As Estrelas Da Esperança escrita por Vaskevicius


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Trono de Gelo




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Em Algum lugar ao Leste da Sibéria – 1478

Era um grande salão de festas inteiramente coberto por uma camada azul celeste de gelo com peças esculpidas imitando ramos e algumas flores de Liz, símbolo da realeza, havia uma grande festa, lustres com peças em forma de diamantes pendurados com velas encaixadas, uma única porém enorme mesa ao centro com uma fartura de comida, principalmente carnes e vinhos expostos, um senhor senta ao trono que fica centrado e a frente do salão, com um embrulho em peles de animais, peles em tons de cinza e branco, ele ergue o que tem em mãos, mostrando ser uma criança.

- Este senhores, é meu herdeiro, com o nascimento desta criança uma nova era se estenderá sobre nós! A prosperidade virá a Blue Graad!

As pessoas presentes no banquete elevam suas taças e saldam seu futuro Rei.

- Viva Artur! Viva! – é o que se ouvia quase que em uníssono.

 A criança que nascera no mesmo dia em que Ivan III da Rússia anexa Novgorod a seus domínios, era uma coincidência sobre o futuro do pequeno reino dessa terra gelada.

Blue Graad – 1488

Aos dez anos de idade o garoto já possui grande conhecimento das atribuições reais, seus deveres e possui grande maestria na arte do combate com ou sem espadas, assim como os guerreiros de sua terra, ele aprendera a usar as condições climáticas do local como arma, tornando o ambiente cada vez mais frio, mostrava ser idealista e um pouco arrogante, mas determinado em ajudar seu povo, por isso sua relação com seu pai era turbulenta, naquele local apenas os dignos de se tornar reis o fariam, por causa dos vários conflitos com seu pai o jovem garoto sai em treinamento pelas terras geladas da Sibéria.

Após muitos dias fora do local em que nascera o pequeno guerreiro se depara com um grande grupo de bárbaros mercenários, que o reconhecem como herdeiro do trono do reino esquecido de Blue Graad.

- Mas vejam só o que encontramos aqui, esse pirralho deve valer muito no mercado negro! Hahahaha – disse o que parecia ser o líder do grupo.

Então todos foram pra cima de Artur, que logo se pôs em posição de combate. O jovem parecia lutar com igualdade com alguns dos mercenários, mas sua inexperiência e desvantagem numérica o impedira de conseguir derrota-los.

Subitamente o ar já frio, começa a pesar e dá sinais de uma grande tempestade vindo, nesse momentos os homens temem por suas vidas naquele local gélido, o líder dos bárbaros pega o garoto já muito ferido o amarra rapidamente com cordas ao redor dos punhos e começa a arrastá-lo no gelo com seus companheiros para fugirem daquela nevasca que estava por vir.

O ar então fica estranho, a atmosfera pesa, a ventania fica mais forte e a neve se move para todos os lados, o frio era cortante, o grupo se une em formação defensiva, quando um deles diz:

- Esta é a terrível tempestade denominada... – mas fora interrompido por um grito grave.

-Pó de Diamante!

Então seus corpos vão sendo rapidamente dilacerados com o gelo enquanto são congelados, o garoto abre levemente os olhos e ouve passos na neve, porém ele estava muito fadigado pela luta contra os bárbaros que agora estavam debaixo de uma grossa camada de neve, não se via mais nem um vestígio daqueles que antes arruaçavam por entre os montes gélidos da Sibéria, apenas o garoto restara, ao sentir a proximidade de mais alguém o garoto numa tentativa frustrada de tentar se mover, consegue apenas se virar e aos poucos vai perdendo a consciência quando ouve:

- Ainda bem que está vivo...- e o som vai se abafando nos ouvidos da criança até ficar inaudível.

Ao abrir novamente os olhos, encontra-se num pequeno chalé de madeira com aberturas no forro, e pequenos animais tentando se aquecer nas madeiras do forro. Artur vê-se coberto com uma grossa pele de animal branca, desamarrado e com alguma faixas em seus punhos pernas e abdome, ele toca a parte frontal da cabeça enquanto a abaixa e faz uma feição de dor aos fechar os olhos, ao abrir encontra um rapaz mais velho que ele trajando uma estranha armadura levemente azulada, o garoto se levanta rapidamente tirando a coberta dele e fazendo o mesmo movimento indicando dor.

- João-Sama! Ele acordou! – disse o jovem encostado na porta olhando para o outro cômodo de onde ouvia-se sons de metal batendo, se virando de volta para o rapaz – Desculpe, foi muito rude de minha parte não me apresentar, Sou Júlio, o cavaleiro de lobo.

