Ash descansava da sua mais recente aventura, em Unova, enquanto os Professores se reuniam de emergência em Pallet. Parece que o Mundo Pokémon está em perigo e Ash pode ser o único que o pode salvar!

– Ash? – chamou Oak.

Ash continuava sentando na poltrona da sua sala que ficava em frente ao sofá onde estavam os cinco professores. Não dava sinais de vida à alguns minutos. Olhava apenas para o chão, como á procura de algo que o ajudasse.

- Ele está bem? – murmurava Elm espreitando por cima dos seus óculos.

- Apenas assustado. – respondeu Juniper seriamente sem tirar os dois olhos de cima de Ash. – Mas sei que ele nos quer ajudar.

•••

No jardim da casa do rapaz, a tarde começava a dar lugar à noite. Junto a uma árvore, um pequeno Pokémon escondia-se por entre as folhas do chão. Era um gato de cor acastanhada, com garras afiadas, olhos grandes e brilhantes.

Parecia que ouvia a conversa desde o início. Mostrava-se ansioso assim como todos os outros membros que se encontravam dentro da casa.

- Vá, fala pirralho. Não tenho o dia todo! – sussurrou enquanto observava Ash.

•••

Continuava tudo igual ou pelo menos parecido dentro da bonita casa. Ash já não olhava para o chão, mas sim para o teto onde mirava o cadeeiro gigante já bem antigo.

- Eu quero ajudar-vos. – disse levantando-se num salto. – Eu conheço os pontos fracos dos nossos adversários, podemos usá-los. – dizia olhando para Pikachu.

– Pika-Pikachu! – fez o Pokémon erguendo o seu pequeno braço.

- Ótimo! – disse Juniper batendo palmas acompanhada por Elm.

- Tens mesmo a certeza, não é? – perguntou Oak serio. – Afinal vais por a tua vida em jogo, não será fácil combater todos eles juntos. – Tudo pode acontecer!

- Eu sei disso tudo, professor. – respondeu rapidamente. – Mas eu conheço os pontos fracos deles, acredite, eles nunca vão estar realmente unidos.

- Muito bem. – Oak levantou-se e sorriu, deu uma volta à sala enquanto Ash e os outros professores o observavam – Reúne tudo o que quiseres levar, não podemos perder muito mais tempo.

- Mas professor... não me vai explicar mais nada? – perguntou o rapaz tentando sacar mais informações. – Afinal, de estarem todas as Equipas Criminosas aliadas é muito breve, não? Como é que eles fugiram da prisão? –perguntou um tanto curioso.

- Para ti e para mim, Ash, é tudo muito estranho. – dizia enquanto olhava o rosto do jovem. – Ainda.

Agora Ash ficava confuso. O que queria o professor dizer com aquelas palavras? O rapaz não entendia como é que bandidos como aqueles poderiam escapar da prisão e por de novo o Mundo Pokémon em perigo!

- Vá lá, não me olhes assim! – pediu Oak começando a corar. – Eu também não sei de muita coisa.

- Então como é que vamos começar a investigar? Não podemos atacar já, podemos deitar tudo a perder!

- Preciso que vás a Sinnoh com o Professor Rowan. – explicou. – O Looker aguarda-vos na Cidade do Coração, vocês os três terão uma reunião amanhã de manhã. – dizia enquanto tirava do seu bolso cinco PokéBall. – Toma, vais precisar deles.

Ash pegou nas PokéBall e observou-as. Brilhavam, pareciam revelar a cara do Pokémon que estava em cada uma delas. Ash podia jurar que aquela era a sua equipa de Sinnoh, tinha saudades daqueles Pokémon.

- São os Pokémon que capturas-te em Sinnoh. – dizia Rowan aproximando-se dos dois.

- Eu s-sabia! – respondeu Ash um tanto nervoso. – Obrigado, Professor.

- Não tens de quê meu rapaz! – exclamou Oak. – Mas seguindo a explicação que me pedes, nós sabemos de uma coisa que o Looker nos contou.

- Sim, mas isto não pode sair daqui. – salientou Rowan olhando à sua volta.

Ash abriu os olhos com força e olhou com curiosidade para Oak. O homem estava sério. As palavras que saíram da sua boca não foram as melhores que Ash ouviu. Ele nem queria acreditar.

- O Looker enviou-nos uma má notícia, Ash. Ao que parece, os Administradores da Team Galactica, Mars, Jupiter e Saturn, escaparam da prisão. Mas houve alguém que os ajudou. Precisavam de ajuda. – disse fazendo uma breve pausa. – Estavam fracos e não sabiam como escapar.

- Mas têm de apanhá-los! Ou eles voltarão a fazer os estragos de antigamente! – exclamou Ash revoltado.

- O Looker e nós sabemos disso. É por isso que queremos que vás para lá. – explicava. – O Looker tem mais informações, mas diz que não as quer dar por correio. Amanhã saberás do resto.

Ash sentou-se na poltrona cor de rosa onde a sua mãe se sentava. O rapaz estava confuso, não sabia como aquilo podia ter acontecido. E quem teria ajudado aqueles bandidos a fugir? Tinham sido todos presos... Ash já não conseguia pensar em nada. Estava demasiado confuso e tonto.

