Night Rain escrita por ZeNieR


Capítulo 11
Discover!


Notas iniciais do capítulo

Eu estava inspirado em pleno dia de prova e acabei escrevendo mais um xD



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[Narrador]

– Por quê a Isabella morreu? Uma simples anemia mata uma pessoa?! - Disse o pai da garota para o médico Jayce, eles estavam no quarto dela, era um lugar muito colorido e arrumado, tinha uma cama no centro e era nela onde estava o cadáver, Jayce é um dos médicos responsáveis em descobrir a causa da epidemia que estava tomando conta de toda Ranchou.

O pai e a mãe da Isabella estavam de frente pra cama dela que, entre eles, estava Jayce agachado perto do rosto da jovem.

– Isso... é preciso investigar um pouco mais para saber. - Diz Jayce, que estava mais triste que eles, a mãe estava chorando a horrores e o pai com raiva do médico novato. - Aparentava ser uma simples anemia e mesmo que não fosse o caso, parecia que tínhamos um tempo até que saísse o resultado do exame de sangue. Para ser sincero, eu estou muito surpreso. - Jayce complementa sua frase, o pai da garota estava com muita raiva dele, mas sabia que o médico não tinha culpa, era á maldita da epidemia. - Se puder levá-la à minha clínica de cirurgia para saber a causa da morte... - Foi interrompido com um barulho de um soco na parede.

– Não venha com brincadeiras! - Gritou o pai. Que começa a chorar.

– Querido... - Disse a mãe abraçando-o. Jayce pensou por um momento que o único jeito de saber a morte seria abrindo o corpo do defunto e examina-lo detalhadamente, porém o hospital central da cidade não o autorizou.

– Quer me bater? Eu entendo os seus sentimentos... - Jayce mantém a cabeça baixa, apertando seus joelhos com as duas mãos.

– Por favor me desculpe, mas autópsia não. - O pai se abaixa e põe as mãos no rosto tentando abafar suas lágrimas. - Ela é apenas uma criança, agora... deixe-a em paz. - O corpo da Isabella estava pálido e gélido, parecia que tinha ficado no freezer a horas. "Horário da morte foi de duas horas da madrugada... causa da morte insuficiência renal..." Pensou Jayce.

~~

Jayce se mudou pra Ranchou faz um ano e trabalhou durante um tempo no hospital geral, porém ele não gostava da forma que os enfermeiros trabalhavam então decidiu abrir uma clínica. Nessa clínica ele trabalhava só, mas tinha alguns enfermeiros que apoiaram Jayce.

Estava em sua sala pequena, quando a porta se abre.

– Senhor Jayce, o exame de sangue de Isabella chegou. - Disse um dos enfermeiros com um envelope na mão, ele o entrega à Jayce.

– Oh, obrigado. - Ele abre o envelope e observa atentamente.

– Era mesmo uma anemia? - Perguntou o enfermeiro.

– Sim, mas não era uma anemia comum por deficiência de ferro, foi engano meu. - Eles ficaram quietos por um segundo. - Eu achei que fosse uma deficiência de ferro comum em garotas nessa idade, ou seja, pensei que fosse anemia hipocrômica microcítica, porém fazendo as contas da taxa de hemácias, concentração de hemoglobina e taxa de hematócrito... - Ele faz várias contas numa calculadora sobre a mesa olhando pro papel ao mesmo tempo. - A taxa de reticulócitos também está alta... então era mesmo uma anemia nomocítica.

– Então a causa er.. - Foi interrompido.

– Eu não sei. - Seu companheiro ficou confuso por um tempo, Jayce estava pensativo. - A anemia nomocítica é causada por hemorragia, hemólise, anemia aplástica, anemia secundária... Isabella não apresentava nenhuma ferida externa nem hemorragia interna, porém como ela teve uma morte súbita, havia algum problema grave no corpo mas, eu não sei o que seria isso... - Ele se levanta da cadeira e anda em direção à pequena janela que tinha na sala. - Se fizesse a autópsia provavelmente saberia.

– Você não acha que os médicos do hospital central já sabem disso tudo? - O enfermeiro pergunta.

