O Defensor escrita por That Girl


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sutil.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! Quero agradecer às minhas 30 leitoras! estou muito feliz *-*

Dedico para: Carina e Laura Cullen, que favoritaram e as demais meninas que também favoritaram (não apareceu os nomes aqui =/)

As meninas que sempre tem comentado, o meu MUITO OBRIGADO! ♥

Boa leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/407470/chapter/8

Não sei quanto tempo ficamos abraçados, senti que também chorava e ela me apertava; afaguei seus cabelos e beijei o topo de sua cabeça.

– Edward... – ela disse baixinho.

– Sim... – sussurrei.

– Obrigada por tudo. – sorri e me afastei dela para olhar em seus olhos.

– Não sei por que sempre me agradece... – disse olhando em seus olhos e ela sustentou meu olhar por poucos segundos.

– Porque devemos ser gratos aqueles que nos apóiam e ajudam, agradecer demonstra que eu recebi o que me fez. – disse sorrindo e eu corei.

– Me deixou sem palavras agora... – ela sorriu.

– Bem vinda ao meu mundo, você tem me deixado assim boa parte do tempo. – sorri vitorioso, “Ela repara em suas atitudes mais do que você imagina...” pensei comigo mesmo.

– Agora entendo como se sente... – disse e ela riu baixo. – Bem, o dia foi longo e amanhã temos aula, vou deixá-la descansar.

– Você também precisa descansar, andou o dia todo comigo e ainda carregou sacolas pesadinhas... – disse corando e eu maneei a cabeça.

– Foi um prazer, e já disse que meus braços servem pra isso. – ela riu.

– Vou me lembrar disso à próxima vez que sair para comprar livros. – disse e eu sorri.

– Disponha, sempre. Bem... Boa noite e até amanhã. – disse encurtando a distância entre nós e beijando sua testa; fui surpreendido por um rápido abraço e cedo demais ela se afastou.

– Boa noite e até amanhã. – disse me acompanhando até a porta. Antes de sair eu me virei resolvi perguntar uma coisa que surgiu de repente em minha mente.

– Isabella, você fica sempre sozinha na escola porque se sente mais a vontade assim? – ela me olhou surpresa e respondeu prontamente.

– Devido às circunstâncias, sim, me sinto mais à vontade sozinha. – assenti e olhei sério pra ela.

– Vou respeitar seu espaço, mas saiba que estarei por perto. Não só eu, mas James, Vic e Tânya também. – vi gratidão em seus olhos e sorri de canto. – Se algo acontecer, estaremos por perto. – ela assentiu e eu fui embora.

Entrei em casa e ouvi vozes animadas vindo da sala, balancei a cabeça rindo e subi para o meu quarto. Tomei um banho e resolvi arrumar as provas que tinha colhido durante a semana passada, scaneei os bilhetes, passei as fotos e os vídeos para o computador e guardei tudo em uma pasta, salvei uma cópia em um pendrive e guardei na gaveta da minha escrivaninha. Peguei os livros que tinha comprado e arrumei-os em minha estante e sem ter muito mais o que fazer resolvi me deitar; só quando fiz isso notei o quanto estava cansado e adormeci rapidamente. Não reconheci de imediato o lugar onde estava, mas vi ao longe Isabella sentada diante de uma mesa, cercada de livros e absorta no que lia. Ela estava mais velha e muito mais linda, e quando me viu lançou um olhar carinhoso. Me aproximei da mesa e ela sorriu me estendendo um bloco com folhas soltas. Acordei atordoado e vi pela janela que ainda estava escuro, virei na cama e voltei a pegar no sono. Não me lembro se sonhei com ela, mas acordei com o celular despertando e fui rapidamente me arrumar; hoje seria um dia diferente para mim já que eu e meus amigos teríamos um trabalho pela frente: ficar de olho na gangue dos gêmeos e registrar cada atitude suspeita do grupo. Hoje eu também iria testar o comportamento de Isabella para comigo diante de outras pessoas, já que durante o final de semana fizemos um grande progresso em nossa aproximação.

