Vivendo Lunaticamente - hiatus escrita por Breaker


Capítulo 23
Extra: parque de diversões


Notas iniciais do capítulo

Olá gente linda e diva. Quero agradecer a Lotus por sempre comentar e ainda recomendar a fic, obrigada, esse é um capítulo dedicado a você :3 bem, esse é um cap especial, mostrando que Duda e Cams não são assim tão lerdos. Boa Leitura ^^



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POV DUDA

Verifico meu relógio: 16:00 horas, ok, estou no horário. Ingressos para o parque e dinheiro no bolso esquerdo. Celular e chaves, bolso direito. Passei perfume? Ah sim, passei. Cabelo? Não dá pra ficar melhor que isso. Será que eu já toquei a campainha? Minhas mãos estão suando? Verifico novamente meu relógio, 16:01, será que ela desistiu? Alguém abre a porta. É o pai dela.

– Quem é você, rapaz? - pergunta o Sr. Mesíc.

– Eu sou Eduardo Silveiro. Vim buscar sua filha, Camila. Ela deve ter dito algo... sobre sair... ahn, hoje. - cara, como eu to nervoso, que horror. O pai dela vai me enxotar daqui.

– Pai, obrigada por atender o Duda pra mim, eu não achava as chaves de modo algum. Até logo! - ela disse, logo depois beijou a bochecha do pai e saiu, fechando a porta atrás de si. Eu era um adolescente morto.
Reparei no quanto ela estava linda hoje. Não que ela não fosse antes, mas puxa, ela estava tão... tão! Ela estava com uma saia que parecia ser leve, rodada, rosa claro. Usava uma blusa de alça branca e sapatilhas floridas. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo frouxo, não consegui ver se ela estava ou não com batom, sua boca parecia naturalmente vermelha. É estranho reparar tanto numa garota? Se for, eu não dou a mínima.

– Desculpe por sair te arrastando de lá, é que ele ia começar a perguntar e íamos nos atrasar. - fala Cams, despertando-me de meus pensamentos. Responda-a de forma inteligente!

– Ahn, tudo bem. - Duda, como tu é bem articulado cara, puta que pariu hein. Vamos, puxa assunto, idiota! - parece que vai chover né? - eu sou a porra de uma negação. Ótimo, agora ela está rindo de mim.

– Sabia que você fica uma graça nervoso, Du?! Relaxa, você sabe que eu não mordo. Finge que a gente tá indo encontrar a galera. Um dia normal. Ok? - diz Camila.

Agir como se fosse um dia normal? Tudo bem, eu posso fazer isso! Respirei fundo e comecei a puxar assunto sobre coisas aleatórias, fazendo como que a conversa fluísse naturalmente. Incrível como ela conseguia me acalmar com palavras tão simples. Cams é tão boa com as palavras, nem acreditei quando ela sugeriu que nos encontrássemos um dia. Um parque de diversões me pareceu uma perfeita escolha. Ela aceitou na hora. Apesar de ela ter dito pra fingir que íamos encontrar o pessoal, eu estava torcendo pra não encontrar. Bem, eu e a Cams estamos indo sozinhos hoje, tipo um... encontro. Nós dois concordamos eu deixar somente entre nós por, sei lá, não querer ouvir piadinhas dos outros.
Mal percebemos quando chegamos ao parque, de tão entretidos na conversa. Assim que dei os ingressos ao recepcionista, Camila sugeriu que primeiro fossemos nos brinquedos como tiro ao alvo. Depois outros como montanha russa. Por último, a casa de terror.
Minha mira é péssima comparada a de Camila, e olha que ela disse que sua mira não é grande coisa. A garota conseguiu, sem grande esforço, derrubar as dez latinhas empilhadas com apenas três tiros. Eu consegui derrubar apenas cinco latinhas e usei todas as dez balas da pistola. Cams me deu um tigre e eu lhe dei uma coruja.
No carrinho bate-bate fomos em carros separados, apostando quem mais batesse primeiro no outro vencia, o perdedor pagava os sorvetes. Apesar de Camila tentar, eu acabei batendo no carro dela bem mais vezes, mais por não conseguir controlar direito aquela coisa do que qualquer outro motivo. Depois de muito insistir, consegui convencê-la a deixar eu pagar os sorvetes mesmo assim. Sentamos em um mesa que fica perto do carrossel. Como estava anoitecendo, a visão do parque completamente iluminado por cores vivas fez com que o ambiente ficasse ainda mais bonito.

