravam pelas sombras, apareciam e avançavam contra o cavaleiro.

Torre dos Sonhos Eternos

Como se quatro estrelas cadentes com um brilho dourado, os cavaleiros caiam com velocidade pelo que parecia ser um poço sem fundo quando atingem com força um local claramente sólido, mas ali não havia chão, os quatro se encontravam em um espaço distorcido, ao redor não haviam passagens com inscrições, apenas algumas colunas brancas com videiras e flores douradas desabrochando, eles não estavam feridos, o impacto fora dispersado.

— Não se descuidem. – Informou o cavaleiro de Gêmeos se colocando em posição de combate.

— Algo grande se aproxima. – Afirmou o cavaleiro de Sagitário olhando para a direção oposta de seu companheiro de equipe que também havia percebido a estranha presença.

— O que está havendo? – Questionou Júnior, que parecia não entender o que estava havendo.

— É agora que a missão fica complicada. – Afirmou Messura abrindo os braços e envolvendo o quarteto em uma cúpula formada por sua parede de cristal.

— Hahahahaha – A gargalhada vinha de todos os lados, nenhum dos quatro conseguiam identificar a origem do som, mas era uma voz masculina. - Complicada?! – Um homem alto de olhos e cabelos dourados se revelava e os quatro se voltaram para ele. – Eu diria impossível, seja lá qual for o plano de vocês, cavaleiros, os colocarei de volta à minha coleção.

— Hypnos...

— Rodrigo... – O cavaleiro ficou espantado. – Sim, eu te conheço, assim como conheço cada um de vocês, e isso significa que sabiam que eu viria atrás de vocês e que conseguiriam se desvencilhar de meu sono eterno. – A parede de cristal rompeu-se em milhares de pedaços, Hypnos então estava no meio dos quatro, quando se viraram, ele já não mais estava lá, tinha voltado para o local onde surgira inicialmente, mas agora com uma caixa dourada em mãos. – Me selar... Então esse era o plano de vocês... Bem simplório. – Ele então joga a caixa para trás, ela cai e atinge o que parecia ser o chão daquele espaço estranho. – Tens sorte por serem cavaleiros de ouro, caso contrário, não suportariam ficar aqui neste hiperespaço... Mas já esperavam por isso. – O deus do sono sorri. – Muito bem, vocês humanos ainda me fascinam por essas pequenas coisas que fazem e acham que são grandes, sonham em realizar feitos grandes demais, pois bem, mostrem-me do que são capazes... Me divirtam!

Castelo Heinstein

Thanatos passa pelo corredor branco e chega à frente da grande porta, ao entrar encontra Requim sentada ao lado do leito de seu irmão, a porção dos cabelos negros do garoto próximas à testa dele estavam úmidos e um lenço branco estava nas mãos da garota ao seu lado que se voltara ao deus da morte que adentrara no quarto de seu irmão.

— Então estas aqui a cuidar de seu irmão, sabes que as criadas podem fazer isso por você.

— Assim me sinto útil aos propósitos de meu irmão. – Respondeu a garota.

— Então vais gostar muito de minha proposta. – O homem de cabelos prateados pareciam estar com um humor completamente diferente do que ele já havia apresentado frente à Requim que se levanta e coloca o pano de lado com uma feição de indagação para o deus da morte. – Vejo que tens interesse.

— Diga-me em que mais posso servi meu irmão que o farei.

O homem se aproxima dela, pega sua mão esquerda e ergue até o meio de seus corpos, um brilho prateado envolto em uma estranha sombra arroxeada cobrem o corpo de Requim e logo desaparece, mas suas vestes haviam mudado, se pareciam ainda mais com as vestes que Pandora usava, no conjunto, um vestido negro com babados brancos e em seu dorso uma armadura prateada em forma de um espartilho, assim como as botas, ombreiras e em seu braço direito a armadura prateada defendia sua mão e antebraço, ao soltar a mão da garota, havia uma for roxa, que logo se transformou em uma grande lança, sua ponta era o longo bico de um corvo prateado com as asas abertas.

— É chegado o momento de provar sua lealdade ao imperador Hades. – Passos são ouvidos no corredor, saltos altos, se aproximavam. – Vamos a uma excursão de morte. – Thanatos sorriu, pegou Requim pela cintura a aproximando dele e desapareceram. Na porta Pandora aparecia e presenciara o momento antes dos dois sumirem, ela então rapidamente se aproxima do leito de seu irmão e percebe que ele havia sumido.

— Essa não... Irmão?! – Havia uma angústia em sua voz.

— Não se preocupe. – Pandora se volta para trás e o encontra, em vestes compridas e negras, seus cabelos tinham um tom vermelho, como uma cereja madura, seus olhos verdes e profundos como se olhasse para a imensidão de um oceano tentando alcançar seu fundo. – Estou aqui... Irmã. – Respondeu o garoto com uma voz estranhamente mais calma e grave que antes, ela se aproxima dele vagarosamente. – Vamos, logo a batalha se iniciará, e estarei no melhor assento assistindo a destruição daquela deusa falida e finalmente... Finalmente a paz reinará, não haverá mais doenças, guerras, conflitos, ódio e nem um dos problemas mundanos afetarão a humanidade, apenas a salvação os aguarda. – Ele então sai do quarto e a garota ainda mais pálida que de costume o segue.

