E Se O Amor Acontece... escrita por Bruna Moraes


Capítulo 2
Capítulo 2 - Não conhecia esse seu lado


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá em baixo!
Ps: Continuo com as minhas sugestões de música. acho que ajudam a criar mais um clima!



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Pov Annabeth

Desci as escadas devagar e segurando o corrimão, mas não era pra fazer charme e sim porque minhas pernas tremiam e eu estava com medo de cair. Assim que cheguei ao pé da escada, fiquei lá parada e pensando na minha vida. Tentei lembrar de algo que eu fiz de errado pra ter que passar por isso.

Não deu tempo de achar algo, pois minha madrasta me tirou desses pensamentos:

— Annie querida, venha conhecer os filhos de Sally, já que a própria você já conhece - minha madrasta disse enquanto me puxava pela mão.

Quando passei por Sally abri um sorriso e dei um oi. O menor já estava brincando com meus irmãos.

— Annie este é Tyson e este - Ana disse apontando para Perseu - é Percy, ele estuda na sua escola, não é legal?

"Não, claro que não é legal" pensei em responder, mas uma ideia melhor me ocorreu, pois nessa hora Perseu estendeu a mão para mim. Nessa hora eu apertei sua mão e quando fiz, um choque percorreu meu corpo e logo tratei de soltar a mão dele e por impulso pisei em seu pé e sai correndo para o meu quarto. (infantil, eu sei. Mas não sei o que está acontecendo comigo, talvez esteja dando muito ouvido aos pensamentos intrusivos)

Fiquei lá imaginando o estrago que eu tinha feito. Logo sou tirada de meus devaneios por Ana novamente:

— Annie, o que foi aquilo lá em baixo? Por que você fez isso? - comecei a contar tudo o que aconteceu hoje. Quando terminei ela disse:

— Não foi certo ter respondido torto para ele, é tpm?

Quis me enterrar, estava ficando claramente descontrolada.

— Quando vim para cá, ele estava se contorcendo de dor e seu pai estava colocando gelo. Agora vamos, ainda temos que comer. Na próxima seja mais sutil e que seja mais fácil de te acobertar.

Ana riu e eu me senti aliviada, gostava de seu senso de humor e sua forma de lidar com as situações. Fiquei mais em paz depois desse breve diálogo.

Assim segui para a sala de jantar. Lá encontrei um Perseu sentado de mau jeito e com o pé levantado. Ele estava vermelho de raiva e seu pé estava roxo. Aproximei-me de Sally e murmurei um desculpa.

Fora isso, o jantar seguiu normalmente. Meus pais ficaram muito amigos de Sally, o assunto parecia interminável, não havia ninguém para conversar, somente o idiota do Perseu Jackson e eu não iria falar com ele. Eu me recuso.

Nesse exato momento meu celular tocou, vejo que é uma mensagem. Uma mensagem não, uma foto. Abri e vi que era Luke beijando outra menina, lágrimas vieram aos meus olhos e vejo que quem mandou foi a Thalia:

Amiga eu sinto muito, queria ta ai com vc, mas não deu, não posso sair.

Melhoras, amanhã conversamos.

Bjs, Thalia

Lágrimas começaram a cair de meus olhos e logo em seguida recebo uma ligação, advinha quem era? Se você falou Luke, acertou.

Ligação on

— Oi amor, tudo bem? - Luke falou com aquela voz sexy, mas que cada de pa*

— Não vem com essa de oi amor, eu sei o que você fez e está tudo terminado entre nós.

— Annie amor, deixa eu me explicar, não é nada disso que você está pensando, eu... – não o deixei terminar.

— Não quero saber, não me procure e nem me ligue mais.

Ligação off

Sai correndo e fui para o meu quarto, fiquei chorando lá até todas as lágrimas secarem. Não tinha vontade de fazer nada, meu mundo tinha caído. Resolvi pegar um pouco de ar fresco e decidi subir para o terraço, onde tinha uma piscina e no outro lado tinha tipo um jardim, com flores, bancos e era bom para pensar.

Peguei um cobertor, pois fazia muito frio, coloquei uma calça moletom cinza e uma blusa de mangas curtas brancas e descalça mesmo subi para o terraço por uma escada que tinha ao lado da varando do meu quarto.

Chegando lá encontro Perseu Jackson sentado na grama artificial do jardim e percebo que ele está distraído olhando para as estrelas. Percebo também que ele está descalço e seu pé está muito inchado.

Resolvo me aproximar e pedir desculpas pelo pé. Um turbilhão de emoções e sensações me atormentava, de repente me senti muito mal com tudo e minhas atitudes, ele estava ali e parecia que eu era a maluca descontando nele.

