Two Pieces escrita por Olavih


Capítulo 8
Jogos e apostas


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoas! Bem, como podem ver, não sou uma pessoa de palavra. Não postei na quarta e sim na sexta :S, mals de mais galera. Minha quarta foi um pouco agitada e a quinta também. Não sei como consegui postar nessa sexta! Bem, alguém aqui vai fazer enem? Eu vou. Me desejem sorte, eu não estudei :/. Aí vai um capítulo. Não ta essa coca cola toda, mas eu espero que gostem. A quadrilha está chegando e altas tretas vão rolar. Bem, espero q gostem.



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Acordei lentamente recobrando a consciência de ontem à noite. Eram três horas da manhã quando adormeci e estávamos no meio de os vingadores. Eu estava exausta e nem me lembro de como dormi. Só me lembro de ver o Capitão América na turbina e no minuto seguinte de estar sonhando.

O sonho foi no mínimo confuso. Estava eu em um daqueles castelos da idade média, em uma torre alta. Meus cabelos grandes e pretos estavam soltos e balançavam ao meu redor, como naqueles filmes de contos de fadas. Eu estava gritando algo, da janela, apesar de não saber exatamente o que era. Esperava ansiosamente alguém. E lá estava ele. Rafael, em seu traje de cavaleiro medieval, sorria e acenava; ele também gritava algo e nós parecíamos estar nos entendendo no sonho. Mas então, do nada, a torre começou a pegar fogo. Eu gritava desesperadamente e Rafael também. E aos poucos, eu fui tomada pelas chamas. E acordei assustada.

Estava na minha cama, sobre mim um lençol que nem era meu. Eu mal me lembrava de vir para minha cama, quem dirá de pegar um lençol. A cama de Geovanna estava totalmente arrumada, como se ninguém tivesse dormido ali. Olhei para o relógio. 09h30min apontava o visor. Onde está Rafael?

Caminhei lentamente para fora da cama em direção ao banheiro a fim de fazer minhas higienes matinais. Assim que terminei, saí do quarto. O cheiro me atingiu antes mesmo deu chegar à cozinha. Dela, vinha um cheiro de roscas tão delicioso que meu estômago lutou violentamente em minha barriga. Aproximei da cozinha em silêncio e parei na soleira da porta, observando Rafael.

Ele estava com o cabelo todo sujo de farinha, os fios louros totalmente rebeldes e desgovernados. Os olhos estavam concentrados no caderno em cima da mesa, a testa franzida e a mão colocada sobre a boca e o queixo como quem estivesse pensando. Vestia uma camisa azul marinho de manga longa, havia chovido mais cedo e estava razoavelmente frio. Mas Goiano parece que nunca viu frio, e se bate um vento mais forte ele já coloca o agasalho. A calça jeans não estava justa deixando mostrar um pedaço de sua cueca preta. Estava descalço. Ele não pareceu notar minha presença até que me aproximei dele, fazendo a mesma posição que a dele.

—Bom dia! — ele saudou com um sorriso. Como conseguia ter um sorriso tão bonito? Dentes brancos alinhados, boca que parecia desenhada de tão perfeita fazendo suas curvas maravilhosas em volta dos dentes. Um sorriso sincero, sexy e irresistível.

—Bom dia! — cumprimento também com um sorriso torto. Não gostava do meu sorriso. Parecia tão feio perto do dele... —Então chefe, que temos hoje?

—Bem, eu tentei cozinhar. Não sei se vai ficar bom, então...

—Você prova primeiro. — falei rapidamente. Ele sorriu brincalhão.

—Engraçadinha. Você vai provar primeiro. — franzi a testa e olhei para o caderno de receitas.

—O que tem de errado no caderno?

—Nada. Só que não consigo entender esse passo. — ele apontou para onde estava com problemas e eu li. Já havia visto Caroline fazer esta receita antes e sabia exatamente como era feito. Em letras cursivas, cuidadosamente desenhadas, estava escrito: “Pão de queijo”.

—Huuuuuumm... — exclamei toda feliz. — eu amo pão de queijo.

