Vivendo Lunaticamente - hiatus escrita por Breaker


Capítulo 26
Sadness


Notas iniciais do capítulo

Oi oi minhas amoras. Demorei né? Desculpem :3 Quero agradecer a minha leitora e amiga Select3d por favoritar, recomendar e fazer o 100° comentário, UHUUUUUL! Ah, e quero dizer que em breve tenho uma surpresa pro cês. Boa Leitura



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POV LUNA
– Me liga assim que chegar lá, ok? - diz Math com a voz abafada, seu rosto enterrado no meu pescoço, estava me abraçando. Ele não me soltou um segundo sequer desde que veio me ver. Não que eu esteja reclamando. - Você sabe que eu queria ir com você Lunis, mas minha mãe...
– Eu sei, ela tem medo que você volte todo quebrado que nem da última vez. Tudo bem, de verdade.
– Quando você volta? - o moreno perguntou-me, mesmo já sabendo a resposta. Nunca, eu acho. FOCO LUNA! Eu vou voltar. Mostrar pra cadela da Helena quem manda.
– Em breve, acho...
– Quero ter certeza, Lu...
– No momento, eu não tenho certeza de nada. Pensa nisso como um até logo tá?!
– Tudo bem. - ele sussurra, acho que mais para si mesmo do que para mim - Lu... Eu... Eu...
– Você? - Matheus vai dizer...? Ouço-o suspirar.
– Fica bem tá?! Volta logo. - ele diz, logo depois me beijando. Não era bem o que eu esperava né, mas ok. Retribuo o beijo, tentando afastar o pensando de despedida.
– Tchau Math. - digo, acenando em seguida. Sigo até o carro, onde Mariana, Eduardo (marido de Mari) e Nico me esperam. Já disse que eles são uns amores por me acompanhar?
– Vocês sabem que não precisavam fazer isso né?! - digo, entrando no carro, sentando ao lado de Nico. Mari estava na frente e Eduardo, no volante.
– Cala a boca, precisávamos sim. Eu nunca deixaria você sozinha numa situação dessa. - fala Mari.
–Pois é Luna, você é tipo a irmãzinha da Mari pra mim. Em acontecimentos como esse, acho que ninguém deve ficar sozinho - completa Edu, sorrindo logo em seguida. Incrível como eles completam as falas um do outro.
– Por favor né criatura! Eu sou de lá, pra mim não é sacrifício nenhum e outra, você é importante demais pra mim, te deixar só jamais. - diz Nico, que me faz rir.
– Obrigada pessoal, de verdade. - sorrio.
***
– Lunis, eu agora vou ver minha família, mas assim que eu puder vou te ver, ok?! - Nico fala assim que chegamos em Mineira.
– Tudo bem. Eu vou... o que eu faço agora? - sinceramente, não faço a menor ideia.
– Agora a gente vai falar com o senhor Lars, ele me ligou e pediu que fossemos de encontro a ele assim que chegássemos. - Mari diz.
– Ah sim. Até daqui a pouco Nico. - digo, abraçando-o. Nico segue em direção a uma senhora, que o abraça com força. Ele tinha me dito que era sua avó.

