Juntos Pelo Acaso escrita por Thais


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, como vão??

Bom capítulo e até lá ♥



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Aquela noite foi totalmente exaustiva. Não apenas por ter que aturar a mulher de cabelos rosa, o velho bêbado e o casal de gays falarem coisas do tipo: “Vocês precisam trocar fraldas”, “precisam começar a guardam dinheiro para festas, brinquedo e a faculdade, não é?”, entre outras insuportáveis. Mas também tive que aguentar Clove.

Aguentar Clove Berenson já é difícil, agora aguentar ela com metade da bochecha direita com coco de neném é pior. Depois de eles iriam para suas respectivas casas, ela me socou e ficou reclamando pelos cantos.

Agora, nós temos uma lista, que na real é um calendário, com coisas que devemos fazer para ajudar Prim. Clove havia mais me estapeado do que ajudado.

Ela dava comida – Prim continuava a jogar metade no rosto dela; Eu trocava aquele amontoado de merda que vocês conhecem como fralda; Ela dava banho em Prim enquanto me molhava mais do que molhava a própria criança; Eu ia com ela para o supermercado e dava inúmeras coisas para ela cheirar, conforme a expressão dela comprava ou não a coisa;

Clove e eu roubávamos de vez em quando pra variar, mudando os dias das atividades. Ela já não parava de reclamar que toda vez que iria relaxar na banheira um acidente acontecia.

Clove gritava: “Cato, por favor, tem um patinho de borracha da minha bunda! Faz favor de tirar essas merdas daqui ou eu arranco seu pênis e o penduro na parede!”

Eu tentava ver jogo como sempre costuma fazer. Sentado no sofá, berrando loucamente e comendo. Mas, agora, Prim chorava e eu era obrigado a colocar no “É hora de brincar”. Quem vê graça em caras dançando uma música estúpida com roupas coloridas? Pelo jeito apenas Primrose Everdeen Mellark.

Um dia desses, aliás, fui tentar usar um troço que seguraria ela em meu colo, assim eu poderia fazer minhas coisas normalmente. Mas sem querer acabei a deixando cair. Tudo ficou bom e graças ao bom e maravilho Deus, Clove não estava em casa na hora.

– Catooooo! – berra Clove. – Vem cá agora!

– O quê foi? – pergunto.

– A gente precisa dar banho nela... vamos tentar a banheira?

– Vamos lá, então.

Colocamos Prim na banheira e ela se divertia como qualquer outra criança. Clove ficou encarando ela por uns instantes e depois me encarou.

– Tem algo errado...

– O que está errado?

– Ela ta fazendo cara de coco. Anda Cato! – grita Clove.

– Como assim cara de coco?

– Cara de coco seu anta. Anda rápido, abre a tampa do vaso!

– Essa merda não abre.

– Cato ela vai fazer coco em mim! Deixa que eu abro.

Clove a passou pra mim e se ajoelhou como eu na frente do vaso sanitário, tentando inutilmente abrir a tampa do mesmo.

– Droga essa merda nunca funcionou. Eu odeio essa coisa! – bufa ela.

Sem outras escolhas, ela arranca o boné de minha cabeça e coloca para Prim fazer coco.

NÃO! AQUELE BONÉ NÃO!

– Meu boné não... pelo amor do que a mais sagrado. Eu tinha esse boné desde o colégio. – choramingo.

– Desculpe. – diz ela rindo ao ver o boné cheio de caca de neném.

– Desculpa é? Você acha isso engraçado, né? Não foi nada engraçado.

Começamos a rir daquilo. Afinal, não era todo dia que Prim iria faze caquinha no meu boné favorito.

– É-é – Clove tenta falar no meio da risada. – Eu acho melhor jogar fora... hey, o que é isso?

– É o umbigo dela?

– Não. Isso não tava ai alguns dias atrás.

– É só o umbigo.

– Não, não é só o umbigo. Eu acho que não.

E lá se vai Clove, louca e neurótica levar Prim para o médico.

POV Clove

Eu odeio esses carinhos pra bebes. É fácil e ajuda muito, mas ficar dez minutos tentando fazer com que ele trave não é nada pratico.