Desci para o café e meus pais já tinham saído, haviam sido encaixados para trabalhar das seis da manhã até as seis da tarde, pelo menos os teria em casa para o jantar e durante os finais de semana. Tomei o café que minha mãe carinhosamente havia deixado arrumado pra mim e saí trancando a porta; como o dia estava com sol e poucas nuvens, resolvi ir à pé até a escola; o que levaria apenas dez minutos e me daria a oportunidade de talvez encontrar com Isabella pelo caminho. Eu sei que poderia simplesmente bater na porta dela e me oferecer para acompanhá-la, mas simplesmente decidi fazê-la me notar através de meus gestos. Eu seria sutil, mas sempre que ela olhasse para os lados, me encontraria ali.

Cheguei à escola e vi meus amigos sentados à sombra de uma árvore, andei até lá e sentei-me com eles.

– Bom dia! – disse animado e eles me olhavam expressões de curiosidade no rosto.

– Bom dia... – os três disseram juntos. – Alguém curtiu o final de semana pelo jeito! – Vic disse gargalhando e eu revirei os olhos.

– Não é nada do que você está pensando.

– Eu não disse nada! – ela fez cara de espanto e Tânya gargalhou.

– Alguém está dando bandeira! – revirei os olhos e Jay me olhou de canto.

Depois você me conta o que andou aprontando... – ele falou baixo e eu assenti minimamente.

– Mas e aí Edward, Jay nos disse que você conseguiu algumas provas contra os gêmeos! – Vic disse baixo e seus olhos brilhavam de expectativa.

– Sim! – disse animado. – Eu fiz cópias de segurança ontem e Jay conversou com vocês sobre a idéia dele? – elas assentiram animadas e Jay deu tapinhas nas minhas costas.

– Que os jogos comecem cara! – Jay disse fazendo uma cara maléfica e gargalhamos juntos.

– Temos que ser discretos, vocês sabem. E façam cópias de tudo. – disse e eles assentiram.

– Ah, Edward? – Vic me chamou.

– Sim?

– Hoje eu e Tânya vamos convidar Isabella para almoçar, queremos muito ficar perto dela assim como você. – sorri contente e elas retribuíram.

– Ela parece ser uma garota incrível. – Tânya sorriu.

– Sim, ela é. Não é tão fácil fazê-la se soltar... Mas quando o faz, é encantadora. –disse sorrindo torto e elas suspiraram.

– Ah cara, tá escorrendo baba aqui ó... – Jay disse debochado passando a mão no meu queixo e eu revirei os olhos.

– E falando na Isabella, sabem se ela veio hoje? – perguntei já me levantando, o trio fez o mesmo.

– Sim. – Tânya respondeu. – Ela está na sala já, aula de espanhol parece ser a preferida dela. – disse sorrindo e fomos os quatro juntos até a sala. Ao entrarmos encontramos Isabella no mesmo lugar de sempre, mas, para nossa total surpresa ela abaixou o livro que estava lendo e nos olhou nos olhos rapidamente.

– Bom dia... – murmurou timidamente e sorriu de canto. Nós três nos olhamos surpresos, Vic e Tânya se aproximaram de Isabella, que sorriu timidamente para elas.

– Podemos te chamar de Isa? – Vic perguntou receosa e Tânya olhava em expectativa. Jay e eu resolvemos nos sentar e fingir que conversávamos, para deixá-las mais a vontade.

– Hum... Podem... – disse baixo e elas sorriram largamente.

– Você gostaria de almoçar conosco hoje? – Tânya perguntou empolgada e vi Isabella olhar pra mim e Jay de cantinho; Vic percebeu e rapidamente falou.

– Seremos só nós, um dia de garotas! Que tal? – as meninas esperavam ansiosas por uma resposta e Isabella sorriu de canto.

– Aceito... – elas sorriram juntas e Vic se aproximou do pescoço de Isabella e Tânya fez o mesmo.

– Nossa! Que gargantilha linda Isa! – as duas exclamaram juntas eu olhei curioso e Jay me olhou cara de ‘acho que você tem haver com isso’, assenti e ele sorriu.