– Sim, mas quero descobrir eu mesmo qual é o problema! - Foi um pouco rude na sua forma de falar, mas ambos não ligaram com isso. - Há muitas mortes, mas ninguém faz nada... Isso me deixa com muita raiva daqueles que estudaram e não sabem nada. - Um vento bate em seu rosto, parecia que a natureza pedia pra Jayce se acalmar um pouco.

~~

Na mesma sala, no dia seguinte...

– Senhor. - O enfermeiro entra pela porta. - Chegou o exame de sangue da senhorita Lara. - Ele entrega o envelope na mão de Jayce, que abre curiosamente. - Ela está mal?

– Na verdade o exame está estranho, quero refazer os exames, por isso pode telefonar para que ela venha o mais rápido possível? - Pediu para seu assistente.

– Claro. - Ele deixa a sala, Jayce encara o exame com seus olhos escuros, o cabelo preto liso dele balançava com o vento que entrava pela janela.

" É mesmo igual à Isabella... Uma anemia." pensou. " Sangue, aumento da taxa de reticulócitos, presença de hemácia nucleadas... Medula óssea, hiperplasia de eritroblastos, sem anomalias morfolóficas. Devido ao alto consumo de hemácias, a hematopoiese está acelerada... Mas não apresenta hemorragia externa ou interna... Bilirrubina sérica, LDH ambos taxa normal, teste de coombs negativo, hemólise também não... Quanto mais penso, mais hipóteses são descartadas... Tem algo estranho nisso!" A cabeça de Jayce estava prestes a explodir de tanta informação que ele possuia.

~~

Numa tarde, Jayce andava em direção ao hospital central para obter algumas informações sobre os infectados. Eles não deram quase nenhuma informação que poderia ser útil porém algo lhe chamou atenção.

" - Todos tinham uma pequena anemia antes de morrer. - Disse um dos operários do hospital.

– Compreendo, mas você pode perceber se as vítimas apresentavam alguma hemorragia externa ou interna? - Eles trocaram olharem rapidamente.

– Sim.. - Jayce paralisou. - Havia duas picadas de mosquito nas vítimas. - 'Picadas de mosquito?' pensou.

– Obrigado pela ajuda. "

Jayce retornava para sua clínica com várias hipóteses. " Então a doença poderia ser transmitida através de um mosquito? " pensava várias vezes.

Enquanto retornava, vinha chutando os capins que tinha em volta da pequena calçada que caminhava quando ele percebe que tem alguém na frente da porta da clínica, ele reconhecia essa pessoa, era um jovem de cabelo curto e preto, estava encarando Jayce.

– Se não me engano você é o Nycry certo?

– Sim senhor, tenho uma coisa que queria perguntar ao doutor. - Nycry foi direto. Os dois falam friamente. - Mariana. É sobre a Mariana... Foi o doutor que a examinou certo?

– Examinei e assinei a certidão de óbito.

– Ela morreu mesmo? - A voz de Nycry muda. - Digo, há tipo morte cerebral certo?

– Não foi morte cerebral, foi por parada cardíaca. Se tivesse alguma chance de sobrevivência teria tratado. - Nycry abaixa a cabeça mas logo levanta.

– Então.. Não tem como a Mariana reviver certo? - Jayce da uma risada.

– Se reviver naquelas condições seria um zumbi ou vampiro. - O cérebro de Jayce parou. " O que eu acabei de dizer? " pensou espantado e surpreso, parecia que algo agora começava a fazer sentido no quebra-cabeça que estava em sua mente.

– Entendi, me desculpe por fazer perguntas estranhas. - Nycry se vira e começa a andar.

– Você, por que veio perguntar essas coisas? - Jayce questiona, Nycry olha pra trás rapidamente e continua caminhando.

" ... Só o fato de começar com uma anemia."

" Não apresenta nenhum ferimento externo, só uma picada de mosquito."

" As pessoas da cidade estão diminuindo."

Eram frases que rodaram a cabeça de Jayce, com raiva e curioso pra matar essa charada, ele entra na clínica e bate a porta com força.

~~

Depois de alguns dias...

Um carro vermelho passa na porta da clínica de Jayce, dele sai uma mulher alta com cabelo loiro encaracolado.

– Realmente você parece cansado. - Aproxima-se a mulher.

– Bruna? O que faz por aqui? - Pergunta Jayce, exausto.