POV CAMS
Ok, ok, ok, ok! Não surta Cams, não surta. Você tá agindo normal, certo? Sendo agradável, dando respostas dignas de uma menina inteligente, não fazendo aquele barulho estranho quando dá risada... e ele é seu amigo, não vai te julgar. Pra começar, se ele não gostasse de ti, não estaria aqui, estaria? Pera, ele está falando alguma coisa e eu não ouvi, o que eu faço? Aí minha santa cenoura! Camila, foco!

– O que? Desculpe, eu não ouvi muito bem.

– Eu estava dizendo como o ambiente está bonito. - respondeu Duda. Percebi que enquanto ele falava, seus cachos balançavam levemente. Seu cabelo encaracolado ficava lindo bagunçado. Parecia uma pequena nuvem castanha. Claro que eu não achava só o cabelo dele bonito, eu também o achava bonito. Eu não ligo nem um pouco para as cicatrizes, na verdade, não consigo o imaginar sem elas. Claro que, com a camisa xadrez e a calça jeans surrada, a única visível era a do rosto. E a achava até charmosa.
Parei para observar as coisas a minha volta e percebi que realmente estava tudo lindo e colorido. As cores pareciam piscar em sincronia, as pessoas caminham tranquilamente, rindo e conversando, uma música começara a tocar. Espera, eu conheço essa música! É SuperLove! Automaticamente lembro do clipe. Que coicidência.

– Vamos no carrossel? - pergunto ao Duda.

– O que? Você sabe que só tem crianças de sete anos ali né? - Ele me responde com um sorriso nos lábios.

– E daí? Está com vergonha? - pergunto, já me levantando e indo em direção ao carrossel, a música vinha de lá. Ouço a risada de Eduardo, viro-me em sua direção e o vejo me seguindo. Sentamos nos cavalinhos e, apesar de ninguém ter dito nada, pude sentir os olhares de várias pessoas. Ignorei os olhares e comecei a me empolgar com a música, pouco depois já estava cantando. Du apenas me observava e sorria, chegando a cantar o refrão algumas vezes. A música acabou e nós saímos do carrossel, rindo e cambaleando, um pouco tontos depois de ficarmos girando.

– Próxima parada? - pergunta Duda, entrelaçando seus dedos nos meus. Aceito o gesto e passamos a caminhar de mãos dadas.

– Que tal aquilo ali escrito "Just Dance"? - aponto em direção a uma grande construção. Seguimos em direção e entramos, vendo que se tratava de um local onde se escolhia a música e depois dançava. Acabamos dançando Jailhouse Rock, Moves Like Jagger e Oh No! Eduardo ganhou a segunda, empatamos na primeira e eu venci a última. Saímos de lá e fomos em direção as barraquinhas de comida.

– Não sabia que rebolava desse jeito, Du. - digo entre uma mordida e outra no meu cachorro quente.

– Eu rebolo? Você que conseguiu dançar aquela Oh No! Sério, acho que não sirvo pra dança. Três e eu já estou quase colocando meus órgãos pra fora. - ele me responde. - Ei, que tal montanha russa?

– O que? Logo agora que eu comi? Você só pode estar de brincadeira, não é?

– Não, não estou. Vem logo. - ele me pega delicamente pelo pulso e segue em direção ao brinquedo. A fila estava consideravelmente grande, tanto que só chega nossa vez mais ou menos trinta minutos depois. Sento-me ao seu lado, já suando frio, eu realmente estava quase pulando daquilo ali. Quando pensei em sair, o carrinho começou a se mover. Quem iria vomitar os órgãos agora seria eu.
***
Eu quase vomitei, quase. Teria sido ótimo se eu tivesse passado mal e Duda tivesse ficado terrivelmente arrependido. Pois é, não foi bem assim. Ele ficou rindo da minha cara enquanto eu fazia uma cara de quem estava morrendo. Olhei meu reflexo num vidro e quase caí para trás. Me cabelo que antes estava num rabo de cavalo, agora mais parecia que tinha sido puxado por alguém do mal, eu estava completamente descabelada. Minha saia estava torta e pelo amor do santo pudim, que ráios de expressão era aquela? Quis matar Duda. Lancei para ele um olhar de completo ódio, o que o fez gargalhar. Revirei os olhos. Ele me abraçou por trás e beijou minha bochecha. Corei violentamente. Olhei no relógio e não acreditei que já se passava das 21:00. Tudo passou tão rápido. Du seguiu meu olhar e logo entendeu: logo teríamos que ir embora.

– Nossa última parada? - ele perguntou, sua boca próxima do meu ouvido. Isso me fez arrepiar, espero que ele não tenha notado.

– Acho que sim. Alguma ideia?