O jovem ainda sentado na cama improvisada parece atônico, enquanto se lembra de seus ensinamentos em seu reino sobre os mitológicos cavaleiros de Athena, ao voltar a si piscando rapidamente os olhos, vê o lobo voltando ao cômodo anterior dando passagem para outra pessoa, um homem aparentando ter se não a mesma, talvez uma idade próxima ao do cavaleiro de Lobo adentrando no quarto ainda trajando sua armadura que parecia possuir luz própria, era uma estupenda armadura dourada com uma pedra verde encravada nela e uma longa capa branca, o dourado se aproxima com uma cumbuca de madeira com algum tipo de sopa quente dentro dela, o vapor subia da cumbuca contrastando com frio do ambiente.

- Beba isso que você se sentira melhor. – disse o homem entregando a sopa ao garoto.

- Quem é você? – Pergunta Artur ainda meio confuso enquanto estica os braços para pegar o recipiente das mãos do cavaleiro dourado.

- Eu sou João, o cavaleiro de Ouro de Aquário – depois de uma breve pausa – Mas o que um garotinho como você fazia no meio do nada? Não sabe que por esta região há vario daqueles mercenários? Assim que você estiver bem vou leva-lo para sua casa.

- Não! – Diz Garoto com um olhar determinado e uma feição forte em seu rosto – Não posso voltar pra lá sem ser o melhor guerreiro de todos!

- Não diga bobagens garoto, não há por que você lutar, estou aqui pra isso, sou um dos defensores da Terra, você não deve se preocupar!

Artur então sem perceber eleva seu cosmo e um ar gélido adentra o local, o sopa agora estava fria.

- Eu prometi a mim mesmo que voltaria para governar Blue Graad, trazendo tanta paz e prosperidade à aquele lugar quanto meu pai trouxe!

Blue Graad você disse? – João parece mais espantado com as palavras ditas pelo jovem do que pela ação de seu ainda pequeno cosmos – Então você é Artur, o herdeiro do Rei hum?! Interessante – e mudando sua feição de espanto para uma mais serena continua – Já que você quer se tornar o melhor guerreiro, ajudarei você em seu objeto, mas prometa-me que que você usara seu poder apenas pelo bem e em prol da justiça sempre!

-  Eu prometo! – diz o pequeno com um ar de felicidade em sua face enquanto acena com a cabeça para o cavaleiro dourado.

- Agora preciso esquentar de novo essa sopa – João pega a cumbuca das mão de Artur e se levanta – E concentre-se apenas em se recuperar por hora, já que muito em breve seu treinamento como cavaleiro se iniciará! – e esboçando um leve sorriso o cavaleiro de Aquário se vira e volta de onde veio.

Centro da Sibéria – 1496

Acima de um grande lago congelado Júlio sem vestir sua armadura treina com técnicas básicas de chutes e socos contra Artur, João um pouco mais ao longe os observa sentado em cima de sua Pandora Box dourada quando uma matilha se aproxima, ao perceber essa aproximação Júlio acena para o aspirante a cavaleiro para pararem o treino, ele se aproxima do líder da matilha e percebe que o lobo carregava um pergaminho entre suas presas, o cavaleiro o pega e dispensa os lobos, no pergaminho havia a marca de uma coruja, isso representava a marca de Athena, ao observar isso ele vai em direção ao cavaleiro de ouro e entrega em suas mão o carta do Santuário, onde dizia que os dois cavaleiros deveriam voltar para proteger Athena, João guarda a carta no bolso de seu casaco e se aproxima de Artur que ainda estava sem entender a situação.

Artur, foi boa nossa estadia aqui, mas temos que voltar ao Santuário – E colocando a mão nos ombros do garoto -  Acredito que esteja pronto para seguir seu caminho como Rei, você é cabeça dura, gosta de provocar, tem personalidade forte e é um grande idealista, acredito em você! – E com um breve sorriso o cavaleiro chama sua armadura que cobre seu corpo enquanto ele se vira – Venha ao Santuário quando você estiver pronto.

Seguindo o caminho com o cavaleiro de Lobo agora vestindo sua armadura, eles se entreolham.

- Você não tinha que levar a armadura de Boieiro ao Santuário João-Sama?

- Não se preocupe, ela virá a nós, com um exímio cavaleiro a trajando.

