Just Wana Be With You escrita por natthy


Capítulo 11
Crises de Ciúmes




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É difícil de aceitar,
Recomeçar do zero,
Levantar e caminhar
Perceber que quem se ama,
Já não se importa com você,

E acordar sozinho ouvindo o som da sua TV
Chegou a hora de recomeçar

(...)

Hoje eu queria te esquecer,
Mas quanto mais eu tento, mais eu lembro:
Não sei viver sem ter você

( Não sei viver sem ter você – CPM 22 )

 

( Bella )

 

- Bella, você não pode continuar assim! – Jacob disse docemente, acariciando meus cabelos. – É sério, eu não agüento mais te ver chorando.

- Jake... – Comecei, entre lágrimas.

Ele me interrompeu.

- Shh. – Ele pôs um dedo em meus lábios. – Não vamos conversar sobre isso aqui. – Ele lançou um olhar sugestivo às crianças que estavam brincando no pátio da escola. – Vá lá no banheiro, lave esse rosto, que já já a sua aula começa. E assim que terminar, nós vamos sair daqui juntos, para então conversarmos direito, ok?

Ele sorriu, tentando me passar segurança. Mas eu somente assenti com a cabeça. Se fosse em qualquer outra ocasião, eu teria sorrido de volta, automaticamente, mas hoje eu não tinha forças para isso.

Inalei fortemente o ar algumas vezes, tentando me recompor, e então segui para o banheiro feminino, deixando que minha mente vagasse de volta a algumas horas atrás.

A morena do corredor realmente não era tão bonita quanto Tanya, mas, ainda assim, na minha opinião, ela era mais bonita do que eu.

Após o choque inicial, senti dor, raiva, remorso, e até pena de mim mesma! Mas percebi que não valeria a pena ficar sofrendo na frente dos outros. Receber aqueles terríveis olhares de pena não me ajudariam em nada! Então guardei tudo pra mim mesma – de novo – sentindo que aquela era a manhã mais difícil e mais longa da minha vida.

Não prestei a atenção devida nas aulas, me concentrando somente no choro que deveria permanecer preso. Eu sentia minha garganta inchada, e o nó dolorido causado pelo choro contido parecia nunca querer me abandonar. Nos intervalos, estava tão decidida a manter o “controle”, que mal falei com as pessoas ao meu redor. Eu sentia medo de começar a conversar com alguém, e então acidentalmente – ou não – essa pessoa acabasse dizendo algo que pudesse me deixar ainda mais pra baixo.

Mas, quando botei meus pés dentro do Instituto Infantil, com os olhos já marejados, percebi o óbvio: eu havia me segurado por tempo demais.

Guardei minhas coisas na sala dos professores e coloquei o jaleco por cima da roupa que já usava, ignorando os olhares constrangedores que as outras professoras direcionavam a mim.

Saí do banheiro com o rosto banhado em lágrimas. Eu sabia que isso não era certo – eu acabaria sendo chamada à atenção da diretoria. Mas, quem liga para isso, não é mesmo?

Me joguei na grama, sentada sob a sombra da árvore mais distante dos alunos que entravam. Eu tinha 10 minutos para me recompor e começar a dar minha aula, quando Jacob apareceu ao meu lado.

Ele era a melhor pessoa que eu poderia ter encontrado! Jacob sempre me dizia a coisa certa, sempre me dava o melhor conselho – e tudo isso sem nem ao menos saber os meus motivos!

Essa não era a primeira vez que Jacob me via chorar. Tanya vinha, algumas vezes, buscar a Duda – que, por coincidência, era minha aluna – então ela nunca deixou de soltar uns recadinhos maliciosos sobre como Edward era bom de cama, se desculpando logo depois – sem o menor vestígio de culpa – por ter me dito aquilo, já que sabia que eu nunca havia experimentado e que também nunca iria.

Na primeira vez que a escutei, assim que ela deu as costas, praticamente me afoguei em minhas próprias lágrimas – o meu principal defeito sempre fora não conseguir guardar as coisas para mim mesma – E foi então que Jacob entrou em minha vida.

Desde aquele dia, ele passou a sempre dar uma passadinha em minha sala, para ver se estava tudo bem comigo. E foi assim que eu encontrei as forças que precisava para a superação. Era bom saber que tinha alguém que se importava comigo, além de Alice.

Tudo bem, eu sei que isso foi dramático de mais de minha parte, afinal de contas, Emmett, Rose e Jasper sempre estiveram ao meu lado também. Além de meus pais, é claro.

