Night Rain escrita por ZeNieR


Capítulo 12
Blood!


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco mas está ai, Capítulo 12 :3 Boa leitura galera õ/



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[Narrador]

– Venha. - Celly estende sua mão, possibilitando que Mariana à pegue e consiga sair de sua cova. Depois de sair ela olha para trás horrorizada.

– Shh, relaxa que iremos te explicar tudo Mariana. - Leo diz, retirando a pá que estava encravada na terra perto deles. - Começa seu discurso Celly, o palco é seu. - Ele começa a colocar de volta a terra no túmulo de Mariana.

– Ok ok. - Celly estava de frente pra Mariana, que estava muito confusa por não entender nada. - Irei responder algumas perguntas que devem estar na sua cabeça. Sim, é o seu túmulo e sim você morreu. - Mariana arregala os olhos tentando dizer alguma coisa, porém não conseguia sair uma palavra.

– Ah, não sai voz né? Não se preocupe, tem um jeito de fazer. É só respirar quando for falar. - Leo fala enquanto terminava seu serviço.

– Ah... e-eu... n-não... - Mariana tenta falar algumas palavras gaguejando.

– Fica de boa Mari, logo você acostuma. Mas Celly, vai dando as orientações que irei meus assuntos particulares aqui. - Leo coloca a pá sobre o ombro, deixando o local.

– Ta tá, adeus! - Celly se despede. - Então Mari, posso te chamar assim? - Mariana acenou sim com a cabeça. - Então, você reviveu. - Ela entra em choque, todos os pensamentos que estavam em sua mente rodavam naquele mesmo instante. Era noite e ninguém estava no cemitério.

– Eu...sou... va-vampira?... - Gaguejando novamente, mas dessa vez Celly achou que foi melhor do que a primeira.

– Uhum, exatamente. - Mariana começa passar as mãos em seu corpo, tentando achar alguma diferença que houve com ela. - Você voltou à vida, porém é diferente dos humanos. Mas nem todo mundo consegue reviver. Um amigo do Leo, tal de Erik. - Ela aponta para o túmulo do lado. - Não conseguiu reviver, somente um em vários consegue reviver, ou seja, você é uma existência especial.

– Especial?

– Isso, você se tornou nossa preciosa companheira! Mas sabe Mari, você não envelhece mais, não morre por doenças, mas não é imortal. Ser decapitada, ou ser perfurada no coração por uma estaca ou qualquer outra coisa faz você morrer. - Mariana se assusta ao ouvir essa frase. - Mas existe alguém que faça isso? - Ela acena não com a cabeça. - Além disso você é fraca aos raios solares, se ficar debaixo do sol será queimada e com o passar do tempo acaba morrendo. - Ela olha pro lado e pro outro. - Exatamente, se você continuar aqui até o amanhecer você vai morrer queimada.

– O que eu de-devo fa-fazer?

~~

Depois de um tempo conversando no cemitério, as duas jovens caminham até uma casa abandonada perto da floresta.

– Junto ao amanhecer você adormece e acorda ao anoitecer, o sono é profundo e não tem como resistir, é tipo você entrar em coma. Bem, isso você vai saber quando amanhecer. - Celly disse. A casa era toda fechada, tinha várias tábuas de madeira tampando as janelas para impedir de que raios solares invadissem o local. Elas estavam em um dos quartos escuros da casa. - Aqui você pode dormir sossegada. Ah, mais uma coisa, o mais importante é a alimentação. Se não se alimentar você irá morrer de fome. Para você sobreviver é necessário sangue humano.

– Sangue? Humano? Eu terei que atacar pessoas? - Não podia acreditar que se tornou um deles.

– Pois é. Mas não tem com que se preocupar certo? É a mesma coisa que matar animais para as pessoas comerem. Você come bois e porcos certo? - Mariana olha para baixo durante um tempo. - É pra sobreviver, quer tentar? - Celly anda em direção à um dos cômodos da casa, ela abre a porta e observa o vasto vazio que havia exceto o corpo de uma criança no chão, ela parecia estar inconsciente.

– Quem é ? - Revela uma expressão de susto, recuando alguns passos para trás.

– Não precisa saber, se você não se alimentar vai morrer, por isso está enfraquecido. - Realmente era assim que Mariana se sentia, exausta e cansada, se sentia como se houvesse trabalhado muito.

– E-eu... Eu não quero. - Ela recua com passos lentos para trás até chegar no canto da parede, onde se encosta.

– Então quer sair assim? - Celly encara Mariana nos olhos com seriedade. - Eu não disse que você é uma preciosa companheira? Como vão pensar os outros companheiros se você agir assim por conta própria?

– Mas.. eu... - Foi interrompida pela Celly, que estava a ponto de explodir de impaciência.

