O Amor Coloriu escrita por Melissa
James havia dado mais um tiro na Luana, só que dessa vez ele não fez para machucar, o tiro foi na cabeça e foi a cena mais horrível que já vi. Escondi meu rosto no peito do Vitor, não gostava da Luana, mas não desejava a morte, realmente morte, para ela.
– James o que você fez?
O Vitor estava chocado.
– vitor, leve a Lia daqui.
Tio Paulo ordenou e ele se virou me correndo comigo porta a fora. Quando saímos escutei mais uns 2 a 3 tiros, não tenho certeza, ainda estava assustada com a imagem da Luana.
– Vitor temos que voltar, e se mais alguém se machucou?
Disse enquanto ele me colocava no carro e evitando a palavra morreu.
– Meu pai, seu pai e o Bauer sabem se cuidar, tem vários seguranças aqui também. Vai ficar tudo bem, vamos para casa.
Ele fechou a minha porta, deu a volta no carro e saiu cantando pneus. Eu estava aliviada por estar voltando para casa, mas estava pensando na Luana, ela não era a melhor pessoa do mundo, mas não precisava morrer. Quando estacionamos em casa senti o Vitor se aliviar.
– Estou bem mais feliz que você está bem e aqui comigo, fiquei realmente preocupado e você lá com as ironias, sua filha da puta. Podia ter acontecido algo grave.
Soltei meu cinto e me sentei em seu colo me aconchegando.
– Era pra eu estar chorando? Só ia deixar você mais preocupado.
– Mas era menos provável levar um tiro.
– Mentira, você viu o que ele fez com a Luana?
Não gostei de lembrar assim como sua expressão me dizia que ele também não gostou.
– Ela era uma desgraçada, mas morte é uma coisa muito ruim.
– Também acho.
Concordei. Ele me olhou, eu sorri e ele veio me beijar, mas eu não deixei.
– Tem dias que não escovo os dentes, Vitor. Isso é nojento!
– Eu não me importo.
Ele tentava me beijar e eu desviava rindo.
– Sai daqui, idiota.
– Eu quero um beijo.
Ele segurou meu rosto para me beijar, mas minha bochecha ainda estava dolorida pelo tapa que o James havia me dado.
– Ai!
Tirei sua mão do meu rosto.
– O que foi?
– O James me bateu, ele tem uma mão bem pesada.
– Esse desgraçado que devia morrer.
Saímos do carro e fomos entrando em casa.
– LIA!
O Biel correu em minha direção me abraçando e começou a chorar.
– Eu to bem, Biel. Não precisa chorar.
– Me desculpa.
Ele limpou o nariz com as costas da mão e me olhou com um olhar culpado.
– Desculpar por quê?
– Pelo James.
– Não foi culpa sua, não se culpe, Biel.
Limpei suas lágrimas e ele me abraçou de novo.
– Pensei que nunca mais ia ver a minha namorada secreta.
A Soph veio me abraçar.
– Namorada secreta?
– Sim, você ainda não sabe disso.
Ela riu e eu a acompanhei rindo.
– Nós sentimos sua falta.
O Gui disse e os meninos vieram me abraçar.
– Eu também senti.
– Gente, vamos deixar a Lia tomar um banho e descansar.
O Vitor disse me puxando.
– Ok!
Eles disseram juntos.
– Pensei que nunca mais ia te ver.
Minha mãe veio correndo da cozinha chorando e a tia Dora do lado dela também chorava.
– Calma, mãe.
A confortei e abracei a tia Dora também.
– Ficamos preocupadas.
– Eu sei, tia. Mas estava tudo bem.
As abracei mais forte.
– Só queria ter certeza que chegaria em casa segura e completa. Nós já vamos, vou esperar seu pai em casa, ele ficou lá?
– Sim, ficou com o James e acho que vai demorar um pouco, porque ele matou a Luana.
– Oh meu Deus!
Tia Dora colocou a mão na boca pelo susto e todos ficaram chocados.
– Vamos esperar por ele em casa, então. Tchau minha filha.
Minha mãe me deu mais um abraço forte, seguida pela tia Dora e se despediram. O Sal também saiu e eu ainda estava na porta da casa.
– Agora eu vou tomar um banho e descansar que esses dias foram longos.
Disse e fui rumo as escadas, mas encontrei uma pessoa sentada no sofá. Congelei e fiquei o olhando sem graça, era o mendigo que tinha assistido minha transa com o Vitor.
– Oi, eu sou o Hanson.
Ele se levantou e estendeu a mão para mim.
– Mais conhecido como o mendigo pervertido.
Acho que era a voz do Dinho e eles riram da minha reação, continuava sem graça.
– Eu sou a Lia.
Apertei a mão dele e desviei o olhar procurando pelo Vitor.
– Lia, o Hanson me ajudou a encontrar você, é graças a ele que você está aqui agora.
– Obrigada, Hanson.
Ainda estava morrendo de vergonha de olhar para ele, não sei como ajudou, mas agradeci mesmo assim.
– De nada, Lia. E não precisa ficar envergonhada, já disse que já vi coisas piores naquele beco.
– É... vou tomar banho. Foi um prazer te ver, Hanson e obrigada de novo.
Quase saí correndo pelas escadas e escutei a risada do pessoal. Ser ajudada pelo mendigo que assistiu você transando com seu namorado é muito estranho. Entrei no meu quarto e me senti aliviada por estar ali novamente, posso ter me feito de durona, mas esse sequestro me afetou um pouco e a morte da Luana me afetou mais ainda. Sentir a água quente descendo me fez relaxar, terminei e troquei de roupa.
– Ta com fome?
