Estávamos todos deitados, uns pelo sofá outros no chão assistindo filme. 

- Burra, muito burra, tão burra que eu nem comento. 

O Vitor  reclamava da mulher do filme que assistíamos por ela entrar na casa dela sozinha, no escuro enquanto desconfiava que tinha alguma coisa lá dentro. Do nada aporta de casa abre e todos olhamos para ela assustados, mas era o tio Paulo. 

- TIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIO! 

Gritei empurrando o Vitor que estava deitado no meu colo e correndo até ele. 

- Oi minha filha linda. 

Ele disse me dando um abraço forte. 

- Oi tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiio. 

Os meninos vieram na direção dele para abraçá-lo, mas ele fez um sinal com a mão para que eles parassem. 

- Por que esse carinho todo? Vocês nem gostam de mim, se gostassem iam me visitar. 

Ele disse para os meninos. 

- Mas porque o Senhor deixou a Lia abraçar você e a gente não pode? 

- Porque eu quis. 

Eu ri da cara dos meninos. 

- Fala pai. 

O Vitor veio na direção do tio Paulo  que fez o mesmo sinal que tinha feito para os meninos. 

- E você muito menos, belo filho o que eu arrumei, vive as minhas custas e nem tira um segundo para visitar o próprio pai. 

- Como é que é? O senhor vem reclamar comigo, não vai deixar SEU FILHO lhe dar um abraço de carinho e mostrar todo seu amor, mas deixa a Lia que não é nada sua, só uma intrusa da família lhe dar o maior abraço? 

O Vitor  disse se fazendo de vitima. 

- Até parece que vale alguma coisa, uma praga dessa. 

O tio  Paulo  disse olhando para o Vitor com os olhos estreitos. 

- Sou mais amada que vocês quatro juntos. 

Disse me gabando. 

- E daí? Sou mais bonito e mais rico que você. 

O Vitor  disse e os meninos riram. 

- Mentira o dinheiro é do tio, você é pobre. 

- Isso aí  Lia. 

O Paulo  disse concordando. 

- Na sua cara, Vitor. 

O Gui  zoou com ele. 

- Ta, ta vamos parar de encher meu saco e agora nos diga o que trouxe o senhor aqui pai? 

- O carro. 

O tio Paulo  respondeu sorrindo e eu e os meninos começamos a rir. 

- Nossa como o senhor ta engraçado hoje. 

O Vitor  fez uma careta. 

- Eu te amo meu filho imprestável. 

Ele deu um tapa na cabeça  do Vitor. 

- Mas agora deixa eu dizer o que me trouxe aqui. Bem hoje tem uma recepção lá em casa e queria a presença de todos vocês. 

- Ah tio, o senhor sabe que não gosto nada desses eventos. 

O Lucca disse fazendo cara de nojo. 

- Eu sei, mas a Dora mandou avisar que se vocês não for ela manda vir buscar cada um e vão para a recepção do jeito que estiverem, nem importa se estiverem pelados, de pijama tanto faz, vocês vão de qualquer jeito. 

Ele disse sorrindo. 

- Nessa livre e espontânea pressão, não tem nem como recusar. 

O Gui  disse abrindo um sorriso falso. 

- Pois é, agora eu tenho que ir embora. Espero vocês lá em casa mais tarde, e ai de vocês se inventarem alguma coisa para não ir, ou fugir, eu caço um por um. Agora eu vou indo. 

Ele me deu um beijo na bochecha e um abraço. 

- Tchau tio, até mais tarde. 

- Tchau Lia, tchau seus vagabundos. 

O tio Paulo riu e abraçou cada um depois foi embora. 

- Que tédio, odeio essas recepções, ninguém merece. 

O Dinho comentou enquanto voltávamos para o sofá onde estávamos. 

- Odeia, mas fica dando em cima das coroas cheias da grana. 

O Vitor disse zoando com o Dinho e deitando no meu colo de novo. 

- Mas é que tem umas que dá para o gasto. 

- Sério que você dá em cima das coroas, Dinho?  

Disse rindo. 

- O Dimho? Ele é o pegador das coroas. 

- Pelo menos as coroas ele pega. 

O Gui disse rindo. 

- Eu pego a menina que eu quiser porque nenhum de vocês nasceu com o todo o charme que eu tenho, então eu pego as novinhas, as tias, as coroas e quem eu quiser. 

O Dinho  se gabou. 

- Aham Dinho, sei. 

Disse querendo rir. 

- Só você que não entra nessa lista Lia, e é só porque você é quase minha irmã se não fosse aposto que já teria pegado você porque sei que você não me tirava da sua cabeça quando chegou aqui e me viu de novo. 

- Com certeza, eu fiquei completamente louca por você, mas fiquei com medo de levar um fora. 

Disse irônica e rindo. 

- Viu só? Até ela confessa. 

- É, mas vamos mudar de assunto que esse não está mais me agradando. 

O Vitor disse e os meninos olharam para ele rindo. 

- Ta com ciúmes. HMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM... 

- Tem ninguém com ciúmes aqui não, quem ta com ciúmes aqui? 

Ele disse rindo. 

- O Vivi  ta com ciúmes de mim. HAHA. 

Disse apertando a bochecha dele de leve. 

- Ta vamos falar sobre outra coisa. 

Ele disse me dando língua. 

- O que vocês vão me dar no meu aniversario? 

Disse levantando os braços. 

- É verdade, nem lembrava disso. 

O Lucca disse pensativo. 

- Ah de vocês se esquecerem meu aniversario seus viados, eu capo cada um. 

- Vish, mas você já lembrou então... 

- Vou te dar um beijo e um abraço. 