– Você tinha dito que a Casa do Terror ficaria por último. Lá vamos nós. - ele disse, novamente levando-me para um lugar que eu não estava preparada emocionalmente (e fisicamente) para enfrentar. Assim que chegamos, não havia fila, mas o outro grupo já havia entrado. Isso significava que se não aparecesse mais alguém, eu seria a única a pagar mico, ainda mais na frente de Duda. E para a minha incrível sorte (sintam a ironia) não apareceu mais ninguém. Ótimo.
Aquele lugar, por mais bem decorado (no sentido de meter medo em alguém) fosse, não parecia de fato assustador. Eu e Eduardo andávamos de mãos dadas, ele um pouco mais a frente, mas sem uma grande distância. Não é tão ruim, na verdade, tá tudo tão parado qu... PUTAQUEPARIU! A porra de uma caveira praticamente caiu em cima de mim. Se fosse só uma caveira tudo bem, mas não, ele precisava ter pedaços de músculos, pele e até mesmo órgãos grudados. Duda me puxou e fomos mais rápido, olho para o meu outro e vejo que um pedaço de intestino ficou ali. Solto um gemido e com um peteleco, tiro dalí. Cara, será que isso é longo? Socorro!

POV DUDA
Aquele seria um ótimo passeio de terror, se eu já não tivesse ido três vezes. Eu já tinha gravado a maioria dos sustos, embora ainda fosse pego de surpresa por alguns. Claro que eu não me assustava tanto quanto Cams. Os gritos da garota chegavam a ser engraçados, chegando até mesmo a agarrar meu braço com bastante força. Comecei a me perguntar se não tinha sido maldade demais trazê-la aqui. Quer dizer, eu estava tranquilo porque além de já saber, eu gostava de sustos. Pelo o que eu sabia, Cams não conseguia sequer ver a primeira temporada de American Horror Story sozinha. Por sorte, já estávamos no final. Eita... o último susto é o "le grand finale". Passo meu braço pelos seus ombros, puxando a para mais perto. Pela iluminação do local, não consegui ver seu rosto, mas aposto que corou.
E lá se foi o susto: eu sabia que algo molenga cairia em nós, que teria um cara no teto com a face desfigurada e sem alguns membros, que soltaria um irritante e sonoro grito, arrastaria aquele cotoco de braço levemente em nossa cabeça e depois viria alguém e tocaria nossos ombros. Admito que ainda fiquei um pouco impressionado, mas Camila gritou tão alto quanto aquele boneco. Não deixei que a tocassem e nem que ela olhasse para trás, se continuasse assim acho que ela passaria mal de verdade agora. Enfim saímos, ela praticamente correu para uma parte mais afastada das luzes, entre a Casa e outro brinquedo. A segui, me sentindo péssimo por tê-la arrastado para lá. Encontrei-a abraçando a si mesma e repetindo algo como "não é real". Definitivamente eu exagerei.

– Cams, desculpa, eu devia ter me ligado que isso te faria mal. Desculpa, por favor. - a abracei. Ela correspondeu o abraço com força. Era impressão ou ela estava chorando? Eu sou terrível. Ficamos abraçados enquanto eu acariciava seus cabelos levemente, até ela murmurar:

– T-tudo bem. Eu que sou medrosa mesmo, afinal. - ela dá um sorriso fraco. Não consigo deixar de sorrir. Ela era realmente bonita, mesmo com cara de choro. Nossos rostos estavam bem próximos, abaixei um pouco minha cabeça, acabando um pouco mais com a distância. Conseguia sentir sua respiração, que estava bastante alterada. Perto até... ela me empurrar bruscamente. Ok, quase. - não quero que seja assim. Quer dizer, não planejava estar descabelada, com marcas de lágrimas no rosto... desculpe. Vou no banheiro. Já volto.
Sigo-a, matendo uma pequena distância. Ela não demorou muito, logo estava com o cabelo arrumado novamente e um rosto mais calmo. Voltamos para casa de mãos dadas, mas em silêncio. Paramos um pouco distante de sua casa, num muro coberto por flores. Cams me abraça e olha para mim, levemente corada. Envolvo sua cintura com meus braços, acariciando suas costas. Já posso sentir sua respiração se alterando, ou será que é a minha?! Abaixo a cabeça lentamente, acabando com a distância aos poucos. Dessa vez ela não recuou. Selei nossos lábios e descobri que sim, ela usava batom. E pelo gosto, era de melancia.


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Notas finais do capítulo

Músicas: SuperLove - charli XCX. Jailhouse Rock - Elvis Presley. Moves Like Jagger - Maroon 5. Oh No! - Marina and the Diamonds. Gostaram? Luna e Cams são parecidas, mas notaram algumas diferenças? Comentem :3



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