Os Pesadelos de Grace Wood escrita por Kremer


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

É isso. Acabou! Estou pensando em fazer uma parte dois. Me digam o que acham!



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Você passa a vida inteira acreditando que seus demônios estão contra você. Que você é frequentemente atormentada, caçada, seguida e que está sozinha no mundo sem motivo algum. Tudo o que faz, tudo o que é, tudo o que sente não faz diferença. Você não pode ser outra pessoa. Não tem saída. E um dia – e esse dia vai chegar – você vai descobrir que seus demônios são você. Fizeram você. E o pior monstro que pode imaginar mora dentro da sua mente.

Depois daquela noite, meu irmão foi encontrado pela polícia, que foi acionada momentos depois de eu ter saído de casa. Meus pais acordaram, notaram que eu não estava na cama e se desesperaram. Ainda bem.

Fui encontrada com o rosto cheio de cortes. Um dos olhos fora arruinado. Acordei em um hospital, o médico desviava o olhar, as enfermeiras evitavam meu rosto. Todos me evitavam.

Antes de sair do hospital, meus pais vieram se despedir.

– Grace, me desculpe, você irá para o Hospital Psiquiátrico. – minha própria mãe evitava me olhar.

– Como assim? O Zack está bem, eu o achei! Zack, você não disse a ela o que aconteceu? Que tinha algo lá? – meu irmão estava calado, agarrado à minha mãe.

– Não tinha nada lá. – Disse ele, baixo.

– Mas... Como? E a história da janela? Como havia sangue? Ele pulou, por acaso? – eu não podia acreditar. Pensei que fosse morrer naquela floresta. E agora, estava encarando algo pior do que a morte.

– Grace, só queremos esquecer isso tudo. Você precisa de ajuda. O canivete ensanguentado foi achado na sua mão. Zack não viu nada... – disse o meu pai.

Eu devo ter tido um ataque de raiva em seguida. Quis atacar o meu próprio pai, mas alguém espetou uma agulha em mim e em seguida, acordei no manicômio.

...

Os dias aqui são bem monótonos. Eu durmo em um quarto acolchoado no chão, nas paredes e até no teto (não sei quem foi o gênio que achou que o teto era perigoso para mim). Fico sozinha quase o tempo todo. Tive direito até mesmo a uma camisa de força. Ótimo, assim posso ser o que sempre fui: uma besta em uma coleira.

Eu era o monstro. Eu matara o senhor Charles. Eu matei os meus amigos. Eu fiz tudo isso. E não consigo me lembrar de nada.

Não tenho paz. Ele sempre está comigo. Me vigiando, num canto. Ele poupou um dos olhos, provavelmente, para que eu pudesse vê-lo. Em uma noite, comecei a gritar histericamente.

Enfermeiros entraram. Eles não o viam. E antes de ser sedada novamente, o encarei bem.

Por um breve momento, antes de apagar, fiquei feliz por ele não ter um rosto.

Pois ele provavelmente estaria sorrindo ao ver no que me tornei. E felicidade era algo que eu não suportaria.


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