O dia se passou rápido o suficiente para nenhum deles perceberem as horas passando. Eles conversaram e se distraíram o dia inteiro. Luccas se aproximou de Malu e Mitsary, Ariel relaxava no colo de Tsuki que brincava com seus fios de cabelo ruivo. Lilith não chegava perto de Tanner que conversava com Aoi e Tenma. Mateeus olhava para a água molhando os pés enquanto segurava o choro, algo estava muito errado. Ele coçou os olhos enquanto sua pele branca corava enquanto pensava em um beijo. Ele sentiu-se feliz e triste ao mesmo tempo. Saeko se aproximou, sabia que o amigo estava mal:

— O que houve? – disse abraçando o garoto, amiga era para essas coisas – Você pode enganar aos outros, mas não a mim.

— Eu… Eu quero saber de uma coisa – disse olhando para o mar – Você gosta do Ariel?

— Assim, eu não posso dizer que… - Ela não conseguiu terminar a frase. Mateeus a interrompeu após ver algo estranho na água:

—Olhe aquilo! – ele apontou para um corpo que boiava sendo levado pelas ondas. Um Gyarados rodeava o defunto que jazia boiando – Ela pode estar viva! – Ele pulou na água sem medo do enorme pokémon aquático. Ele se agarrou ao corpo – Azulmarril vai! – O Pokémon foi liberto, ela estava pensando em se divertir antes de ver a situação – Nos leve até a praia!

— Aquele Gyarados não vai ficar quieto – Ela tirou a manta da cabeça e pulou na água – Squirtle saia! – Ela já previa os movimentos da hydra, assim que ela saiu da água ela odernou – Cabeçada Zen! – A tartaruga mesmo três vezes menor, não receou em atacar acertando-o em cheio.

— Aquele Gyarados é muito forte – disse Misaki da praia – Eu preciso ajudar. Togekiss saia! – Ela chamou seu Pokémon mais fiel para a luta – Togekiss tire-os da água rápido!

O Pokémon selvagem se irritou com a cabeçada e utilizou o híper raio. Atingiu Squirtle em cheio e criou uma enorme onda que engoliu Mateeus, a garota e Saeko de uma só vez. Togekiss também foi atingido. Aquilo não era normal, o Pokémon selvagem era muito mais forte que o normal. Ele lançou outro híper raio na direção dos mesmos. Seria um ataque massacrador até um Dragonite surgir e os envolver com sua proteção. Lívia se meteu na batalha.

— Ele não poderá vencer a todos nós! Dragonite Raio solar!

— Togekiss, explosão focalizada! – gritou Saeko.

— Azulmarril, hidro bomba! – os três ataques se juntaram na direção de Gyarados, este revidou com a fúria do dragão. O impacto dos ataques fez com que se anulassem – Isso é impossível!

— O Dragonite é meu Pokémon mais forte. Nem juntando nossas forças podemos nos igualar a ele? – perguntou Lívia desesperada. O lado da floresta também estava movimentada. Um garoto surgiu da floresta correndo como nunca fizera antes, estava desesperado. Ele pulou por cima de Tsuki e Ariel, tropeçou na perna metálica de Zayn e caiu de cara na areia.

— O que está acontecendo aqui? – uma moto surgiu do meio da mata. Uma mulher a dirigia como se fosse uma coisa normal:

— Eu vou te mata pirralho! – ela lançou três facas que por pouco não atingiram suas costas. Ela freou na areia de modo que a pudessem ver. Ela tinha cabelo preto esverdeado como seu batom. Estava toda vestida de preto como uma rockeira. Estava de óculos escuros, mas era evidente que não passava de uma psicopata – Cacturn faça-os sofrer!

— Droga! Todos os meus pokémons estão casados! – disse o fugitivo.

— Absol vamos lá! – disse Zayn liberando seu mais poderoso Pokémon.

— Não a enfrente! Você será massacrado! – gritava o garoto levantando-se apavorado com a situação.

— Ela não aguentará três ao mesmo tempo – disse Riley entrando na batalha com Tsuki.

— Vamos arrasar! Vai Glaceon! – O Pokémon de gelo saltou com velocidade para o lado do absol.

— Vulpix atacar! – Com o Pokémon de Riley a batalha começou. Eles tinham a vantagem – Lança Chamas vai! – O ataque de fogo era devastador e avançou contra o Pokémon inimigo que não se mexeu. Mas o ataque desapareceu aos poucos sem deixar nenhum vestígio de dano – O que? Não aconteceu nada?

— Glaceon ataque rápido! – Pokémon sumiu no campo, os treinadores apenas viam a areia saltando nos passos do Pokémon. Atingiu em cheio o espantalho que não se mexeu, mesmo sendo muito poderoso.