Alguns dias depois Artur chega à Blue Graad, enquanto ele passava, as pessoa o olhavam e sussurravam coisas sobre ele, ao chegar ao palácio ele vai adentrando como se tivesse sido ontem que sairá em busca de poder para confrontar seu pai, ao chegar ao salão principal Artur encontra seu pai que está ao topo da escadaria descendo, ainda trajando as roupas reais.

- Prepare-se meu pai – Disse Artur se pondo em forma de batalha – Hoje é o dia em que eu mudarei o destino dessa terra, o destino desse povo para melhor, e não é você quem me impedirá!

- Como ousa falar assim com o seu pai depois de tantos anos fora daqui! – o Rei com um olhar furioso rasga suas vestes mostrando uma armadura azul que os mantos escondiam – Esta é a armadura do governante desta terra, ainda assim acha que conseguirá me derrotar para herdar o trono?

Do lado de fora do castelo ouviam-se pequenas explosões controladas vindas de dentro do local, a população se movia para dentro do grande palácio gelado para ver o que estava acontecendo.

Do lado de dentro uma feroz batalha se prosseguia, o ambiente estava muito mais gelado do que o usual, apesar de sua aparência o rei era muito habilidoso em combate, mas Artur não se dava por vencido, bloqueando todos os golpes e desferindo grandes ataques, seus cosmos se chocavam ferozmente durante a batalha real, até que os dois disparam um forte soco congelado com a mão direita, e com o grande impacto gelado os lutadores param em lados extremos do salão.

- Essa luta não vai se prolongar por muito mais tempo – dizia o rei enquanto elevava seu cosmo cada vez mais, mostrando uma outra guarda – você meu filho aqui perecerá ou ascenderá ao trono, faça por merecer!

Artur sente-se forçado a usar as melhores habilidades que havia aprendido com o cavaleiro dourado em sua jornada. Ele então eleva seus braços juntando-os e elevando seu cosmo cada vez mais gelado.

Talvez eu não consiga chegar à mesma temperatura que você meu mestre – sussurra Artur – Mas aqui será o marco de minha vitória!

Impulso Azul! – Grita o rei enquanto dispara uma grande energia contra seu herdeiro.

Execução Aurora! – Diz Artur abaixando os braços e atirando uma imensa cosmo energia que se aproxima do zero absoluto contra seu pai.

As energias se chocam provocando grande explosão de gelo, alguns expectadores que ali iam chegando foram violentamente empurrados para trás diante da luz criada pelo choque das energias. Artur ainda incrédulo com o que acabara de fazer deixa uma lágrima escorrer pelo seu rosto, a mesma que é rapidamente congelada pelo ar ambiente, e se depara agora vestindo a armadura de seu pai, a armadura lendária entre os guerreiros Azuis, agora ele, o novo Rei, era protegido pela mesma constelação de seu pai, o mais novo cavaleiro de Boieiro caminha em direção ao corpo mais do que gelado de seu agora falecido pai, abaixa e o segura em seus braços, o levantando, ao mesmo tempo guardas reais e aldeões que tinha se levantado do impacto e vinham em direção ao novo governante de Blue Graad, Artur entrega seus pais ao emissário do reino e se dirige ao topo da escadaria, no caminho pega o manto de seu pai, que ali estava jogado desde antes do começo da batalha contra de seu pai, ele passa o manto de pele com pedras cravejadas pelas ombreiras de sua nova armadura, para no topo da escadaria de declara:

-Eis a nova era de Paz e prosperidade para todos nós – O cavaleiro desembainha sua espada e a ergue – Blue Graad será mais próspero do que jamais fora!

Dois anos depois numa noite de afazeres reais o Governante da terra que fora expandida, e agora tinham bons comércios e era possível finalmente ver a alegria no rosto de seu povo, sai na varanda de seus aposentos, e olha uma linda aurora no céu, mas um aperto em seu peito faz sua mão se elevar até a parte do apêndice xifoide e rapidamente passa o que parecia ser uma estrela cadente, o cavaleiro real sente o calor de um cosmo realmente confortante, sorri abaixa a cabeça e anda lentamente para dentro de seus aposentos, passa pelo seu fiel emissário Mikhail que estava ajoelhado em reverência ao seu rei, Artur passa por ele tocando em seu ombro esquerdo e diz:

- Governe bem este reino em minha ausência.

E quando Mikhail se volta para onde Artur estava, ele não vê mais nada, e se levanta com uma feição de dúvida.

Artur segue por entre a tempestade de neve e sem perceber uma figura sombria seguia seus passos.


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