– Ah, obrigada meninas... Foi um presente. – ela respondeu sem graça e as meninas se entreolharam e não perguntaram mais nada. O sinal tocou e as duas acenaram para Isabella e sentaram-se nos lugares de sempre, perto de mim. Os outros alunos entraram e logo a professora também e a aula teve início. Olhava sorrateiramente para o lado e ficava feliz ao notar o semblante mais tranqüilo e contente de Isabella; mas não pude negar que toda vez que olhava aquela gargantilha eu sentia meu coração se aquecer. Ela estava confiando em, que não iria abandoná-la e eu estava confiando que ela me deixaria ajudá-la; estava sendo uma troca justa.

As aulas seguiram normalmente, as meninas pareciam muito empolgadas com o almoço e eu tentava esconder certo ciúme que comecei a sentir de repente, não entendi o porquê de me sentir assim. Os gêmeos estavam muito quietos e isso deixou eu e Jay muito intrigados. Apenas observavam Isabella atentamente e cochichavam alguma coisa. A hora do almoço finalmente chegou e as meninas saíram da sala acompanhadas de Isabella; eu e Jay fomos atrás e combinamos que sentaríamos um pouco distantes, pois nosso foco seria observar sutilmente cada passo daqueles dois desaforados. Observávamos a mesa das meninas e eu sorria todo bobo vendo como Isabella se acostumava com a presença das meninas e ia ficando mais a vontade.

– Você realmente está conseguindo entrar na bolha dela... – Jay falou orgulhoso enquanto observava as meninas sorrindo e conversando.

– Sim... E ela cada dia mais segura da nossa presença. – disse olhando pra ele, que sorriu de canto.

– Fico feliz que nos inclua, no começo pensei que fosse fazer tudo sozinho... – ele fez um muxoxo e eu revirei os olhos.

– Até parece, vocês também gostam dela e querem ajudar. Eu só quero que ela tenha amigos, pessoas com as quais ela pode contar. – disse sério e ele me olhou emocionado.

– Cara, Vic e Tânya estão eufóricas! Elas falam o tempo todo de como Isabella olha pra você durante as aulas, que está mais confiante, já não abaixa a cabeça sempre que anda pelos corredores... – eu sorri tímido e ele prosseguiu. – É verdade cara, você chegou tirando ela do próprio eixo. Ela já conversou com você sobre os gêmeos? – encarei-o pesaroso e maneei a cabeça, ele bufou derrotado.

– Ela ainda não se abriu tanto Jay... Acho que tenho que esperar ela falar. A única vez que tentei interrogá-la ela chorou por duas horas. – ele suspirou pesaroso.

– Você tem razão... Já fomos tão longe nessa aproximação, mas ainda estamos pisando em ovos. – assenti concordando e vi James olhar intrigado para a mesa dos gêmeos, acompanhei seu olhar e fiquei me perguntando o porque de Lauren ter se levantado da mesa dela e caminhar decidida para as mesas do fundo do refeitório. As meninas nem perceberam, estavam muito entretidas e eu assenti pra Jay preparar o celular, se ela tentasse algo contra Isabella eu a tiraria de lá sem pensar duas vezes. Ficamos em alerta e todos pareciam absortos em suas conversas. Jay e eu sentamos uma mesa mais perto de maneira sutil e logo constatamos que Lauren faria algo, duas garotas se aproximaram dela e juntas elas foram até a mesa onde Isabella estava, ela se debruçou apoiando as mãos na cintura.

– Ora, ora! Mas não é que hoje é o dia de fazer caridade na FHS! – ela falava baixo e de maneira sarcástica. Vic e Tânya arquearam suas sobrancelhas e notei que Jay já registrava tudo de maneira discreta.

– Que eu saiba não, porque não me lembro de ter te doado a roupa que está usando. – Tânya disse sorrindo cinicamente e eu e Jay engolimos uma gargalhada. Isabella baixou a cabeça e vi Vic respirar forte.

– Rá, rá, rá! Sempre tão engraçadinha né Tânya? – Lauren respondeu acidamente e virou para Isabella.

