As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 3
Capítulo 3 - As Duas Estrelas da Guerra




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Despotado da Moreia – 1482

Despotado da Moreia entram novamente em uma guerra civil contra os déspotas Demetrios e Tomas Paleólogo, porém essa guerra civil causara diversas baixas principalmente quando ela foi suprimida pelas tropas otomanas novamente, porém esta segunda guerra civil fora secretamente arquitetada por Bianor, o atual líder dos civis, esta foi uma guerra civil muito menor do que a anterior e quase não há registros sobre ela devido a acontecimentos posteriores, durante esta segunda guerra, os civis atacaram de frente a armada dos déspotas Demetrios e Tomas Paleólogo, porém algo muito estranho aconteceu naquele local que apenas duas crianças que estavam escondidas foram capazes de observar, e no final de tudo apenas pilhas de corpos e litros de sangue derramados sobraram, e ali ainda tremendo, os jovens permaneceram por algumas horas até depois da destruição do local, alguns corpos ainda não forma encontrados, como o do próprio líder dos civis.

Dias depois as ruas ainda destruídas devido as guerras civis, ninguém mais passava na estrada que atravessava a cidade desde a época dos conflitos, mesmo ela sendo muito visitada antigamente, o sol brilhava intensamente, mal se viam pessoas na cidade, casas destruídas que ainda caiam aos poucos, uma das crianças com quatro anos de idade parecia faminto, seus olhos não tinham mais vida como costumava ter, no pescoço encontrava-se um colar, com uma fina corrente prateada e um círculo com uma pequena pedra vermelha cravejada, tinham suas roupas levemente esfarrapadas como de seu irmão, o mesmo que com um olhar de determinação seguia em frente, sempre segurando as mão os dois seguiam em frente como se procurassem por algo.

Por dias os meninos rodaram a cidade onde moravam, já não haviam mais habitantes nela, os poucos alimentos que acharam por entre os escombros que uma vez foram chamados de casas, já estava prestes a acabar, os dois sabiam da situação deles, sem família, sem dinheiro e sem ter para onde ir, porém ainda havia a pequena, pura e inocente esperança de que a ajuda viria. Já estava de noite, eles ainda viviam na casa onde ele sempre moraram, no que sobrou da casa, já era um lugar aparentemente velho, metade do telhado estava caído junto com a parede lateral e parte das outras paredes que se interligavam, uma pequena mesa ainda estava de pé, lá era onde eles estavam sentados, em pequenos bancos de madeira, que foram construídos por seu pai, ambos os móveis pareciam bem rudimentares, os pequenos dividiam um pão, o mais velho corta o pão que aparentava estar bem velho e duro com as mãos, entregando um pedaço claramente maior para seu irmão.

- Toma, pode comer Gutto, tenho certeza de que amanhã alguém passara por aqui e nos levará para um lugar melhor! – E sorriu para o irmão mais novo que esticava os braços por cima da mesa para pegar o pedaço de pão – Amanhã vamos bem cedo para a estrada!

Gutto pega o pão com o rosto ruborizado pelas palavras encorajadoras de seu irmão mais velho, e sem falar nada e com um pouco de dificuldade o morde. Após terminarem de comer eles vão para o único como que ainda estava habitável, se aconchegam numa cama improvisada de feno se cobrem com um pano rasgado e visivelmente já muito utilizado e a ali passam a noite.

