A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 44
Novos Tempos




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Por longos minutos ficamos abraçados, esperando que nossas respirações e os espasmos de nossos corpos passassem.

Com cuidado ele se desencaixou de mim, fazendo-me estremecer, e logo deitou ao meu lado na cama, me puxando para seu peito.

Suas mãos subiam e desciam por minha coluna, seu toque era tão suave que me deixava ainda mais relaxada.

Eu abraçava seu corpo e sentia seu coração batendo agitado, e ali de olhos fechados, com nossos corpos completamente colados, eu encontrava meu porto seguro.

Ele beijou ternamente minha testa e se afastou apenas o suficiente para me olhar.

— Hoje é o começo de nossa vida juntos, e não imagina o quanto estou feliz meu amor. – disse fazendo com que olhasse no fundo de seus olhos – Agora é minha mulher, minha esposa adorada, e prometo fazer o possível e o impossível para fazer-te feliz por toda a vida.

Meus olhos marejaram e sem palavras suficientes para demonstrar o quanto estava feliz, o quanto ele me fazia feliz, o puxei para mim e o beijei.

— Só de estar com você me sinto a mulher mais feliz do mundo meu amor. Te amo mais que tudo...

— Também te amo vida minha, e irei te dar todo o amor que merece.

Trocamos outro beijo, lento e explorativo, e com calma o cessamos. Carlos Daniel me olhou e sorriu.

O cansaço daquele longo dia, junto com nosso ardente ato de amor, havia me deixado completamente esgotada, mas eu não queria dormir, ainda não.

Ficamos alguns minutos deitados naquela cama, e logo depois Carlos Daniel me carregou nos braços para o banheiro, ainda que a banheira que tinha ali fosse bastante convidativa optamos para um banho de chuveiro, regado de intensas caricias.

Assim que voltamos ao quarto, ambos apenas com uma toalha envolta do corpo, Carlos Daniel sugeriu que fizéssemos um brinde a nosso casamento, a nossa nova vida e ao nosso amor.

E outra vez nos rendemos aos desejos da carne, e depois de alcançar novamente o céu, dormimos abraçados, completamente exaustos, mas extremamente felizes.

***

Nossa lua de mel não poderia ter sido mais perfeita, Carlos Daniel me levou para Veneza, e foi uma escolha perfeita, Veneza reluz romantismo e beleza. Passeamos de gôndolas, visitamos diversos museus, palácios, e a única praça da cidade, a Praça de São Marcos, que realmente nos tira o fôlego com sua arquitetura e beleza.

E alem de tudo, Veneza testemunhou nossos atos de amor, que se repetia a cada vez que nos víamos sozinhos em nosso aconchegante quarto no hotel. Mas como nada dura para sempre, logo tivemos que voltar ao México, voltar para nosso lar, reencontrar “nossa” família.

Assim que chegamos a mansão, fomos recebidos pela família Bracho, e meu peito encheu de felicidade ao me dar conta que eu tinha uma família, que não estaria mais sozinha.

— Mamãe, agora não vai mais embora não é? – Lizete me perguntou enquanto sentava em meu colo, estávamos reunidos com vovó Piedade na sala, e Carlos Daniel segurava uma de minhas mãos.

— Não meu bem, não vou mais embora, - sorri e acariciei seu rosto – agora seremos uma família.

— Uma família completa. – vovó disse contente.

— E muito feliz. – Carlos Daniel sorriu para Lizete.

E assim se passaram os dias, e aquele inicio de casamento estava perfeito, como em um conto de fadas que eu lia diversas vezes para Lizete antes de dormir, era como se houvéssemos encontrado a felicidade completa, o felizes para sempre, vivíamos em uma eterna lua de mel, com o fogo da paixão fluindo de nossos poros e um sentimento tão imensurável que eu jamais pensei ser possível.

Havia pouco mais de dois meses que estávamos casados quando senti que algo mudava em mim, embora ainda não soubesse do que se tratava eu já sentia que em meu peito nascia um novo sentimento, um sentimento que nunca havia sentido antes.

Nos últimos dias me sentia cansada, sonolenta, e as vezes acordava com náuseas e tonturas, mas atribui isso ao intenso calor que fazia na cidade do México, e foram inúmeras pessoas que se queixaram de mal estar devido aquele clima quente.

Era um domingo ensolarado, toda a família estava reunida para o tradicional almoço, e para amenizar o intenso calor, nos refrescávamos na piscina, e como nos últimos dias, naquele eu me sentia um pouco indisposta.

Patrícia e eu estávamos sentadas protegidas na sombra ao lado da piscina onde Carlos Daniel, Rodrigo, Carlinhos e Lizete se divertiam jogando vôlei.

— Estou te notando um pouco pálida Paulina. – Patrícia disse com preocupação – Se sente bem?

— Acho que o calor dos últimos dias não tem me feito bem, e ontem, Carlos Daniel e eu jantamos fora, acho que acabei comendo demais - disse e sorri para tranqüilizá-la – mas não se preocupe Patrícia, não é nada sério.