O Vitor perguntou entrando no quarto.
– Muita.
– Acho que vou pedir uma pizza.
Ele me abraçou pela cintura.
– Ótimo. Eu já escovei os dentes.
Sorri passando os braços ao redor de seu pescoço. Ele riu e me beijou, acho que um dos meus maiores medos era não sentir mais esse abraço e esse beijo.
– O Hanson ainda está aí?
– Sim, estou pensando em uma forma de ajuda-lo já que ele me ajudou. Talvez meu pai pudesse dar um emprego pra ele, pelo que vi ele é um homem muito inteligente.
– Ah tá e vai dizer o que? Pai, esse é o mendigo que assistiu eu e a Lia fudendo em um beco outro dia e me ajudou a encontrar ela, o senhor poderia lhe dar um emprego? perguntei irônica. Acho que você levaria um tiro no fudendo em um beco.
– Do jeito que meu pai tá feliz comigo eu levaria um tiro no pai.
Ri da careta que ele fez. Descemos e até que fiquei um pouco menos envergonhada de olhar para o Hanson, estávamos todos comendo pizza.
– Então Hanson, você poderia nos dar uma nota pela transa da Lia e do Vitor?
O Lucca disse e eu arremessei meu copo que estava sem refrigerante nele.
– Talvez um 9.
– Por que um 9, cara?!
O Vitor perguntou magoado.
– Achei que foi rápido demais, não sei.
– Só um 9, Vitor? Não dá para ser ator pornô.
A Soph brincou, não gostei do 9, mas eu não ia discutir sobre isso, é uma coisa constrangedora.
– Aquilo merecia um 10, é porque você não sentiu o que a Lia sabe fazer com essa boca.
– Vitor vou bater em você.
Estava começando a ficar com vergonha de novo.
– A Lia é diva, merecia um 10.
O Biel comentou.
– Desculpe, mas eu já vi mais emocionantes naquele beco.
– Como assim, cara?
O Vitor continuava indignado.
– Acho que a Lia merecia um 10 também.
O Gui comentou, vou bater nesses garotos.
– Eu dou um 10 para ela, porque ela é linda, mas o sexo deles daquele dia não merece um 10, um 9,5 no máximo.
Todos começaram a rir, menos eu que estava com vergonha e o Vitor que continuava intrigado.
– Quais quesitos você está avaliando?
– Vocês podem parar de falar sobre isso, obrigada.
Todos me olharam e começaram a rir. Na mesma hora abriram a porta e o tio Paulo e meu pai entraram, saí correndo abraçando os dois.
– Estávamos tão preocupados, filha.
– Verdade, quase você mata os velhos.
Meu pai disse seguido pelo tio Paulo.
– Vocês são os homens da minha vida.
Beijei a bochecha dos dois.
– Acho que não estavam tão preocupados assim, passaram horas pensando em como entrar para no fim só andar até lá e pá, entrar.
O Vitor comentou comendo um pedaço de pizza, tio Paulo o encarou com raiva.
– Vitor, lembre-se que agora é mais tarde.
– Não tenho culpa se o senhor não aguenta escutar o quanto é otário, pai.
E foi tudo muito rápido, o tio sacou uma arma da cintura e atirou, mas acertou a janela da cozinha que estava atrás de onde o Vitor estava sentado. O Vitor o olhou chocado enquanto os meninos riam da cara dele.
– Pai, você atirou no seu filho?
– Sim e saiba que não errei propositalmente.
Meu pai riu.
– Tio lembre-se que ele é meu namorado, preciso dele.
Disse abaixando a arma do tio e rindo.
– Ok.
Ele guardou a arma na cintura de novo. O Vitor continuava chocado, fui me sentar do lado dele enquanto meu pai e tio se sentavam conosco.
– Ele atirou em mim.
O Vitor disse só para mim sem acreditar.
– Vai chamar seu pai armado de otário de novo.
– Ele atirou em mim.
Ele repetiu no mesmo tom e eu tive que rir.
– Seu amigo, Lia?
O meu pai perguntou se referindo ao Hanson, os meninos riram e eu fiquei sem graça, o que eu falo?
– Sim, tio. Amigo íntimo.
Gui cutucou.
– É, pai. Um amigo, ele que ajudou a me encontrar.
– Prazer, obrigado por ajudar. Te devo uma.
Meu pai o cumprimentou, os meninos continuavam com as risadas e o Vitor se recuperou do choque.
– Vocês se conhecem de onde?
Tio Paulo perguntou acho que estranhando as vestimentas do Hanson.
– Das ruas.
O Biel disse como se estivesse tossindo e o olhei de cara feia.
– Ou melhor dos becos.
Dinho comentou e até o Hanson riu.
– Não entendi.
– Não é pra entender, tio Paulo. E o James?
Disse querendo mudar de assunto.
– Ele foi preso.
– Eu devia ter batido mais forte nele naquele dia que tive a oportunidade.
O Vitor comentou com raiva.
– Aí não teríamos ido para a farmácia e sim para um hospital.
– E o Hanson não teria assistido o foda de vocês no beco perto da farmácia.
A Soph acrescentou sem pensar. A encarei.
– Como é que é?!
Meu pai perguntou.
– A Lia anda fazendo sexo em becos com o Vitor.
Lucca me entregou e eu o fuzilei com o olhar.
– VOCÊ ANDA LEVANDO A LIA PARA FUDER EM BECOS, VITOR?!
Tio Paulo gritou.
– Ai caralho!
O Vitor reclamou e saiu correndo antes que o tio sacasse a arma novamente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
e Ainda Hoje Tem :Because It Has To Be So?
Comentem e Ate