- Vamos. – disse voltando a levantar-se. – Quero perceber isto um tanto antes!

- Oh, não! – exclamou Oak segurando o rapaz pelo braço.

- Não? Mas Professor, temos de apanhá-los! Eles vão querer vingar-se!

Oak não respondeu ao rapaz. Bastou um olhar extremamente sério para que Ash parasse um instante para pensar. O rapaz estava muito irritado, teria de fazer uma viagem calma e em segurança e Oak sabia como ajudá-lo. O resto dos Professor continuavam sentados no sofá enquanto Rowan espreitava por cima do ombro de Oak a cara de Ash.

O professor tirou um pequeno aparelho do seu bolso. Era um Pokédex, parecia bem antigo.

- Professor eu já tenho um...

Oak deu alguns passos para trás, arrastando Rowan consigo. O aparelho abriu-se sozinho, como se fosse algo automático. Rapidamente, ganhou braços, pernas, tronco e uma cabeça. Parecia mesmo uma pessoa, mas era um robô.

- Apresento-vos o Pokédex mais avançado de sempre! – riu Oak. – Apresento-vos o Dexter, o Pokedex Humano!

Ash observou o robô com atenção. O seu corpo era feito de lata vermelha, parecia forte e inteligente, apesar de um pouco confuso... No seu tronco tinha o Pokédex que antes estava na mão de Oak e nas suas mãos uma Pokéball gigante.

- Desenvolvi as capacidades do Pokédex normal e criei o Dexter. Um Pokédex muito mais avançando. Nunca viram um igual! – assegurou o homem.

- O que ele faz? – perguntaram.

- O Dexter é capaz de fazer o lugar de qualquer ser humano. Ensinei-lhe tudo o que há para saber sobre o Mundo Pokémon. Ele conhece todos os locais, ataques, habilidades, tipos e é capaz de te dizer as informações mais reservadas de cada Pokémon! – dizia Oak orgulhoso. – Vá lá, Dexter. Mostra-lhes.

Oak colocou-se à frente do robô e acenou com a mão. Esperava algum sinal do robô, mas foi mal sucedido. Dexter não respondeu.

- Acho que precisa de uma manutenção... – sugeriu Birch observando duvidosamente para o robô.

- Oh, que tolice! – disse Oak interrompendo o amigo. – Claro! «Carrega sempre no botão, Oak!» - disse.

As luzes do corpo do robô começavam a brilhar. Por momentos, Pikachu pensou que Dexter fosse uma árvore de Natal, mas essas não falavam...

- Olá amigos. – disse o robô. – Eu ser Dexter, o Pokédex Humano. Dexter estar ao vosso dispor.

A voz de Dexter era robótica e metálica. Era bastante engraçado, pois ele movia-se tal e qual como uma pessoa normal! Todos o observavam com encanto. Ash parecia fascinado com o trabalho de Oak, o mesmo acontecia com o resto dos Professores que nunca conseguiram fazer algo assim tão bom e fascinante.

- Basta dizer-lhe o que queremos saber e ele ajuda-nos! – disse Oak com um enorme sorriso. – Fantástico, não é?

- Fascinante! – exclamou Juniper levantando-se e aproximando-se do robô.

- Olá.

- Olá Dexter! – respondeu largando um sorriso.

- Belo trabalho, professor! – exclamou Ash pondo a sua mão por cima do ombro de Oak.

Rapidamente, toda a tenção dos que estavam dentro da sala foi voltada para Dexter. O robô revirou os olhos e os braços. Os seus botões começavam de novo a piscar, mas ele ia em direção de alguém...

– Tu ser Ash Ketchum? – perguntou parando em frente de Ash.

- Ehh... eu... s-sim?

- Tu ser Ídolo de Dexter! – Dexter envolveu os seus braços metálicos à volta do corpo de Ash. O robô parecia feliz, mas Ash sentia-se apertado e tentava perceber como é que Dexter sabia o seu nome. –Professor Oak ensinar tudo sobre o senhor Ketchum. Prazer em conhecer.

- Não, por favor! – pediu Ash impedindo que Dexter se ajoelha-se. – O que é isto, Professor?

- Ash... – dizia Oak pondo alguns dedos na boca como um bebé.

- Porque é que ele sabe quem eu sou!? – gritou o rapaz agora já fora de controlo.

Oak aproximou-se da sua mala e retirou um pequeno bloco de folhas. Era ilustrado com variadas imagens que foi entregue a Ash. Era um manual de instruções de como utilizar Dexter e todas as suas funções.

- O Dexter é uma obra minha. – começou o homem. – Eu criei-a para que ele fosse contigo. Quero que o leves, ele será um bom amigo e poderás saber tudo o que quiseres com ele. – explicou.

- Comigo!? – repetiu surpreendido.

Ash prepara-se para se despedir de todos, terá de começar a missão de Professor Oak o mais rápido possível, mas agora com um novo amigo: Dexter! Irá correr bem?

Continua...