CAPITULO UM

POV Alice

Acordei com meu celular tocando, e não era o toque do meu despertador. Tateei em busca do aparelho e quando o achei vi a foto de Sara piscando na tela. Sentei na cama enquanto atendia.

– ALICE! – ela gritou e eu tirei o celular da minha orelha – JÁ VAI BATER O SINAL, DAQUI A UM MINUTO!

Arregalei os olhos e acendi a luz, tropeçando para fora da minha cama.

– Porque não me ligou antes? – falei, grogue.

– SE VOCÊ NÃO VIER PARA A ESCOLA, EU TE MATO! – ela respondeu e desligou.

Joguei o celular dentro da minha bolsa e me enfiei numa calça jeans, passando uma camiseta pela cabeça e colocando meus tênis. Pendurei a mochila em meu ombro direito e corri para fora de casa. Minha sorte era que a escola ficava a dois quarteirões da minha casa, então cheguei no horário que ainda dava para entrar.

Subi as escadas de dois em dois degraus e quando cheguei no meu andar, parei para pegar fôlego. Meu professor vinha do outro lado do corredor. Xinguei-o mentalmente e corri até minha sala. Assim que entrei, Sara e Nate vieram ao meu encontro. Nate pegou minha bolsa e levou para o lugar atrás dele.

Sara me olhou repreendendo e Nate me olhou pedindo socorro. Sentei na cadeira atrás do Nate e na frente da Sara e respirei fundo. O professor entrou na sala. Ele olhou para mim e colocou as coisas em cima da mesa.

– Senhorita Williams, deveria comprar um relógio. Toda segunda-feira chega atrasada em minhas aulas.

Logo que ele terminou a frase, as maiorias das pessoas presentes na sala prenderam a respiração e olharam para mim.

– Ora, querido professor eu tenho relógios em casa. Mas a vontade de, em uma segunda feira logo as sete da manhã, e ver você e ter que assistir à aula mais chata é muito pequena. Quase nula eu diria.

Ele parecia que começaria a surtar, pela cor de seu rosto. Estava roxo. Os meninos do fundão riam histericamente, pois devia ter sido mesmo muito engraçado. Mas eu continuava seria.

– Fora da minha aula. – ele disse, finalmente, de olhos fechados.

Segurei a risada e fui para a porta. Abri-a e antes de sair eu olhei para ele.

– Obrigada pelo presente, querido professor. – eu vi o ódio cintilar em seus olhos e fechei a porta antes dele poder falar qualquer coisa.

Fui atrás do Dan, nosso inspetor, e ele me olhou curioso quando o achei.

– O que você aprontou mocinha? – ele bagunçou meus cabelos. Dan era meu “comparsa” em minhas aventuras na escola.

– Fui expulsa da sala! – cantarolei, sentando no banco onde ele ficava no corredor do terceiro andar.

– E o que aprontou dessa vez?

– O professor de geografia me ofendeu, e é claro que eu não deixei barato.

– Imagino. É dobradinha?

– Vai ter que me aguentar! – sorri de canto, e ele revidou os olhos.

– Não vai ouvir música hoje? – ele estranhou, dei um sorriso pretensioso.

– Meu celular ficou na bolsa. Empresta o seu? – ele revirou os olhos mas me deu o celular e o fone de ouvido.