Meu Doce Toma escrita por Mavi


Capítulo 2
Capítulo 2- Doce cerejeira


Notas iniciais do capítulo

Depois de bilhões de anos...cá estou eu!
Desculpe-me...eu estava sem criatividade nenhuma!E para variar...cheia de compromissos.
Vocês me perdoam...?



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Não...aquelas palavras...não podiam ser verdade...

Ouvia os passos de Shin cada vez mais altos.Parecia-me que ele estava indo em direção à saída.

Tinha de sair dali,mas minhas pernas não se moviam;tremiam como se eu fosse desabar.Senti como se uma lâmina tivesse atravessado o meu peito.Os meus olhos,pouco vermelhos,tentavam encontrar um pouco de luz naquele beco.Nada.

–Hã...?-estranhou o mais novo,apertando os olhos.

–O que foi?-perguntou o loiro mais atrás.

–Tem alguém lá no fim...?

–Como assim...?

A voz de Toma me fez perceber que não era um sonho...que aquelas palavras foram deveras ditas.

Pensei,por um breve momento no que me restava fazer e,sem examinar direito a situação,dei passos curtos para trás.A escuridão me camuflava e os pingos d' água encobriam o som dos galhos sendo quebrados pelo salto alto.

–Acho...que tem alguém aqui...-suspeitou o moreno.

–Al...guém...?

Passava a mão na parede coberta por musgo.Só o que vinha à minha cabeça era um desejo fortíssimo de ir para longe...longe daquele lugar...longe daquelas palavras...longe...do Toma...

Finalmente achei uma saída de lá.Mal percebi o quanto me aproximara deles enquanto conversavam...mais um pouco e seria descoberta.

–O que foi...aquilo...?-cochichei para mim mesma.

Meu coração doía...não me restavam forças,mesmo assim,tinha de me distanciar daquele local antes que me deparasse com Toma...não conhecia um rumo certo,no entanto não saberia o que fazer se encontrasse-o.

Corri,meio desajeitada pela calçada.Em meu desespero,atravessei a rua sem olhar para os lados e quase fui atropelada.Não cheguei a me machucar,entretanto adquiri alguns arranhões.Levantei-me e continuei a percorrer a rua sem fim...

Avistei o meu prédio mais perto,mesmo que ainda distante.

O vento mais forte indicava que uma tempestade viria.

O sol quase estava coberto pelas nuvens quando cheguei.

–Ah...ah...-ofegava-como aquilo...acabou assim...?

Abri a porta de casa e joguei-me no sofá.Não queria pensar em mais nada...

Os ponteiros do relógio correram sem eu perceber...

–Mas...já são sete horas...?

Ergui-me e fui ao banheiro tomar banho.Sob o chuveiro alguns pensamentos me atordoaram:"a que Shin se referia?", "Toma realmente brincou comigo...ou...ele ainda brinca...?" ,"por quê?"...estas dúvidas me faziam sofrer mais e mais...

Voltei ao meu quarto com uma toalha amarela na cabeça,já de pijama,sentei-me no chão,perto à janela.

Fitei um canteiro de rosas ao lado de uma casinha."Será que...ele virá atrás de mim...?Ah!Eu sumi de repente sem sequer mandar uma mensagem...se...",olhei para o lado,caído próximo à mesa estava o meu celular,alonguei o braço para pegá-lo "...eu deveria enviar um torpedo me desculpando por não tê-lo avisado nada e que...estou bem...assim...ele não virá...certo...?",entristeci-me.

Ao ligá-lo,o mesmo começou a tocar...era verdadeiramente aquele garoto..."Ahhhhhhh!O...quê eu faço?!O que...eu digo?!Deixe-me ver....não!Não dá tempo...!Ele vai desligar se eu demorar muito!Calma...eu consigo...",cogitei.

–Alô...

–Na...Nanami?!Onde você estava?!Por quê não atendeu o telefone antes?!

–To...ma...eu...-travei,não conseguia continuar.

–O...quê foi...?Você está bem...?-preocupou-se em tom mais calmo.

–Eu...

Não tinha coragem para conversar...desliguei o celular sem perceber..."o que eu fiz?!",assustei-me.

–Talvez...seja melhor não dizer alguma coisa por enquanto...

Senti algo leve passar pelo meu rosto.Passei levemente os dedos embaixo dos olhos...não eram mais do que lágrimas escorrendo incessantemente...suspirei e puxei as cortinas.

Surpreendi-me ao ver que já estava chovendo e...sob o temporal estava Toma;todo encharcado,segurando em uma das mãos o aparelho e na outra um buquê.

Encarou-me com seus olhos dourados tristonhos.Sua expressão mudou, estava aflito.

Fechei as cortinas.

Por algum motivo,meu coração bateu forte ao vê-lo naquele estado,em seguida,mais lágrimas caíram sobre o tapete.

–To...ma...

Meus desvaneios foram interrompidos ao ouvir a campainha.

–Sim...?

