Death Note: Os Sucessores - 2 Temporada escrita por Nael


Capítulo 32
Cap. 31: Planos e Trapaças


Notas iniciais do capítulo

A defesa final de L, o plano supremo de Kira e o fim do jogo.
Quem sairá invicto?

"E se não tem chance
Então acabará
Observando os outros garotos
Que nós não somos capazes de conseguir

Música: Invicto - Cambriana



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— Ah! Maisy. Não seja assim. Merecemos sair e comemorar a derrota de L. – Scott se encontrava andando na calçada quase vazia ao lado da irmã que voltava da escola junto com a tia. Falava baixo e bem perto dela. – Karaokê, restaurante, parque, escolha o lugar. É por minha conta.

— Scott eu tenho muito que fazer. Não posso ficar de brincadeira. E trate de falar mais baixo.

— Qual é. Muita gente apoia Kira, inclusive nós. Nada mais justo que sairmos pra comemorar como todos os outros. – ele fez referência as inúmeras manifestações a favor de Kira nas últimas duas semanas. – Nós dois sabemos que a escola é moleza para você. Além do mais uma noite só não mata ninguém. – ele parecia um tanto animado.

— Eu não me refiro à escola. – ela lhe lançou um olhar ameaçador com o qual ele já havia se acostumado.

— Tia Sayu, uma ajudinha aqui? – a mulher parecia perdida em seus próprios pensamentos encarando a rua a frente. – Hey. Sayu... – Scott estalou os dedos na frente de seus olhos e ela voltou sua atenção para eles.

— Desculpe. – ela começou. – Do que estavam falando?

— De como você anda distraída ultimamente. – disse Maisy. – O que está acontecendo?

— Ah! Nada. Estou apenas pensando. Temos que planejar os próximos passos. – eles voltaram a caminhar. – Agora temos que reconstruir o mundo.

— É verdade. Mas isso nem será um grande problema agora. Não há ninguém mais que possa nos impedir. Esses fanáticos aí do L não tem a mínima chance. Não há razão para se preocuparem com isso.

— Eu sei. – Maisy suspirou olhando para o irmão. – Mas eu ainda sinto que não acabou.

— Acabou sim Maisy, pare de remoer isso. Não há mais jogo nenhum. – Scott falou convicto encarando a garota que olhava agora para frente. – Às vezes parece que você lamenta a morte dela.

— Se o jogo terminou, ele terminou incompleto. E se L tiver mais uma carta na manga? – ela fingiu não ouvir seu último comentário. – E se colocou um sucessor escondido para continuar perseguindo Kira? Não é hora para festas, devemos nos preparar para o pior.

E seguiram em silêncio ate que Sayu tomaria uma rua contrária a deles, mas antes de seguir seu caminho os olhou uma última vez e disse:

— Maisy eu acho que você pode ter razão. Talvez seja melhor continuarmos com a guarda alta Scott. Nunca se pode prever os movimentos de L. – no seu ouvido o fone começou a chiar e ela ouviu a voz de Naomi. Yagami não tente indiretas. Apenas se retire.— Nos vemos depois então. – e se despediu.

Scott e Maisy viram ela se afastar massageando a cabeça e levando a mão ao ouvido.

— Sinto que tem algo errado com ela. – confessou Maisy.

— Também percebi. Do que está suspeitando? – ela acenou negativamente com a cabeça.

— Não quero me meter nesses assuntos. – ela se virou sob o olhar confuso dele. – É óbvio que ela e Katsu tem alguma coisa. Essas relações são complicadas e estressantes. Por isso não vou me meter.

— Ah! Entendi. Se bem que não reparei muito nisso. – Scott começou a acompanhá-la a passos largos.

— Não precisa me levar em casa. – ela falou se virando para trás e lhe lançado um olhar cerrado.

— Meu carro ainda está lá e... Está querendo se livrar de mim, irmãzinha?

— Sou mais velha que você. Não quero é que meus pais adotivos suspeitem de alguma coisa.

— Não deixarei que suspeitem. É super normal eu visitá-la e querer conhecê-la já que para eles acabei de descobri que é minha irmã e inventamos aquela história de procurar nossos pais. – ele também foi firme e colocou as mãos nos bolsos.

— Foi o melhor que pude inventar. É natural que crianças adotadas queiram saber seu passado. – ela sorriu de canto.

Algumas quadras depois chegaram até o sobrado onde Maisy morava. Depois de seu sequestro os muros foram levantados, cercas elétricas e alarmes também foram colocados. Digitou a senha, entrou e voltou a ativar a segurança.