Mas eles não contam. Tirando os meus pais, todos eles são como meus irmãos. É normal que um irmão vele pela felicidade do outro, então, de certa forma, saber que alguém “de fora” também se preocupava comigo, me deixou bastante feliz.

Voltando ao presente, sacudi a cabeça raivosamente antes de passar pela porta da sala, afastando as lembranças. Apesar de Jacob ter sido um anjo em minha vida, eu não podia negar que nossa amizade nascera por motivos nada agradáveis.

As crianças, coitadas, não têm nada com isso!, lembrei a mim mesma. Poupe-as dessa humilhação!

Abri o meu melhor sorriso e entrei na sala, tentando agir animadamente.

- Boa tarde, galerinha!

E, por incrível que pareça, dois minutos depois eu não lembrava mais de nada, rindo alegremente enquanto era recebida por vários beijos melados após um delicioso abraço em grupo.

 

.

 

Saí da casa de Jacob me sentindo mais leve.

Se eu soubesse que conversar com ele me faria tão bem assim, eu já teria o feito há muito mais tempo...

Querida, você está apenas enganando a si mesma... Posso lhe dizer realmente o que penso? Me desculpe, mas acho que Edward não é tão culpado assim. Ele errou? É claro que errou! Mas, como o – qual o nome dele mesmo? Emmett? – disse: vocês não tinham nada. E, além do mais, se ele não estivesse arrependido, você teria o visto com muito mais garotas e muito mais vezes. Meu bem, escute o que estou dizendo. Eu sou homem, Bella! Vai ver, a garota de hoje era somente uma amiga... Esqueça tudo o que acontecera antes. Dê a ele uma segunda chance. Todos nós merecemos mais uma!”

Sorri internamente, recordando-me de suas palavras, enquanto girava a maçaneta da porta.

Estava decidido! Eu daria uma segunda chance a Edward – eu daria uma segunda chance a nós.

- Alice? Edward? – Chamei.

- AQUI! – Os dois gritaram, cada um em um cômodo da casa.

Edward provavelmente estava em seu quarto, e a voz da Alice parecia vir do corredor próximo à cozinha.

Joguei-me no sofá, exausta, e pouco tempo depois Alice se juntou a mim, quieta.

Estranhei que ela estivesse mantendo silêncio por mais de um minuto inteiro, mas resolvi não interromper esse raro momento.

- Você demorou hoje... – Ela começou, após mais um minuto em total silêncio.

- Eu fiquei conversando com Jacob. – Dei de ombros.

- E eu também não consegui falar com você, pelo celular...

- Estava sem bateria. – Revirei os olhos. – Esqueci de carregar. De novo.

- Ah. – Foi só o que ela disse.

Fiquei a encarando por um momento, até que ela desviou os olhos para as suas mãos.

- Desembucha, Alice! – Ordenei.

- Nã-ã-ão. Não é nada. – Ela disse assustada pela conclusão em que eu havia chegado.

- Você não desvia os olhos e muito menos gagueja! – Constatei. – Vamos lá amiga, me diga. O que está havendo? – Perguntei mais calmamente. – Você sabe que pode contar comigo para tudo.

- Eu sei que posso. – Ela abriu um pequeno sorriso. – Mas isso não é sobre mim... – Falou envergonhada. Ergui uma sobrancelha, esperando que ela continuasse. – Olhe, eu não quero que você pire e muito menos que você fique para baixo de novo, está bem?

Não disse nada por um momento. Antes que ela pudesse terminar sua frase, minha cabeça já havia montado vários cenários nada legais. E, não sei como, mas por algum motivo, eu já sabia que tinha algo a ver com Edward.

- Prometa, Bella! – Ela disse, com a voz firme. – Eu não quero você pra baixo de novo, está me ouvindo?

Somente assenti. Eu sabia que se eu dissesse um simples “Eu prometo”, minha voz falharia, e então Alice não me contaria seja lá o que fosse que estivesse a incomodando.

- Uma mulher esteve aqui mais cedo, pouco depois de você sair... – Ela disse baixinho.

Senti minha preocupação derreter como gelo, instantaneamente, e até consegui abrir um pequeno sorriso. Jacob me ajudara a perder qualquer tipo de insegurança que eu poderia ter com essa mulher.

Mas, só quando Edward – todo arrumado e perfumado – entrou em meu campo de visão, eu percebi que não tinha escutado direito.