– Ah, ninguém vai roubar um carinho mesmo. – falo, deixando o carinho por lá.

Entro na sala do medico, mas para variar ele ainda não havia chegado. Fiquei falando no telefone. Aquele pessoal da padaria já esta me enchendo o saco, e olha que nem uma merda de saco eu tenho.

– Desculpa por deixar você esperando... Clove?

Viro-me e encaro o medico... Deus amado era o cara que sempre compra comigo. – Ah, você é quem compra os mesmos sanduíches.

– Doutor sanduíche? Não, me chame de Finnick. Finnick Odair.

– Ah, Finnick...

– Eu soube do acidente... sinto muito.

– Obrigada.

– Ela ta dormindo direito? O intestino está funcionando bem?

– No começo não, mas agora está regular até demais. Ela ta com um negócio da barriga e eu não sei o que é. Eu não sei o que procurar, aliás, eu não sei nada sobre crianças – suspiro. – Katniss era minha melhor amiga. Se eu tivesse um problema como esse eu ligaria para ela. Isso ta me matando, sabe? Não poder ligar para minha melhor amiga. Eu queria poder dizer: No que você tava pensando quando me deixou isso? Você poderia ter me deixado suas jóias, aquela sua bolsa linda da Dior. Mas isso é muito, muito difícil e você me deixou sua filha! Eu não sei o que eu to fazendo.

Finnick me olhou sem graça e deu uma risadinha. Eu devia estar vermelha feito uma pimenta.

– Me desculpe. – murmuro.

– Não. Eu acho que você está indo muito bem. Prim tem uma hérnia umbilical, mas não precisa se preocupar vai sair sozinho. Vamos ficar de olho.

Ele tira um bloquinho de anotações e começa a escrever. – Você disse que ela não precisaria de remédio.

– Isso é pra você. – fala ele.

– Nossa... uma garrafa de vinho, uma, duas taças como precisar. Bela rima.

– Obrigada... olha, o que você está fazendo é incrível e não se esqueça disso. Dá um descanso de vez em quando. Daqui uma semana voltem. – sorri ele. – Foi bom ver você, Clove.

– Igualmente, Finnick.

POV Cato

– To eu na farmácia, de boa, e eu percebi que mulheres olham para homens carregando bebes como um cara olha para uma mulher de peito grande. – falo entrando em casa.

– Sabe o que eu percebi hoje? Que eu nunca vou usar a banheira dessa casa porque aqui só se usa ducha. Você nunca lava o cabelo, não é? Que legal.

Clove estava bêbada. Se enchendo de vinho e rindo feito idiota.

– Você me pegou, hein?

Ela murmurou alguma coisa e me olhou, arqueando as sobrancelhas. – Você quer um pouco?

– Não.

– Ah Cato, vamos. Eu posso dividir, eu sei dividir. Mas você não precisa de nada. Por quê? Por que você nunca se preocupa. Katniss me disse quando marcou nosso encontro, que eu estava livre do meu namorado. E o que me surge? – ela abre os braços e aponta para mim. – Você! Depois de uns meses meu primeiro encontro é com um idiota. Agora eu estou criando uma criança com esse idiota. Que irônico.

Já estava cansado daquilo. Ela não iria ficar falando o que quiser de mim.

– Vem – falo puxando ela. – Vamos pra cama.

– Você sabe que é um idiota, não sabe? É tão bom dizer isso na sua cara, eu falo na suas costas há anos.

– Ah, que legal Clove.

– Eu sou legal. Todo mundo me acha legal.

Subimos as escadas, mas paramos na metade ao ouvir a campainha tocar.

– Tem alguém na porta. Quem é você ser humano? Será que é uma pessoa? – fala Clove.

Vou até a porta e abro a mesma.

– Oi?

– Oi, eu sou Ennobaria e sou assistente do serviço social.

Clove chega por trás de mim e começa a me agarrar. Jogo ela pra longe.

– Falaram a vocês que faríamos uma visita? Bom...

– Não falaram nada! Me da só um minutinho?

Não espero a mulher responder e fecho a porta na sua cara. Precisa dar um jeito em Clove agora!


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