— Maisy, onde estava? – Masao apareceu no corredor correndo. – Estávamos preocupado.

— Maisy. – foi à vez de seu pai aparecer. – Está atrasada.

— Creio que a culpa seja minha. – Scott fez um leve reverência. – Me desculpe Sr. Takeshi. Mas tenha certeza de que ela está segura comigo.

— Scott... – o homem suspirou. – Ainda não sei como uma pessoa de apenas 20 anos pode ser da polícia, mas a CIA tem seus truques e não o contratariam a toa.

— Obrigado.

Depois dos pais adotivos de Maisy falarem sobre os perigos e como ela e Masao deveriam ser mais cuidadosos enquanto lanchavam, Scoit entrou na conversa.

— Perdoem minha franqueza, mas acho que estão sendo super protetores. É compreensível tendo em mente o que ela passou, mas o mundo agora caminha para um lado pacífico. Já devem ter visto nos noticiários que o crime foi reduzido em cerca de 50% devido às ações de Kira.

— Kira... – disse Masao baixinho. – Não sei. Ele faz coisas boas, trouxe minha, digo, nossa irmã de volta, mas L disse sempre tanta coisa sobre ele. E se alguma delas for verdade?

— Não pense nesses assuntos. – Maisy falou gentilmente. – Crianças não devem ter tais preocupações. Além do mais não podemos fazer nada sobre tudo isso.

— É. Ou idolatram ou tem medo de Kira. – Raiden começou. – Só nos resta observar essa guerra silenciosa.

— Olhando desse ângulo não há guerra pai. Kira já venceu. – Maisy comentou.

— Ora, parem vocês todos. – Lain se exaltou um pouco. – Maisy, Raiden e você também Scott. Isso não é conversa para o Masao. Aliás, nada para ser discutido à mesa.

— Concordo plenamente. – Disse Scott. – Apenas apontei o fato de que seja por adoração ou medo Kira fez o mundo mais seguro para pessoas como nós. E agora que encontrei minha irmã não deixarei que nada mais aconteça com ela.

— Hahahaha. Que comovente. – Ryuk ria atrás deles quando o som de um celular fez todos desviarem a atenção. Masao tirou o aparelho do bolso.

— Essa não. – ele se levantou rápido da cadeira. – Estou atrasado pro treino de tênis. – disse correndo para o andar de cima.

— Masao não corra!

— Melhor ficar em casa. – Maisy falou calmamente. – Mesmo que pegue o trem não vai conseguir chegar na hora.

— Não seja por isso. – Scott se levantou. – Eu dou uma carona.

— Jura? – Masao desceu as escadas com parte do uniforme, apenas a camiseta e um dos tênis. – Seria ótimo.

— É o mínimo para o irmão da minha irmã. – ele sorriu falsamente. – Isso se seus pais concordarem.

— Eu mesma levo. – Lain ajeitou os cabelos. – Não precisa se incomodar.

— Não será incomodo nenhum. É caminho. Iria passar por ali para comprar maçãs de qualquer maneira. – Ryuk logo se sobressaltou.

— Obrigado Scott. Você é o máximo. – disse Masao calçando o outro tênis e saindo pela porta. A mãe suspirou enquanto balançava negativamente a cabeça.

— Não se preocupem. Tomo conta dele. – disse o rapaz. – Nos vemos depois Maisy. – despediu de todos e saiu.

Estacionou o carro no lugar indicado por Masao que saiu apressado carregando uma mochila esportiva. Depois disso continuou seguindo na direção oposta.

— Que esperto. – Ryuk falou do banco de trás. – A desculpa das maçãs para poder falar comigo funcionou bem.

— Não. Maisy parece estar te evitando de qualquer maneira. Pedindo que não a acompanhe o tempo todo, te deixando com maçãs em casa. Suspeito que ela esteja pensando seriamente sobre o que Sophie disse.

— Qual o problema então? Se ela descobri também que Sayu está por trás disso, problema resolvido não é?

— Talvez. – ele continuou encarando a rua sério.

— Ah! Me esqueci que você quer que ela deixe de ser o Kira. – ele parecia um tanto irônico. – Vamos falar sério Yagami, você não suporta a ideia de ter Maisy governando o mundo, não é?

O rapaz o encarou pelo retrovisor e por um instante Ryuk gelou. Parecia que o próprio Light o fitava.

— Não é de tudo uma mentira.

— Então começo a pensar o que você faria se estivesse no lugar dela. – Scott riu alto.

— Ryuk, Ryuk está sugerindo que eu dê um golpe de estado?