–Nanami!Sou eu!

–Ah...eu já vou...hã...-direcionei-me à porta.

Não consegui girar a maçaneta.Não sabia como encará-lo.

–Nanami!

–Ah!Desculpe-me...-abri a porta.

Ele entrou já me puxando para si.

–Toma...

–Eu...-suspirava-estou feliz por você está bem...

Tentava andar para trás,quando tropecei em alguma coisa e caí,levando-o junto.

–Hã...o que é isto...olhou para minhas pernas arranhadas.

–Hum...na volta para casa eu...quase fui atropelada...

–Por quê...?-cochichava-Por quê tentou voltar sozinha?!

–...

–Tão desobediente...-ele se levantou e foi até o banheiro pegar um curativo-Você devia ter me esperado...

–Eu...esperei,mas você não veio...achei que tivesse esquecido e...

–Eu...jamais esqueceria de algo assim...jamais me esqueceria de você...

–Desculpe-me Toma...eu...não farei mais isso...

–Promete?

–Sim...

Por um segundo,dexei-me levar por seu jeito gentil...mas...logo voltei a recordar da cena do beco.

–Toma.

–O quê foi?

–Eu...-avermelhei-me.

–Você está estranha...o que se passa?-se aproximava.

–Hã...-apertava sua camisa molhada enquando desviava o rosto.

–Nanami...se há algum problema me avise.

–Não...não é nada...só que...-afastei-me.

–Eu...já vou...

–...

Ele bateu a porta e se foi.

–O que eu faço?-apertava o travesseiro contra o rosto.

–-

Acordei com o alerme do relógio perto à cama.

–Mas já...?!

Pulei da cama e vesti-me às pressas.

–Ahhhh!Vou chegar atrasada!

Peguei a mala jogada no chão e lembrei-me da noita passada: “eu agi de forma tão estranha ontem... ele deve estar zangado...”.

Empurrei a porta e quase bati com a cabeça na parede.Por sorte,alguém segurou meu braço.Podia ser ele...?

–Cuidado,baka!

–Shin...?!-virei-me.

–Você está atrazada!Se preocupe ao menos com os seus compromissos!

–O que faz aqui...?

–Eu vou te levar à universidade.

–Tá...

–Você...está bem..?

–Ah!Sim!

Ele segurou o meu pulso e levou-me pelos quarterões.Durante o trageto,Shin não falou nada,até...

–Hum...aconteceu algo entre você e o Toma ontem...?

–Hã?!Por quê...?

–Ele...estava meioestranho...-falou baixo.

–Como...?

–Nada de mais.Ah!Como estáo indo as aulas...?

–Hum...ontem tivemos uma prova surpresa e...

–Onde estão indo?!-uma voz se manifestou.

–Toma.-Shin a reconheceu.Virei-me para trás,realmente era ele-O que você quer...?

–Se afaste del.-ordenou de cabeça baixa.

Ainda que imobilizada por causa do susto,ameacei dar um passo para trás.Neste momento,Shin apertou fortemente o meu pulso e puxou-me para o seu lado.

–Não.Você não a controla.

–Maldito...-murmurava fechando a mão-Shin,vá embora.

–Toma...-surpreendi-me com seu tom de voz nervoso.

–Pare com esta besteira de ciúmes.Vamos indo,Nanami.-disse enquando levava-me pela rua.

–O que você pensa que está fazendo...?-estressava-se.

–Vou deixá-la na universidade...eu...vou protegê-la de você...

–Você...não se atreva!-gritou socando-o.

–Pare com isso,por favor!-desesperei-me.

Shin chegou a cair.Estava passando o punho no rosto quando o outro agarrou meu braço.

–Venha,eu te levarei...

Congelada,não conseguia me mover ou pronunciar sequer uma palavra.Estava com medo.Medo...do Toma.

–Nanami!

Eu hesitava em andar.

–Chega,Toma!-o morenolevantou-se e segurou sua mão-Pare de tratá-la deste modo,ela não é só mais um brinquedo para você!

“Um brinquedo...?Então...podia se verdade que...este é o verdadeiro Toma...?Não...eu...não suportaria isto...”.Corri em direção à universidade sem olhar para trás.Não sabia o que aconteceria depois...mas...também não me importava mais...apenas conseguia pensar na expressão ameaçadora dele.

–Nanami...

–-

“As aulas acabaram um pouco mais cedo hoje,sendo assim,ele provavelmente ainda não chegou...terei de ser rápida para não...” refletia enquanto saía do pátio.

–Hã?!-suspirei.

Toma estava conversando com uma garota.

Tentei me misturar a multidão,no entando quando passei pelo portão de saída,mas esbarrei em alguém e caí para trás.

–Cuidado!-duas mãos seguraram-me.

–Obriga...da-virei-me e,para variar era ele,novamente.

–Você?!

–Hã...-tentave encontrar alguma desculpa plausível para sair dali,mas um nó formou-se na minha garganta-Eu...tenho que ir!Com lisença!-soltei-me e corri em qualquer direção.

