O Amor Coloriu escrita por Melissa


Capítulo 47
Tiros




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James havia dado mais um tiro na Luana, só que dessa vez ele não fez para machucar, o tiro foi na cabeça e foi a cena mais horrível que já vi. Escondi meu rosto no peito do Vitor, não gostava da Luana, mas não desejava a morte, realmente morte, para ela.

– James o que você fez?

O Vitor estava chocado.

– vitor, leve a Lia daqui.

Tio Paulo ordenou e ele se virou me correndo comigo porta a fora. Quando saímos escutei mais uns 2 a 3 tiros, não tenho certeza, ainda estava assustada com a imagem da Luana.

– Vitor temos que voltar, e se mais alguém se machucou?

Disse enquanto ele me colocava no carro e evitando a palavra morreu.

– Meu pai, seu pai e o Bauer sabem se cuidar, tem vários seguranças aqui também. Vai ficar tudo bem, vamos para casa.

Ele fechou a minha porta, deu a volta no carro e saiu cantando pneus. Eu estava aliviada por estar voltando para casa, mas estava pensando na Luana, ela não era a melhor pessoa do mundo, mas não precisava morrer. Quando estacionamos em casa senti o Vitor se aliviar.

– Estou bem mais feliz que você está bem e aqui comigo, fiquei realmente preocupado e você lá com as ironias, sua filha da puta. Podia ter acontecido algo grave.

Soltei meu cinto e me sentei em seu colo me aconchegando.

– Era pra eu estar chorando? Só ia deixar você mais preocupado.

– Mas era menos provável levar um tiro.

– Mentira, você viu o que ele fez com a Luana?

Não gostei de lembrar assim como sua expressão me dizia que ele também não gostou.

– Ela era uma desgraçada, mas morte é uma coisa muito ruim.

– Também acho.

Concordei. Ele me olhou, eu sorri e ele veio me beijar, mas eu não deixei.

– Tem dias que não escovo os dentes, Vitor. Isso é nojento!

– Eu não me importo.

Ele tentava me beijar e eu desviava rindo.

– Sai daqui, idiota.

– Eu quero um beijo.

Ele segurou meu rosto para me beijar, mas minha bochecha ainda estava dolorida pelo tapa que o James havia me dado.

– Ai!

Tirei sua mão do meu rosto.

– O que foi?

– O James me bateu, ele tem uma mão bem pesada.

– Esse desgraçado que devia morrer.

Saímos do carro e fomos entrando em casa.

– LIA!

O Biel correu em minha direção me abraçando e começou a chorar.

– Eu to bem, Biel. Não precisa chorar.

– Me desculpa.

Ele limpou o nariz com as costas da mão e me olhou com um olhar culpado.

– Desculpar por quê?

– Pelo James.

– Não foi culpa sua, não se culpe, Biel.

Limpei suas lágrimas e ele me abraçou de novo.

– Pensei que nunca mais ia ver a minha namorada secreta.

A Soph veio me abraçar.

– Namorada secreta?

– Sim, você ainda não sabe disso.

Ela riu e eu a acompanhei rindo.

– Nós sentimos sua falta.

O Gui disse e os meninos vieram me abraçar.

– Eu também senti.

– Gente, vamos deixar a Lia tomar um banho e descansar.

O Vitor disse me puxando.

– Ok!

Eles disseram juntos.

– Pensei que nunca mais ia te ver.

Minha mãe veio correndo da cozinha chorando e a tia Dora do lado dela também chorava.

– Calma, mãe.

A confortei e abracei a tia Dora também.

– Ficamos preocupadas.

– Eu sei, tia. Mas estava tudo bem.

As abracei mais forte.

– Só queria ter certeza que chegaria em casa segura e completa. Nós já vamos, vou esperar seu pai em casa, ele ficou lá?

– Sim, ficou com o James e acho que vai demorar um pouco, porque ele matou a Luana.

– Oh meu Deus!

Tia Dora colocou a mão na boca pelo susto e todos ficaram chocados.

– Vamos esperar por ele em casa, então. Tchau minha filha.

Minha mãe me deu mais um abraço forte, seguida pela tia Dora e se despediram. O Sal também saiu e eu ainda estava na porta da casa.

– Agora eu vou tomar um banho e descansar que esses dias foram longos.

Disse e fui rumo as escadas, mas encontrei uma pessoa sentada no sofá. Congelei e fiquei o olhando sem graça, era o mendigo que tinha assistido minha transa com o Vitor.

– Oi, eu sou o Hanson.

Ele se levantou e estendeu a mão para mim.

– Mais conhecido como o mendigo pervertido.

Acho que era a voz do Dinho e eles riram da minha reação, continuava sem graça.

– Eu sou a Lia.

Apertei a mão dele e desviei o olhar procurando pelo Vitor.

– Lia, o Hanson me ajudou a encontrar você, é graças a ele que você está aqui agora.

– Obrigada, Hanson.

Ainda estava morrendo de vergonha de olhar para ele, não sei como ajudou, mas agradeci mesmo assim.

– De nada, Lia. E não precisa ficar envergonhada, já disse que já vi coisas piores naquele beco.

– É... vou tomar banho. Foi um prazer te ver, Hanson e obrigada de novo.

Quase saí correndo pelas escadas e escutei a risada do pessoal. Ser ajudada pelo mendigo que assistiu você transando com seu namorado é muito estranho. Entrei no meu quarto e me senti aliviada por estar ali novamente, posso ter me feito de durona, mas esse sequestro me afetou um pouco e a morte da Luana me afetou mais ainda. Sentir a água quente descendo me fez relaxar, terminei e troquei de roupa.

– Ta com fome?

