Trovão Do Leste escrita por T I Wright


Capítulo 3
Oromis


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo cap da primeira parte da história.
Aí vai o terceiro cap: Oromis
Mais uma vez agradeço àqueles que já comentaram
Espero que gostem.



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No sonho de Saphira, ela caía.

O vento rugia por suas orelhas e arrancava lágrimas de seus olhos, seu cabelo prateado chicoteava atrás de si.

Espere, cabelo?!

Ela podia sentir a dor excruciante do corte em seu corpo frágil, enquanto caía e seu sangue voava pelo ar. Tentou abrir as asas e parar a queda, mas elas não mais existiam, nem o controle de seu corpo era seu.

Sentiu a falta do peso familiar de sua espada em suas mãos, mas esta já estava há muito fora de seu alcance. Ela sentia apenas a morte sussurrando com o vento em suas orelhas pontudas, e soube que era esse seu fim.

Não podia fazer nada além de esperar o impacto inevitável com o solo. Então Saphira gritou por Glaedr.

Glaedr?! Ele estava ali? Sim, estava, ela podia sentir. Mas como?

Ela ouviu um rugido.

Oromis!

Glaedr... Não se lamente... ela disse sem forças.

Ela sentiu o dragão dourado voltar sua atenção a ela, mas então uma dor esmagadora se apossou da base de seu crânio. Glaedr não poderia ajudá-la.

Então a escuridão a envolveu como um cobertor de veludo negro, abafando o vento, o sol, Glaedr, até que somente o vazio existisse, e ele esperava por ela.

***

Saphira acordou com um rugido. Que provavelmente havia acordado todo o barco e qualquer criatura num raio de dois quilometros.

Em um pulo, ela estava em posição de ataque, fumaça saía de suas narinas dilatadas, as asas ligeiramente estendidas, as garras afundando na margem macia, as presas à mostra em desafio a qualquer inimigo no meio daquela savana desolada.

Saphira? O que houve?

Eragon saiu para o convés superior do barco junto com os elfos, os cabelos soprados para um lado, vestindo somente calças de lã e nas mãos trazia Brisingr semi desembainhada.

Eragon, eles.. Eles... Tudo de novo... Eu...

Ela tremia, muito.

O Cavaleiro pulou a amurada do barco e andou pelo leito do rio até a margem onde seu dragão se encontrava. Ele esperou um momento e então largou a espada na areia e se aproximou, pousando a palma brilhante no flanco brilhante dela. Todo o corpo do dragão era sacudido por calafrios, apesar do calor quase febril de suas escamas.

Está tudo bem agora, disse para ela, na língua antiga.

Saphira engoliu em seco e contou sobre a queda, Glaedr e a morte de Oromis. A lembrança do desespero e da impotência de seu mestre a fez tremer de novo.

Saphira abaixou a cabeça até o nível de seu Cavaleiro e o encarou com olhos azuis assustadores, mas que naquele momento estavam assustados.

Eram eles, tudo de novo...

Uma lágrima se formou no canto de seu olho, quase do tamanho do punho de Eragon, que estendeu a mão e a enxugou. No mesmo momento, uma brotou do olho dele, e o dragão tocou sua face com cuidado com o focinho, imitando o gesto dele.

Vai ficar tudo bem, prometeu ele.

A enorme figura de Saphira se ajeitou na areia e se enroscou em volta de seu Cavaleiro, e ambos foram dormir, se aconchegando na presença reconfortante um do outro.

***

A bacia de água à frente segurava tanto líquido que Eragon achou que haviam atingido o litoral. Foi só quando mergulhou a mão na água e sentiu os respingos gelados no rosto é que soube que estavam em um lago.

Ele mandou um sinal mental à Saphira. Logo depois ela pousou na água e ambos estavam sobrevoando a imensidão turqueza de perto das nuvens. No horizonte, avistaram uma massa cinzenta pairando logo acima da linha entre o céu e a terra. Eragon comentou o fato com Saphira. Ela farejou o ar. Não parece que vai haver tempestade, disse, mas nunca subestime a natureza, ela muda de ideia mais rápido que suas asas.

Eles pousaram na água novamente e Eragon subiu abordo. Contou aos elfos sobre as nuvens de tempestade, e eles se remexeram, inquietos. Yïlff comentou que nunca vira uma tempestade se formar daquela forma. O Cavaleiro deu de ombros, concordando, e seguiram viagem.

Alguns quilômetros à frente, avistaram uma pequena ilha, que vista do alto parecia com um triângulo curvado em uma das bordas. Saphira que teve a ideia, nomeando a ilha de Dente-de-Dragão. Era um pedaço de terra até que confortavelmente espaçoso, mas não poderia comportar nem um vilarejo por mais que um mês, muito menos cem dragões selvagens de uma vez.

***

O sol descia vagarosamente o céu azul, até que encontrou uma nuvem, então o mundo mergulhou em um mormaço ameaçador.  Nenhum dos viajantes achou o fato muito incomum, mas o tempo passava e nada de sol. Havia se passado algo entre três e quatro horas desde que o sol desaparecera e, curiosa, Saphira chamou Eragon para dar uma olhada na situação. De cima, tudo parecia estranhamente uniforme no grande lago. Uma calma macia se acomodou na mente do dragão, e ela lembrou de seu mestre, Oromis, e como sua mente era tranquila como o lençol na superfície das águas abaixo.

Me pergunto o porquê do meu sonho de ontem. Talvez, como o seu sobre nossa partida, queria nos mostrar algo por vir, comentou.

Talvez, ele disse.

Seria um bom nome. Oromis.

Para o lago?, perguntou Eragon, Sim, seria.

Então, que assim seja, ela disse, decidida.

Voaram mais alto, buscando o sol perdido nas nuvens. Havia somente uma massa cinza estranhamente aglomerada.

Então se detam conta do que havia acontecido com o sol.

Nem no deserto de Hadarac, ou nas planícies perto da Espinha eles haviam visto tamanha demonstração de poder e imponência. Até mesmo o grande dragão Saphira teve que reverenciar o monumento à grandeza ali postado.

Pois o engolidor do sol era uma montanha.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se sim, comentem! E, se não, me digam o que não gostaram e eu farei de tudo para melhorar a história.

— T. I. Wright



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