Fiquei nessa confusão de pensamentos até que percebo que já estou ajoelhada ao seu lado. Ele me olha confuso e logo fala:

— O que você está fazendo aqui? Isso é perseguição? Já não basta o que você me causou mais cedo? - olhei nos seus olhos e pude ver naqueles belos olhos verdes raiva e um pouco de sofrimento... sofrimento? O estrago que eu fiz foi tão grande?

— Olha eu só vim aqui pra tomar um ar fresco e colocar as ideias no lugar, a culpa não é minha se você estava aqui. E eu só queria pedir desculpas pelo seu pé...

— Como se desculpa fosse consertar ele.

— Eu só estava tentando ser educada - levantei-me e continuei andando pelo jardim, até que achei um lugar perfeito, sentei-me lá e fiquei admirando as estrelas.

[Música]Comecei a pensar em porque o Luke tinha feito aquilo comigo? Será que aquelas fotos realmente eram verdadeiras? Como Thalia sabia daquilo? Tantas perguntas sem respostas, resolvi deixar aquilo de lado. Afinal já aconteceu, só me resta seguir em frente; não olhar para o que passou e sim olhar para o futuro.

Começou a bater uma leve brisa fria, trazendo consigo um leve cheiro de maresia. Logo me enrolei no cobertor, até que percebo alguém atrás de mim.

— Me desculpe te assustar, mas eu não trouxe nada para me cobrir e não tem como eu voltar em casa porque eu esqueci a chave e a porta bateu. Estou preso aqui fora e terei que esperar até amanhã de manhã.

— Depois de tudo aquilo você espera que eu te ajude?

— Primeiro você deve por causa do meu pé e segundo desculpa por ter falado daquele jeito com você, aconteceram hum... coisas comigo depois do jantar e .... você não precisa saber do resto.

— Tudo bem, o problema é que ele é pequeno, não sei de dá para nós dois!

— Isso eu resolvo - dito isso ele se aproximou de mim, retirou o cobertor de meu corpo.

O seu próximo passo eu me assustei. Ele se sentou muito próximo de mim e me abraçou por trás, nos envolvendo com o cobertor logo em seguida. Fiquei paralisada, que intimidade é essa? Acho que precisava de um colo, mas o conheci hoje e é no mínimo estranho.

— O que você pensa que está fazendo? – perguntei com a melhor cara de indignação que eu consegui, mas não deu muito certo.

— Essa é a única maneira do cobertor caber nos dois, tudo em pra você? – queria dizer que não, mas tudo que consegui dizer foi:

— Urrumm... – não queria admitir, mas aquele cobertor não estava me aquecendo muito, porém com aqueles braços me envolvendo, fiquei muito bem aquecida.

O tempo passou e eu nem percebi. Peguei meu celular e eu tinha esquecido a mensagem aberta. Aquelas imagens nunca iriam sair da minha cabeça, olhei-as e lágrimas começaram surgir novamente em meus olhos.

Sem perceber, elas já escorriam pelo meu rostos, fui tentar levantar para ir embora, quando fui impedida. Só agora me dou conta que Perseu aindaestá com os braços envolta de mim. Viro-me pra trás tentando esconder as lágrimas e pedir educadamente que me solte, mas antes mesmo de abrir a boca sou interrompida.

— Você está chorando? - nossa que pergunta idiota.

— Não, estou com vazamento de água! - sorri minimamente com a cara que ele fez.

— Eu sei sua boba, só estava fazendo graça. Mas porque choras?

— Não sei se deveria contar...

— Olha eu estava na sua casa quando você saiu correndo, é por causa do seu namorado?

— Bom, é, mas não é da sua conta, já estou indo. - tentei levantar e levar o cobertor comigo, mas ele foi mais rápido, segurando-me pelo braço.

— Você pode, sabe... me emprestar o cobertor? Não quero dormir no frio e se não se importar pode me emprestar também um travesseiro? - disse e fez uma cara de cachorro que acabou de cair do caminhão.

— Eu tenho uma ideia melhor, você pode dormir lá em casa. O sofá é bem confortável e.... - ele não me deixou completar

— Eu dormir na sua casa. Tá de brincadeira, né?

— Tudo bem, eu só estava tentando ser gentil para compensar o que eu te causei, mas já que você prefere passar a noite aqui fora, cheio de mosquitos, no chão duro e sujo tudo bem, boa noite - virei pronta para ir embora.

— Tudo bem, só me ajude aqui por favor, não consigo andar direito.

Assim o ajudei a ir para casa. Chegando lá arrumei o sofá para ele. O folgado chegou e foi logo esticando as pernas, achando-se o dono da casa.

— Annabeth, gostaria de chocolate quente, por favor - mas é folgado mesmo, aonde já se viu, além de eu o deixar dormir aqui, ele ainda exige chocolate quente. Vê se pode essa.

— Se quiser você que vá preparar, isso aqui não é casa da mãe Joana. Tchau. Boa noite - é incrível como esse garoto melhora para conseguir o que quer.