–Ei!

–-

A tarde estava quente,mais quente que o normal.Uma leve brisa levava meu cabelo para trás.O céu alaranjado ia sendo coberto por folhas.

Meus passos impulsivos me deserientavam,não conhecia aquele caminho.

Por sorte,todos os sinais estavam verdes.Assim,nada consseguia me barrar.

Tudo ao meu redor passava muito rápido,não notei sequer quando já andara.Também...naquele momento...isto não importava.

Lembro-me apenas de um portão verde de metal na fresnte de um bosque e,ao lado um placa com algo que não consegui ler.

Entrei em uma trilha pedras sem pensar duas vezes.Quando me dei contra,estava perdida em um parque,provavelmente bem longe da universidade.Não vi Toma entre as árvores,logo conclui que ele estaria longe,ou no mínimo,desistira de me procurar.

–Assim está melhor...

–Nanami?

“Impossível!Não teria como ele me achar...!”,suspirei e olhei à minha volta e,perto ao uma maciera o vi.Seus olhos chocasos fitavam-me intensamente.

–Por quê você correu...?

–Eu...

Não tinha geito,ainda não estava pronta para encará-lo,desesperada,fugi em passos largos para uma passagem mais escura,para variar,fui seguida.

–Nanami!Eu quero falar com você!

–Desculpa,Toma.Eu...não posso...

–Não importa o que diga,eu estou preocupado!-insistia.

Finalmente encontei um pouco de luz,fui em sua direção e deparei-me com um jardim de cerejeiras.Recordei-me de uma cena na qual estava Toma e eu crianças e ao meu lado,uma bonequinha quebrada,era aquele mesmo jardim.Inconsientemente,lágrimas escorreram do meu rosto.O que...aquilo significava... ?

De repente,um arrepio percorreu a minha espinha,uma mão quente segurava o meu pulso;imediatamente,senti o meu coração palpitar intensamente.

–Consegui...-ofegava-Te alcansei...

–Me largue,por favor...-pedi ainda virada.

–Impossível.Agora viri-se,eu preciso falar uma coisa sobre ontem.

As memórias daquelas palavras pronunciadas pelo Shin me fizeram sofrer um pouco mais.

Levei uma mão à face,aim de secá-la.

–O que se passa...?Olhe para mim!

–Des...des...-choramingava.

–Você está...

–Não!

–Eu não entendo!O que aconteceu?!Por que está tão estranha?!

–...

–Está machucada?!Triste?Nervosa?Ou...com medo...?

–...

–Fale!Eu não sei...

–Eu...estou com medo do Toma!-gritei.

Seus olhos arregalaram-se e ele se calou.Sua mão diminuiu a força exercida no meu pulso e,quando estava prestes a me soltar eu prossegui.

–Estou com medo que Toma machuque mais ainda os meus sentimentos...porque...eu sou a única com medo neste relacionamento!Por que...para o Toma...eu não passo de uma irmãzinha que tem de ser controlada o tempo todo!

Eu realmente disse aquilo...só depois de ter o feito de forma tão grosseira,percebi o que acontecera.

Não tinha a intenção de magoá-lo,na verdade...eu apenas queria declarar que eu...o amo e ...por isto queria a retribuição destes sentimentos e não ser só a garotinha indefesa que tinha de ser protegida...eu desejava ser aquela a quem o Toma ame...como mulher...

No entanto,não poderia ousar esperar por uma resposta dele a esta altura,principalmente depois de dizer algo assim...

–Eu...-avemelhei-me.

Inesperadamete,ele puxou-me para seus braços.

–...

–Eu...eu fiz você chorar,mas não pedirei perdão pois eu...eu te amo de verdade!Entretanto...desde pequena você dependeu de mim em poucas coisas e...eu ficava realmente feliz com isto...vê-la tão vunerável...chamando pelo meu nome...quero protegê-la para você...gostar mais de mim e ficar mais tempo ao meu lado!

–Toma...

–Entendo que sinta-se desta forma...porém...eu vou continuar cuidando da Nanami...afinal...você é a pessoa mais preciosa para mim!E não deixarei que nada te aconteça!

Estes sentimentos...o calor do Toma...sua voz sutíl...eu...gosto muito disso..

–Eu..

–Hã..?

–Eu te amo!Desculpe-me!Eu sou uma idiota!E...

–Eu irei relevar isto...por um preço...

–...-ele segurou o meu queixo e aproximou seu rosto corado.

–Prometer me amar para sempre.

–Eu...prometo...

Beijamo-nos suavimente embaixo de uma cerejeira,a mesma a qual o vi pela primeira vez e jurei que algum dia lhe contaria este sentimento.

Esse dia chegou e,de agora em diante,posso falar que este garoto gentil,dócil e protetor é o meu doce Toma.


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Notas finais do capítulo

Gostaram...?
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Fiquem à vontade para comentar!
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