—Mesmo? Achei que seria legal. Bem, agora tem como me ensinar essa receita, por favor? — ele pediu em desespero e eu ri. Concordei com um aceno e começamos a trabalhar. De acordo que eu ia pedindo os ingredientes ele ia me entregando e assim íamos fazendo os pães de queijo. Assim que acabamos colocamos no forno e sorrimos. Logo ficaria pronto.

As roscas ficaram prontas e nós comemos em silêncio. Estavam realmente deliciosas. Com um pouquinho de leite condensado...

Olhei para o lado onde ficava a dispensa. Estava aberta com certeza. E sempre tem leite condensado extra. Nem que sejam os que Caroline esconde, pois seu marido a obriga a não comer porcaria. Levantei e segui até a dispensa, ignorando o olhar confuso de Rafael e abri a porta. Destrancada como imaginei. Perfeito. Adentrei no cômodo, olhando em cada prateleira até achar uma lata ao canto. A levei para a cozinha e o loiro aprovou a ideia. Nós mergulhamos as roscas todas no leite condensado sem se importar se iria ou não estragar.

—O último pedaço é o mais gostoso! — gritou Rafael e com um movimento incrivelmente rápido, ele tomou o meu último pedaço e o saboreou lentamente.

—Cara de pau. Arrependa-se, ou morra. — alertei com a voz firme. Ele apenas riu e continuou mastigando aquela rosca infeliz. Com os olhos estreitos e fingindo raiva, fui até o balcão e escolhi minha arma. Um rolo de macarrão. Ele pareceu saber o que estava por vir e pegou uma colher de pau. Então, ali naquela cozinha, se deu início a guerra.

Eu ataquei primeiro. Com o rolo em mãos, ataquei a coxa, mas ele desviou com a colher. Foi a sua vez de contra atacar e eu já estava esperta. E assim que ele atacou apenas me afastei desviando facilmente de seu golpe. Os ataques começaram a ficar rápidos, e coisas começaram a serem derrubadas. Alguns pratos e a caixa de leite vazia. Parecíamos duas crianças, brincando e rindo, atacando e contra atacando, como se ali fosse uma guerra. Uma guerra foi nossa.

—Quer saber Campos? Você luta como uma mulherzinha.

—Pelo menos eu sou uma. Ao contrário de certas pessoas que nem são e ficam aí, de viadagem.

—Viadagem? Vou te mostrar quem é o veado.

Então cometi um erro fatal. Fui recuando a cada vez que ele me atacava e em um momento a parede chegou. Ainda tentei me defender, mas não adiantava. Ele era rápido e me recuou, entre o armário e a geladeira.

—Renda-se — ele pôs a espada em minha garganta, um sorriso triunfante em seus lábios.

—Nunca. — disse e enfiei a espada em seu coração. Ou, foi o que pensei. Ele se desviou e aproveitou do tempo em que fiquei espantada por um tempo. E, antes que eu pudesse ver, ele já havia me matado.

—Duche! — comemorou. Nós rimos com nossas palhaçadas e de repente nos calamos. Seus olhos azuis estavam muito próximos dos meus pobres castanhos. Era impossível identificar qual era a expressão no rosto dele. Mistério? Angústia? Desejo? Não, não era desejo. Era algo diferente. Algo que fazia seus olhos brilharem.

Seu rosto foi se aproximando do meu, os olhos dele alternando entre minha boca e meus olhos. Eu não estava diferente. Mordia o lábio para segurar algo que crescia em meu peito. Algo forte e avassalador. Não entendi o que era, era algo meio novo. Podia agora sentir sua respiração na minha face, sua pele tão próxima da minha. Eu sabia o que vinha a seguir. E, estranhamente, eu desejava aquilo. Desejava tanto quanto ele. Podia ver em seus olhos o desejo. E assim ele aproximou o seu rosto do meu, nossas bocas quase encostando uma na outra...

Um forte cheiro de queimado irrompeu a sala. Vinha de um dos fornos e o loiro demorou apenas dois segundos para saber do que se tratava. Rapidamente correu até a mesa, pegou um pano e foi até o forno. Atrás dele, estava eu ainda entorpecida. Rafael tirou os pães de queijo e exclamou:

—Merda! — foi tudo que disse ao analisar os pequenos pedaços tostados de um futuro pão de queijo.