- Bom, estou indo. – Ele passou por nós duas, indo em direção a mesinha de centro e pegando suas chaves. – Boa noite, meninas. Até amanhã. – Disse com a voz estranhamente fria e saiu, sem me direcionar o olhar nenhuma vez.

Meu coração – ou o que sobrou dele, desde a última vez – parecia estar sendo pisado, esmagado... E eu sabia que desta vez não conseguiria me curar tão facilmente.

Alice me encarava com dor nos olhos. E eu sabia que era porque, nesse momento, os seus eram um espelho do meu.

- Alice, por favor, repita para mim sua última frase? – Pedi.

Ela me encarou confusa, mas, por fim, falou.

- A tal de Angela – não tenho certeza, mas acho que era esse o nome – esteve aqui pouco depois de você sair, e agora Edward está se arrumando para sair com ela.

Desabei contra Alice, sentindo os soluços balançarem o meu corpo fortemente. Alice deitou minha cabeça em seu colo e começou a fazer cafuné em meus cabelos.

- E-eu... Eu... eu ia, Alice. Eu ia! – Balbuciei.

- Você ia o quê, amiga? – Ela perguntou docemente.

Abri a boca, sem emitir som algum. Após muitos soluços, finalmente consegui botar pra fora.

- Eu ia dar uma chance a nós!

Alice não falou nada.

 

.

 

Despertei com o delicioso cheiro de panquecas sendo feitas. Girei sob meu próprio corpo, esfregando as mãos no rosto, e logo depois senti algo sendo pressionado contra minha cabeça e costas. Arregalei os olhos, ao sentir a estranha pressão, para então perceber que eu caíra do sofá.

- Ótima maneira de se acordar! – Murmurei, mal humorada.

Segui em direção à cozinha, me deparando com uma Alice toda profissional na frente do fogão.

- Desde quando você sabe cozinhar? – Zombei, enquanto pegava uma maçã e a mordiscava.

- Desde que a Sra. Desastre virou expert com crianças. – Ela rebateu.

Bufei e segui em direção ao banheiro, a fim de escovar os dentes. Quando voltei para a cozinha, Alice ainda encarava a frigideira, com uma expressão séria no rosto.

Fiz uma careta, tentando conter a risada.

Alice ergueu a frigideira, sacudindo-a um pouco no ar, e então jogou a panqueca para o alto. Quando a panqueca começou a descer, ao invés de colocar a frigideira na direção em que ela vinha, Alice se desesperou e agarrou a panqueca com a mão mesmo, começando a pular e dar gritinhos logo depois, porque a panqueca queimara sua mão. Não pude mais conter a gargalhada.

- AAh Bella! – Ela choramingou. – Você está me desconcentrando!

Apenas revirei os olhos, sem me dar o trabalho de responder sua acusação. É claro que não era eu quem a havia distraído. Se não fosse por minha risada, ela mal saberia que eu estava de volta à cozinha.

Após mais algumas-muitas tentativas falhas, Alice conseguiu não acertar o teto e nem deixar a panqueca cair no chão, e então nós pudemos tomar, finalmente, o café-da-mãnhã.

- Sabe, Bella – Alice começou, após mordiscar mais um pedaço de sua panqueca. – Eu estava conversando com Rose... Antes de você acordar... E ela me deu uma super idéia! – Falou quicando em sua cadeira.

- Eu tenho medo quando vocês duas resolvem conversar sem a supervisão de ninguém. – Admiti.

Alice abriu a boca chocada, como se tivesse acabado de receber o pior insulto do mundo.

- Cale a boca e coma suas panquecas! – Me repreendeu. – Só quem fala aqui sou eu.

Ergui as mãos rindo, me rendendo, e deixei que ela continuasse.

- Então, como eu estava dizendo... Nós estávamos conversando sobre você. – Ela sorriu. – E então Rose me disse uma coisa que eu já deveria ter pensando há muito tempo. – Disse e deu um tapinha em sua própria testa.

Eu já começava a sentir medo do que viria a seguir. Alice e Rosalie falando sobre mim? Isso só poderia dar em merda!

- Fale de uma vez que o susto é menor!

Ela revirou pela centésima vez os olhos e sorriu pra mim.

- Nós vamos nos consultar com a Mãe Dezzí! – Disse, toda empolgada.

- Como é que é? – Arfei, sem querer acreditar que ela dissera mesmo aquilo.