– Não sabia que estava cobrando para fazer deveres de casa para os outros Nerdella. Que coisa feia... Só assim pra conseguir alguma companhia durante o almoço não é? – Isabella encolheu os ombros e eu já via tudo vermelho. Ia me levantar mas Jay fez que não com a cabeça rapidamente, olhei de canto e vi Tyler e uns caras nos observando. Fiquei sem saber o que fazer, se eu saísse dalí eles veriam Jay filmando Lauren e se acontecesse algo conosco Isabella se culparia. “Filhos da puta!” pensei com raiva. O resto do refeitório parecia alheio ao que acontecia, aqueles malditos estavam sendo sutis!

– Faça me o favor Lauren, ninguém aqui precisa comprar deveres prontos! – Vic respondeu bufando de ódio.

– Não sei não... Essa daí nunca prestou nem pra fazer amizades, sempre esteve preocupada em se exibir para os professores... Não é vadiazinha de merda? – Isabella permanecia com a cabeça baixa e visivelmente lutando para não chorar. “Tirem ela daí, tirem ou eu vou tirar!” eu torcia mentalmente para que elas fizessem isso logo. As amiguinhas de Lauren riam e ela olhava com desdém para Isabella.

– Nós não somos obrigadas a ouvir você, com licença querida. Vem Isa! – Tânya levantou-se puxando Isabella e Vic consigo. Jay rapidamente escondeu o celular e saímos pela outra porta deixando uma Lauren rindo à toa no refeitório. “Vai rindo sua imbecil... Vai rindo bastante! Tua hora está chegando!” sorri pra mim mesmo.

– Vic mandou uma mensagem, elas estão nos jardins do fundo. – Jay disse e corremos pra lá. Ao chegar meu coração ficou pequeno ao ver ela sentada no chão abraçada aos joelhos e com a cabeça entre as pernas. Vic e Tânya estavam um pouco distantes e bufavam de raiva.

Ah, mas um dia eu soco essa vagabunda! – Tânya sibilava raivosa e Vic fazia o mesmo.

Não soca antes de mim! Eu vou arrancar aquele sorriso cínico dela à unha! – as duas tentavam se acalmar e eu me aproximei delas.

Como ela está? – disse baixinho e elas suavizaram as expressões.

Não sabemos, ela apenas sentou ali e não quis falar! – diziam aflitas.

– Cara, nós vamos nos sentar ali naquela mesa, vou mostrar o vídeo pras meninas e enviar uma cópia para os nossos emails, vá falar com ela. – Jay disse preocupado e puxou as meninas com ele. Me aproximei de Isabella e toquei seus cabelos de leve, sentei-me ao seu lado ele virou a cabeça em minha direção.

– Pensei que estivesse chorando... – disse aliviado ao ver que ela estava muito corada.

– Eu quase morri de vergonha... Pensei que as meninas me deixariam ali. Eu não presto nem pra fazer companhia pra elas na hora do almoço... – disse envergonhada e meu queixo caiu surpreso com as palavras dela.

– Ei! O que eu disse pra você? Nós gostamos de você Isabella! E não são as palavras de uma recalcada como a Lauren que vão nos fazer desacreditar de você! Vic e Tânya não te defenderam à toa, nós não estamos de brincadeira. Queremos estar com você! – disse emocionado e ela ergueu os olhos. – Não será fácil, mas você tem que acreditar em si... Lembra do que te falei ontem? – ela assentiu com os olhos úmidos. – Então seja forte! Não por nós que te admiramos, mas por você! Porque é mais importante do que pensa. – suas lágrimas escorriam silenciosas e meus olhos estavam brilhando por causa das minhas lágrimas.

– Porque você ainda está aqui? – ela dizia mais pra si mesma do que pra mim.

– Porque eu vi que você é forte e capaz de superar tudo isso. Desde o primeiro dia que eu te vi eu te admirei. – meu coração começou a bater acelerado quando olhei pra ela e senti seus olhos úmidos em mim.

– Eu acredito em você... – disse passando os dedos pela gargantilha e eu sorri. – Vou ao banheiro, logo o sinal toca... Pode pedir as meninas para irem me encontrar lá, por favor? – assenti sorrindo e me levantei oferecendo ajuda para ela se levantar, chamei Tânya e Vic e as três foram juntas ao banheiro. Jay se aproximou de mim sorrindo e me deu um tapa nas costas.