O Vitor perguntou entrando no quarto.

– Muita.

– Acho que vou pedir uma pizza.

Ele me abraçou pela cintura.

– Ótimo. Eu já escovei os dentes.

Sorri passando os braços ao redor de seu pescoço. Ele riu e me beijou, acho que um dos meus maiores medos era não sentir mais esse abraço e esse beijo.

– O Hanson ainda está aí?

– Sim, estou pensando em uma forma de ajuda-lo já que ele me ajudou. Talvez meu pai pudesse dar um emprego pra ele, pelo que vi ele é um homem muito inteligente.

– Ah tá e vai dizer o que? Pai, esse é o mendigo que assistiu eu e a Lia fudendo em um beco outro dia e me ajudou a encontrar ela, o senhor poderia lhe dar um emprego? perguntei irônica. Acho que você levaria um tiro no fudendo em um beco.

– Do jeito que meu pai tá feliz comigo eu levaria um tiro no pai.

Ri da careta que ele fez. Descemos e até que fiquei um pouco menos envergonhada de olhar para o Hanson, estávamos todos comendo pizza.

– Então Hanson, você poderia nos dar uma nota pela transa da Lia e do Vitor?

O Lucca disse e eu arremessei meu copo que estava sem refrigerante nele.

– Talvez um 9.

– Por que um 9, cara?!

O Vitor perguntou magoado.

– Achei que foi rápido demais, não sei.

– Só um 9, Vitor? Não dá para ser ator pornô.

A Soph brincou, não gostei do 9, mas eu não ia discutir sobre isso, é uma coisa constrangedora.

– Aquilo merecia um 10, é porque você não sentiu o que a Lia sabe fazer com essa boca.

– Vitor vou bater em você.

Estava começando a ficar com vergonha de novo.

– A Lia é diva, merecia um 10.

O Biel comentou.

– Desculpe, mas eu já vi mais emocionantes naquele beco.

– Como assim, cara?

O Vitor continuava indignado.

– Acho que a Lia merecia um 10 também.

O Gui comentou, vou bater nesses garotos.

– Eu dou um 10 para ela, porque ela é linda, mas o sexo deles daquele dia não merece um 10, um 9,5 no máximo.

Todos começaram a rir, menos eu que estava com vergonha e o Vitor que continuava intrigado.

– Quais quesitos você está avaliando?

– Vocês podem parar de falar sobre isso, obrigada.

Todos me olharam e começaram a rir. Na mesma hora abriram a porta e o tio Paulo e meu pai entraram, saí correndo abraçando os dois.

– Estávamos tão preocupados, filha.

– Verdade, quase você mata os velhos.

Meu pai disse seguido pelo tio Paulo.

– Vocês são os homens da minha vida.

Beijei a bochecha dos dois.

– Acho que não estavam tão preocupados assim, passaram horas pensando em como entrar para no fim só andar até lá e pá, entrar.

O Vitor comentou comendo um pedaço de pizza, tio Paulo o encarou com raiva.

– Vitor, lembre-se que agora é mais tarde.

– Não tenho culpa se o senhor não aguenta escutar o quanto é otário, pai.

E foi tudo muito rápido, o tio sacou uma arma da cintura e atirou, mas acertou a janela da cozinha que estava atrás de onde o Vitor estava sentado. O Vitor o olhou chocado enquanto os meninos riam da cara dele.

– Pai, você atirou no seu filho?

– Sim e saiba que não errei propositalmente.

Meu pai riu.

– Tio lembre-se que ele é meu namorado, preciso dele.

Disse abaixando a arma do tio e rindo.

– Ok.

Ele guardou a arma na cintura de novo. O Vitor continuava chocado, fui me sentar do lado dele enquanto meu pai e tio se sentavam conosco.

– Ele atirou em mim.

O Vitor disse só para mim sem acreditar.

– Vai chamar seu pai armado de otário de novo.

– Ele atirou em mim.

Ele repetiu no mesmo tom e eu tive que rir.

– Seu amigo, Lia?

O meu pai perguntou se referindo ao Hanson, os meninos riram e eu fiquei sem graça, o que eu falo?

– Sim, tio. Amigo íntimo.

Gui cutucou.

– É, pai. Um amigo, ele que ajudou a me encontrar.

– Prazer, obrigado por ajudar. Te devo uma.

Meu pai o cumprimentou, os meninos continuavam com as risadas e o Vitor se recuperou do choque.

– Vocês se conhecem de onde?

Tio Paulo perguntou acho que estranhando as vestimentas do Hanson.

– Das ruas.

O Biel disse como se estivesse tossindo e o olhei de cara feia.

– Ou melhor dos becos.

Dinho comentou e até o Hanson riu.

– Não entendi.

– Não é pra entender, tio Paulo. E o James?

Disse querendo mudar de assunto.

– Ele foi preso.

– Eu devia ter batido mais forte nele naquele dia que tive a oportunidade.

O Vitor comentou com raiva.

– Aí não teríamos ido para a farmácia e sim para um hospital.

– E o Hanson não teria assistido o foda de vocês no beco perto da farmácia.

A Soph acrescentou sem pensar. A encarei.

– Como é que é?!

Meu pai perguntou.

– A Lia anda fazendo sexo em becos com o Vitor.

Lucca me entregou e eu o fuzilei com o olhar.

– VOCÊ ANDA LEVANDO A LIA PARA FUDER EM BECOS, VITOR?!

Tio Paulo gritou.

– Ai caralho!

O Vitor reclamou e saiu correndo antes que o tio sacasse a arma novamente.


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Notas finais do capítulo

e Ainda Hoje Tem :Because It Has To Be So?
Comentem e Ate