Entro no carro novamente, junto com Mariana. Vamos visitar o (ex?) advogado do papai.
***
– Quanto tempo Luninha. Opa, quer dizer, agora Luna não é mesmo?! Que moça linda você está. Estou realmente velho. - Sr. Lars diz, me abraçando. Noah Lars sempre foi um senhor muito simpático, ainda mais em momentos ruins. Sempre que ele me via dizia o quando eu havia crescido e sempre fazia uma piada sobre como ele ficava cada vez mais velho. Eu realmente gostava dele. - Meus pêsames querida. Eu nunca poderia imaginar sua atual situação. Quantas vezes não avisei seu pai... Enfim, como vão vocês? Mariana e Eduardo não é? - o homem pergunta, apertando a mão de ambos. Mari e Edu confirmam com a cabeça. Noah faz um gesto indicando que devemos sentar.
– Como é a situação de Luna? - Mari, como sempre, sendo uma pessoa direta.
– Bem, agora que o pai de Luna faleceu, e, como bem sabemos, Luna não tem qualquer contato com algum parente próximo, ela deveria ficar com a madrasta, Helena. Mas Helena se recusa a ter a guarda da menina. Chamei vocês aqui porque sei que são próximos dela e poderiam evitar que ela fosse para um abrigo ou parasse nas mãos de desconhecidos. - ele deu uma pausa, antes de prosseguir - De acordo com o Instatuto da criança e do adolescente, o Poder Judiciário pode fornecer, desde que em conformidade com a lei, a guarda, a tutela e a adoção à pessoas capacitadas e dispostas a resguardar esses direitos. A guarda, a tutela e a adoção são as três formas de conceder uma família substituta à criança e ao adolescente.
– Entendo. - fala Mari.
– Em qualquer situação, privilegiam-se para a entrega da guarda primeiramente os parentes mais próximos da criança e do adolescente. Assim sendo, quando nenhum dos pais tiver condições de deter a guarda de seus filhos, primeiro observar-se-á os parentes próximos da criança que poderiam deter a guarda, como avós, tios e primos. - continua Lars - Na minha opinião, eu acho que, se vocês estivessem dispostos, entrarem com um pedido de guarda de Luna, como tutores.
– Tutores? - pergunto.
– Sim, de tutela. Tutela é um instituto de caráter assistencial que tem por objetivo o poder familiar da criança e do adolescente cujos pais faleceram ou tiveram o poder familiar suspenso ou destituído, conforme o art. 1728 do Código Civil de 2002. Será assim, confiado ao tutor, pessoa devidamente capacitada para essa função, a defesa, a preservação, a proteção, a alimentação e o zelo àquelas crianças e adolescentes, essa confiança terá efeito no campo pessoal como no campo patrimonial. Assim sendo, a principal característica da tutela, é a supressão da falta de capacidade dos menores aos quais tenham os pais falecidos ou encontram-se ausentes ou estejam destituídos do poder familiar. O tutor administrará os bens, dívidas e despesas do tutela, bem como o representará em todos os atos da vida civil, por exemplo temos a matrícula escolar, autorização para viagens, cirurgias. O tutor também será responsável pela função afetiva que anteriormente era desempenhada pelos pais. Assim, a tutela visa assegurar a proteção integral àqueles menores não emancipados que se encontram em desamparo. Qualquer parente da criança e do adolescente pode assumir a tutela. Na falta de parentes próximos, a tutela poderá ser adquirida por uma pessoa próxima desde que seja uma pessoa idônea e que não tenham causas que vá de encontro aos interesses do tutelado. O tutor precisa mostras que está disposto a zelar pelo tutelado. - informou Noah.
– Então, eu poderia ser tutora da Luna? Eu poderia adotá-la? - pergunta Mariana.
– Sim e talvez. Você poderia ser tutora por ser próxima, mas adotar pode tem um probleminha. Ao filho adotado será concedido todos os direitos que são concedidos ao filho natural, assim sendo, o filho adotado é de toda forma equiparado ao filho biológico, como está disposto que deve ser pelo art. 227. Adotar significa optar, escolher, reconhecer, aceitar. Você tem 30 anos, certo? - Mariana assentiu - A diferença de idade mínima entre o adotante e o adotado deve ser de 16 anos. - termina Lars.
– Mas eu tenho 32. - Edu se pronuncia - Estamos casados, tudo bem que tem três semanas, mas conta, não é?!
– Sim, conta - Lars sorri - e então?
– Eu quero ser tutora de Luna e depois adotá-la. Tudo bem Edu? - fala Mari.
– Por mim, tudo ótimo. - responde Eduardo.
– Mari, eu nem sei como agradecer, eu... - mal consigo falar, o choro me atrapalha. Céus, eu tô muito emotiva!
– Não é nada Lu. Eu já vim com essa intenção, mesmo que o senhor Lars não pedisse. - Mari respondeu, me dando um meio abraço.
Para a tutela, é preciso de determinados documentos, que são esses aqui. - Noah entregou um papel com uma lista para o casal. - no caso de vocês seria a Tutela Dativa, já que não existe laços sanguíneos entre vocês. Mas seria melhor e mais fácil se fosse a Tutela Testamentária, já que seria a vontade de seu pai. Ele não deixou nenhum documento para você, Luna?
– Eu... eu não sei. Ele não me entregou nada quando eu viajei. - digo.
– E se ele deixou em algum lugar? - perguntou Edu.
– Não faz muito sentido, coisas como esse ele sempre deixava com Lars ou então comigo mesma. - respondo.
– Luna, e se ele deixou no seu quarto? - pronuncia-se Mariana.
– Hã?
– Na sua antiga casa. - ela completa.
– Ah, entendi. Mas eu dúvido muito que a Helena me deixe chegar perto de lá.
– Na verdade, quando ela me procurou para ser seu advogado, coisa que eu obviamente não aceitei, ela estava ciente que não podia pegar tudo do seu pai, mas queria te deixar a menor quantidade possível, inclusive a casa. Além do mais, você é filha legítima, você pode sim entrar lá, mas sugiro que seja acompanhada.
– Sendo assim, eu vou. - falo.
– Eu vou com você Lu, o mais rápido possível.
– Bem, de qualquer forma acertamos mais detalhes depois. Acho que todos agora devem se preparar para... para o funeral. - fala Noah.
Funeral... fazia tempo que eu não ouvia essa palavra. Nunca imaginei que o próximo que eu iria seria o do meu pai. O último tinha sido da minha mãe.
***

"Funeral é a cerimônia, religiosa ou não, tradicionalmente adotada para a despedida de um ente querido logo após sua morte." Sempre odiei funerais. Talvez seja porque eu também odeie despedidas...

