''Você é forte.''

Capítulo 4.

Percy acordou assustado no meio da noite, estava ouvindo som de choro no quarto ao lado, então logo ele pensou ''Thalia'', ele colocou sua pantufa (oh yeah, é um peixinho), e foi para o quarto de Thalia, a porta estava entreaberta, e Thalia estava chorando sentada com as costas na parede, Percy se aproximou e se sentou ao lado dela, dando um abraço na prima.

— Tha... O que houve? — Percy disse enxugando algumas lágrimas de seu rosto que não paravam de cair.

— Percy, é minha mãe, por mais que eu não gostasse d-dela... — Ela disse e se enterrou no peito de Percy molhando a camiseta dele.

— Olha, eu sei que ela era sua mãe, mas aqui você vai ter uma nova família. — Percy disse tentando consolar a prima.

— Não vai ficar tudo bem Percy, eu lembro quando eu tinha seis anos, e eu e ela tínhamos uma boa relação. — Thalia começou a falar como se alguém fosse interrompê-la. — E-ela morreu brigada comigo Percy, eu nunca v-vou me perdoar, eu deveria ter pedido desculpas... — Thalia disse chorando ainda mais.

— Sei que vai ser difícil para você ok? Mas ficar se culpando por isso não vai melhorar nada. — Percy disse olhando nos olhos de Thalia.

— E-eu sei Percy, é só que agora tem uma cratera no meu coração, tanta coisa que eu gostaria de falar para ela. — Thalia disse ainda chorando.

— Tha, você é forte, muito forte. — Percy disse não agüentando ver a prima naquele estado.

— Percy, eu não consigo, tentei ficar forte na hora que cheguei, mas a verdade é que eu queria cair em choros. — Thalia disse dando um abraço em Percy. —Me ajuda.

— Olha, todos aqui nessa casa te amam muito ok? Até eu, você vai conseguir, agora que tal ir dormir? — Percy disse limpando mais uma vez as lágrimas da prima.

— Eu não sei se vou conseguir dormir, não consigo parar de chorar. — Thalia disse em um estado horrível.

— Vamos fazer um seguinte, vou ficar aqui com você até você melhorar ok? — Percy disse levantando a prima do chão, que mais parecia uma boneca de pano em tamanho e peso real.

— Não precisa P-percy. — Thalia disse chorando.

— Você acha mesmo que vou te deixar sozinha nesse estado? Se liga vai. — Percy disse dando um pequeno empurrão na prima.

— Ok, eu deixo. — Thalia disse sem nenhuma emoção se jogando na cama.

Percy deitou na cama, ele e Thalia ficaram conversando por um bom tempo, a prima adormeceu, e ele ia para sua cama, mas estava tão confortável, que os olhos dele foram se fechando...

–/-

— Thalia, está na hora... — Sally disse abrindo a porta e se deparando com a cena de dois adolescentes desmaiados em uma cama, só Percy acordou.

Ele se levantou rapidamente e saiu do quarto levando a mãe junto.

— Porque estava no quarto dela? — Sally perguntou.

— Essa noite eu acordei com ela chorando, ela ta muito abalada com a perda da mãe dela, ela não ta bem não mãe. - Percy disse falando para Sally que assentiu. — Então eu fiquei aqui no quarto, ficamos conversando até a noite, e ela dormiu.

Sally fez uma cara que eu definitivamente não sei se era, emoção, orgulho ou felicidade.

— Aprecio muito que você fez filho, hoje vou conversar com ela, aliás, a sua aula começa em 5 minutos. — Sally disse e Percy fez uma cara de ''O QUE?''

— VOU ESCOVAR OS DENTES. — Percy saiu correndo para o banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes, e foi para seu quarto, colocou uma camiseta branca, uma calça jeans e um tênis qualquer.

Ele desceu as escadas correndo, pegou a chave de seu carro e gritou um ''TCHAU FAMILIA'', e foi a toda a velocidade para a escola.

–/-

— Mas senhor policial, eu estava atrasado. — Percy explicou para o policial que estava lhe dando uma multa por velocidade.

— Olhe, eu sei que você é adolescente, tem um carro potente, e não iria se segurar num carro desses nem se quisesse, mas ficar dando desculpa que estava atrasado. — O policial disse ainda anotando no papel.