— Braço de agulha! – Cacturn ganhou brilho em seu braço e pronto para atingi-la em cheio na cabeça. Glaceon usou a velocidade do seu ataque rápido e acertou-o nas costas, esse o fez perder o equilíbrio caindo entre Vulpix e Absol:

— Lâminas de vento! – gritou Zayn tentando-se manter de pé.

— Super aquecer Vulpix! – gritou Riley sabendo que as lâminas do Absol aumentaria o poder do tipo fogo. O ataque foi um sucesso, um furacão de chamas massacrador rodeou o Pokémon.

— Glaceon finalize com a nevasca! – com a ordem de Tsuki o Pokémon de gelo desfez o furacão deixando tudo gelado mostrando o que acontecera com o Cacturn. Nada, ele não recebeu nenhum dano – Como isso é possível? Não pode ser!

— Meu Cacturn é extremamente resistente, nada o derrotará!

— Nenhum dos meus pokémons de fogo foi capaz de derrota-lo! – gritou o desconhecido irritado.

— Seu Cacturn pode até ser resistente! Mas não é isso tudo que está falando – disse Ariel entrando no campo de visão da treinadora – Minha vez de tentar! Litwick vai!

— Acha que vai fazer alguma coisa com essa coisinha? – ridicularizou a motoqueira.

— Seu Cacturn pode ser mais resistente que Arceus, mas pelo menos arranhões ele deveria ter sofrido. Percebi que nem a areia o suja, nenhum pó fica agarrado no seu Pokémon. Isso é impossível numa praia.

— E qual é o problema? – perguntou rindo, ela percebeu o quanto o garoto era inteligente.

— Quer dizer que há uma barreira em torno do corpo do Cacturn! Litwick use a onda psíquica! Cubra todo esse campo! – O ataque do Pokémon permitiu que um Pokémon oculto se mostrasse. Era um Bennet que ria da situação.

— Desgraçada! Você utilizou dois pokémons esse tempo todo? – ele estava cada vez mais irritado com a situação – Não tem vergonha?

— Eu já te disse, meu objetivo é apenas te matar idiota! – disse a mulher tirando o óculos mostrando seu olhar maníaco.

— Que droga! Cuidado Charizard! – O pokémons teve que voar para escapar do ataque da Skitty que ultilizava vários ataques diferentes. Comandando-o estava um homem que vestia disfarce de coelho rosa.

— Flygon use o lança chamas e pare essa Skitty! – Tenma tentava dar cobertura para a irmã, mas o Kadabra desviou o ataque facilmente fazendo-o atingir ao Charizard.

— O que pensa que está fazendo! Não me ajude! – gritou a garota com raiva do irmão. Algo estava errado.

— Gritar com o irmão é feio. Tratá-lo com educação é o melhor a ser feito – disse o homem no meio da batalha.

— Persian garras de fúria! – Mitsary ordenou ao Pokémon que atacasse, mas Skitty era mais rápida e conseguia dar evasivas.

— Charizard ataque de asa! – o Pokémon desceu de onde estava e atingiu os dois em cheio.

— Calma Aoi! Meu Persian iria derrubar aquele Skitty uma hora – A garota não respondeu, estava focada na batalha.

— Não esqueçam de escovar os dentes antes de ir dormir e depois de comer – disse fazendo umas danças esquisitas – Escovar os dentes sempre!

— Que tipo de treinador é esse? – perguntou Tenma.

— Lilith, vamos sair daqui! É muito perigoso! – disse Lilith puxando a Manu – Arcanine saia agora! – A pokebola não ativou. Ela estava fora de uma batalha oficial – Vamos acabar morrendo aqui!

— Pare de ser pessimista e vamos ajuda-los! Buneary eu escolho você! – o Pokémon saltou feliz enquanto Malu corria atrás dela na direção do Gyrados furioso.

— Ainda bem que chegou – disse Mateeus focado na batalha – Essa garota está viva!

— Buneary raio de gelo! – disse fazendo congelar parte da água – O Gyarados não vai poder se mover muito – A ideia de Malu foi brilhante. Tenner pegou a garota desmaiada e levou para Lilith para que os dois tentassem acordá-la. Do mar, surgiu outro Pokémon, um Pidgeot que começou uma tempestade de areia poderosa.

— Eles não podem ser selvagens! – disse Tsuki colocando a mão nos olhos, ela conseguiu ver, emergindo da água, um garotinho de touca e rosto coberto por um cachecol. Ele ria com estado deplorável dos treinadores:

— Idiotas e mais idiotas que devem morrer nesta ilha! Vou fazer com que não sintam dor! Morram! – ele levantou a mãos sinalizando o ataque para a dupla de pokémons. Dragonite usou a proteção, mas não foi o suficiente, foram atingidos. Azulmarril e Togekiss ficaram fora de combate e Dragonite não aguentava mais batalhar. Neste momento de total desespero é que um Pichu entra na batalha eletrocutando os dois Pokémons. A garota na água estava acordada mostrando sua beleza que ainda tinha vontade de viver. Vestia um uniforme de garçonete com uma saia curta. Sua barriga estava de fora e seu cabelo era curto e alaranjado.

