Quando A Esperança Tem Um Nome... escrita por Poeta Morta


Capítulo 4
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, espero que gostem.



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Capítulo IX

Acordei, achando que tudo havia sido um sonho, na minha cabeça era impossível Max ter voltado e eu simplesmente ter sido forte o suficiente para falar tudo o que eu sentia. E para ter sido cruel.

Mas eu sabia que era verdade. Eu sabia que ele havia voltado, mas só tive certeza quando ouvi uma batida suave na porta. Mas não era qualquer batida, era a nossa batida. Três vezes rápido e duas devagar. Eu levantei, e abri. Ele estava lá.

As mãos no bolso, os olhos inseguros. Meu coração acelerou, meu cérebro mandou abraça-lo. Meu orgulho me obrigou a ficar parada, meu cansaço me fez sentir as lágrimas querendo aparecer, mas meu ego as conteve.

-Eu só quero ver uma coisa – ele sussurrou, segurando meus pulsos rapidamente e afastando as pulseiras. Meu coração bateu acelerado, não só pelo choque e pela sensação incrível e arrebatadora que eu senti quando ele me tocou, ou porque ele afastou as pulseiras e viu meus cortes. Eu vi a reação de Max, eu vi as lágrimas formando-se em seus olhos, ele não as conteve, e então eu chorei também – Quantas são por minha culpa? – ele sussurrou, não soluçava, mas chorava. Eu mordi o lábio.

-A maioria – sussurrei, ele arrumou minhas pulseiras e então me abraçou. E, meu Deus, aquele abraço, ele me completava, como eu sentira falta dele. Eu simplesmente queria desaparecer, queria me afundar, prender aquele momento.

O cheiro de menta me invadiu, o calor invadiu meu corpo. E as lágrimas caíram ainda mais abundantes dos meus olhos. Ah... Por que ele havia ido embora?

-Eu sinto muito, ruivinha, eu sinto muito – meu coração palpitou, quase escapou pela boca – Eu não queria ir, eu queria ter tido coragem de te falar, mas... Mas eu não queria te deixar, eu simplesmente não iria conseguir falar que eu estava indo embora. Foi por isso que eu comecei a ficar com meninas, eu queria desesperadamente te esquecer, não queria me envolver para não quebrar você... Eu não tinha certeza do que você sentia, eu tinha tanto medo, Daniela – meu nome soava tão diferente saindo dos seus lábios – E quando nós ficamos juntos, eu quase esqueci que ia embora. E quando eu fui, quando eu vi o seu olhar, eu vi a sua raiva e vi sua tristeza, eu morri, eu morri com você, foi por isso que não mandei mais noticias, viver em um mundo que não tivesse você Dani era como viver em um mundo sem sol – meu coração palpitou, eu solucei.

-Eu fiquei tão perdida... Eu odeio você – eu sussurrei par Max, meu corpo tremia, seus braços me seguravam em pé, seus braços eram meu apoio, ele era meu porto seguro – Mas, mesmo assim eu não consegui... Não consegui te esquecer, porra.

-Eu nunca te esqueci, Daniela – ele sussurrou – Eu te amo, sempre te amei, eu não queria ter ido embora, não queria ter... Ter cicatrizes para mim.

-Tudo bem – eu sussurro, ainda soluçando, não consigo pensar direito. E quem conseguiria? A paixão nos deixa patéticos, mas eu não estava triste por estar sendo patética.

-Não está tudo bem, nada está bem. Em dois anos sua vida mudou, seu irmão e você... Vocês costumavam ser tão enérgicos, vocês costumavam ser os melhores, mas olha o que eu fiz...

-Para de se culpar, porra – eu falei ainda abraçada a ele, e chorando tudo que já havia chorado – Nós temos culpa também...

-Eu não queria... Eu... Eu não queria ter sido um covarde, Dani.

-Eu também não queria que você tivesse sido – eu sussurrei, e então me afastei um pouco – Mas você sofreu também, não sofreu? – eu sussurrei olhando para seus braços, havia pulseiras de borracha preta no braço – Você...

-Aliviou a dor – ele sussurrou – Mas eu... Sabe por que eu voltei? – eu fiz que não – Nos últimos dois anos – ele tirou duas pulseiras – Eu pensei todas as noites em você – ele tirou mais duas – Eu pensei na carta idiota que eu escrevi e eu pensei em você com outros caras. E eu quase morria quando pensava nisso. Literalmente – ele tirou mais duas pulseiras, eu comecei a ver as cicatrizes, eu comecei a soluçar – E então, meus pais resolveram voltar – ele sussurrou – Para o meu último ano no colegial – ele cobriu tirou as últimas duas pulseiras dos pulos – Eu estou aqui há uma semana, eu e Johnny começamos a conversar, e eu comecei a te observar e vi o que eu havia feito. E então...

-E então?

-Então, eu decidi vir aqui – ele sussurrou – Vir tentar consertar as coisas – ele se aproximou de mim – Eu não posso voltar no tempo e nem posso te fazer acreditar em segundas chances. Mas eu precisava te contar que eu sofri, que todos os dias sem você foram como morrer. E, eu precisava saber...

-Se eu sofri como você? – eu sussurrei ainda chorando.

-Não, se você me amou e se você poderia voltar a me amar – ele falou passando a mão no meu rosto, ele também chorava.

-Eu nunca deixei – eu sussurrei, e então ele tirou uma rosa vermelha que estava presa em seu cinto e eu não havia notado e me entregou.

-Você sempre reclamava que nunca haviam lhe dado rosas, e eu espero que rosas vermelhas ainda sejam suas favoritas – ele sussurrou – Eu te amo, e sempre te amei Daniela Knigth.

-Max... – eu olhei para a rosa e no meio daquelas lágrimas eu sorri – Maxuell, essa é a primeira flor que eu ganho – eu o abracei, quebrando qualquer distância – Por favor, não vá embora.

-Eu não vou, mas você precisa me dar uma segunda chance.

-Dou quantas chances você precisar, minha esperança e minha felicidade não podem ir embora com você de novo – eu sussurro, porque sei, que com Max ali tudo vai ficar bem.

Ele sorri e então finalmente me beija. E aquele beijo me completa, o vazo que tenho dentro de mim some. E a esperança sorri para mim, sei que não o culpo por mais nada, que o passado não importa. Eu o amo, e sei que em algum lugar nossas histórias foram traçadas para serem vividas juntas.

Eu e Max nos separamos sem ar, e sorrimos um para o outro. Há esperança no olhar dele, sei que no meu também. A rosa na minha mão não tem espinhos e ela está desabrochando.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero mesmo que tenham gostado :3
Deixem comentários, recomendações, essas coisas que possam alegrar meu coração ♥