***

“Então Emma Mayhem morre, e tudo o que ela pensou ou sentiu se desfaz e desaparece para sempre”. Foi nessa dessa frase que o livro foi arremessado do outro lado.

—O que aconteceu com a droga do final feliz? — pergunto revoltada. Estava aqui, feliz lendo o livro que a Geovanna falou que era lindo, até lidar com essa frase. Realmente não sei como ela consegue gostar dele. Preciso urgentemente leva-la ao hospital, pois essa garota está tendo sérios problemas de saúde.

—Porque são mentiras que os livros de contos de fadas dizem — respondeu Rafael, surgindo na sala e pegando o livro do chão e examinando a capa. —“Um dia” — ele lê — Não sabia que você gostava de ler livros de romance.

—Há muita coisa sobre mim que você não sabe. — falo ainda emburrada — além do mais, isso não é romance. São 80% drama, 15% choro e 5% de romance. Apenas. Cinco. Por cento. — falo totalmente indignada. Ele apenas riu.

—Então, quem é você Kamilla? — ele perguntou com curiosidade. Sentei ereta no sofá encarando seus lindos olhos com determinação.

—Sou uma garota que não gosta de coisas clichês. Sou irônica e odeio modinha. Alguém que não reclama de festa, que bebe e que um dia vai fazer uma tatuagem. Sou boa com mentiras. Alguém que quer pintar o cabelo e odeia bajulação. Sou antissocial. Não gosto de livros de romance, mas os leio. Amo ler e escutar música e apesar do que Geovanna diz, não sei desenhar. Amo violão, apesar de não saber tocar. Odeio ficar sozinha. E não tenho ideia de como vou querer ser no futuro. — pronunciei. Ainda o encarando perguntei: — e quem é você, Rafael?

—Sou um garoto comum. Não me dou bem com meu pai. Sou “pegador”. Não sou estudioso. Sou um garoto que perdeu a mãe muito cedo. Sou teimoso e verdadeiro. Não gosto de romance e nem coisas clichês. Não gosto de carros. Amo filmes de ação. Não sou viciado na internet nem em coisas tecnológicas. Sou agitado. Sou irritante e irritado. Já fui carinhoso. Não sou misterioso, mas amo um mistério. Sou bom em ver as mentiras dos outros. E nunca me apaixonei. — pode ser loucura minha, mas seus olhos mostravam o que sua boca não tinha dito: “até agora”. Houve uma pausa, cada um absorvendo as informações do outro. Até que ele mesmo quebrou essa pausa: — tem algum violão por aqui?

Rafael e eu caminhamos até a sala de músicas e ele se apossou do violão de lá. Logo, seus dedos foram cuidadosamente pelas cordas e começaram uma melodia. Era suave e eu nunca tinha visto. Ele não cantou, alegando que sua voz era horrível e eu fiquei apenas em transe com sua música. Podia notar agora com mais clareza detalhes que eu não havia visto em Rafael. Os contornos em torno de seus lábios finos e avermelhados, os braços fortes flexionados sobre a camisa folgada, a veia no pescoço enquanto ele se inclinava sobre o violão, o tamanho de seus dedos e a delicadeza de seu nariz. Era estranho, mas esses detalhes o deixavam até mais bonito.

Assim que ele terminou me olhou com brilho nos olhos. Eu ainda estava hipnotizada, olhando para seu rosto e por um momento não consegui identificar que ele estava falando comigo. Até que ele riu e eu percebi que estava rindo da minha cara de paisagem. Ri junto.

—Certo o que você disse?

—Perguntei o que achou. — ele falou novamente.

—Lindo. — disse e após reparar no brilho dos meus olhos ele sorriu.

—Aí, tá a fim de jogar? — pergunto depois de alguns minutos de silêncio.

***

—Admite que você perdeu!

—Você trapaceou. — diz Rafael irritado. — eu ia vencer e você trapaceou.

—Eu não trapaceei. Você é que é burro. — dou de ombros indo pra cozinha. Ele pareceu ofendido ao falar.

—Eu não sou burro, querida. Você é que é trapaceira.

—Certo, quer uma revanche?