— Já chega disso tudo! – Abel surgiu de repente. As batalhas pararam imediatamente. Parecia que ele tinha poder, sua voz era de autoridade e por algum motivo fez com que todos os pokémons voltassem às suas pokebolas – Vicky, Charles, Pink Habbit vão embora!

O garotinho riu mais um pouco antes de afundar na água. A rockeira acelerou sua moto e sumiu pela imensidão da praia.

— Não esqueçam de lavar as mãos antes de comer! – o Coelho rosa foi saltitando para dentro da floresta. Todos os treinadores se reuniram de frente para o garoto com o capuz preto, uns apreensivos e com medo, outros já estavam preparados para qualquer tipo de reação. Abel sorriu, estava se divertindo com aquele jogo:

— Meus queridos, não tenham medo. Vim aqui para esclarecer-lhes tudo que está havendo nesta ilha.

— Você é o homem do vídeo! Coberto pela máscara! – Malu o reconheceu pela voz.

— Garota esperta.

— Tire-nos daqui! Acaba logo com toda essa palhaçada! Estamos cansados disso tudo! – O garoto que ninguém conhecia estava irritado. Sua pele era morena e seu cabelo preto. Vestida uma camisa vermelha que formava uma pokébola no centro com uma jaqueta alaranjada que cobria uma parte da mesma. Seus olhos castanhos, demonstravam facilmente o que estava sentindo.

— Desculpe, mas não posso. Eu estou no mesmo barco que vocês, também procuro minha chave para sair deste lugar – disse sorrindo – Qual é a graça de ver o jogo se eu posso participar dele?

— Você é doente! – disse a garota que quase morreu afogada.

— Flame Charken e Chino Miiki – Abel citou seus nomes como se conhecesse os dois que apareceram de repente na praia – Vocês tiveram sorte de terem sido encontrados por esse grupo. Porque como eu disse, nós temos que encontrar nossas chaves.

— E o que seriam essas chaves? – perguntou Riley analisando a situação – Onde elas estão?

— Apenas posso dizer que precisei vir urgentemente ou então todos morrerão e esse jogo não terá a mínima graça se o tempo acabar e todos perderem suas vidas porque não foi esse o objetivo que eu os trouxe até aqui.

— Como assim? Você quer que sobrevivamos? – perguntou Mateeus confuso.

— Exatamente, todos vocês estão aqui por um motivo. As suas chaves farão vocês verem a vida como nunca viram antes – O objetivo de Abel não estava sendo alcançado. Ele percebeu que todos ainda não entendiam – Vocês ao invés de correrem atrás de suas chaves, vocês estão fugindo delas! O que os prendem nessa ilha são seus passados e seus defeitos.

— Então quer dizer que…

— A única forma de sair dessa ilha é enfrentando tudo que passou até hoje – completou Abel sentindo-se realizado.

— Não será uma tarefa fácil – disse Tenner olhando para o chão, mais da metade do grupo já sabia o que deveria fazer.

— Antes de ir eu queria cumprimentá-lo Ariel – ele se aproximou do ruivo, os dois eram muito parecidos – Vamos voltar a nos ver. Eu acho que você é a minha chave!

— O que? Nunca te vi na vida! – Flashs de memória passaram rapidamente na cabeça do treinador, ele não sabia quem era Abel, mas o conhecia de algum lugar – Quem é você.

— Perdeu a memória? Está ferrado – disse voltando a floresta – Boa sorte para vocês! Tentem não morrer! – Assim ele sumiu no meio da mata.

— Pra vocês que não acreditaram, tudo que ele falou infelizmente é verdade – disse Jake surgindo de repente em cima de uma árvore com os olhos fechados. Estava escurecendo e quase não puderam ver seu rosto – Eu fui obrigado a participar disso tudo. Eu sei que vocês não mereciam estar aqui, mas não tem volta. Lutem com todas as forças! Nada é impossível nesta ilha.

— Mas o que vamos fazer agora? – perguntou Mitsary desesperada – Estou com medo, não sei o que fazer! – Ela ajoelhou na areia com a mão na cabeça.

— Se acalme! – Malu e Luccas foram socorrê-la. Todos estavam ficando tensos, inclusive Riley que sempre está calmo.

— Todos vocês! Se acalmem! – uma segunda pessoa surgiu na escuridão – Jake vá atrás de Frendys. Eu controlo a situação aqui!

— Quem é você? – perguntou Chino com uma voz doce, porem amedrontada.