– Fiquei com saudades e preocupado com você, parecia que estava trabalhando tanto que nem tinha tempo pra si mesmo, então resolvi fazer uma visitinha a você. - Jayce ficou feliz com sua visita, mas naquele momento parecia não se importar tanto.

– Pode voltar, não preciso que fique aqui só porque estou cansado. - Ele fecha os olhos e coça sua franja. - Mesmo que fique não posso te dar atenção.

– Vou ficar sim! - Bruna era uma esposa insistente. - Não vou te deixar sozinho agora, ainda mais quando você mais precisa.

~~

Dois dias se passaram...

Jayce trabalhava em sua pequena sala, ainda estava estudando os exames de sangue que recebia.

– Senhor Jayce! - Entra o enfermeiro desesperado. - A Bruna! Aconteceu algo com ela!

– O que?? - Jayce para tudo que estava fazendo, desesperado ele sobe para o segundo andar da clínica, ele abre a porta dupla e vê bruna, jogada no sofá que estava no centro da sala próximo a uma TV, a sala era muito espaçosa, mais uma área de conforto do que pra estudo.

– Bruna! - Ele anda em direção à ela, ela tava suspirando e suando muito e além do mais, tinha dois pontos vermelhos em seu pescoço. " Cianose... Dispnéia... Fomos atacados!" pensou. - Rápido, mande uma maca agora!

– Ok! - " Falando nisso, ultimamente a Bruna estava estranhamente calma... por que será que eu pensei que eles passariam longe de nós? " pensou, ele realmente achava o que Nycry tinha dito era verdade, talvez poderia ter a existências de vampiros.

~~

Mais tarde, a noite...

Bruna estava internada num quarto particular na clínica, as luzes do quarto estavam apagadas, Jayce entra no quarto e olha o pequeno aparelho que media os batimentos cardíacos de Bruna sobre a mesa, ele percebe que está fraco... Logo avista a janela aberta, e sem pensar duas vezes, observa sua ferida no pescoço, ela estava sangrando. Jayce chega mais perto de sua esposa e olha novamente o eletrocardiograma, estava ficando cada vez mais fraca quando de repente o coração dela para de bater, o aparelho faz um som que evacua por toda sala. Bruna havia morrido.

~~

Na noite seguinte...

Jayce subia as escada quando seu parceiro lhe parou.

– Senhor, não iremos trabalhar hoje não?

– Não... Você está dispensado, me desculpe. - Jayce respondeu friamente enquanto subia as escadas.

Chegando no quarto, Jayce tinha posto vários sacos de gelo em volta do corpo de Bruna e uma máquina que captava ondas cerebrais, ele estava pronto para descobrir a verdade por trás disso tudo. Todos os dias ele ficava na sala de Bruna esperando dar algum sinal de vida, mas ainda ele não tinha nenhum resultado, ele não dormiu quase nada durante seus estudos.

" Considerando o fato de ninguém saber da existências dos vampiros, um a dois dias depois da morte durante a noite com a família ou funeral não há possibilidade de ressuscitar, revive passados no mínimo três dias, ou seja, passadas mais de setenta e duas horas. Porém esse tempo já se passou e está para entrar no quinto dia... Já estou no limite... Não aguento mais a pressão de estar mantendo um defunto... Caso passe essa noite e não reviva até de manha, irei desistir..."

Ele entra no quarto e retira o pano que cobria o lindo rosto de Bruna, ele coloca o pano sobre a mesa e se senta na cama ao lado dela, abaixa sua cabeça e da uma cochilada, porém seu cochilo foi interrompido por um barulho, ele olha pra frente e percebe que seu eletroencefalograma acaba de detectar ondas cerebrais em Bruna, rapidamente ele se levanta. " Esse defunto não está completamente morto... não... lentamente uma mudança diferente da putrefação está ocorrendo." ele pensa, ele chega perto de seu rosto e encosta sua cabeça com a dela.

– Bruna... me desculpe.

~~

De manha...

Jayce havia retirado os sacos de gelo e deixado Bruna coberta por um edredom. Agora estava examinando seu corpo e suas reações.