Após 20 minutos de discussão, Alice – só pra variar – estava conseguindo me convencer pelo cansaço, de que eu deveria mesmo me consultar com a tal da Mãe Dezzí. Eu achava extremamente desnecessário perder dinheiro com essas coisas, mas Alice insistia em afirmar que ela era uma ótima vidente.

- Ela está até me ensinando algumas coisas! – Alice disse, toda orgulhosa.

Desta vez quem revirou os olhos fui eu, e então embarcamos em um segundo round.

Estávamos tão presas em nossa própria bolha, que não escutamos a porta ser aberta e muito menos o barulho de passos até a cozinha. Só percebemos que tinha alguém conosco no apartamento, quando uma voz chamou nossa atenção.

- HEY! – Edward gritou divertido, nos interrompendo.

- Mas que briga mais sem graça! – Emmett se fez presente na cozinha. – Nada de tapas, puxões de cabelo e nem uma querer matar a outra a ponto de estarem quase se despindo e nem perceberem?

Revirei meus olhos para Emmett e voltei minha atenção, em silêncio, para Alice, sem querer focar meus olhos no ser parado ao meu lado.

A batida em minha cabeça e as panquecas de Alice, felizmente, haviam me distraído, e, por algum milagre, eu nem me lembrara do que acontecera no dia anterior.

Eu não queria o encarar. Eu não queria o ver com as mesmas roupas que eu o vira ontem à noite, com a única diferença de que agora elas estariam amassadas, comprovando a noite divertida que ele tivera.

Parte de minha manhã, ao menos, havia sido feliz., Pensei com melancolia.

Emmett e Alice começaram a conversar, mas eu não estava prestando atenção em suas palavras.

Não derrame mais nenhuma lágrima por ele! Lembre-se que ele fez parte de seu ótimo passado, mas, que agora, você está no presente, seguindo para o futuro, e esse é o momento de recomeçar!

Respirei fundo algumas vezes, absorvendo minhas próprias palavras. Estava na hora de recomeçar. Eu tinha de recomeçar!

Mas por quê eu não conseguia?

Raios, por que tinha de ser tão difícil?!

Bati, pela primeira vez naquela manhã, os olhos na Perfeição ao meu lado. Lembrei-me de que antes de ver a morena – que Alice mencionara ser Angela – no corredor, apesar de eu já estar em busca do recomeço, ainda assim eu aprendera a manter um relacionamento “amigável” com Edward.

Para não abalar ainda mais o pouco que restava de nossa amizade, pensei em murmurar para Edward um “Bom dia” ou somente um simples “oi” antes de me retirar do cômodo, antes que a dor se tornasse insuportável. Mas seu olhar gélido em minha direção fez com que eu esquecesse qualquer coisa.

Por algum motivo inexplicável, apesar de estar doendo muito em mim, eu não conseguia afastar meus olhos dos seus. Eles tinham o efeito de ímãs sobre os meus, ou algo do tipo. E a cada segundo a mais em que eu permanecia presa ali, mais e mais meu coração se destroçava.

Seus olhos estavam brilhando intensamente para os meus, mas não era aquele brilho que eu sempre tivera inveja – e tanto amava. Na verdade, eu estava começando a sentir medo.

Ali, eu era capaz de ver algo como acusação... Além de uma explícita ameaça. E isso era visível, não só em seu olhar, como nos músculos de seu rosto que permaneciam rígidos.

-... não é mesmo, Bella? – Emmett indagou.

Afastando-me finalmente da força quase brutal de seus olhos, pela primeira vez na vida, pensei em agradecer ao Emmett por alguma coisa.

Enquanto já começava a sentir uma momentânea felicidade – ou algo menos que infelicidade – brotar em meu corpo, por conta do transe em que acabara de ser retirada, Edward chamou minha atenção, trazendo de volta, em dobro, a horrível sensação de perda – sensação idiota, eu sei, afinal de contas, como Tanya mesmo dissera: eu nunca o tinha tido.

- Por quê, Bella? – Ele murmurou tão baixo, que mais parecia ser um gemido de dor.

- Por que, o quê? – Perguntei de volta, também baixinho, ignorando completamente a afirmação que Emmett esperava de mim.

- Por que você tinha de fazer aquilo comigo? – Perguntou com os olhos marejados. – Eu estava prestes a... Eu iria lhe dizer... – Começou, lutando com as palavras sem terminar nenhuma das frases.

Oh, meu deus!, Eu já sentia o desespero começar a me invadir. Sobre o que raios ele está falando?