Em um segundo ele já estava parado ao meu lado.

— Eu quero chocolate quente e você vai fazer - ele disse parecendo uma criancinha de 5 anos.

— Se você quiser vá preparar, você não é mais um bebê. Já pode se virar sozinho.

— Deixa de ser chata Annabeth, por favor. Não me obrigue a fazer você preparar esse chocolate a força. - me olhou com um sorriso de quem ia aprontar.

— Duvido tentar - o desafiei.

— Pois duvidou errado - falando isso ele começou a correr atrás de mim e começamos a brincar de pega-pega. Repito novamente, é incrível como ele melhora rápido para perturbar.

Ficamos nisso até cansar, nos jogamos no sofá exaustos, até que resolvemos ir fazer chocolate quente juntos. Como estávamos sem sono, resolvemos ir assistir um filme.

Fizemos pipoca e brigadeiro. Quando a pipoca ficou pronta, começamos uma guerra e era pipoca pra todo lado. Ele começou a correr atrás de mim novamente, mas dessa vez eu tropecei e caí, logo em seguida ele também caiu em cima de mim. Estávamos todos sujos de brigadeiro e os nossos cabelos estavam cheios de pipocas. Começamos a rir descontroladamente dos nossos péssimos estados, minha barriga doía com o seu peso e das risadas. Tentei empurrá-lo de cima de mim, eita como é pesado.

Nossas risadas cessaram com um pigarreio.

— Mas o que é isso?

***

Pov Perseu

Eu não tive chance de me apresentar da outra vez. Meu nome é Perseu Jackson, mas prefiro que me chamem de Percy, tenho 16 anos, acabei de me mudar e agora estou estudando na Goode High School. Tenho cabelos pretos bagunçados, já tentei arruma-los, mas é caso perdido. Tenho olhos verdes e um corpo, que modéstia a parte, é de dar inveja. Um hobby que já me rendeu muitas medalhas e olhares das garotas é nadar, sinto-me quase em casa quando estou na água, seja na piscina ou no mar/praia. Tenho um irmão chamado Tyson e minha mãe se chama Sally Jackson. Meus pais são separados e eu não mantenho muito contato com o meu pai. E aliás ele se chama Poseidon.

Depois de tudo que eu passei na casa daquela Annabeth, fui para casa com muita dificuldade. Pensando em minha namorada, que é a Calypso, a capitã das líderes de torcida da minha antiga escola. Peguei meu celular e vi uma mensagem de meu amigo Nico que também é da minha antiga escola. Vejo que nela há fotos da Calypso, pegando-se com um loiro de quinta categoria. Logo em baixo tem uma mensagem de Nico

Desculpa cara, achava que você precisava saber.

Se cuida mano,

Nico

Não acredito que ela teve coragem de fazer isso comigo. Nossa relação estava conturbada antes da mudança, não sei se a amo de verdade, mas tínhamos algo, entende? Carinho e supostamente respeito um pelo outro. Sempre me mantive fiel à nossa relação, aparentemente essa parte foi difícil para ela.

Resolvi colocar as ideias no lugar e descobri que tinha um terraço. Assim que saí de casa lembrei-me que tinha esquecido a chave, ia voltar para pegar, entretanto eu já havia batido a porta e ela só abria por dentro (mania de segurança da minha mãe). Ótimo, já não basta o meu pé, depois a Calypso e agora isso? Que vida mais injusta.

Cheguei ao terraço e ele era muito bonito. Sentei-me e fiquei admirando as estrelas, até que uma pessoa que eu nunca imaginaria encontrar ali, chegou e você já sabe como foi a nossa "conversa".

Realmente fiquei impressionado com aquele convite de dormir na sua casa. Eu não queria aceitar, mas também não queria dormir ali. E então seguimos para seu apartamento. Com tudo que aconteceu ali eu me surpreendi, pois nunca imaginaria que ela fosse assim: divertida, fofa, linda,... Seu sorriso era maravilhoso, encantador, contagiante. Esse era um lado dela que eu não conhecia.

E além de me surpreender com ela, eu me surpreendi comigo mesmo. Era um pouco difícil ser mais aberto com as pessoas, tão espontâneo, somente minha família e Calypso me faziam ficar confortável o suficiente para isso. Mas essa loira, algo parece ter batido e que me desarmou inteiro.

Depois da nossa "pequena guerra", ela tropeçou e eu caí em cima dela. Rimos muito, meu corpo doía de tanto rir e quase nem me importava com a dor no meu pé. Annabeth tentava me jogar para o lado quando ouvi um:

— Mas o que é isso?


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo Pov do Percy ser pequeno, é que eu já estava com preguiça de colocar tudo de novo nos mínimos detalhes só que na visão dele.
Bjs!!