— Acho que você deveria procurar um medico, - ela disse com um pequeno sorriso que não entendi no momento – talvez não seja apenas o calor e... – ela deixou a frase morrer.

— O que quer dizer Patrícia? – perguntei desentendida.

— Não é nada Paulina, mas acredito que logo logo você que terá algo pra me dizer. – ela sorriu.

— Você esta me deixando confusa Patrícia. – disse olhando-a enquanto tentava entender a que ela se referia.

— O que vocês duas tanto conversam? – Rodrigo gritou da piscina – Venham, estamos precisando de reforços aqui, não é mesmo Carlinhos?

— É sim mamãe, o papai joga muito mal, se você não vir vamos perder pro tio Carlos e pra Lizete, e ela é quase um bebezinho – Carlinhos reclamou emburrado.

— Não sou nada seu chato. – Lizete retrucou.

— Venha jogar com a gente meu amor. – Carlos Daniel gritou sorrindo pra mim.

— Com vocês pedindo desse jeito, não podemos recusar. – dissemos sorrindo e entramos na piscina.

Divertimo-nos bastante, e as crianças principalmente, a água estava bastante agradável e no final ganhamos de três a zero, Rodrigo estava bem longe de ser um jogador de vôlei, ainda mais na piscina, mas ao contrario dele, Carlos Daniel parecia quase um profissional, e não tivemos dificuldades em vencê-los, Carlinhos nos fez prometer uma revanche.

Vovó Piedade se sentia orgulhosa da família que tinha, e a cada dia nos surpreendia com sua vitalidade, ela era o pilar da nossa família, parecia que tudo estava em seu devido lugar, estávamos felizes e em paz.

Aquela tarde foi maravilhosa, apesar do mal estar que sentia, me sentia feliz, me sentia outra mulher. Era uma mulher plena, realizada, era amada por todos e os amava. Havia momentos em que ainda recordava por tudo o que passei, mas aquelas novas lembranças logo tomavam o controle dos meus pensamentos e me sentia melhor. Já não tinha aqueles pesadelos, aqueles medos, confiava em Carlos Daniel e ele em mim, tinha a Lizete que me queria como uma mãe e eu a via como minha filha. Aqueles momentos na piscina foram mais lembranças felizes para a minha memória, foram momentos que me fizeram sentir em casa. Agora aquela era a minha casa, o meu lar. Ali era onde estava construindo o meu futuro, já não havia nada que me poderia impedir de ser feliz, o que me atormentava era não conseguir lembrar como desapareci, mas às vezes me perguntava se não seria melhor não lembrar, agora de que serviria reviver esses momentos? Não tinha vontade de sofrer mais e talvez até fosse por isso que criava esse bloqueio emocional... Talvez fosse melhor deixar tudo como estava.

Já era tarde quando saímos da piscina, o calor havia amenizado um pouco e eu me sentia melhor, mas Carlos Daniel estava preocupado, como estivera durante toda a semana, e depois de tomarmos um bom banho ele massageou minhas costas, eu estava um pouco tensa e talvez também era por isso que não me sentia bem, a semana também havia sido agitada na fabrica, acabei adormecendo enquanto ele deslizava suas mãos por minhas costas, relaxando meus músculos e acordei com Carlos Daniel beijando meus ombros e me chamando baixinho.

— Meu amor, acorde, já vão servir o jantar e vovó e Lizete esta a nossa espera. – ele disse enquanto espalhava beijos por minha nuca me deixando arrepiada.

— Hmm... esta tão bom aqui. - disse sem nenhuma vontade de sair daquela cama.

— Eu sei minha vida, mas você precisa comer, não quero que fique doente.

— Seu bobo... – sorri abrindo os olhos e me virando para olhá-lo – eu estou bem.

— Tem certeza? – insistiu.

— Claro, - disse o puxando pela nuca e roçando meus lábios aos dele – me sinto muito bem.

— Minha linda, - ele capturou meus lábios com os seus, e quando os afastou me deixou ofegante – vou te esperar na sala, ou não vou resistir...

— Resistir a que? – perguntei sussurrando enquanto deslizava minhas mãos por seu peito.

— Não me provoque assim Paulina, - ele sorriu e me beijou mais uma vez – não demore.

Acenei positivamente com a cabeça enquanto ele saia do quarto, e depois de me recuperar daquele beijo, me levantei e me vesti, eu me sentia bem melhor, aquela massagem pareceu ter me revigorado.

Passei no quarto de Lizete e assim descemos animadas com as mãos entrelaçadas, ela me contava alegre os momentos que mais gostará daquela tarde, era impressionante como ela conseguia falar tanto e sem se cansar! Ia tudo bem, ria e desfrutava daquela conversa até entrar na sala de jantar onde Carlos Daniel e vovó Piedade já nos esperava. Ao entrar, o cheiro de frango assado se apoderou do meu olfato e senti o meu estômago revirar.