— Estou dizendo que você devia rever isso melhor. Até eu consigo ver as inúmeras falhas nos seus planos.

— Para um cara que está com a corda no pescoço, melhor dizendo, com a lapide cheia de explosivos você joga muita conversa fora. A única falha no meu plano é você que vai permanecer quieto. – ele deixou qualquer vestígio de humor para trás. – Agora me conte o que descobriu.

— A segui como pediu. Não pude fingir só estar de passagem, tive que me esconder quando vi o shinigami da Sayu. Foi ele quem me dedurou para os outros.

— Claro. Se você saísse de cena Sayu não poderia ser descoberta.

— Mas eles mantêm o mínimo contato. Se a segue, a observa bem de longe.

— Então de nada adianta manter você na casa da Maisy. Ele já te viu.

— Mas não sabe que eu vi ele.

— É. Isso pode ser uma vantagem. – Scott ficou pensativo. – E sobre o caderno?

— Nada. Se ela está com folhas ou algo assim não pude perceber, teria que me aproximar demais e você mesmo disse que não devia me por em risco.

— Ótimo. Tudo está saindo como esperado.

— Hã?

— Isso mesmo Ryuk. – Scott sorriu pegando o celular no bolso da jaqueta. – Você está para presenciar a maior diversão da sua vida.

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Numa casa alugada um pouco afastada do centro da cidade a mulher de cabelos lilás, pele clara e que atendia pelo codinome de Naomi tinha os olhos atento às telas do computador. Observava cada passo de Sayu e através das caixas de som e microfones ouvia cada palavra também.

— E então? – o homem entrou pela porta da sala carregando várias sacolas.

— Nada. E você? – respondeu Naomi que parecia cansada.

— Tirei a sorte grande. Consegui comprar o último pote de geleia do mercado. – ele respondeu alegremente indo rumo à cozinha que era separada da sala apenas por um balcão de granito. – Palmas para mim.

— Silêncio Maxiez. Assim não vou escutar. – ela falou rispidamente para o homem de cabelos escuros.

— Você está um caco. – ele começou a guardar as coisas. – Faça uma pausa, eu fico de olho nela e se alguma coisa finalmente acontecer te aviso.

Naomi se levantou e esfregou os olhos concordando.

— Vou dormir apenas por algumas horas, não me deixe dormir demais.

— Claro, sabe que jamais deixaria você perder a festa.

— Ha-ha. – ela riu ironicamente e sem entusiasmo. – Que engraçado. Depois daquele agosto tudo o que eu mais detesto são festas.

— E ainda sim está aqui trabalhando comigo. Tirando a parte trágica daquele verão acho que você até gostou. Acabou com aquele seu trauma.

— Pode ser, mas te conheci e agora tenho que te aturar. Nada compensa isso. – ela falou um tanto séria, mas no final sorriu de canto.

— Ai. Afiada como sempre, não é, Inori-chan. – ele se sentou no sofá para monitorar. – Te acordo pro seu turno então.

Ela se encaminhou para o andar de cima e se jogou na cama de casal de um dos quartos fechando os olhos. Dormiu quase instantaneamente, mas o celular no bolso da sua calça vibrou. Soltou um resmungo baixo, entreabriu os olhos apenas o suficiente para ver o número no visor e atendeu.

— O que foi Langdon?

— Conseguimos.

— O que? – ela se levantou abrindo completamente os olhos. – Como assim?

— Eu disse que Maple e eu somos bons em obter informações. Vou te enviar o relatório criptografado completo agora. Você tem no máximo 5 horas para ler antes do arquivo ser deletado.

— Ótimo. – ela suspirou se levantando da cama.

— Bom de qualquer maneira eles embarcaram no avião. Já estão a caminho.

— Essas foram as ordens?

— Não. Não há mais ordens.

— Estão agindo por conta própria? – ela parecia indignada.

— Não há tempo para burocracias. A parti de agora faremos algumas das nossas próprias regras também. Afinal não somos mais aprendizes do L. – e a linha ficou muda.

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Dentro de um avião na primeira classe estavam três jovens. Um dos rapazes tinha cabelo escuro, bem aparado e com um leve topete. Os olhos castanhos olhavam pela pequena janela enquanto batia o dedo indicador ansioso no joelho.

— Paciência é uma virtude, Grissom. – a garota de franja caída nos olhos e olhos verdes falou enquanto sentava de lado na poltrona com as penas no corredor e segurava algumas cartas.

— Nunca disse que sou virtuoso. – ele respondeu.