O Gui  disse rindo. 

- Eu vou te dar um dólar para você comprar um picolé e se contente com isso. 

O Lucca  disse rindo também. 

- Eu vou te dar minha presença que é mais importante que todos esses outros presentes aí. 

O Vitor  disse no meu colo. 

- E eu vou te dar um quarto á prova de som, para eu dormir em paz quando você e o Vitor resolverem “conversar” à noite. 

O Dinho disse e os meninos caíram na gargalhada. 

- Nossa véi, to procurando a graça. 

Disse segurando o riso. 

- A gente te ama Lia. 

Eles fizeram coraçãozinho com as mãos. Ficamos conversando sobre coisas bestas por mais um bom tempo, até a tia Dora  nos ligar para lembrar da tal recepção, então cada um foi se arrumar. Tomei meu banho e me vesti, fui para o espelho me maquiar, terminei de me arrumar toda. 

- LIA VAMOS LOGO. 

- TO INDO, PERA AÍ. 

Íamos todos em um mesmo carro. Peguei meu celular e fui atrás dos meninos eles estavam conversando na sala. 

- Nossa que menina que demora para se arruma.... OOOOOOOW. 

O Dinho  disse me olhando dos pés a cabeça. 

- Lia  vai trabalhar com o Dinho hoje e atacar os coroas, por isso se arrumou toda não é Lia? 

O Gui disse rindo. 

- HAHA, eu sei estou linda. 

Disse jogando o cabelo para trás. 

- Ta linda mesmo, acho que o tio Paulo não vai nem deixar você sair de perto dele, do jeito que tem ciúme da filhinha querida dele. 

O Lucca  disse rindo. 

- Ta, mas vamos antes que a tia Dora venha atrás da gente. 

Disse e eles foram saindo, o Vitor  vinha atrás de mim e me abraçou. 

- A propósito, você não está linda, você É linda. 

Ele disse me dando um beijo no pescoço. 

- Obrigada Vivi. 

Disse sorrindo, gosto desse lado fofo dele, mas também gosto do lado safado. Fechamos a casa e fomos embora, eu e o Vitor nos bancos da frente e os meninos atrás. Liguei o som para nos distrairmos um pouco. 

- Eu gosto dessa música. 

Disse aumentando mais o som, tocava “Turn Up The Music” do Chris Brown.

- Turn up the music, I need in my life yeeeeeeeeeeeah 

O Gui cantou e começamos a dançar no carro. Ficamos cantando, dançando e rindo até chegar lá. Quando chegamos, descemos do carro e fomos entrando, todos começaram a nos cumprimentar e tals, esse povo todo paga pau pro tio  Paulo. 

- Oi tio, oi tia. 

Disse chegando perto deles. 

- Oi Lia. 

A tia Dora  me abraçou. 

- Oi minha filha. 

O tio Paulo  me deu um beijo na testa. 

- Cadê os imprestáveis dos meninos? 

- Ficaram magoados com o senhor depois de hoje mais cedo. 

Disse rindo. 

- Sei, bem magoados. 

Ele riu comigo. 

- Nós vamos falar com o pessoal que ta chegando ali, fica a vontade Lia. 

Eles saíram me deixando sozinha. 

- Olha o Dinho já começou. 

O Vitor disse chegando perto de mim e eu segui a direção para onde ele estava olhando, o Dinho estava com uma mulher mais velha, não era feia estava bem cuidada e os dois conversando. 

- Não conhecia esse lado do Dinho. 

Disse rindo. 

- Com licença – um garoto veio na minha direção, era mais ou menos da minha idade então devia ser filho de alguém daqui – você gostaria de dançar comigo? 

Ele disse sorrindo, era bonito para falar a verdade. Olhei para o Vitor que encarava o menino, enquanto o mesmo olhava para mim sorrindo e esperando a resposta. 

- Isso Lia, vá dançar com o Nicholas. 

O tio Paulo  chegou quando ia responder que não. 

- O senhor não pode ser meu pai, seu cruel. 

O Vitor  disse olhando para ele com os olhos estreitos. 

- Vá  Lia, não deixe ele ficar esperando. 

Não gosto de contrariar o tio  Paulo, então fui. 

- Você é filha do senhor Machado também? 

O tal Nicholas perguntou enquanto nos encaminhávamos até a parte onde estavam dançando. 

- Não, só de consideração. Fui praticamente criada por ele.

Disse sorrindo.  

- E o Vitor, te considera como irmã? 

Ele perguntou rindo fraco. 

- Aí, essa parte... 

- Entendi. 

Ele riu. Tocava uma musica um pouco lenta, nem tanto. Ele até que dançava bem, conversamos um pouco durante a dança, ele era uma pessoa legal. Quando a musica acabou voltei para onde estava antes com o Vitor. 

- Muito lindo, não é senhorita Lia?

O Vitor  disse. 

- O que? 

- O que? Você indo dançar com esse Nicholas aí. 

- Foi seu pai quem falou para eu ir dançar com ele. 

Disse rindo. 

- É verdade, aquele traíra. 

Ele disse fazendo cara emburrada e me fazendo rir mais ainda. 

- Bom já que você já voltou, vem aqui comigo. 

O Vitor mudou de expressão de repente e saiu me puxando pela mão. 

- Aqui aonde  Vitor? 

- Você vai ver. 

Ele continuou me puxando, e do nada ele me vira me encostando na parede em um lugar escuro. 

- Eu sabia que você tava aprontando. 

Disse rindo enquanto ele vinha me beijar. 

- Posso saber o que ta acontecendo aqui? 

O tio Paulo disse e eu e o Vitor ficamos com caras de retardados olhando para ele.