Sinto-me com dez anos novamente, quando eu era apenas a filha que perdeu a mãe. Quando eu era apenas uma criança que julgavam merecer todos os olhares carregados de pena. Os mesmos olhos, alguns vindo das mesmas pessoas, a pena duplicada. Eu já sabia que não seria lá as mil maravilhas, mas eu não achei que teria tanta gente querendo falar pra mim o quanto deve estar sendo difícil. Sério, quantas vezes alguém pode ouvir isso num curto período de tempo? Aparentemente, trinta e duas. É, eu contei. E se eu já estava achando tudo péssimo, as coisas pioraram quando Vaquelena chegou. Ela estava totalmente... bizarra: Um grande chapéu preto, o cabelo de lado totalmente liso, uma blusa de cetim preta com decote e uma saia longa também preta, com uma abertura lateral e com um salto preto. Ela estava tentando ser sexy? Uma viúva sexy? Socorro!
– Mas que roupa é essa?! Meus olhos! - sussurra Nico para mim e para a Mari, fazendo nós duas darmos risadinhas discretas - Credo, a Lorena conseguiu ficar pior.
E ele tinha razão, Lorena tinha mesmo conseguido ficar pior: o cabelo estava preso num coque bem puxado, deixando em evidência sua testa grande. Ela usava aparentemente a mesma blusa da mãe, mas a sua saia era diferente. Tirando o cabelo, ela parecia mais que ia pra uma balada. Ah, e também não posso deixar de notar os saltos dourados (sim, dourados) que ela está usando. Senso mandou lembranças, víbora!

Helena a essa altura já tinha arrumado um lenço e estava fazendo um papel ridículo de viúva, com direito a choro sem uma única lágrima derramada. A cada fungada que ela dava, mais irritada eu ficava.

A cada minuto mais desconfortável eu ficava, estava me sentindo sufocada! Em silêncio, assisti todo o processo, até que, quando o caixão foi colocado na cova, eu desabei. Tinha convencido a mim mesma que podia aguentar tudo de uma forma séria e forte, mas eu não conseguia. Eu me sentia acima de tudo culpada e não parava de pensar em como eu poderia ter feito as coisas de um jeito melhor e em como tudo aquilo me parecia falso. Chorando, fui amparada por Nico, que tinha vindo por mim.
– COMO OUSA, CRIANÇA INSOLENTE! Agora chora né, mas ABANDONOU o pai na primeira oportunidade que teve! Eu deveria ter te dado umas boas palmadas desde o começo! - gritou Helena. Que porra é essa? - Lágrimas de crocodilo, você nunca se preocupou com ele. Meu amor, cego, ainda insistia em te chamar de filha. Você não o merecia! Se você acha que vai conseguir ficar com as coisas do meu chuchu, você está muito enganada, sua... - Helena não terminou, tudo o que ouvi foi um estalo alto. Levantei a cabeça e vi Mariana abaixando a mão lentamente e Helena caída no chão.
– Não há maior falta de respeito do que dizer coisas tão sujas numa hora como essa. Eu sinceramente não sei que tipo de nível a senhora tem, mas atrapalhar uma cerimônia e ofender alguém fragilizado é uma atitude horrível. Por favor, cale-se ou então eu lhe darei quantas tapas for necessário. Eu nunca entendi o que meu antigo chefe viu na senhora, mas tenho certeza que educação é que não foi! - Fala Mariana, que se vira e caminha em minha direção. Sorrio para ela, mas não consigo parar de chorar. Eu não suporto como todos olham pra mim e nem lido bem com o fato de que Helena em parte tem razão. Eu sei que todos esperam que eu lide com tudo isso de forma racional, mas a verdade é que eu não consigo!
– Eu não consigo... - digo, enquanto balaçando a cabeça para um lado e para o outro.
– O que? Luna? Tudo bem? - pergunta Nico, pelo o seu tom parecia preocupado.
– Não, não dá... não dá... - eu só queria sair dalí. Fugir. Então, eu faço a coisa mais racional que me pareceu no momento: correr. Sim, eu corri. E estou correndo na verdade. Correndo, mesmo com pessoas me chamando. Correndo... mas já não as ouço mais.


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Notas finais do capítulo

O clima do capítulo foi bem pesadinho né?! Então minhas amoras, comentem e ganhem um bombom :33



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