Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 10
Uma avó pode ser a solução




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– Olhe, Cas... Essa é a pequena Samantha Cassidy Winchester! Minha filha :)

Castiel olhou a criança e franziu o cenho.

– Isso não é uma criança humana... Isso saiu daquele ovo? Eu estava crente que ia ser uma avestruz... – o anjo disse fazendo uma careta.

– “Isso” é a sua avó! – protestou Dean. Porque “isso” só podia mesmo ser a avó de Castiel, nunca sua princesinha...

Castiel olhou para o caçador pensativo.

– Avó? Eu nem tenho avó...

Dean ficou impaciente. Precisava ouvir de Castiel que sua filha não era o monstro que Sam vira, e sim uma linda garotinha... Humana ou não...

– E então? O que achou dela? Não é linda?

– Linda?! Dean... Ela é muito feiosa... Você tem certeza que quer criar esse troço?

O louro enfureceu-se e trouxe a pequena para mais perto de si.

– Feiosa e troço é a sua av...

– Eu já disse que não tenho avó, Dean! – o anjo respondeu sério, cortando a frase do amigo. Ele já havia explicado a Dean, então porque o caçador continuava insistindo naquilo?

Dean e Castiel calaram-se, deixando pairar um silêncio constrangedor. Depois de alguns segundos o anjo puxou nova conversa.

– Dean?

– O que?

– Era dela que o Sam estava falando...? Quando disse que você estava em perigo por causa de um monstro?

Dean fechou a cara.

– Ela não é monstro! É um lindo bebê. Não é perigosa!

– Hmmm, certo. Não me parece perigosa mesmo... Vou dizer isso ao seu irmão, pode deixar...

– Ótimo! – respondeu Dean com irritação.

Castiel fez menção de sair, mas depois pareceu pensativo e voltou a dirigir a palavra ao caçador.

– O que ela come, Dean? – perguntou curioso.

O caçador estremeceu. Não podia contar a verdade a ele, muito menos a Sam.

– Leite, ora... O que mais haveria de ser?

Castiel então fitou o pulso enfaixado de Dean.

– E o que houve aí? – perguntou.

– Não foi nada, Cas... Vai conversar com o Sam, vai... – o rapaz disse abrindo a porta do quarto e empurrando o anjo para fora.

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Castiel encontrou o Winchester caçula aflito, esperando por notícias.

– E então, Cas? Deu cabo do monstro? – perguntou ansioso.

– Não, Sam... O monstro é a filha do Dean... Ela é pequena, não vai fazer nada de mal...

– Por enquanto... – comentou Sam irritado. – Não acredito que você não fez nada, Cas...

– Sam, ela bebe leite. Nunca atacou ninguém... Essa não é a regra de vocês? Só matar quando o monstro já tiver um histórico assassino?

– Mas Cas... Uma coisa é deixar o monstro ir embora, outra é criá-lo como filho... Meu irmão corre perigo! Até concordaria em não matá-la, mas ela não morreria de qualquer forma se a abandonássemos na floresta?

Sam reclamou e reclamou. Mas Castiel estava muito pensativo... Talvez não estivesse ouvido nem uma palavra do discurso do rapaz.

– Sam?

– O que foi?

– Você tem avó?

– Não.

“Droga” pensou Sam. Pelo jeito Castiel ainda não estava mentalmente são. O que ele ter ou não avó tinha a ver com qualquer coisa?

– Eu também não... – suspirou o anjo.

Sam ignorou o comentário feito pelo amigo. A única coisa que lhe interessava no momento era salvar seu irmão.

– Cas, o que nós vamos fazer? – perguntou suplicante, referindo-se, é claro, ao pequeno monstro que tinha como sobrinha.

– Não sei... – Castiel respondeu com tristeza. O que eles poderiam fazer para conseguir uma avó? Ele já tinha ouvido falar em avós.... Diziam que eram velhinhas muito bondosas que davam biscoito e contavam histórias. O anjo então completou.

– Será que não teria nenhuma vovozinha por aí que nos aceitasse como netos?

– CASTIEL! – gritou o caçador. – Eu estou falando do Dean e do monstro! Esquece esse negócio de avó!

Estavam no meio dessa discussão sem sentido quando tocaram a campainha.

– É o Benny. – Anunciou Castiel antes mesmo de abrirem a porta.

– Benny?! – Sam ficou irritado e surpreso. O que aquele vampiro estava fazendo ali? Como descobrira o endereço deles?

Abriram a porta.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou Sam mal humorado.

– Vim visitar Dean e a criança – respondeu o vampiro.

– Que ótimo... – o rapaz disse com ironia. Quem diria que seu irmão, que antes o acusava de ser adorador de monstros, agora tinha uma filha bicuda e um amigo dentuço. E isso sem falar no melhor amigo... Alado, e pelo jeito também maluco.

– Benny, ouça bem... – Sam então disse sério, antes mesmo de deixar o homem entrar. – Meu irmão não está bem, ele anda muito estressado. Talvez seja melhor você voltar outra hora.