— Então procure se distrair como nós. Estamos um tanto longe dos Estados Unidos. – o outro rapaz de cabelos um pouco mais claro, comprido e espetado falou sem desviar os olhos das cartas em suas mãos.

— Vai ser a coisa mais arriscada que fizemos até então Holmes. Sua cabeça vai ser posta a prêmio. Não fique tão tranquilo e confiante.

— Verdade. Por isso mesmo estou praticando. – ele disse. – Sua vez Lisbeth. – ele chamou a atenção da garota de volta ao jogo.

— Vai precisar de mais do que isso, mais que sua empatia. Precisamos de sorte e ela raramente nos acompanha.

— Sorte é para os tolos. – ele respondeu prontamente.

— Four of a kind. – disse Lisbeth baixado as cartas de poker. Holmes sorriu.

— Uma Quadra. Muito bom, mas... – ele desceu as cartas também. – Royal Flush.

— O que? – ela pareceu surpresa. E Grissom também desviou a atenção para a mesa. – E você diz que não tem sorte. – ela disse encarando ele. – Ou será que isso significa que é um tolo? – foi a vez de encarar Holmes.

— Só existe quatro combinações possíveis para uma Sequência Real. Raramente acontece. – Grissom falou como se o acusasse de algo.

— Como eu disse sorte é para os tolos. E Poker não é um jogo de sorte, Grissom. É um jogo de astúcia. – ele levou as mãos até a mesa e espalhou outro baralho sem deixar claro de onde o pegou.

— Não está usando mangas e a calça não tem bolsos. Como esconde tantas cartas? – Lisbeth perguntou.

— Um bom jogador nunca revela seus truques. – ele olhou para o irmão sorrindo de canto enquanto passava as cartas de uma mão para a outra. E para sua surpresa ele correspondeu com um leve sorriso também.

— Que venha Vegas.


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Notas finais do capítulo

"Mello: Com a ajuda dos meus contatos e um pouco de suborno consegui uma passagem pra o Mundo dos Humanos. Não falei com Matt antes de ir, não avisei ao Lawliet também. Porque estou começando a achar que talvez eu deva parar de me meter nisso. Talvez eu deva apenas voltar a ser o criminosos que sempre fui.

Mas a verdade é simples. Eu não sou completamente assim. Tudo o que fiz, todas as pessoas que feri... Isso foi algo necessário. Eu só queria ultrapassar o Near. O que não significa que eu seja assim de fato. Como Lawliet disse uma vez, nós somos completamente diferentes e ainda sim temos muito em comum. Eu não entendi na época, mas agora compreendo perfeitamente.

Então que seja. Que no final eu não passe de mais um idealista de justiça como o L. Que eu acabe me ferrando de novo para que o vencedor seja do lado certo. Near... Vamos jogar de novo, mas dessa vez do mesmo lado. Haha. Isso não te faz querer vomitar, amigo?"

"Ryuk: Sayu esteve controlando Maisy todo esse tempo. É quase inacreditável se os fatos não estivessem bem na minha frente como Scott colocou.

Então foi isso. Sempre foi isso Light.

Ele falsificou o caderno que estava com a polícia, ele ainda deu uma última cartada em Near. Fez com que Misa se lembrasse de tudo para que Kira tivesse uma nova chance e ainda fez da irmã sua última esperança.

É. Ele sempre esteve pronto. Eu posso dizer com convicção que Light sempre foi muito ansioso. Por exemplo, se não tivesse matado Raye Penber, Naomi Misora nunca teria investigado e assim talvez L tivesse demorado ainda mais para descobrir que Kira matava de outras maneiras além dos ataques cardíacos. E ele seria dado como acima de qualquer suspeita.

Acredito que ele estava ciente de sua prepotência porque para cada passo em falso ele tinha um truque. Isso pode ter sido uma trapaça no jogo contra Near e significou que mesmo morto não estava derrotado.

Light Yagami é o único humano destinado e que sempre pode possuir um Death Note. Toda essa diversão extra agora devo a ele, tudo é por causa dele. Nunca esteve tão presente. E eu nunca desejei tanto que Kira ganhasse.

É uma pena que não tenha calculado o pequeno imprevisto que leva seu sobrenome Light. Contra Scott você não tomou nem poderia tomar nenhuma medida. O seu reinado, a soberania de Kira está para ruim de vez."


Fani: Inori e Maxiez, essa ainda não é a participação que vão ganhar por vencerem o desafio. É apenas uma pequena prévia, um gostinho e uma forma de agradecer. São ótimos leitores. ^_^ Obrigada, não somente a eles, mas a todos que acompanham.



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