– Mandei uma cópia do vídeo para o seu email, que sexta-feira chegue logo! – assenti – Cara, você sabe que já conseguiu né? – olhei confuso pra ele, que sorriu largamente.

– Consegui o que? – ele riu baixo.

– Você está na bolha. Quando vocês dois estão juntos eu o vejo envolvido por ela. – maneei a cabeça abismado.. “Será? Hum... Ela me ouve, acredita em mim... Deixa eu me aproximar dela... Ah! Meu Deus! Estou na bolha com ela!” sorri sozinho ao me dar conta disso. – Mas agora vem a parte mais difícil: puxá-la pra fora com você. – assenti e ele prosseguiu. – Não será fácil, mas pode contar conosco. Vamos ajudá-lo. – dei um tapinha nas suas costas e olhei agradecido pra ele.

As meninas voltaram do banheiro e Isabella parecia mais tranqüila, não falamos sobre o que aconteceu no refeitório e as aulas seguiram normalmente e Lauren e sua gangue agiam como se Isabella não existisse. As aulas daquele dia acabaram e eu fui embora caminhando junto com Isabella, durante o caminho conversamos amenidades e ela parecia calma. Deixei-a na porta de sua casa e me despedi lhe dando um beijo em sua testa, ela corou e entrou correndo em casa. “Tão tímida e tão linda!” a frase surgiu em minha cabeça e eu sorri bobo. Cheguei em casa e corri para o meu quarto, precisava baixar o vídeo e salvar as cópias de segurança, nem me dei ao trabalho de assisti-lo para não me estressar.

No dia seguinte eu acordei levemente atrasado, tinha sonhado com Isabella, mas não lembrava o que era, só sabia que isso tinha me deixado agitado e me virei na cama a noite toda. Arrumei-me às pressas e saí sem tomar café da manhã, devido ao atraso eu tive que ir de carro. Cheguei à escola e o sinal já havia tocado, fui correndo para a sala e cheguei um minuto antes do professo Mason, de Química. Cumprimentei rapidamente meus amigos e sentei-me na bancada ao lado de Isabella, Tânya estava à sua esquerda.

– Bom dia... – disse sorrindo e ela sorriu tímida.

– Bom dia... – disse me olhando de canto.

– Bom dia classe! Vamos começar logo porque hoje o dia será longo. – disse o professor Mason começando a escrever fórmulas no quadro, nem precisei olhar para o lado para saber que Isabella já anotava tudo em seu caderno de maneira caprichosa e Tânya pedia suas canetas coloridas emprestado; ri com a cena e elas pareciam ter se aproximado. O professor terminou de passar as fórmulas e chamou nossa atenção.

– Atenção classe, quero que cada um de você trabalhe individualmente com os materiais que vou distribuir. As soluções do quadro deve ser feitas com muita atenção, não quero gracinhas e distrações. – todos murmuram um ‘OK’ e ele prosseguiu – Perfeito. Ah... Krista e Lauren, podem me ajudar a distribuir os materiais? – as duas estavam sentadas bem na frente e sorriram satisfeitas levantando-se para auxiliar o professor, revirei os olhos “Criancice!” quase pensei em voz alta mas mordi a língua, Isabella parecia ignorar o que acontecia e tirava algumas dúvidas de Tânya. A tal Krista entregou nossos materiais e o professor voltou a falar.

– Obrigado meninas! Bem, vou sentar para corrigir alguns trabalhos, e logo vou rondar a sala. Qualquer dúvida me chamem que eu vou até vocês. Sejam atentos e nada de gracinha. Podem começar. – todos assentimos e começamos a preparar as soluções seguindo as fórmulas passadas. Isabella se concentrava nas dela e ajudava Tânya quando ela pedia. Estava distraído fazendo minha atividade quando de repente o béquer de Isabella incendiou e o de Tânya explodiu. Todos olhavam assustados e eu rapidamente puxei as duas pra perto de mim.

– Mas o que... – o professor levantou assustado e seu queixo caiu. – Isabella! – disse espantado e Lauren virou-se com falso espanto.