[Jayce]

Abrindo as pálpebras da pra perceber as córneas claras, o rigor mortis está completamente desfeito, as ondas cerebrais estão mais frequentes, a lividez pós morte desapareceu e a pele está mais corada, logo depois eu percebi quando observei novamente seu olho, notei que teve um reflexo pupilar. Depois disso tudo eu abro a janela para entrar uma claridade, porém acho que fiz errado, um cheiro de queimado dominou a sala e a pele de Bruna estava queimando, nascendo bolhas que estavam simplesmente carbonizando. Desesperado coloquei ela numa maca e corri para sala de cirurgia no subsolo.

Na sala de cirurgia eu amarrei a Bruna, de forma que caso houvesse algo ela ficaria impossibilitada de se movimentar, certamente isso é uma vampira!

Eu faço várias coleta de sangue e olho que o fechamento do furo da agulha é rápido, se fecha em alguns minutos. Observo também mudanças no sangue, mesmo deixando o sangue coletado não ocorre nem coagulação nem separação, não houve nenhuma reação à diversos compostos químicos. Com o passar do tempo, muda a cor para um vermelho escuro.

Eu paro de analisar por um momento e corto a ponta do meu dedo, desse jeito pego um frasco com o sangue de Bruna e pingo uma gota do meu sangue, fico surpreso e assustado no que acabo de ver, o sangue dela estava consumindo o meu, parecia que estava alimentando o sangue dela. Depois que fiz esse teste eu ouço gemidos, eu olho para trás e Bruna estava me encarando com uma expressão facial de espanto, ela realmente estava assustada e não estava entendendo o que estava acontecendo. Eu observo o eletrocardiograma e não tem nenhum sinal de batimento cardíaco.

– Como se sente? - Faço uma pergunta simples mas parece que ela esta tão assustada que nem consegue falar. - Não se preocupe, irá dormir logo.

[Narrador]

Jayce força Bruna a inalar alguns gases para obter algum resultado mas aparentemente nada, ela não para de ficar com medo da situação, ele prepara uma injeção e penetra o seu braço com o líquido.

– Pa... ra... - Foi interrompida.

– Anestésicos não funcionam. - Ela tentava se mexer mas não conseguia. - Tiopental, cetamina, pentazocina e origine não surtem efeito.

– Ja.. Jay... Jayce... - Gaguejando Bruna faz o maior esforço para tentar se comunicar, mas novamente foi interrompida por ele, que coloca uma fita adesiva em sua boca, ela grita abafado. Logo em seguida ele testa a injeção de agrotóxico, novamente Bruna se contorce de dor tentando gritar mas a fita em sua boca não deixava expressar a dor que estava sentindo. Jayce cocola dois sinos de metal perto do ouvido dela.

– Som de sino, sons de metais parecem estimular sensação de medo. - Bruna estava desesperada. - Em seguida ele mostra uma estátua sagrada feita de madeira pra ela. - Observa-se claramente a reação para a estátua, o cérebro pode ter modificado, desencadeando sensação de medo a determinadas imagens e sons. - Bruna começa a chorar de medo. - Rituais são eficazes, com isso é possível evitar grande parte dos ataques... o problema é... - Ele apanha um bisturi. - Como parar um vampiro? - Com o bisturi ele corta uma parte da perna de Bruna, que geme de dor. - Incisões em si fecham imediatamente. Não sobrando nem marcas. - Logo ele faz uma incisão na região antebraquial, expondo a veia media antebraquial e cortando-a, porém parou de sangrar como quando algum vaso é cortado e a incisão se fechou. - Levar à morte por ação física é complicado... o primeiro a ressuscitar foi o cérebro, se destruí-lo... - Ele tenta cortar o cérebro de Bruna pelo ouvido e pelo nariz mas não consegue. Bruna já não aguentava mais tanto sofrimento, Jayce podia perceber isso mas não estava ligando, ele apenas queria saber como acabar com um vampiro. - Resta o interrompimento da circulação, amputação da cabeça ou... - Bruna arregalou os olhos assustada. - Destruição da região onde se concentra a veia cava e aorta. - Nesse mesmo instante, ele pega uma estaca de madeira e um martelo e posiciona no coração de Bruna, que a mesma, começa a gritar e se contorcer de medo. - Se isso não funcionar... já não... - Bruna começa a chorar desesperada, Jayce passa seus olhos para o lado, levanta o martelo lentamente e começa a apunhalar sem dó várias vezes o coração de Bruna, que grita desesperadamente com seu sangue.


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Notas finais do capítulo

Já podem escrever aquele comentário maroto :3



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