Santuário

A noite ainda pairava sobe o santuário, diversas pessoas moviam-se sob a luz de tochas até o iluminado coliseu, cerca de trezentos soldados e aspirantes a cavaleiros e amazonas estavam presentes, além de dez cavaleiros de patentes entre prata e bronze e mais quatro cavaleiros de ouro, mas a frente de todos, uma armadura de ouro montada fora de sua caixa, tinha o formato de um anjo rezando ajoelhado e apesar da multidão, pouco se ouvia, todos estavam extremamente apreensivos. Pouco tempo depois, todos já estavam enfileirados de acordo com suas patentes, exceto um pequeno grupo de seis guerreiros que estavam lado a lado dos cavaleiros de ouro, ao ouvir passos, todos se curvam e então uma mulher em vestes brancas como um vestido, mas curto, com uma pequena saia, todo o tecido era branco e haviam várias camadas de tecido, assim como o que parecia ser vestes que as amazonas usavam para lutar por baixo de suas armaduras, estas vestes estavam sob o vestido branco, sandálias de batalha também eram usadas, os cabelos estavam na altura dos ombros, diversos cachos que transitavam entre o dourado e o castanho claro, em sua mão direita seu báculo e na mão esquerda um grande escudo dourado com a imagem de um grande sol encravado nele, Athena estava pronta para a guerra, junto a ela e carregando uma espada embainhada e uma estranha bolsa de couro marrom, Wes, os dois posicionam-se diante da armadura dourada de Virgem.

— Levantem-se! – Ao som de seu comando, todos ergueram-se diante da deusa. – Hoje somos todos iguais, uma só força, uma só alma, um só coração. Lutamos juntos pela paz em nosso mundo, e não há nada que possa nos deter. – Nesse instante um cavaleiro trajando sua armadura de ouro, junto a três cavaleiros de prata entram e rapidamente se posicionam em seus lugares. Stephanie sorri e acena com a cabeça para eles. – Agora que estamos todos reunidos, devo dizer que essa batalha não será fácil, talvez seja a pior de todos os tempos, mas jamais percam a esperança, em todo momento estarei junto à vocês, pois são minha luz, minha fé e minha esperança e por isso, não perderemos! – Então ela acena com a cabeça para o cavaleiro de prata que se aproxima da armadura, se posiciona de frente para ela e com as duas mãos toca o elmo dourado, o jovem Mestre do Santuário ergue a espada ainda embainhada que brilha em dourado, causando uma reação em cadeia com dezenas de selos de Athena espalhados pelo coliseu e formando uma caixa dourada onde todos estavam dentro, o ar ali era morno e aconchegante, a deusa se aproxima do cavaleiro de prata. – Vamos em frente, Grou, confio em você. – Ele sorri e acena com a cabeça então todos são envolvidos por uma imensa luz prateada dentro da caixa de ouro formada por selos, um momento depois, todos os guerreiros de Athena estão em uma formação rochosa elevada, fora da caixa dourada uma densa neblina era vista, um forte odor toma conta de tudo, Stephanie bate seu báculo no chão e os selos se dispersam em uma explosão dourada e branca eliminando toda a neblina dentro de um raio de aproximadamente um quilômetro, a frente deles uma imensa formação rochosa e pontiaguda, onde em seu ápice encontrava-se um castelo, ao seu redor, movendo-se no ar ligados por uma escadaria em espiral e rochas como teclas de piano, quatro construções semelhantes ás doze casas zodiacais e acima três templos que se diferenciavam um pouco dos demais, alguns homens trajando armaduras negras estavam próximos mas não se moviam, logo fios prateados destroem seus corpos e caminhando próximo ao exército de Athena, um cavaleiro trajando uma armadura prateada e carregando um instrumento de cordas em sua mão se ajoelha.

— Everton de Lira se apresentando para seu exército.

— Foi muito bem, Lira, agradeço por seus serviços, mas infelizmente ainda não acabamos... – A deusa se curva um pouco mostrando seu agradecimento por seu cavaleiro e ainda assim pesar por ter que pedir por mais, então ela olha para tras, no rosto de seus cavaleiros, de seus soldados, amigos. – Não sou digna de ser chamada de Deusa, há muito tempo decidi que não era exatamente isso que queria ser, por isso decidi ser não apenas um ser-humano, mas algo realmente incrível que é ser um ser-humano... Eu jamais destruirei aquilo que vi a beleza, mas também jamais criarei algo como a vida, mas eu vivi, e vivo e para mim isso é o suficiente... Então lutarei para preservar essa mesma oportunidade! Lutarei pelo direito de amar, de sonhar, de ser o que quisermos ser, pelo direito de viver, pelo nosso direito e pelo direito dos que ainda estão por vir. – Então ela se volta para a frente mais uma vez. - Muitas vidas serão perdidas nas batalhas à frente, mas seus esforções permitirão que algumas sobrevivam para se lembrar de suas existências. E, como os deuses, a vontade viverá para sempre... mesmo depois que eles se forem. – A deusa encara diretamente o castelo nefasto. - Pois bem Hades, estou aqui! – Gritou Athena, logo um grande exército de soldados de Hades começa a se aproximar. – Vamos mostrar a razão pela qual Athena é conhecida por ser a Deusa da Sabedoria e da Batalha Estratégica, vamos vencê-los e acabar de uma vez por todas com este deus falido. – Ela levanta seu báculo e aponta para frente. - Cavaleiros... Avancem!!!


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