As Marotas escrita por Effy
Estava um dia nublado em Ottery St. Catchpole. Por ali caminhavam duas garotas, uma mais alta do que a outra. As duas usavam capuz e ninguém conseguia distinguir os seus rostos; elas caminharam até uma estrada próxima ao lago, onde o vilarejo terminava e tudo se tornava um imenso deserto. Não ligaram, afastaram um pequeno garoto com a mão e pularam em pedras para atravessar o lago. Contudo, o capuz da mais baixa esvoaçou e os que estavam atentos puderam ver longos cabelos loiros cacheados. No mesmo momento, ela cobriu novamente a cabeça e uma delas tirou duas mochilas da bolsa, os moradores ficaram boquiabertos, mas logo continuaram a observar, quietos. A mais alta retirara da mochila uma garrafa d’água e despejou metade na boca. Guardou-o novamente e as duas continuaram pelo deserto, até desaparecer de vista. Os moradores olharam um para os outros e era apenas daquilo que se falou durante o dia inteiro.
Enquanto isso, as garotas chegaram a um matagal amarelo e mal-cuidado, o que fez elas tirarem o capuz. A mais alta tinha um cabelo castanho-âmbar, médio e meio liso, meio cacheado. A mais baixa, tinha agora os cabelos presos em uma trança grossa e mal-feita. Não demorou muito para começarem a conversar uma com a outra.
“Essas férias não estão sendo boas para mim”, disse a mais alta, entre uma pausa. “Não até agora, é claro, a casa da Gina é muito legal. Eu adoro ir lá. Exceto por um motivo...”, terminou a frase e começou a encarar os pés, ainda caminhando. A loira pôs-se a falar:
“As minhas estão... normais. Como sempre, eu ganhei um novo amuleto contra os narguilés e ajudei o meu pai com as edições da revista”, disse, ainda encarando o matagal amarelado. A morena, que não parecia ter a menor ideia do que era um narguilé, permaneceu calada. Assim, ninguém deu novamente início a conversa e elas continuaram em silêncio até verem um monumento marrom e alto ao longe. Sorriram uma para a outra e as duas beberam água. Seguraram nos joelhos, tomaram fôlego e correram a toda velocidade. A morena tropeçou nos calcanhares e bateu de cara no chão, o que fez com que a loira tropeçasse em seus braços e caísse também. Estavam bem mais próximas do monumento agora. Levantaram e começaram a correr de novo, até ficarem frente a frente ao lugar. Agora ele tinha a aparência de um chiqueiro de pedra deformado, com cinco chaminés no seu telhado vermelho. Elas bateram na porta, ansiosas. Quem abrira fora um rapaz alto, de cabelos ruivos e sardas por todo o rosto.
“Pois não?”, disse em um tom rouco e surpreso.
“Como assim “pois não”? Por quê não nos deixa entrar logo? Não está me reconhecendo, Gui?”, começou a morena, num tom bem alto e bravo.
Naquele mesmo instante, aparecera uma garota ruiva próxima a entrada, cutucando o rapaz, que prontamente virou-se.
“Está tudo bem por aqui? Ouvi gritos.”, ela sussurrou para ele.
““Não há nada demais, Gina, só essas duas garotas aqui”, ele deu espaço para a jovem enxergar e levou o dedo da morena a ruiva “Elas querem entrar, mas eu não as conheço.”
“Guilherme Arthur Weasley! Você está tentando me dizer que não as conhece? Você está ficando louco, é, está sim!”, a garota empurrou o moço para o lado e puxou as duas para dentro. “Agora, olha bem pra minha cara.”, ela disse, bem séria, o que o amedrontou e fez ele atender ao pedido.
“Agora, diga-me se você conhece ou não conhece Hermione Granger e Luna Lovegood!”
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!