— Desculpem, mas não vou poder jantar. - Consegui dizer antes de sair correndo com a mão na boca, não conseguiria chegar ate o andar de cima e fui em direção ao banheiro mais próximo jogando pra fora tudo o que havia comido naquele dia.

— Paulina! – Carlos Daniel disse quase em desespero e logo se abaixou ao meu lado, me segurando e mantendo meu cabelo longe de meu rosto enquanto meu estomago se contorcia– O que você tem?

— Eu estou bem. – consegui dizer um pouco ofegante – Com certeza comi alguma coisa que me fez mal.

Carlos Daniel me ajudou a levantar.

— Paulina, pare de teimosia. – ele disse serio, com a voz grossa e tensa, o olhei e notei seu semblante preocupado.

Caminhei ate a pia com ele me guiando, e lavei minha boca e meu rosto, a sensação da água fria era boa.

— Vamos, vou te levar a um medico. – ele disse segurando uma de minhas mãos.

— Eu estou bem Carlos Daniel, por favor não insista nisso agora. – disse olhando-o seriamente, peguei uma toalha e sequei meu rosto.

— Você é a teimosia em pessoa Paulina. – disse um pouco irritado e me puxou para seus braços - Há dias tem andado indisposta, pálida, me preocupo com você meu amor, não quero que adoeça.

— Não estou doente, - repousei minha cabeça em seu peito – já me sinto bem melhor, não é nada demais.

— Paulina... – ele suspirou me apertando em seus braços, e vencido acabou se rendendo – tudo bem, mas se você passar mal outra vez, vou te levar e não quero que discuta.

Apenas sorri concordando e o abracei mais forte.

Depois daquele reconfortante abraço, Carlos Daniel me levou até o quarto, ele não quis descer para o jantar, apenas avisou a vovó que não jantaríamos e que comeríamos alguma coisa mais tarde. Tratou-me como se fosse uma boneca de porcelana que poderia quebrar a qualquer momento. Como um anjo, me penteou o cabelo e me levou para a cama em seus braços, com um cuidado excessivo, mas que me fazia sentir-me ainda mais amada. Cobriu-me com carinho, e com ternura me aconchegou em seus braços, eu não entendia como podia estar tão cansada se havia acabado de acordar, dentro de poucos minutos adormeci sentindo-o deslizar a mão por meu cabelo.

Acordei confusa, procurei Carlos Daniel na cama, mas não o encontrei, e pensando que ele pudesse estar no banheiro o chamei, como não obtive resposta me levantei, me senti tonta e tive que sentar na cama para não cair, respirei fundo e olhei no relógio ao lado da cama, já se passava das dez da manha, como consegui dormir tanto? Certamente Carlos Daniel estava na fabrica e não quis me acordar para que fosse com ele, o conhecia muito bem e sabia que ele estava preocupado.

Desci ate a cozinha e tomei o café da manha, eu estava faminta e acabei comendo mais do que o normal, depois segui ate o jardim onde sabia que vovó estaria.

— Bom dia minha filha. - ela disse assim que me sentei ao seu lado onde ela lia um de seus livros.

— Bom dia vovó. – disse beijando seu rosto.

— Se sente melhor? – perguntou me olhando com um sorriso.

— Muito melhor, - sorri – e o Carlos Daniel?

— Ele foi para a fabrica, disse para deixar você descansar e não te incomodar, - ele ainda sorria enquanto pegava minhas mãos nas suas – e que quando acordasse ligasse para ele.

— Ele devia ter me acordado, acabei dormindo demais.

— Ele esta preocupado com você Paulina, e prometi a ele que iria te acompanhar ao medico...

— Vovó! Eu não estou doente, foi apenas um mal estar...

— Eu sei que não esta doente, - sua voz entre risos soou misteriosa – e admiro que você ainda não percebeu.

— Percebi o que vovó?

— O que esta acontecendo com você. - seu sorriso alargou-se.

Não estava a entender aonde queria chegar e a olhei confusa.

— Logo, logo, você saberá, não vou te fazer criar expectativas, talvez até possa ser uma simples anemia, já que você come como um pássaro! - exclamou sorrindo. - Para confirmar o que passa, vamos ao medico, eu marquei consulta para esta manhã, por isso dentro de pouco tempo temos que sair.

— Mas, vovó! Eu, de verdade que estou...

— Não, nada disso! - nem me deixou terminar a frase e se levantou para me arrastar com ela para dentro para que me fosse preparar.

Talvez ela tinha razão, poderia estar anêmica por estar me alimentando mal. Mas é que a comida, ou melhor dizendo, certas comidas não me caiam bem como antes, e eu andava com o estômago tão delicado... talvez estivesse com ele irritado pela anemia, logo iria saber, e devo confessar que me sentia nervosa com essa ida ao hospital, mas não sabia ainda o porquê se era apenas para fazer alguns exames.


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