—Só se a gente apostar corrida até a sala!

—Fechou! — saiu em disparada pela sala, deixando-o para trás. Rafael pragueja alguns palavrões e se põe atrás de mim rapidamente me alcançando. Quando estamos no final, tropeço e caiu torcendo o pé e rolando pelo chão. Rafael, que já tinha me passado, volta rapidamente e se ajoelha perto de onde estou.

—Droga! — grito olhando para meu pé. Ele estava aparentemente normal, mas estava sentindo uma dor muito forte na lateral. — parece que correr e torcer o pé não é legal. — Ri, mas Rafael não me acompanhou. Em vez disso, pegou meu pé delicadamente e o analisou.

—Está doendo muito? — pergunta com o tom preocupado, os olhos ainda olhando para meu pé.

—Não, estou bem. — digo dando uma de durona. Na verdade estava doendo pra caramba, mas eu não iria admitir. E para provar que estava bem, eu inventei de levantar. Assim que consegui ficar de pé dei o primeiro passo e quase desabei no chão. Rafael foi mais rápido e me apoiou em seus braços. Olhou como quem estivesse me dando uma bronca e me colocou ereta, para que eu pudesse andar. Pois um braço meu em volta de seu pescoço e vagarosamente fomos até a sala.

—Viu, foi pagar de durona. — disse Rafa zoando de mim. Limitei-me a algo bastante maduro: mostrei língua.

—Vai se ferrar. — olhei para ele assim que o loiro me colocou no sofá. — obrigadapormeajudar.

—O que? — ele fingiu não entender. Suspirei brava.

—Obrigada por me ajudar. Satisfeito?

—Muito. Eu deveria ter gravado.

—Pena que perdeu a oportunidade.

—Pena. Mas virão outras.

—Não conte com isso. Agora pega logo as cartas do uno que eu tenho um burro para vencer.

E assim o dia foi passando. O placar final foi 3x2 para mim e é óbvio que eu esfreguei isso na cara dele por muito, muito tempo. Quando todos chegaram, eu ainda estava esfregando isso em sua cara.

—Huum, parece que o fim de semana foi agitado aqui. — zombou Juliano. Tive prazer em mostrar meu dedo do meio para ele.

—O seu é que foi que chupão é esse no seu pescoço? — constrangido, ele balbucia algumas coisas ergue a gola da camisa, saindo da sala. Rio acompanhada por metade da classe e reparo no rosto corado de Joyce. Então ontem teve...

—Certo, certo! Sei que todos estão cansados, portanto estão retirados para seus quartos. Podem descansar da sua viagem. — declarou a diretora, bronzeada. Geovanna veio até mim com um sorriso lerdo no rosto que só poderia significar uma coisa:

—Quem é ele? — pergunto sussurrando e ela abre um sorriso largo.

—Depois te conto. Oi Rafa!

—Oi Geo. — Rafa? Geo? Intimidade é? Hum.

Os alunos foram dispersando aos poucos. Rafael e eu erámos uma das poucas pessoas que ainda restavam ali. O resto era casal, aproveitando. Portanto, o loiro e eu decidimos que era hora de ir para os quartos. Eu conseguia ir para o quarto sozinha, mas Rafael insistiu em me levar. Disse que seria grosseiro da parte dele não fazer esse gesto. Bobo.

—Então, é aqui! — anunciei. — Boa noite Rafael! — já ia me virando quando ele me puxou. Estava com o celular em mãos e na tela exibia uma página de pesquisa de imagens. Era a imagem de uma nota de dez reais, exatamente do jeito que ele havia descrito.

—Droga! — murmurei.

—Te vejo no seu casamento, no ano que vem! — e sai de lá cantarolando a marcha nupcial.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram, não gostaram, amaram ou odiaram? Digam a verdade, sempre porque isso vai me ajudar!! Ah, o último capítulo só teve um comentário. Isso mesmo, só 1. Eu fiquei um pouco revoltada porque apesar de não ter muitos que acompanham acho que dá pra comentar né galera? Qual é. Se não tiver pelo menos três comentários, eu não vou postar semana que vem! Enfim, um beijo a vocês e tenha uma boa prova pra quem faz o enem.



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