- Edward, eu... Eu não estou entendendo.

- Que droga, Bella! – Ele explodiu. – Você sabe muito bem sobre o que eu estou falando! – Afirmou, apontando um dedo em minha direção.

A essa altura, Alice e Emmett já haviam saído da cozinha.

- Edward, – Disse calmamente. – eu não estou entendendo. – Repeti.

Ele praticamente se jogou na cadeira mais próxima, apoiando os cotovelos na mesa e apertando fortemente as têmporas.

- Vasculhe em sua cabeça! Não é possível que você tenha uma memória tão fraca assim, a ponto de mal lembrar o que fizera na tarde passada. – Disse acidamente.

E, apesar de seu tom de voz nada agradável, involuntariamente eu fiz o que ele me pediu, sem chegar à conclusão nenhuma.

Percebendo minha expressão confusa, ele começou a falar.

- Eu achei que você fosse diferente, Bella. Eu achei que você fosse... Diabos, eu achei que você fosse minha! – Disse entre dentes, após uma pequena hesitação. – Quer dizer, não que eu estivesse, ao todo, enganado. Você realmente era a Bella que eu tanto amava e admirava. É só que você mudou. E muito! Pena que não foi para melhor, não é? – Disse sarcasticamente. – A minha Bella não iria para a cama com um cara que conheceu praticamente ontem e acharia isso a coisa mais normal do mundo, a ponto de nem se lembrar!

- Mas...

Sendo vítima de tanta acusação sem sentido, tentei me manifestar, mas fui interrompida meio segundo depois.

As coisas boas que Edward dissera sobre mim, e a sua aparente declaração de afeto, não conseguiram aliviar sua barra. Meu sangue borbulhava de raiva, e eu nem o ouvia mais direito.

Eu sempre soube que sentir raiva excessivamente durante uma discussão nunca fora um ponto extra pra mim. Meus olhos lacrimejavam e minha voz sumia. Vergonhoso, eu sei. De tantas qualidades maravilhosas que minha mãe tinha, logos as ruins vieram pra mim. Assim como ela, eu tinha dificuldade em guardar tudo para mim mesma, e, nesse momento, eu sentia tanta coisa ao mesmo tempo, que parecia estar prestes a explodir.

Eu mal sabia o que exatamente eu estava sentindo, mas eu não estava gostando nada, nada do que estava se passando comigo. “100, 99, 98, 97, 96, 95...” Certa vez, minha mãe dissera que contar até 100, só que de trás para frente, era uma boa coisa. Você conseguiria se concentrar nos números e daria tempo de sobra para a pessoa acabar de lhe insultar, e então, com mais calma, você se defenderia. “... 53, 52, 51, 50, 49, 48...”

Não era preciso de exames de DNA e nem nada do tipo para provar que Edward e Alice eram mesmo irmãos. Assim como ela, era difícil fazer com que ele parasse de falar, quando ele se empenhava nisso.

O que era para o meu total desespero.

Já havia passado da metade e só agora os números pareciam estar surtindo o efeito desejado.

Mas, em um segundo que me permiti ouvi-lo, percebi que teria de voltar a contar tudo de novo. Me arrependi profundamente de ainda estar parada ali, o escutando.

Eu não queria ouvir mais nada. Eu sabia que eu estava diferente. Todo mundo estava! Ora, o tempo passou! Mas, saber que ele se envergonhava da pessoa em que eu havia me tornado, me doía muito.

Quando ele começou a dizer que minha personalidade mudara a tal ponto que chegava a ser irritante, tentei me levantar da cadeira e deixar que ele ficasse falando sozinho. Mas minhas pernas tremiam demais, e eu não consegui.

Edward sempre fora tão reservado... Tão controlado... Pela primeira vez na vida, eu desejei que Edward calasse a porcaria da boca, saísse pela porta e não me procurasse nunca mais.

A única coisa que faltava dizer era que ele me odiava. E eu sabia que essa afirmação não demoraria muito para vir. Era somente questão de tempo.

E o pior de tudo, era que eu não sabia nem o por que de tudo isso.

- Já acabou? – Perguntei quando ele fez uma breve pausa. O sarcasmo que tentei impor foi totalmente substituído por dor.

Ele não disse nada, ficou somente me encarando.