– Meu Deus professor! Isabella tentou fazer uma solução diferente, ela tentou explodir a sala e prejudicar Tânya! – todos olhavam estupefatos e Isabella começou a tremer de nervoso e Tânya bufou de raiva.

– Calma Lauren, ei... Calma pessoal... Todos em seus lugares. – o professor disse vindo até nós com um pequeno extintor de incêndio. Depois ele conferiu os materiais usados por Isabella.

– Não sei o que estava tentando fazer, mas quase causou um sério acidente. – disse olhando decepcionado para Isabella que não tinha como ficar mais vermelha.

– Professor, sinto muito... Eu usei os ingredientes que foram distribuídos, eu prestei atenção... – ela dizia baixo e Tânya fez menção de falar mas o professor fez sinal para que ela se calasse. A sala virou um zumbido de vozes e muitos riam dela. Lauren e sua turma apenas observavam e vi de canto Jay e Vic filmar discretamente a cena.

– Olha, vou dar um desconto porque sei de suas capacidades... Mas terei que pedir que saia da aula e me entregue uma lista de exercícios na próxima aula; das páginas 200 a 210 do livro. – ele disse pesaroso e ela assentiu juntando suas coisas e saindo rapidamente da sala.

– Muito bem... Não tem nada para olhar aqui. Podem parar as conversas paralelas e continuar a atividade, Tânya, mude de lugar por favor e recomece sua atividade. – Tânya assentiu e quando eu ia falar algo o professor me interrompeu. – Ninguém vai sair da sala até que a aula acabe. – suspirei derrotado e continuei minha atividade fazendo um esforço sobre-humano para não fazer besteira. Meu sangue fervia e eu via tudo vermelho. Lauren continuava agindo como se nada tivesse acontecido e me obrigava a ficar calmo por ela.

Finalmente a aula acabou e nas aulas seguintes Isabella permaneceu muda e não queria conversar comigo e o trio. Ela pediu gentilmente que Tânya a perdoasse e se afastou antes que a mesma pudesse responder.

– Ora, ora... Cuidado hein pessoal, a Nerdella pode por fogo na sala! – Lauren e metade da turma gargalhavam.

– Acho que ela deixou de ser a Nerd! – Tyler ria descontrolado. – Agora ela é a Foguella! – todos choravam de rir e eu quase me levantei, mas Jay me segurou.

– Segura a onda cara, as meninas estão gravando, arrumar encrenca agora só vai piorar tudo. Sei que é difícil, mas engole a raiva, por favor. – ele falava baixo e eu respirava pesado. Olhei de canto e vi Isabella segurar o choro, ela estava visivelmente muito envergonhada e eu morria por dentro ao vê-la daquele jeito.

As aulas seguiram e quando Isabella entrava na sala os alunos gritavam ‘Bum’ e eu tinha vontade de explodir um por um. Alguns insinuavam que Isabella poderia explodir a escola, ela apenas passava por todos cabisbaixa e antes do final da última aula ela sumiu.

Ficamos todos apreensivos e decidimos que cada um tentaria se aproximar dela de algum jeito, entramos num consenso e achamos melhor apenas ligar. Todas as tentativas foram em vão, Isabella não atendia o telefone e no dia seguinte ela não foi à escola; ficamos obviamente preocupados e seguimos a gangue dos gêmeos e gravamos eles debochando de Isabella e também de um pequeno grupo de alunos que acusou Lauren de ter armado a explosão.

Cheguei em casa e resolvi ligar para Renée, já que Isabella não me atendia.

Edward? – Renée disse aflita do outro lado da linha.

– Como ela está Renée? – disse aflito e ela suspirou.

Trancada no quarto desde ontem e hoje não quis ir à escola. Perguntei o que aconteceu e ela me contou do acidente, dizendo que tinha sido culpada. Ela está muito envergonhada. – soltei um suspiro derrotado e expliquei o que tinha acontecido.

Mas que filha de uma... – Renée esbravejava. – Edward, isso tem que ter um fim. Não vou deixá-la sofrer mais um minuto. – ela bufava e eu controlava a voz.

– Renée, pode estar certa que isso não ficará impune. Sexta-feira nós vamos nos reunir com o conselheiro Scott. – ela soltou um suspiro.