A última coisa que Sam queria é que a notícia de que Dean tinha uma filha monstrinha se espalhasse. Isso seria especialmente desastroso se a informação fosse de conhecimento da comunidade de caçadores. Logo logo estariam todos sendo caçados por ali.

– Mas eu trouxe um presente... – o vampiro insistiu.

– Deixa comigo que eu entrego pra ele. – o rapaz respondeu antipático.

– Eu vim de longe para ver se meu amigo está bem... – Benny então retrucou. – Para falar a verdade não gostei muito dessa história de vocês estarem criando um Bicudin.

– Eu não estou criando nada! – reclamou Sam. – Isso é coisa do Dean! Mas então o monstro é um Bicudin? O Dean te disse isso? – Sam perguntou, finalmente deixando que Benny entrasse e se sentasse com ele e Castiel na sala.

– Ele me disse que era uma criatura adorável, um Bicudin, e pediu que eu trouxesse isso... – o vampiro disse tirando saquinhos de sangue de sua bolsa.

– Sangue? Para que? – alarmou-se Sam.

– Para alimentar a menina, ora... – respondeu Benny.

– Mas ela se alimenta de leite... – disse Castiel confuso.

– Hmmm, acho que não... Dean me disse que estava difícil alimentá-la apenas com o próprio sangue, e me pediu ajuda para conseguir mais. – explicou o vampiro.

– Eu falei que ela era um monstro e que ia matar meu irmão! – Apavorou-se Sam. Lembrou-se de como Dean parecia pálido e também do machucado no pulso.

– Dean! Dean! Abre essa porta agora! – Sam gritou, esmurrando a porta do quarto do louro.

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Logo após empurrar Castiel para fora do quarto, Dean trancou a porta atrás de si. Queria ficar sozinho com sua filhota. Ela era a sua princesinha. Tão linda, tão meiga... Porque seu irmão e seu melhor amigo teimavam em tratá-la mal?

Samantha Cassidy... dera aquele nome em homenagem a eles. Malditos! Sua pobre bonequinha de biquinho vermelho estava inquieta. Dean pegou a filha nos braços e aconchegou-a carinhosamente. Como era possível que Sam e Cas não enxergassem a criança adorável que ela era? Como era possível alguém não a amar?

O que seria de sua pobre criança em um mundo de pessoas incompreensivas, que julgam os outros pelas aparências? E como seria quando fosse maior? O que diriam as outras mães quando vissem Dean passeando com ela na pracinha? E na escola? Como seria quando as outras crianças a vissem merendando restos humanos em vez de biscoitos? Grossas lágrimas rolaram dos olhos de Mama Dean.

O caçador não tinha opção. Pegou uma pequena mala e empacotou peças de roupas suas e de sua filha. Não podiam mais viver ali... Dean ia procurar os Bicudins. Quem sabe não fossem criaturas mais compreensivas que os seres humanos? Quem sabe não o aceitassem em sua comunidade? Talvez essa fosse a única maneira de garantir que sua princesa não fosse discriminada.

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– Cas, faz alguma coisa! Ele não está abrindo a porta! – Sam reclamou alarmado.

Cas usou seus poderes para derrubar a porta sem demora. Mas onde estava Dean? Ele, Sam e Benny entraram no quarto e procuraram por ele. Tudo que encontraram foi um bilhete.

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Sammy e Cas,

Obrigado por me mostrarem que criar minha filha era uma loucura. Vocês tem razão, ela nunca seria aceita em nossa sociedade estúpida, onde lindos biquinhos vermelhos são considerados monstruosos. Vou viver com ela em outro lugar. Prometo procurá-los quando tudo estiver bem e minha filha estiver em segurança. Até breve.

Sammy, se cuida!

Cas, tome conta do Sammy pra mim!

Dean

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Sam leu e começou a chorar.

– Essa Bicudin do mal vai beber todo o sangue do meu irmão! – disse o caçador soluçando.

– Castiel, faz alguma coisa! – pediu Benny.

– Fazer o que? O que eu posso fazer? – Perguntou o anjo confuso.

– Sei lá, o Dean mandou você cuidar dele... Se vira. Ele está chorando... – Benny não gostava de ver marmanjos chorando. Despediu-se e foi embora depressa.

– Sam, não chora... – pediu Castiel sem jeito. – Nós vamos encontrar o Dean... - Mas o rapaz chorava tanto que nem podia respondê-lo. O que fazer? Castiel não levava jeito para consolar ninguém...

– Espera aqui que eu já volto! – Disse o anjo com urgência. Já tinha pensado em uma solução.

Poucos minutos depois voltou segurando um sorvete em uma das mãos e uma velha na outra.

– Pronto, Sam, não precisa chorar. A vovó vai cuidar de você! – disse o anjo entregando o sorvete ao amigo sob o olhar assustado da pobre senhora.


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