A Força De Uma Paixão. escrita por Kah


Capítulo 12
Capítulo 12 Estou aqui




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— Alô. – minha voz saiu ofegante.

— Senhorita Montaner, aqui é o doutor Félix Pacheco.

— Como vai doutor? – perguntei, doutor Félix ainda resolvia algumas pendências sobre minha herança e sobre os negócios que meu pai possuía.

— Muito bem senhorita, e tenho noticias, consegui vender todos os imóveis que seus pais tinham aqui na Espanha e descobri que seu pai era acionista de uma fabrica aí mesmo, no México. – notei uma certa empolgação em sua voz, olhei para Carlos Daniel que continuava sentado e me olhava preocupado.

— E que fabrica é essa? – perguntei interessada.

— Bom ainda não descobri por que todos os contratos estão no México com um advogado de se pai, é um advogado muito conhecido e respeitável, ele ira te ajudar no que for preciso. E acho bom você evitar voltar à Espanha, o assassino de seus pais conseguiu fugir da cadeia e temo que ele tente fazer algo contra você.

Senti a cor fugir de meu rosto, meus olhos se encheram de lágrimas e minhas pernas perderam a sustentação, me apoiei na mesa ao lado, Carlos Daniel rapidamente estava junto a mim passando os braços em volta de minha cintura, me senti protegida com seus braços e apertei com força a mão que envolvia minha cintura.

— Esta tudo bem? – Carlos Daniel perguntou me olhando preocupado.

Apenas acenei que sim com cabeça e voltei a falar com doutor Félix.

— Não se preocupe doutor Félix, eu não tenho planos de voltar para Espanha.

— Espero mesmo que não volte senhorita, pode ser muito perigoso, eu vou passar o endereço do advogado para seu email.

— Obrigada doutor, - disse segurando as lágrimas – boa noite.

— Boa noite. – ele respondeu.

Assim que desliguei o celular não consegui mais segurar minhas lágrimas, meu coração sangrava, saber que o assassino que tirou a vida de meus pais estava livre fez que aquela dor aumentasse, me sentia impotente. Carlos Daniel me guiou até o sofá.

— O que foi Paulina? – Carlos Daniel perguntou preocupado se sentando ao meu lado.

— Ele fugiu. – disse entre soluços e o abraçando forte, minhas lágrimas molharam sua camisa, suas mãos afagavam minhas costas, eu queria ficar ali pra sempre, protegida em seus braços.

— Quem fugiu Paulina? – ele perguntou com uma angustia na voz.

— O assassino de meus pais. – minha voz saiu entrecortada devido ao choro.

Carlos Daniel me abraçou mais forte, seus braços me deram segurança e carinho que há muito tempo não tinha, durante todos esses meses depois do assassinato de meus pais sempre chorava sozinha, sem ninguém para me confortar, e agora Carlos Daniel estava ali comigo, e eu chorei como nunca havia chorado, colocando pra fora toda a dor que havia em meu peito.

— Esta mais calma? – ele perguntou assim que meu choro cessou, minha cabeça estava sobre seu ombro e ele me abraçava como se nunca mais fosse me soltar.

— Estou. – disse com a voz rouca e falha devido ao choro.

Calmamente ele me puxou para poder ver meu rosto, assim que meus olhos encontraram os deles notei que eles estavam úmidos, sua expressão era extremamente preocupada.

— Paulina, seus pais foram assassinados? – perguntou sério.

Acenei que sim com a cabeça, havia um nó em minha garganta que me impediu de responder.

— Porque não me contou? Você me disse que eles haviam sofrido um acidente de carro.

— Eu... eu estava com medo Carlos Daniel. – falei e algumas lágrimas escorreram por minha face – Eu estava sozinha, não tinha ninguém...

— Shh... – ele disse me abraçando novamente – estou aqui Paulina, não precisa ter medo.

— Meus pais foram executados quando voltavam pra casa, Luciano estava com eles, - contei tudo entre lágrimas enquanto o olhava novamente, eu precisa desabafar - vim para o México aconselhada pelo meu advogado, eu também estava marcada para morrer.

Carlos Daniel arregalou os olhos, ele me puxou para seu peito me abraçando com força.

— Paulina você nunca mais vai estar sozinha, eu estou aqui com você, sua mãe Paula, a Lizete... Vou te proteger Paulina.

Balancei a cabeça em sinal de sim e fiquei alguns minutos sentindo o conforto e segurança que seus braços me representavam, quando me afastei ele me olhou preocupado e limpou gentilmente os vestígios de lágrimas que haviam em meus rosto.

—Obrigada. – disse com um sorriso quase imperceptível.

Ele apenas sorriu e afagou meu rosto.

— E agora Paulina? – ele perguntou preocupado.

— O que?

— Como posso ir pra casa e te deixar aqui sozinha? – em seus olhos havia preocupação e receio.

— Eu vou ficar bem Carlos Daniel, estou acostumada. – esclareci com um sorriso.

— Eu me preocupo com você Paulina, - enquanto dizia sua mão fazia o contorno de meu rosto – fico pensando em você aqui sozinha, e agora que sei sobre esse assassino e que ele está solto.

— Não se preocupe Carlos Daniel, aqui eu estou segura. Não tem como esse canalha sair do país.