– Dentre os companheiros eu sou especial, posso ficar acordada durante o dia e andar embaixo do sol. Depois que você dormir posso te jogar lá fora, te estacar ou decapitar. - Congela de medo. - Ou seja. - Celly mudou de personalidade num estante, agora estava feliz. - Não é permitido mimas igual os humanos. Para atacar a primeira pessoa é preciso ter coragem e é algo que você possui Mari, por isso você é especial. - Celly pega no braço de Mariana e puxa-a para dentro do quarto onde estava a criança e deixa Mari e a vítima sozinhas, Mariana olha para a jovem. - Tudo bem, enquanto obedecer as minhas ordens tudo vai dar certo. - Mariana olha para a criança, uma sede dominou seu corpo, uma coisa indescritível da forma de pensar dela, parecia que ela precisava de alguma coisa. Celly fecha a porta do quarto lentamente. - Você conseguiu o privilégio de matar.

~~

Nick e Bobs organizaram um churrasco na casa de Nick, eles chamaram todos seus amigos e alguns colegas de sala para fazerem uma janta. O churrasco foi organizado no quintal de casa, não era muito pequeno mas também não era grande, porém tinha espaço o suficiente para ser colocado umas cinco a seis mesas, perto da porta que liga pra cozinha, tinha uma bancada onde se encontrava a comida e ao lado, a churrasqueira, onde estava Bobs preparando a carne.

O pessoal foi chegando e depois de um tempo Mark entra pelo vasto portão onde Nick o cumprimenta.

– Eaaai viado, tranquilo? - Nick aperta a mão dele.

– Tranquilo vey, e esse cheiro bom ae ? Já ta pronto? - Nick manda um olhar irônico em sua face.

– Oia cara, eu espero que você tenha vindo de cu cheio porque aqui não tem comida para você não! - Os dois trocam risadas. - Cadê a Gaby? - Logo depois da pergunta ter sido feita, atrás de Mark aparece Gaby, colocando suas mãos nos ombros dele.

– Eita gente, o cheiro ta bom mesmo ein, o Nick, vê se desenrola essa carne ai. - Os dois poderiam perceber que Gaby estava esfomeada, parecia que não comia a dias.

– Irei falar com meu assistente Sr. Bobs, me acompanhem por favor. - Nick os guiou até Bobs, onde virava as carnes e colocava as que estavam prontas num pratinho do lado da tábua de cortar. Gaby pegou alguns pedaços de linguiça e Mark se contentou com um pedacinho de maminha.

– Ae seus filho da puta, para de ficar beliscando nessa porra! - Bobs pegou o pratinho e escondeu atrás de suas costas, seus amigos começaram a rir de sua atitude, essa noite parecia ser mais divertida do que muitas outras que já passaram.

– Ah qual foi Bobs, só mais um. - Gaby esticou seus braços, tentando alcançar alguma coisa.

– Ah toma sá porra, enfia na bunda! - Bobs entregou a comida pra ela, que encheu seus olhos de alegria.

– Po Gaby, parece que você nem sabe o que é comida. - Diz Mark, um pouco impressionado, pois ele sabia que Gaby não era de comer tanto assim, ela sempre manteve uma dieta equilibrada.

– Ah Mark, eu apenas estou com fome, nem almocei hoje só para sobrar espaço pro churrasco. - Todos trocam algumas risadas. Os colegas que estavam no local estavam se servindo a partir desse pratinho, eles iam até Bobs e enchiam um outro prato com o churrasco e voltavam para seus assentos, que eram cadeiras e mesas de bar feita de plástico.

– Pera ai galera que eu vou agitar isso! - Bobs gritou enquanto entrava pela casa correndo, ele se dirigiu até o quarto, onde tinha uma enorme caixa e som, ele a pegou e colocou no quintal, retornou ao quarto e no laptop fez as instalações. Quando tudo terminou ele colocou músicas eletro para tocar, todos começaram a gritar de felicidade. Gaby e Mark estavam em uma das mesas sozinhos.

– Você acha que daqui em diante vai ficar tudo bem? - Ela questiona, mostrando estar um pouco perturbada.

– Ah Gaby, eu sei que esses dias estão sendo difíceis mas temos que ser fortes. - Ele pega sua mão. - Vamos esperar o Nycry dizer o que devemos fazer pois ele já está com tudo em mente.

– Você acha?

– Não, tenho certeza. - Não que Gaby desconfiava do Nycry, mas ela achava que eles tinham que arrumar um jeito para provar aos mais velhos sobre a existência de vampiros em Ranchou. Nick se aproxima da mesa com uma garrafa de guaraná na mão.

– Vocês querem um cado? - Pôs três copos sobre a mesa e os encheu de refrigerante.