Ela se fechou de novo Edward! Ela não quer atender nenhum de vocês, está se sentindo humilhada... – ela falava com a voz embargada. Naquele momento eu tive uma idéia.

– Renée, posso te pedir um favor?

Claro Edward! – disse esperançosa.

– Não deixe Isabella ir à escola amanhã e leve-a com você para Port Angeles, se aproxime mais dela... E deixe uma cópia da chave aqui em casa, por favor... – disse animado e ela riu baixo.

Sua mãe tem uma cópia, deixei com ela para emergências. Nem vou perguntar o que vai aprontar, eu confio em você. Mando ela pra casa antes ou podemos chegar juntas? É algo que eu posso ver? – disse mais calma e um pouco divertida.

– Vou pegar com ela. Vocês podem chegar juntas. E sim, você poderá ver. Até amanhã Renée, e obrigado pela confiança. – ela riu baixo.

Não tem que agradecer, anjo da guarda da minha Bells. – ela desligou e eu sorri bobo. Eu faria Isabella ver que não estava sozinha e seria mais persistente que nunca. Enviei uma mensagem para Jay avisando que não iria para a escola no dia seguinte e começou a organizar as coisas para o que faria no dia seguinte.

Quase não dormi, de tão eufórico que estava para colocar tudo em prática. Tão logo meu celular despertou eu me arrumei e tomei café em tempo recorde. Peguei meu carro e saí em direção ao centro e comprei todo o necessário para fazer o que tinha em mente. Passei a tarde toda na casa de Isabella e só parei para fazer um rápido lanche em minha casa e voltei correndo para a casa dela. Sorri satisfeito quando vi tudo pronto e não demorou muito eu ouvi o carro da mãe de Isabella e me escondi no quarto de Renée, deixando a porta entreaberta. Os passos e vozes no andar de baixo eram levemente animados e as duas conversavam.

– Vou tomar um banho para jantarmos mãe... – Isabella disse já subindo as escadas e ouvi Renée subir atrás.

– Também vou, podemos preparar o jantar juntas. – Renée disse animada.

– Ok! – ouvi os passos no corredor. – Oh meu Deus! – escutei Isabella ofegar. – Mãe, vem aqui! – sua voz parecia embargada e saí do quarto, Renée me viu e sorriu em expectativa.

– O que foi Bells... – Renée estacou na porta do quarto de Isabella. Andei sorrateiramente e parei na soleira da porta. Isabella olhava espantada para o quarto escuro, eu tinha propositadamente fechado as portas da sacada. – Deita na cama filha... – Renée disse entrando no quarto e puxando Isabella para deitar-se na com ela.

Observei a cena com os olhos marejados, Isabella fitava o teto do quarto e chorava silenciosamente. Eu havia comprado estrelas que brilhavam no escuro e com uma caneta especial escrevi várias palavras para ela. Tudo o que meu coração pediu para escrever.

– Especial, linda, iluminada, graciosa, delicada, inteligente, brilhante, estrela, meiga, sorriso encantador... – Renée lia com a voz embargada. – Forte, decidida, capaz, corajosa, cheia de luz... – Isabella chorava e eu resolvi me fazer presente.

– Eu te disse que jamais te deixaria, e que sempre estaria aqui pra te lembrar do quanto você é capaz. – disse essas palavras com a voz embargada e Renée sentou-se na cama enquanto Isabella vinha à passos rápidos em minha direção.

– Obrigada e me desculpe por ter fugido como uma covarde... – segurei seu queixo e beijei o topo de sua cabeça.

– Estou aqui para te apoiar, você precisou de um tempo. Por isso vim de surpresa. – disse piscando e pela segunda vez ela me abraçou.

– Tão persistente. – disse baixinho.

– Já disse que vou cuidar de você... – disse apertando mais o abraço e sendo surpreendido por Renée que se juntava a nós.

– Agora meus lindos, vamos descer, Edward você janta conosco hoje. – disse animada saindo do quarto e nos deixando sozinhos.

– Você vai ficar? – ela perguntou corando.

– Enquanto você me querer, sim. – sorri e ela retribuiu sorrindo de um jeito que fez meu coração aquecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até o próximo!
Beijos