Cheguei ao mercado, o único que tinha o maldito o chocolate meio amargo.

Peguei dois se ele quiser engordar mais, e fui pegar o refrigerante.

-Mila!- uma voz extremamente rouca praticamente sussurrou meu nome. Engoli em seco, aquilo era amedrontador, criei coragem, virei não avistei nada dentro do campo de visão, não havia ninguém nesse mercado, droga!

Eu tenho certeza que alguém me chamou.

Peguei aquela merda e fui pagar ligeiro.

-10,00- falou a moça-A senhora está bem?- a olhei pela primeira vez e logo olhei para minhas mãos, estavam tremulas e meus braços arrepiados.

-Sim! Tudo ótimo!- minto.

É obvio que não está tudo ótimo, estou sentindo o que sentia quando era pequena, arrepios, vozes, vultos.

Entreguei o dinheiro para a mulher e saio num passo acelerado.

Meu celular tocou.

Meu coração acelerou.

É Thiago, meu ¨namorado¨, a gente está junto há um ano, mas eu não o amo como os outros casais amam, não sinto nada ao vê-lo, apenas vontade de conversar, nada mais, não sinto prazer em toca-lo, nem ser tocada por ele. Pra falar a verdade, não me apaixonei por ninguém até hoje, ninguém me completa.

¨quero falar com você hoje!¨-o que ele quer falar?

Fui para o camarim de Pedro.

Não tinha ninguém, novamente.

Larguei as coisas na mesa, larguei um longo suspiro e me atirei no sofá. Isso cheira bem, estirei-me no sofá.

Parece que aqui me sinto protegida, estranhamente bom.

Alguma coisa fria tocou-me no pescoço, virei-me ligeiro...

Minha nossa!