— Eu me preocupo, - ele afirmou – mas sei que por um lado está certa, estamos bem longe de Espanha, mas deixar você sozinha, com essa dor em seu peito, eu queria estar sempre ao seu lado Paulina.

Sorri ao ouvir o quanto ele se importava comigo, mas eu sabia que iria ficar bem, eu sempre ficava, e a solidão era minha companhia diária.

— Eu vou ficar bem Carlos Daniel, não se preocupe. - afirmei.

Seu celular tocou em seu bolso me assustando e fazendo ele rir de minha expressão de susto.

— É a vovó Piedade, deve estar preocupado por que ainda não cheguei em casa. – ele disse olhando o celular.

— Por favor, Carlos Daniel não conte que esta aqui comigo. – pedi quase suplicando.

— Tudo bem Paulina. - ele disse e atendeu o celular, ouvi a voz aflita de vovó Piedade perguntando onde ele estava, pois Lizete já havia chegado a algum tempo e ele ainda não, Carlos Daniel me olhou sorrindo e disse que o pneu havia furado e que logo estaria em casa, sorri pra ele, conversaram sobre algumas coisas e logo ele desligou voltando a atenção pra mim.

— Vou ter que ir embora, Lizete está me esperando para contar como foi o filme. – seu olhar era triste.

— Claro Carlos Daniel, já esta tarde e acho que dona Piedade não ficou muito convencida com o pneu furado. – sorri pra ele.

Carlos Daniel se inclinou até mim, buscando meus lábios, outra vez me vi sem ar quando nos separamos, sorrimos um para o outro e nos levantamos de mãos dadas, o levei ate a porta.

— Paulina, porque me pediu para dizer que não estava com você? – ele perguntou intrigado.

— Eu acho melhor não contarmos para ninguém que estamos juntos e...

— Hum, então estamos juntos? – ele perguntou me interrompendo com um sorriso no canto da boca.

— Não, é que... – senti meu rosto corar – você sabe, não quero que ninguém saiba, não agora que ainda não temos uma relação concreta. Me deixe pensar com calma Carlos Daniel, não quero tomar nenhuma decisão precipitada, não somos dois adolescentes, como você disse somos adultos e devemos agir como tal.

— Eu te entendo Paulina, você tem razão. – ele me beijou mais uma vez – Desde que possa te beijar enquanto você decide.

— Acho que pode sim. - respondi sorrindo.

— Eu já vou então, - sua mão acariciou meu rosto – promete que vai ficar bem?

— Prometo, - sorri – agora vá antes que sua avó desconfie de algo.

— Boa noite minha Paulina. – ele disse com tanta ternura que me coração disparou, novamente seus lábios pressionaram os meus e me senti flutuar enquanto seus braços envolveram minha cintura, cessamos o beijo com calma, ele sorriu pra mim e beijou minha mão antes de sair.

Quando me vi novamente sozinha me peguei sorrindo e recordando cada momento daquela noite, meus lábios sentiam o gosto dos dele, passei meus dedos pela minha boca, ainda sentia seu toque ali.

No dia seguinte decide que finalmente iria as compras, eu não tinha praticamente nada em casa, sem falar na Nutella e no Cheetos que há tempos não comia. Assim me arrumei e estava pronta para ir almoçar e depois começar a maratona de compras quando abri a porta e dei de cara com Carlos Daniel, nós dois nos assustamos e depois do pequeno susto caímos na gargalhada, ele me roubou um beijo aproveitando da situação.

— Boa tarde Paulina. – disse assim que me beijou, seu sorriso era radiante – Vim te convidar para almoçar comigo, e não aceito não como resposta.

— Bom, eu estava indo agora mesmo almoçar. – respondi sorrindo – E aceito sim seu convite.

— Ótimo, - ele sorriu e me estendeu a mão – vamos senhorita?

— Vamos. – respondi pegando sua mão.

Acabamos por almoçar no mesmo restaurante que eu estava freqüentando nos últimos dias, Carlos Daniel não parava de me olhar e sempre sorria.

— O que vai fazer agora? – ele perguntou assim que caminhávamos para fora do restaurante.

— Bom eu tenho que ir ao supermercado, preciso comprar algumas coisas. – respondi olhando diretamente em seus olhos.

— Se importa se te acompanhar? – ele perguntou com um sorriso no canto da boca.

— Não, mas... você não tem que voltar para a fabrica? – perguntei confusa.

— Eu inventei que tinha que ir ao dentista para poder ficar o resto da tarde com você. – ele disse sorrindo e me puxando pela cintura fazendo nossos corpos colarem, meu coração falhou uma batida antes de ganhar um ritmo acelerado, Carlos Daniel provocava reações desconhecidas em meu corpo.

Ele não me deu tempo para pensar em uma resposta, sua boca buscou a minha fazendo meus pulmões se comprimirem rapidamente pela falta de ar, assim que afastou seus lábios dos meus senti meu rosto esquentar.

— Carlos Daniel alguém pode ver. – disse extremamente envergonhada.

— Me desculpe Paulina, mas não consigo resistir. – ele disse entre sorrisos enquanto passava a mão pela minha bochecha que provavelmente estava vermelha.

— Então vamos? – perguntei.

— Vamos sim Paulina. – ele sorriu abrindo a porta do carro para mim e segurando minha mão me ajudando a entrar.


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