Na manhã seguinte mal o sol se levantava e os jovens já caminhavam para o encontro de seu destino, que não seria exatamente como ambos haviam imaginado. A estrada era situada à margem da pequena cidade, antes dos conflitos do local passavam apenas comerciantes e poucos viajantes, mas atualmente ninguém mais passara por la, como todos os dias carregando uma pequena mochila de couro cada um deles, se sentaram no chão perto da estrada e ali por um bom tempo ficaram, a esperança era vista deixando os meninos de cabeça baixas, até que batidas de cascos foram ouvidas, os irmãos se entreolharam e rapidamente se levantaram, ao olha para uma das extremidades da estrada vê-se uma carruagem sendo puxada por dois cavalos pretos, enquanto a carruagem se aproximava os dois garotos entram na estrada e pulando acenam, desde o desfecho da guerra civil ninguém havia passado por aquele local, então a carruagem ao chegar foi diminuindo a velocidade e ao passar um pouco pelos meninos ela para, Gutto vai direto ao cocheiro, sem que eles visse um homem com uma túnica branca ao longe se aproxima deles, ao chegarem perto daquele que guiava os cavalos negros, o homem estende a mão, e vestindo um mano preto, do ponto onde os pequenos olhavam era possível apenas ver parte de seu sorriso, Gutto chega a tocar a mão coberta por uma luva escura quando Erick, o irmão mais velho, sente-se mal e como um impulso bate no braço do cocheiro, e em um instante eles ainda impressionados com o que aconteceu viu seu braço saindo dentre os mantos negros a ulna e o rádio se desprendendo da cartilagem agora visível entre a luva e o manto se desfazendo e o condutor caindo sobre os meninos, com um sorriso diabólico que se resumia a um maxilar sob luz do sol ainda em queda, quando são tirado debaixo da ossada por um impacto forte, ao olhar para quem supostamente havia salvo os dois se depararam com uma outra pessoa com um manto igual ao do cocheiro, porém com o corpo menor e com um sorriso muito maior e mais assustador.

- Como ousam! – diz o homem retirando o manto que o cobria – Destruíram me cocheiro! – E com um olhar perverso o pequeno homem puxa Gutto e Erick pelos braços os erguendo – Agora você serão meus cocheiros particulares.

Os meninos se debatiam mas o homem com feições jovens apenas gargalhava, e quando parou sentiram uma imensa força maligna que o fizeram tremer, seus corpos agora estavam paralisados, o medo percorria seus pequenos corpos, um olhar sem vida era o que Gutto transmitia quando o estranho homem solta Erick e leva sua mão direito a área do pescoço de seu irmão e segurando o colar que fora de sua falecida mãe, Erick dá um impulso em direção ao homem.

- NÃO! – e com o golpe de ombro empurra levemente o sujeito que ao se impressionar com o ataque da criança solta seu irmão e olha com uma feição de inconformidade para a criança – Você não tem o direito de tocar no que não é seu!

- Como ousa?! – O homem rasga o resto de seu manto mostrando uma armadura negra aberta em seu tórax e abdome – Esta foi sua último ato!

O homem se impulsiona para matar ambos os garotos em um único golpe quando Erick levanta seu rosto e revela olhos de uma besta assassina fazendo o inimigo recuar por um instante, mas ele move a cabeça como se estivesse confuso e rapidamente eleva o corpo do garoto com um chute e ainda no ar o acerta rapidamente com um soco fazendo com que ele batesse em uma arvore morta que estava perto do local, enquanto isso Gutto se levanta, ainda um pouco atordoado e é pego pela cabeça e levantado no ar, e assim que é solto, sente ser pego novamente pelo pescoço, o que de fato acontecera, e se sente impotente diante do inimigo.

- Mas antes você verá seu irmãozinho morrendo aos poucos nas minhas mãos! – diz o homem da armadura negra enquanto Erick se levantava sangrando e tirando os galhos quebrados de cima de sim mesmo – Acho bom isso para o começo de sua punição eterna! Hahahahaha!

- Não toque no meu irmão – diz o menino correndo em direção ao inimigo

Erick então é parado no meio do caminho por um chute em seu rosto, e dessa vez é lançado mais longe ainda, sentindo muita dor o menino ainda se levanta.

- Muito lento, desse jeito você não salvará absolutamente ninguém!

Erick fecha os punhos, serra os dentes, levanta a cabeça e começa a emitir uma estranha energia de seu corpo, então seus olhos mudam para de uma fera, eram olhos que se assemelhavam ao de um felino, sua feição era de fúria, porém quando ele se preparava para ir contra o inimigo novamente ele repara que o corpo de seu irmão mais novo parara de se mover e ia relaxando os músculos aos poucos, seus braços abaixavam com a gravidade, seus olhos se fecharam e seus pés descalços não mais se moviam nem apresentavam alguma resistência. Com um rugido o garoto parte pra cima do homem que com uma gargalhada se livra do corpo de seu irmão lançando-o contra Erick que o segura nos braços enquanto caia, lágrimas escorrem por seu rosto, o homem se colocava em posição de combate, elevando os braços e seu cosmo.

