Possessão escrita por Lady Ravengar


Capítulo 5
Capítulo 5 - Lembranças




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Lilin observou o humano dormir, moreno com porte físico malhado, rosto sereno, cabelos escuros e pele clara, os olhos eram azuis, ela sabia, porque foram esses olhos que a desafiaram na noite anterior, agora dia estava cansada, torturara por horas a fio os dois demônios que a perturbaram, não sabia qual estava pior, apesar de ser o que era, tinha seus poderes ainda mais para o mal, manipular a mente era uma forma suprema de torturar, implantar imagens que até demônios temiam era a chave para se tornar temida por todos, filha da Rainha ela devia estar a altura do que a mãe era. Sentiu o humano se remexer, prestes a acordar, acomodou-se ao seu lado na cama, deixando a cortina aberta ela conseguiria ver a reação dele ao acordar, e assim o fez, o mar azul se abriu piscando algumas vezes antes de achar um foco em cima, Joseph viu o rendado da tela fina que cobria a cama de dossel, antes de sentir um deslizar em seu torço, virando repentinamente viu o olhar nublado da ruiva ao seu lado, estava prestes a atacar quando ela lhe sorriu dizendo.

– Sabe que não tens chance.

– Mas tentar sempre é bom. – afirmou se afastando, mas não atacando.

– Então porquinho Prescott. – comentou sorrindo – Este é o seu nome não é? Joseph Prescott.

– Sim, o que queres de mim? – perguntou observando-a atentamente.

– O que toda mulher quer. – riu agora com olhar sensual – Desejo sexo, ardente, caliente e de preferência que me faça ter um fruto desde pecado delicioso.

– Eu não vou transar com você!

– Duvido docinho, ontem você estava prestes a tirar toda a roupa com apenas um toque meu. – comentou Lilin passando os dedos nos lençóis.

– Você é uma bruxa!

– Exatamente, mas o termo correto é succubus, mais conhecidas como demônios do prazer. – piscou-lhe rindo ainda mais ao ver a cara do jovem espantado.

– Você corrompe almas para seu prazer.

– É sobrevivência, o que seria de mim sem a alma humana? Todo calor que o corpo libera em seu ato sexual me faz viva, bonita, poderosa.

– E se não existisse mais humanos?

– Eu me alimentaria de outros como eu, apesar de não terem alma, suas cascas têm, os corpos humanos que eles possuíram ainda tem o carboidrato que preciso. – explicou despreocupada.

– Então você se alimenta de corpos, mesmo aqueles mortos.

– Não, não. Mortos não têm mais a energia sexual de que preciso, então só os vivos, as cascas que nós possuímos ainda tem a energia viva de um humano, nós demônios somos como fumaça, um espectro que habita o que pode respirar. – comentou olhando suas unhas vermelhas, ela podia sentir a repulsa do humano a sua frente.

– Vocês não têm forma humana? – perguntou friamente.

– Tivemos milênios atrás. – disse sonhadora – Um corpo espetacular sem sombra de dúvidas, minha mãe sempre foi a mais bonita, mas acho que eu superei sua beleza.

– Demônios tem beleza?

– Nós não éramos demônios, nós éramos algo especial, deuses. – sorriu voltando ao presente – Corrompemos nossas almas, por isso viramos o que somos hoje, por isso há essa visão em nossos olhos, nós não temos nada dentro de nós, somos ocos, sem nenhum coração.

– E por que me dizer isso agora?

– Você perguntou, e hoje devo estar de bom humor. – riu levantando – Tem roupas para você no closet, banheiro na porta ao lado, espero-te para o café da manha.

Ela saiu sem olhar pra trás, tendo noção que ele não iria atacar, humano ou não ele sabia a hora certa, caso contraio morria por nada. Lilin parou em frente ao seu pai vendo-o torturar um demônio mal informado, ser o chefe deles dava-lhe privilégios em frente ao poderoso exercito que se levantava das profundezas do inferno.

– Saia daqui, e traga-me apenas informações corretas. – ameaçou enxotando o outro dali.

– Incômodos logo cedo? – perguntou à ruiva observando a paisagem do lado de fora da incrível mansão.

– Estes deviam ter ficado no inferno, não servem de nada aqui na terra. – rugiu bravo.

– Pai. – chamou Lilin ainda pensativa – O senhor se lembra do teu corpo humano, o nosso primeiro corpo, aquele que nós éramos antes de nos tornarmos demônios, quando éramos deuses.

– Por que pergunta isso agora? – questionou.

– Curiosidade.

– Lembro-me bem, era forte, astuto, corpo de meia idade, vendemos nossas almas cedo, por isso ficamos com essa forma, tínhamos ficado, você era e sempre foi ruiva, quase da mesma estatura, mais magra eu acho, esta casca se parece muito com a tua, mas antes seus olhos eram de um verde mate, algo tão belo, como os olhos da tua mãe. – comentou tocando o rosto da filha – Estranho ver o reflexo no espelho e não achar mais as órbitas esverdeadas; não é?

– Sim. – riu friamente – Nós nunca devíamos ter escutado Lilith, ela desgraçou nossa eternidade por muitos milênios no inferno.

– Ela fez o que achava melhor, tratar com Lúcifer fez dela o braço direito do diabo, não devemos desafiá-la, sabe quem pode mais neste submundo. – contestou friamente.

– Lilith ainda vai ter o que merece, e pode não ser pelas minhas mãos, mas alguém vai fazê-la pagar pelo que aconteceu. – ameaçou Lilin sentindo a fúria a dominar.


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