- Mas que merda, Edward! – Gritei, levantando-me da cadeira abruptamente. – Você tem alguma noção do que acabou de fazer comigo? Você faz alguma idéia do quanto me machucou durante esses últimos meses? Não, você não faz. E sabe por quê? Porque você é um puta de um egoísta! Você não presta, Edward. Você só pensa em si mesmo! Você teve a capacidade de passar por cima da pessoa que mais te amou na vida! – As lágrimas já desciam pelo meu rosto livremente. – Se você me achava uma pedra em seu caminho, se você me odiava, se você se envergonhava de minha companhia, se você realmente não me queria por perto, por que diabos você não me disse? – Eu soluçava alto. – Eu teria saído da sua vida no mesmo instante; sem discutir!

Ele tentou me interromper, mas, assim como ele havia feito comigo minutos antes, eu não o deixei que prosseguisse.

- Você falou de minha personalidade, de como eu havia mudado... Mas, só me tire uma dúvida: por algum acaso você parou para prestar atenção em si mesmo, antes de vir me julgar? Mas é claro que não! – Joguei os braços para o ar, exasperada. – Droga, eu te amava! E te admirava em absolutamente tudo Edward. Agora, eu só te admiro em uma única coisa: sua capacidade de guardar seus sentimentos para si mesmo por tanto tempo.

Vi Edward engolir em seco e tive a impressão de ver uma lágrima escorrer por sua bochecha, mas não me deixei abalar. Ele estava sofrendo com minhas palavras? Ele me fizera sofrer muito mais!

- Neste ponto, eu até o invejo, na verdade. – Continuei. – Se você soubesse o quanto eu já chorei na frente das pessoas por sua causa... Se você soubesse a quantidade de noites em claro que fiz Alice perder, só para que eu não ficasse chorando sozinha... Se eu fosse como você, teria sido muito mais cômodo para todos. – Admiti. – Bom, já que estamos aqui, dizendo as verdades que têm que ser ditas, eu preciso lhe dizer umas coisas, que estava para lhe dizer há muito tempo: Sim, eu senti ciúmes de Tanya, Edward. Sim, eu ainda te amo. E, sim, você não precisará mais se sentir envergonhado e muito menos ter de lidar com a minha irritante companhia, porque você não me verá nunca mais. Dê-me somente o tempo de juntar minhas roupas, e então eu irei embora, pra longe de você, de t-tu-do e-e...

Comecei a gaguejar, soluçando e chorando alto. Eu não queria ir embora. Eu não queria abandonar meus amigos. Eu já estava até começando a gostar de Londres...

Mas, quando a voz de Edward voltou a minha cabeça, com todos aqueles insultos horríveis e injustos, não tive outro pensamento a não ser: “eu preciso sair daqui!” Eu não queria ser um pé no saco para ninguém – principalmente para alguém que eu amava tanto.

Deixei meu corpo escorrer contra a parede da cozinha, apoiando minha cabeça nos joelhos e abraçando ao meu próprio corpo. Edward já havia me envergonhado demais para que eu sentisse vergonha por simplesmente chorar na sua frente.

Fiquei assim por mais algum tempo, até que senti braços quentes me envolverem protetoramente, e comecei a sentir lágrimas escorrendo por meu ombro.

- E-eu te amo, Bella. Me desculpe. Eu fui um idiota. Nada do que eu falei era verdade. Eu só estava cego de ciúmes e-e... Por favor, Bella, por favor, não me deixe!

 

-

OOOOOOOOOOOOOOOI, PESSOAL! *-*
Terrível essa parte em que eu parei, não? (h) OHAOISHOIHOIAHS.
Ok, prometo não ser malvada e postar a continuação o mais rápido possível. Aproveitando que estou com o meu humor à mil, vou escrever logo o máximo que eu puder do próximo.
Bom, acho que é isso. Não vou encher muito o saco de vocês hoje.

AAH, antes que eu esqueça:

GEENTE, EU TÔ COM UMA NOVA FIC ! *O*
Eu estou realmente adorando escrevê-la. Já postei o prefácio, ainda nessa semana eu posto o primeiro capítulo.

O nome é Era uma vez, e a idéia foi tirada de um livro que eu li. Mas a estória está bem diferente da original.
Por favor, dêem uma olhadinha lá, ok? http://fanfiction.nyah.com.br/historia/54810/Era_Uma_Vez

Ah, e mais uma coisa: Me desculpem pela demora!
Esse capítulo já era para estar postado desde a semana passada, mas o site deu uns probleminhas, e, de lá para cá, eu não pude entrar.

Bom, é isso. Comentem bastante, ok? *-*

xoxo


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