- Não chore, você irá agora para onde seu irmão está! Hahahaha!

Então o homem vai rapidamente na direção dos garotos agora pronto para dilacera-los com sua mão que agora coberta por um cosmo maligno tinha forma de garras, vê-se sangue no ar, quando de repente um estranho homem da mesma altura que o outro, com vestes brancas, sandálias e de óculos aparece, com o punho cravado nas costelas na parte inferior direita do tórax do que atacara as crianças, o mesmo que cuspia sangue.

- Você não mais tocará estas crianças – O homem se vira mostrando-se ser não muito mais velho do que Erick – Queime, Sekishiki Kisouen!

E então o corpo do indivíduo de armadura negra entra em autocombustão em chamas azuis, cai no chão, rola, levanta e se afasta parecendo não se importar muito com as chamas que consumiam seu corpo.

- Eu, Chesshere, voltarei para buscar suas almas crianças malditas! Hahahahaha

E deixando sua gargalhada ecoando no ar ele simplesmente desaparece deixando apenas um pouco de suas cinzas e extinguindo completamente as chamas que o consumiam.

- Eu vi o que você fez para salvar seu irmão garoto – diz o jovem que os salvara a momentos atrás, agora abaixando tocando Gutto – E o fez bem, pois ele não está morto.

- O quê?! – Disse Erick surpreso vendo o rapaz pegar seu irmão no colo – Mas quem é você?

-Sou Wes, acabei de receber a ordem para retornar à um lugar – Wes se levanta – Vamos garoto.

- Sou Érick – o menino se levanta e segue seu salvador – Mas como você...sabe...fez...aquilo?!

- Do mesmo jeito que você fez quando ia atacar aquele homem – disse Wes sorrindo – Bom, mais ou menos.

E por algum tempo ele prosseguiram até chegar ao Santuário, Wes já havia explicado tudo aos meninos durante a pequena viagem, os dois lá foram treinados como guardas porém ambos tinham talentos que superavam muitos cavaleiros, principalmente Érick que depois de alguns anos foi retirado do mesmo tipo de treino de seu irmão para treinar junto a outros guerreiros mais poderosos que não eram vistos com muita frequência no Santuário, até o dia em que ambos receberam suas armaduras, Érick que demonstrara força e habilidades excepcionais herdou a lendária armadura de Leão e Gutto no mesmo dia herdou a armadura de Cérbero, com apenas 16 anos.

Santuário 1498

Meses após receberem as armaduras, os dois ainda treinavam incansavelmente juntos, em uma das colinas perto dos doze templos zodiacais, os dois caem exaustos no chão, deitados um perto do outro, eles apreciam as estrelas relembrando os tempos de antes de chegarem ao santuário, quando Erick tinham apenas 12 anos, Gutto leva sua mão ao esterno e toca levemente com a ponta dos dedos o colar cravejado de sua mãe e deixa uma lágrima escorrer por seu rosto, seguida de outra, mas de repente uma gigantesca energia seguida de uma luz explodem acima das casas do zodíaco, os dois se levantam rapidamente, Erick veste sua armadura dourada, abaixa a cabeça sorri, da dois passos, fica de frente para Gutto que ainda está impressionado pela energia que fora dispersada na explosão.

- Wes tinha nos dito que essa hora chegaria, ele disse isso antes de se tornar o mestre – Erick de frente para Gutto o segura nos ombros e sorri – Agora tenho que subir ao meu posto irmão – Agora os dois tocando suas testas - A vida é curta demais para se arrepender de qualquer besteira que fizer, e mesmo que o mundo esteja em um caos e no meio das trevas, a chama da minha esperança sempre estará acesa! Estaremos junto nessa!

Erick vai em direção aos templos zodiacais enquanto Gutto retira seu colar, o abre olha a pequena foto de sua família.

- Era exatamente isso que você dizia não é, pai.


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