— Se o senhor não acredita, liga na minha escola, senhor, perdi um dia de aula por sua causa com todo o respeito. — Percy disse irritado.

— Vou dar a multa do mesmo jeito.

— Meu pai vai me matar... — Percy falou colocando as mãos na cabeça.

Deixe-me explicar, Percy saiu correndo com o carro, e passou em um lugar á 100 kmH, onde só podia 60, e o policial chato que se chamava Bob, estava à uma hora pedindo informações.

— Aqui está garoto. - Bob deu a multa para Percy que pegou mal-humorado.

— Muito obrigado. — Percy falou ironicamente e pegou o caminho de volta para casa.

Ele chegou a casa, entrou de fininho, mas infelizmente Tyson estava na sala e gritou ''PERCY'', o bastante alto para todos na casa ouvirem, Sally entrou na sala e viu o filho que estava com uma cara POKER FACE, pensando quais seriam as flores do seu enterro quando disse se que levou uma multa.

— Garoto, porque não está na escola? — Sally perguntou brava.

— É que, e-eu fui multado. — Percy disse largando a bolsa no sofá, pronto para correr.

— COMO ASSIM FOI MULTADO? — Sally disse gritando.

Thalia entrou na sala, ela estava com uma aparência bem melhor, ela entrou rindo e disse para Sally.

— Tia espera, me deixe pegar uma câmera e pipoca. — Ela disse se sentando no sofá.

— Não pegue a câmera Thalia, não quero que tenha provas do assassinato que vai acontecer aqui. — Sally disse virando o rosto para Thalia que caiu na risada.

— Ok, me desculpe mãe, mas você está me dando medo. — Percy falou andando lentamente na direção da escada.

— PERSEU JACKSON, VOCÊ ESTÁ DE CASTIGO POR UMA SEMANA, PELA SUA IRRESPONSABILIDADE, EU NUNCA NA MINHA VIDA PENSEI QUE VOCÊ FARIA UMA COISA DESSAS MENINO, E SE VOCÊ MACHUCASSE ALGUÉM, O PIOR, SE VOCÊ SE MACHUCASSE?... — Sally começou a falar, deu um daqueles sermões que duram mais de dez minutos, Thalia saiu no segundo, acho que já tinha perdido a graça. Quando Sally acabou Percy tomou coragem para falar.

— Pelo menos posso ir à biblioteca?

— Você já foi ontem. — Sally disse um pouco mais calma.

— É que eu não achei o livro, vou de novo hoje.

— Por mim tudo bem, mas você já se acertou com Calipso?

— Não, vou ligar para ela, já volto.

Percy subiu as escadas, entrou no seu quarto, largou as chaves do carro na escrivaninha e se sentou na cama pegando o celular. Ele discou o número de Calipso e ela atendeu.

— Oi amor.

— Ah, oi Percy.

— Está brava comigo ainda?

— O que você acha?

— Ok, me desculpe, é que eu perdi a noção do tempo lá.

— Como se você gostasse da biblioteca.

— Ei.

— Okay, me responde quem era a vadia?

— Quem era o que?

— A garota com que você estava.

— Primeiro, ela não é uma vadia, e segundo, como você sabe que era uma garota?

— Você não ficaria muito tempo se fosse um garoto, e qualquer menina que fique com o namorado da outra é para mim classificada como vadia.

— Calipso, para de dar ataque de ciúmes ok?

— Ah, agora sou eu que estou dando ataque de ciúmes?

— É bem obvio.

— Perseu, vai lá com sua amiguinha.

— Eu liguei para te pedir desculpas e você vem com palhaçada.

— Fecha a boca que você só fala merda Perseu.

— Olha, Calipso, você sabe que eu te amo, mas se você continuar com esses ataques não vai dar não.

— SÉRIO MESMO QUE VOCÊ ESTÁ TERMINANDO COMIGO PELO TELEFONE?

— Ah fala sério né, é necessário.

— Necessário? A verdade é que você nunca me amou.

— Não vou ser enganado por você com seu sentimentalismo Calipso. Tá tudo acabado.

— VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO SEU IDIOTA.

— Eu já fiz.

Percy desligou o celular e se jogou na cama, pensando na burrada que acabara de fazer.