– Virou garçom agora Nick?

– Virei, cadê minha gorjeta? - Sorrisos saíram de seus rostos. Quando eles estavam se divertindo e rindo, eles ouviram outra coisa além da música, algo como "Bem-vindos à Summoner's Rift".

– Caramba vey, até na festa ele ta jogando? - Nick se levanta e anda ao encontro de Bobs, que já tinha sido o "First Blood" da partida.

– O Bobs, em um churrasco organizado por nós, pessoal de alto nível, você prefere ficar jogando ao invés socializar com seus amiguinhos? - Parece que ele nem prestou atenção nele.

– Ah Nick, senta e relaxa ai que é só uma partidinha. - Nick puxou uma cadeira e sentou ao seu lado, onde ficaram discutindo suas opiniões e estratégias de jogo. A noite foi passando e todos os convidados foram embora por causa da hora, ainda estavam ali fora, Nick, Bobs, Mark e Gaby.

– Deveríamos fazer isso mais vezes, não acham? - Gaby disse, eles concordaram com a cabeça.

– Aham, mas vamos combinar outra hora porque estou com sono e vou dormir. - Nick disse, empurrando eles para fora de sua residência, soltaram poucas risadas.

– Boa noite galera, vou indo para casa. - Mark e Gaby deram as mãos e foram caminhando.

– Também estou Sr. Nick, até amanha. - Eles batem as palmas das mãos. - Valeu.

~~

Madrugada iluminada pelas estrelas, Zenier estava encostado em uma das grandes pedras que havia na lagoa, ele se sentia isolado de seus amigos e também, ficar sozinho é o melhor remédio para todos os problemas. Ele estava observando a lagoa, que estava com o reflexo da lua nela, começou a pegar pedrinhas que estavam em seu lado e tacou na lagoa, contando quantas vezes elas quicavam antes de afundarem.

– Z...? - Ele ouviu uma voz suave e ele reconhecia essa voz. Sem demorar muito ele vira pro lado e vê Mariana, que estava escondida em uma árvore. - Vo-você es-está bem? - Perguntou gaguejando um pouco. Zenier ficou paralisado de surpresa quando ela se pôs em sua frente "Mas ela não está morta?" pensava.

– Ma-Mari? É você mesmo?

– S-sim...- Ela sai da árvore, agora estava andando até ele. - Eu fiquei preocupada com você.

– Preocupada? O que aconteceu contigo. - Ela se sentou ao lado dele.

– Z... está acontecendo o inferno nessa cidade... eles querem fazer a população de Ranchou a refeição deles durante um ano.

– E o que fizeram contigo? - Mariana estava quase chorando, mas segurou.

– Eu morri, e ressuscitei em forma de demônio... - Ela abaixa sua cabeça.

– Por quê diz isso? Você é como um deles agora? - Ele toca seu rosto, e percebe que ela estava gelada demais, sua pele também estava muito pálida, realmente ele não tinha dúvidas que era ela mesmo.

– Sim...

– Não fica assim... eu prometo que vamos encontrar um jeito de resolver isso ok? - Ela levanta sua cabeça, revelando uma lágrimas que escorreu em seu rosto, Zenier enxuga ela com seu polegar. Logo ele mostra seu pulso para ela. - Se estiver com fome que tome o meu sangue, vamos pensar em uma boa solução. Até isso, se for para matar outro alguém inocente, que tome o meu sangue. - Mariana olhava para o pulso dele, e sentia sua pulsação, aquilo deixava-a louca. - E então vamos sair de Ranchou, para um lugar onde o Richard e outros não nos encontrem.

– É impossível ! - Ela grita, começando a chorar, ela se vira e coloca a mão no rosto. - Não tem como fugir do Richard. - Zenier a vira pelo ombro e sem ela perceber ele rouba um beijo dela, ele não podia sentir nenhum calor vindo dela, seus lábios estavam pálidos e gélidos. Ela fecha os olhos deixando o calor de Zenier fluir.

"Nós vampiros caçamos os humanos, somos inimigos dos humanos, não há o que fazer, se não atacarmos nós morremos. Vampiro... o quão bom seria não precisar atacar humanos... ninguém virou isso por querer, mas... a fome é imensa. Está é uma fome muito vazia. Ninguém resiste, ao ponto de não se importar em matar alguém."

Os olhos de Mariana ficam vermelhos, o silêncio entre o casal foi quebrado, Zenier olhava seus olhos escarlates, mas ele não olhou por muito tempo, Mariana com sua fome dominada, morde o pescoço dele com força, sem se importar com as consequências.


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Notas finais do capítulo

Digam o que vocês acharam nos comentários ^^ Seria um grande apoio moral. Obrigado por estarem lendo :D



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